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Economia Internacional Cap 7 Maia

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7
"'"'
COOPERAÇAO INTERNACIONAL
Pi\RA DIRIMIR CONFLITOS
"Embora Q ra.:I:'Q de crescimenro econômico dependa, nos
países em. desenvolvimento, primeiramente das condi-
ções internas, o comércio internacional pode contribuir
significativamente para o processo de desenvolvimento. "
Domínick Salvatore
Vimos no Capitulo Barreiras ao comércio intemacionol que existem forças negati-
vas que prejudicam a Economia Mundial. Felizmente, existem outras forças, de natu-
r za positiva, que estimulam e engrandecem a Economia Internacional, tais como:
- tratados e acordos comerciais;
- Convenção Internacional de Genebra, que estabeleceu n011113Srelati-
vas aos títulos cambiários (cheques, letras de câmbio c notas promis-
sórias);
- regras uniformes editacas pela Câmara de Comércio Internacional;
- cláusulas que definem a forma de pagamento e a responsabilidade
relativa a custo, seguro e frete (FOB, crF etc.):
- Gatt e OMC (Orgar.ização Mundial de Comércio).
Vamos analisar o significacc de cada uma.
154 ECONO:\'IlA f:-/'f!;:R:-JACIOl'iAL li COMf.RC1Q EXTERlOR
1 TRATADOS E ACORDOS COMERCIAIS
Ambos (tratados e acordos) são acertos firmados entre nações em que se
estabelecem objetivos e período de vigência. O objetivo poderia ser o aumen-
to de comércio entre as partes, mediante reduções de tarifas alfandegárias.
O tratado geralmente é muito amplo, bastante complexo e com duração
longa. O acordo é mais simples e mais flexível, As partes estabelecem:
- os produtos beneficiados, mediante listas;
- as quantidades a serem negociadas;
- os valores globais do Acordo e o prazo de duração.
Exemplificando, o país A pactua com o país B o seguinte: Durante cinco
anos B comprará trigo de A e A comprará café de B: esses produtos entrarão
nos respectivos países isentos de taxas alfandegárias; cada parte comprará
US$ 50.000.000,00 por ano.
Quando os acertos são firmados apenas entre dois países, como no exem- ;.
plo acima, chamam-se bilaterais. Quando firmados com mais de dois países,
chamam-se multilaterais. O Brasil firmou muitos acordos bilaterais com
países do Leste Europeu, como a antiga República Democrática Alemã (anri-
ga Alemanha Oriental): criou-se uma moeda contábil para as operações, cha-
mada US$ clearing. No caso da República Democrática Alemã o dólar-clearing,
ficou denominado US$ RDA. .~
Os Acordos ou Tratados podem ser de natureza monetária ou comercial. :.
Bretton Woods foi de natureza monetária porque estabeleceu uma série de me- .•
didas nesse campo, corno,a obrigatoríedade de paridades fixas. Outros, como o .
Gatt (General Agreement on Traâc and Tariffs), são de natureza comercial.
Em alguns Acordos ou Tratados há a cláusula de Nação Mais Favorecida. A .
título de exemplo, diríamos que a nação A firmou um acordo com a nação B, com
cláusula de Nação Mais Favorecida. Assim, se A assinar acordo com outra Na-
ção (por exemplo, C), todos os benefícios concedidos a C serão extensivos a B.
A cláusula de Nação Mais Favorecida pode ser:
- incondicional, quando as vantagens são estendidas automatíca-,
mente;
- condicional, quando as vantagens são estendidas desde que haja,
concessão recíproca, Em nos o exemplo, a vantagem concedida por ,'
a C só será estendida a B se este também conceder o mesmo benefi-:
cio aA.
COOPEHAçÀr: . , '. :IO:-;tJ. t'AR.1. lHRI!\lIR COl'-lFLlTOS 155
Normalmente, os Tratados e'.:' ,:':.)5 são formalizados pelo Poder Executi-
vo, mas somente 'vigoram após a r;-:- vação pelo Poder Legíslarívo.
,2 CONVENÇÃO INTERNACIONAL DE GENEBRA
Em 1931, os países membros da Liga das Nações (órgao, naquela época,
equivalente à ONU) reuniram-se em Genebra paraadotar.umalei uniforme
para ~s, IetrãSde Câ~tno e notas promissóríãbA finalidade dessa con-
venção eradífíffiif os con ítos, decorrentes das inúmeras leis de cada país,
que dificultavam o comércio internacional.
Para dar maior estabilidade e confiança a essa lei uniforme, os países
signatários se comprometiam a, exceto nos casos de urgência, não denunciar
essa Convenção antes de decorrido um prazo de dois anos a contar da data
em que ela tivesse começado a vigorar.
O Brasil é um dos signatários dessa Convenção.
3 REGRAS UNIFORMES EDITADAS PELA CÂMARA
DE COMÉRCIO INTERNACIONAL PARA COBRANÇAS
E CARTAS DE CRÉDITO
A Câmara de Comércio Internacional, sediada em Paris, também editou
regras uniformes para diversas modalidades de operações bancárias relativas
ao coméx " exterior. Entre elas destacamos as referentes a ~tas de crédft5
e cobran 'as
A finalidade dessas regras é também dirimir conflitos decorrentes de
costumes e leis dos inúmeros países que participam do comércio internacio-
nal, O Brasil também é um dos signatários dessas regras.
4 INCOTERMS - cLÁUSULAS DE DIREITOS E
OBRIGAÇÕES
Também com o objetivo de dirimir conflitos que prejudicam o Comércio
Internacional, a Câmara ce Comércio Internacional, sediada em Paris, definiu
oficialmente cláusulas, :--eíat' :> 'reitGS-e-ebu > de cada parte (com-
pradores e vendedores). ::s ::"mp:-as e vendas de mercadorias.
As mais usuais são: FOB. '::&F. C&I CrF e FAS.
156 ECO~OMrA lNTER:\ACIO;-;'AL .ECOi\iÉHCIO EXTERIOR
4.1 FOB - Free on Boarâ (Livre a Bordo)
Por essa cláusula, cabe:
- ao ver dedor (exportador): colocar a mercadoria a bordo do navio.
Assim, ele deverá providenciar os transportes e seguros internos, isto
é, do ponto-de-venda até dentro do navio. Deverá obter os documen-
tos para embarque e arcar com as despesas portuárias, devidas no
porto de origem;
-- ao comprador (importador): ele deverá pagar o frete e o seguro, de-
vidos desde o pano de embarque até o do destino. Também é seu
ônus as despesas portuárias incidentes no porto de destino.
Essa cláusula tem as seguintes variações: FOR (Free On Rail) , livre no
trem, e FOT (Free On Truck), livre no caminhão.
FOB
~
6B)~ _I
I VENDEDOfi COMPRADOR
1 .__ . '. __ . _. __ .__ . ..
4.2 C&F - Cost and Freight (Custo e Frete)
Por essa cláusula, cabe:
- ao vendedor _?x?onador): todas as responsabilidades constantes da
cláusula F03. acresci.ia. do pagamento do frete internacional;
- ao comprador l:n:ç;:':--.1c:r . todas as responsabilidades da cláusula
FOB, com exceção do r: <-:: . .:;..::: será pago pelo vendedor.
-" "( ;W";AI. PAAA DIRIMIR CO, ;FLITOS 157
t VENDEDORL_~ _ COMPRADOR_ I
4.3 e&I- Cost and Insurance (Custo e Seguro)
Por esta cláusula, cabe:
- ao vendedor (exportador): todas as responsabilidades constantes da
cláusula FOB, acrescidas do pagamento do seguro devido desde a co-
locação da mercadoria no navio até o porto de destino;
- ao comprador (importador): todas as responsabilidades da cláusula
FOB, com exceção do seguro, que será pago pelo vendedor.
4.4 CIF- Cost, Insurance and Freight (Custo,
Seguro e Frete)
Por esta cláusula, cabe:
- ao vendedor (exportador): todos os ônus e obrigações legais desde o
ponto-de-venda até o porto de destino. Ou seja:
1. colocar a mercadoria no pano de destino;
2. pagar os fretes e seguros internos (isto é, os ocorridos no país do
vendedor);
3. providenciar todos os documentos de embarque;
4. arcar com todos os ônus no porto de embarque; e
S. pagar frete e seguro até o porto de destino;
- ao comprador (importador):
1. receber a mercadoria no porto de destino; e
2. pagar as despesas ocorridas nesse porto.
158 .U):-!OMIA I~!TERl\ACIOXAL E ÇüMU~t/' ~~~RIOR
CIO:i-I
VENDEDOR COMPRADOR
----------- "--_ .. -----_ .._--------_._----~-'-
4.5 FAS - Eree Alongside Ship (Livre ao Lado do
Costado do Navio)
Por esta cláusula, cabe:
\
- ao vendedor (exportador); colocar a mercadoria ao lado do navio, nc
porto de origem;
- a partir daí, todos os ônus e responsabilidades são do comprador
(importador) .
FAS
VENDEDOR COMPRADOR
--- ---- -_._---._._--
Em resumo, podemos dizer que as cláusulas examinadas determinam:
~ os direitos e obrigaçõesdos vendedores (exportadores) e dos com"
;::mdc!'es :)m~ori2.do:es:): e
-- o momento em que esses ":reÍros e obrigações passam do vendedor
para o comprador.
; ·TEnI\AClO~AL PARA DIRIMIR CONFI.lTOS 159
5 GATT - GENER..;!l~ A.GREEMENT ON TARIFFS AND
TRADE (ACORDO GERAL SOBRE TARIFAS E
COMÉRC_O .
Vimos no C:.pim:o 3 - Evolução da Economia Internacional que, quando
estava para terminar a Segunda Guerra Mundial os países aliados estavam
preocupados em criar condições para o desenvolvimento da Economia Inter-
nacional. Assírr; nasceu o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Bird (Ban-
co Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento). Para desenvolver es-
pecificamente o comércio internacional foram feitas tentativas de se criar a
Ole (Organização Internacional do Comércio); entretanto, devido à oposição
dos Estados Unidos, essa organização nunca foi operante.
Assim, 23 nações se reuniram em 1947, em Genebra, e celebraram um
acordo sobre comércio internacional, que ficou conhecido como Gatt (Gene-
ral Agreement on Tariffs and Traâe), isto é, Acordo Geral sobre Tarifas e Co-
mércio.
Os príncípios básicos do Gatt eram:
.- o comércio deve ser conduzido de forma não discrirninatória;
- deve ser condenado o uso de qualquer restrição quantitativa;
- as disputas devem ser resolvidas através de consultas.
Portanto, o objetivo do Gatt era o crescimento do comércio internacional,
através das eliminações de todos os tipos de barreiras comerciais c de qualquer
tipo de protecionismo.
O Gatt abriu as seguintes exceções:
- os países que estejam enfrentando dificuldades em seus Balanços
de Pagamentos podem estabelecer tarifas restritivas. Isso, entretan-
to, só é permitido pelo período necessário para o restabelecimento
da normalidade e depois de ouvido o FMI;
- as regras do Gatt podem ser quebradas pelos países subdesenvolvi-
dos, quando isso for necessário para acelerar seu desenvolvimento
econômico. Essa permissão é valida se houver autorização do Gatt;
- quando a produção nacional de artigos agrícolas e de pesca estiver
sujeita a restrições e controles, esses mesmos controles e restrições
podem ser extensivos aos importados.
160 ECONOMIt\ INTER!\ACIONAL E CO~.;' - .E..'>:rERlOR
5.1 O Gatt e os Blocos Eco õmícos
o Gatt não proibia a forres -- :: _ eonômícos desde que o objeti-
vo fosse a redução de tarifas e ~~'"- j':::;~;:;':-:<C s,..E:-~:reranto, o bloco econô-
mico não poderia aumentar III t::;,~<; ~~ nes aos países não-membros
desse bloco. Quando urna -~::-_-- , .:àú -e sentisse lesada por um mercado
comum (bloco econômico), poderia reccrrer ao Gatt. Os acusados deveriam
provar que a queixa era infundada.
5.2 Rodadas de Negociações
Periodicamente. os países signatários reuniam-se para novos entendimen-
tos; essas reuniões eram conhecidas como "Rodadas" (em inglês, round). O qua-
dro seguinte, elaborado com dados fornecidos pelo próprio Gatt e publicado no
jornal O Estado de S. Paulo, de 12-12-93, dá-nos uma idéia dessas rodadas:
I
L
\
Quadro 7.1 Rodada denegociações.
L..AnoJ.__..-~da~. I. _.- .~nc;pal Acordo --1""'"..,....~t,,~
1947 Genehrá I Criação 23
1949 . Annecy ~ Corte de Tarifas 13
1951 . Torquay ! Corte de Tarifas 28
1956 Genebra Corte de Tarifas 26
1geO.'61 Genebra '
Roda:la Dillon Corte de Tarifas
Genebra Tarifas e leis antidumping
I Rodada Kennedy ,
Genebra I Barreiras tarãárias, '1áotarlíárias e acor- I
Rodada Tóquio ! dos pró-nações em desenvolvimento J
Genebra I Barreiras tarifárias. não tarifánas e inclu·
Rodada Uruguai são dos serviços no acordo multilateral •
___ ._ ..__ Ldeb~S . ._ 116
1964167
26
62
1973t79
102
Fonte: GATT. O Estudo de 8. PUI/lo. 12 12-CJ3.
5.3 Rodada Uruguai
A Rodada Uruguai tem esse nome porque as negociações foram inicíadas
em 1986 nu cidade de Punta dei Este, no Uruguai. Ela terminou em 1994 na
cidade de Marrakesh.
Pelo Quadro 7.1 podemos verificar que, entre as reuniões do Gatt, ela foi;
:T~"';';'.s..O LlllTERNACIONALPARA DJRll\llR CONFUTOS 161
~ a que teve maiorzxunero de participantes (116 países);
- a mais ampla. porque incluiu serviços e direitos autorais; as rodadas
anteriores limitaram-se a mercadorias;
-e a mais longa (de 1986 a 1994).
Os principais entraves a, essarodada foram aC:brneiciaJizaçãodos produ-
tos agrícolas e a de alguns serviços. ,Com relação aos produtos agrícolas, houve
cortes nas tarifas protecionistas, mas não foram eliminados os subsídios. No
caso dos serviços, os audiovisuaís, que incluem cinema e televisão, ficaram fora
das negociações.
Essa rodada também estabeleceu que o Gatt seria substituído por uma
nova entidade, denominada ORGANIZAÇÃO ,l\1UNTIIAL DE COMÉRCIO (OMC),
que terá mais força para fazer as partes cumprirem as normas estabelecidas.
Existem críticas positivas e negativas com relação à Rodada Uruguai.
Entre as positivas" destacamos:
- com a reducãO'daStarlfas,pcoInércloiJaierna.cional deverá crescer
entre 200 e 400 bilhões de dólares ao ano; como o Brasil detém cer-
cade 1% das exportações mundiais, é provável que nossas exporta-
ções cresçam, pelo menos, 2 bilhões de dólares;
- produtos brasileiros, tais como suco de laranja, calçados, couros,
cerâmicas, papel e produtos de madeira, deverão ter redução tarí-
fária nos países-membros, o que, provavelmente, aumentará seu con-
sumo;
-- "esse acordo derruba mais barreira do que qualquer outro na Histó-
ria", declarou Michey Kantor, representante dos Estados Unidos.
Entre as críticas negativas, destacamos:
- Em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, de 16-12-93,
Joelmir Betíng conta-nos que a U.S. Chamber of Commerce critica a
Rodada Uruguai porque direitos adquiridos em contratos de trabalho
não foram observados; ignorou cláusulas de proteção ambiental; e os
acordos sobre patentes e finanças foram tímidos;
- os subsídios agrícolas foram mantidos, o que levou a U.S. Chamber
of Commercea declarar que as práticas de dumping em mercados
agrícolas não furam eliminadas, mas até estimuladas. Sobre o assun-
to, Pedro Carr.argo, da Sociedade Rural Brasileira, declarou: "ESTÃO
PASSANDO GA:T POR LEBRE."
5.4 Organ.iza.ção _~undia1do Comércio
Como dissemos em item anterior. a Rüt.adátJrtlguai transformou o Gatt
em. ORGANIZAÇÃO MUNDlAL DO COMÉRC.Or "J5a sigla ficou WTa (World
Trade Organízatíon), em inglês, ou OMC, em pcrrrg ês.
a Gatterasimplesmente um acordo; não era um organismo internacio-
nal e tírthaporQbj~tiyoapenás o comércio mundial. A OMC também tem por
objetivo desenvolvera comércio internacional; entretanto, é mais ampla por-
que se preocupa com ps serviços e direitos de propriedade intelectual. É um
órgão permanente e com personalidade jurídica.
O início de suas atividades deu-se em 112-1.1995 e contou com a adesão
de 124 países.
Inicialmente, o governo dos Estados Unidos se opunha à criação da OMC;
receava que as normas da OMC colidissem com a estrutura jurídica america-
na relativa a represálias comerciais a países por ele considerados desleais em
comércio exterior.
Parte da população dos Estados Unidos também se opunha à aMe. Ralph
Nader, que se notabilizou em lutas a favor dos consumidores americanos, de-
clarou: "No sistema dá OMCproposto, um país como St. Kítts, com populaçãc
inferior a 100 mil habitantes, terá o mesmo poder dos EUA." Isso porque
cada país terá. direito a um voto.
Entretanto, em dezembro de 1994, com autorização do Congresso Ame-
ricano, os Estados Unidos aderiram à OMC. Essa adesão foi vital para o esrs-
belecírnento da aMe. o jornal O Estado de S. Paulo, em artigo publicado e:.
4-12-94, diz:
"O Congresso dos Estados Unidos aprovou o Acordo Geral sobr;
Tarifas e Comércio com atraso de sete meses. O pacto é tão longo (p:,-
enche quatro livros do tamanho de listas telefônicas) e tão cornplíca.,
que quase todos os que votaram não tinham mais do que uma
idéia do seu conteúdo." ,
Em dezembrode 1994, o governo brasileiro, devidamente autorizado p;:.,
Senado e Câmara de Deputados, aprovou o nosso ingresso na OMC; com íss:
tornamo-nos socíofundadores.
Agora, o país-membro que se julgar prejudicado terá que submeter
problema à OMe e, enq anto o assunto não for solucionado, não se poders
tomar medida contra o parceiro-réu. No Gatt, as decisões dependiam de ce ~
senso; na OMe, as restrições dependerão de consenso; isto é, houve uma
versão de :ütos.
163
A importância dessa regra pode ser ~':~tk
jornal O Estado de S. Paulo, de 10-4-94:
rque foi publicado no
."Há 10 anos, os exportadores de ":"1!n':t;;~w&ti~·..·,#I:ta;$~l~in')$.
gados a. pagar direitos ,;toverno
americano sob a alegação de que asen,m sub-
sidiadas e causavam dano à indústria americana. O <W
Gatt e, depois de muitos anos, o Gatt decidiu que as exportações bra-
sileiras não eram subsidiadas e que o valor pago tinha que ser devolvi-
do. Até hoje os exportadoresbrasileiros não viram a cor do dinheiro."
Com o advento da OMC, isso não aconteceráporque, como vimos no pa-
rágrafo anterior, as restrições dependerão de consenso. '
Em dezembro de 1996, foi realizada a Reunião de Cingapura, Compare-
ceram 127 países-membros c tinha como objetivo seus princípios básicos, isto
é, eliminar entraves ao livre comércio e criar normas para evitar o comércio
predatório.
O grande destaque dessa reunião foi a declaração sobre comércio de
produtos de tecnologia e de informação. Ficou conhecida como ITA (Informa-
tion Technology Agreement). Cerca de 85% dos países fabricantes desses pro-
dutos (equipamentos de computação, de telecomunicações etc.) assumiram o
compromisso de zerar as tarifas alfandegárias a partir do ano 2000.
Na opinião do economista Francisco Assis Grieco, em O Estado de S. Paulo,
de 4-5-94, a OMe passará a ser o terceiro pilar do sistema de Brerton Woods, ao
lado do FMI e do Bird.
6 OUTROS ORGANISMOS DE FOMENTO AO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
O FMI, o Bird e o BIS (Bank for International Settlements) também cons-
tituem órgãos de fomento ao comércio internacional. Já os analisamos no Ca-
pítulo 3 - Evolução da Economia Inremacional.
Existem também organismos de fomento regional, tais como a União Eu-
ropéia (Antigo Mercado Comum Europeu), Alalc/Aladí, Mercosul e Nafta.
Eles procuram desenvolver o comércio do bloco a que pertencem. Portanto,
não são internacionais, mas regionais. Por isso, iremos apreciá-Ias em capítu-
lo separado.

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