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Assistência Técnica para Ovinocultura

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Assistência Técnica para Ovinocultura
Manejo Sanitário
No dia a dia da ovinocultura várias atividades são desenvolvidas em prol de se ter uma maior eficiência, competitividade e retorno rápido do capital investido; todo cuidado é pouco em se tratar da ovelha gestante, a gestação dura 150 a 155 dias; ou seja, 5 meses e não queremos perder esse produto até a desmama.
Segue abaixo um protocolo de atividade e manejo para minimizar essas perdas:
Um (1) mês antes do parto, a fêmea gestante deverá receber vermifugação e vacinação contra as clostridioses, as polivacinas são as mais indicadas; pois fecha 5 ou 6 doenças dentre elas o carbúnculo, a gangrena gasosa e principalmente a enterotoxemia ovina.
É aconselhável fazer na mesma hora o cascarreio e o desolhe:
O Cascarreio trata-se da limpeza e corte de lã, nas raças lanadas, ao redor do períneo, o que permite uma melhor higienização durante o parto, dificultando a instalação de miíases (bicheiras) neste local. A limpeza e corte de lã ao redor do úbere, permite fácil acesso do cordeiro às tetas.
O Desolhe é importantíssimo principalmente nas raças lanadas; trata-se do corte de lã ao redor dos olhos, sem esta prática a visão da ovelha fica prejudicada, não pasta adequadamente e não cria bem seus cordeiros.
As ovelhas prestes a parir devem ser colocadas em piquetes, chamados “Maternidade”; são pastos limpo, de fácil acesso e próximo a residência do tratador; esse pasto deve ter um bom “stand” forrageiro, com esse manejo também alivia a pressão de pastejo, que coincidirá com a época de inverno ou entressafra.
A ovelha que tiver dificuldade na hora do parto, o tratador encarregado deverá intervir rapidamente para auxiliar esse animal.
Após o nascimento do cordeiro deve-se proceder ao corte e a desinfecção do umbigo; o umbigo deverá ser cortado uns três cm da inserção do abdômen e desinfetado com tintura de iodo a 10%, uma vez ao dia, durante os três dias consecutivos.
Essa prática visa a redução de doenças e inflamações, tais como: onfaloflebite, diarréias, artrites e pneumonias; que é a principal porta de entrada de microorganismos patogênicos.
O cordeiro deve mamar o colostro, que é o primeiro leite secretado pela ovelha após o parto. É riquíssimo em imunoglobulinas, que são anticorpos de defesa do organismo, além de vitaminas e sais minerais; daí a importância de se vacinar e vermifugar as matrizes um mês antes da parição, para passar imunidade passiva aos animais recém-nascidos através do colostro.
Uma reserva de colostro é importante para o fornecimento aos animais, caso a ovelha possa morrer ou tenha dificuldade em amamentar, principalmente as de primeira cria. Quanto mais rápida a ingestão do colostro (6 primeiras horas) melhor, uma vez que, com o passar do tempo a animal perde a capacidade de absorver as imunoglobulinas.
Os cordeiros recém-nascidos são muito sensíveis ao frio e os carneiros e ovelhas são sensíveis ao calor; por isso, na propriedade deve haver abrigos que os protejam. Nos campos é interessante ter bosques, cuja sombra auxilia nas horas mais quentes do dia.
A construção de aprisco é importantíssima em grandes criações e principalmente no pantanal mato-grossense, que é uma área coberta com piso ripado, suspenso a um metro do solo; visa principalmente evitar as correntes frias nos recém-nascidos, evitando o contato com as fezes e protege o rebanho de predadores; pois geralmente esses apriscos são fechados com o rebanho as 17:00 hs e liberados as 05:00 hs da manhã seguinte. O sarrafo ripado deve ser removível, para a retirada do esterco que se acumula embaixo.
O aparo dos cascos deve ser realizado duas vezes ao ano, ou quando for necessário, utilizando canivete, faca, torquês ou tesouras próprias. Deve-se evitar bebedouros que transbordam água para o solo, formando possas d’água; o ovino possui o casco muito sensível à umidade e encharcamento do solo, evitando com isso, a podridão dos cascos como é conhecido vulgarmente, em termos técnico é a pododermatite ou foot rot.
Os ovinos ingerem 3 a 4 litros de água no inverno e de 5 a 6 litros no verão.
Os animais doentes devem ser isolados e tratados, mantidos em piquete longe do rebanho sadio.
Animais comprados ou transferidos de outras propriedades devem ser vacinados, desvermifugados; e permanecem 30 (trinta) dias em piquete próprio, antes de ser incorporado ao rebanho; esta medida, chamada de quarentena, visa a não contaminação dos pastos e possíveis doenças que estes animais possam ter.
Este piquete também pode ser usado para o tratamento e isolamento dos animais doentes.
Por motivos higiênicos e estéticos amputa-se a cauda dos ovinos, chamada de descola ou derrabagem, o corte é feito utilizando uma chapa quente cortante, alicate (tipo torquês), ou alicate próprio, onde se coloca uma borrachinha a uma distância de dois dedos da inserção da cauda; essa prática é indicada em animais com cauda grande, que pode reter fezes, urina e secreções do parto.
Recomenda-se o corte da cauda do terceiro ao quinto dia de vida dos cordeiros.
A castração é indicada em cordeiros de 15 a 30 dias de idade, tem por finalidade facilitar o manejo dos machos destinados à engorda, uniformizar a carcaça e o sabor da carne produzida; embora os machos inteiros apresentam maior ganho de peso, eles se classificam em grau abaixo dos castrados, devido ao sabor mais suave destes.
Em abate precoce, recomenda-se não castrar, para aproveitar o hormônio natural “a testosterona”.
É importante a identificação dos cordeiros (numeração), ou seja, tatuar ou colocar brinco; para saber quem é a mãe e a data do nascimento, vermifugações, tratamento, etc; quanto mais apurado o controle zootécnico da propriedade, através da ficha individual ou ficha de controle, facilita o manejo, seleção e melhoramento genético.
O desmame é o processo no qual o produto deixa de ser lactente e passa a ingerir alimentos sólidos, em geral os cordeiros são desmamados entre 45 a 60 dias de vida; acima de dois meses torna-se antieconômico, devido ao aumento do Intervalo Entre Partos (I.E.P.); pode fazer o desmame precoce variando de 21 a 45 dias de idade.
A transformação da forragem em carne ou leite é mais econômica do que a transformação do leite que ele consome; portanto quanto mais cedo ele se torna um ruminante, melhor é.
Uma prática comum é o Creep-feeding, local reservado para a alimentação dos cordeiros, no qual as ovelhas não têm acesso; os cordeiros continuam em contato com suas mães, mas recebendo uma alimentação diferenciada, que visa principalmente o desenvolvimento do seu trato digestivo, desmamando mais cedo e fortes.
Outra medida eficiente no manejo sanitário é evitar a superlotação das pastagens, pois ocasiona o acamamento da forragem através do pisoteio, os animais ficam estressados e facilita enormemente a transmissão de doenças e parasitoses; além de favorecer para a degradação das pastagens, que no primeiro momento diminui o “stand” forrageiro, ou seja, o pasto fica rapado, sem poder de rebrota e conseqüentemente perdendo o vigor forrageiro.
O pastejo rotacionado é uma prática muito útil, pois resulta na baixa significativa do número de larvas infectantes e na inativação de parte dos ovos, em função da exposição à radiação ultravioleta e da dessecação decorrente da associação: insolação (temperaturas elevadas), baixa umidade relativa do ar e quebra do ciclo biológico do parasito; dada pelo período de repouso das pastagens.
Essa prática aliada a bons níveis de nutrientes do solo e pH corrigido, auxilia muito no controle da verminose.
No geral o rebanho é dividido pelas seguintes categorias:
Pasto para as fêmeas gestantes;
Pasto para as recém-paridas;
Pasto para os borregos e borregas, (do desmame aos 7 a 8 meses).
Pasto para os reprodutores;
Pasto para os capões e ovelhas solteiras;
Pasto para as ovelhas de 1ª cria;
Pasto para os carneiros jovens, antes da Estação de Monta.
Terminologia empregada na ovinocultura( Cordeiro: do nascimento até desmama, de ambos os sexos, 15 a 25 Kg/P.V.
( Borrego (a): da desmama até 15 meses de idade, 30 a 45 Kg/ P.V.
( Ovelha: fêmea adulta com mais de 15 meses; P.V. acima de 35 Kg.
( Carneiro: macho adulto, não castrado, com idade superior a dois anos.
( Capão: macho castrado.
( Rufião: macho ou fêmea utilizada para detectar o cio.
A tosquia ocorre uma vez ao ano, em geral no final do ano (nov. e dez.); as tosquiadoras elétricas são mais rápidas e a qualidade do velo é melhor quando retirada. A tosquia deve ser realizada em galpão próprio, com piso de madeira ou concreto. Todo o rebanho deve ser tosquiado ao mesmo tempo, para uniformizar a produção lanífera.
Vermifugação: As ovelhas em lactação e os cordeiros desmamados são considerados as categorias mais suscetíveis à verminose, que deverão ter atenção especial. Em geral, as ovelhas são vermifugadas um (1) mês antes da parição e também vacinadas contra as clostridioses; os cordeiros são desmamados ao redor de 45 a 60 dias, e também receberá a primeira vacina com um mês de idade e após 21 dias, para garantir a imunidade vacinal e serão desverminados; seguindo as dosificações estratégicas, no qual a EMBRAPA centro de pesquisa agropecuária, indica os melhores meses para se fazer a vermifugação, que são os meses da época seca ou do inverno; na região centro-oeste os meses: maio, julho e setembro; ou também em dezembro para diminuir a incidência nas pastagens, ou a cada dois meses.
As ovelhas de cria deverão receber uma dosificação de anti-helmíntico, no pré-acasalamento (antes da estação de monta), no pré-parto (30 dias antes da parição) e no desmame.
A categoria que mais sente os efeitos das parasitoses são os cordeiros desmamados até a puberdade, em torno de 7 a 8 meses de idade; essa categoria deverá receber pelo menos 3 (três) desvermifugações neste período, sem esquecer o controle mensal, de todo o rebanho, do OPG (Ovos Por Grama), que é o exame parasitológico de fezes, para saber o grau de infestação parasitária nesse animal, em geral coleta-se 10% de cada categoria animal, fazendo uma amostragem.
Os objetivos para a realização desse exame visam praticamente três fatores:
(	Determinar a carga parasitária no animal (Exame quantitativo);
(	Verificar e eficácia do produto usado como anti-helmíntico; realizado uma semana após a aplicação.
Identificar os parasitos que estão no rebanho.(Exame qualitativo).
Esse monitoramento deve ser realizado mensalmente, coletando as fezes diretamente do aparelho digestivo (o ânus do animal); com saco plástico revestindo uma luva, fechando o saco e identificando o nº do animal, lote, piquete, categoria pertencente, data da última vermifugação e produto utilizado e data da coleta para o EPP (Exame Parasitológico de Fezes).
Esse exame deve ser realizado o mais rápido possível ou no prazo de 24 hs; o acondicionamento do material em caixa de isopor, com gelo (refrigerada), separado com jornal para evitar contaminação. Lacra-se o isopor com fita adesiva e identificar o proprietário, fazenda, endereço e telefone para contato.
A vermifugação é recomendada quando o OPG apresentar acima de 500 ovos/grama de fezes.
As dosificações táticas são indicadas quando há mudanças climáticas, altos índices pluviométricos, entrada de animais na propriedade, transferência de pastos; ou seja, foge o esquema das dosificações estratégicas, que são vermifugações previamente planejadas, considerando o ciclo biológico do parasito e a época de ano.
Toda atenção deve ser dada para a utilização do anti-helmíntico, procurando sempre verificar o nível de resistência aos vermífugos; reduzir o uso de anti-helmínticos de largo espectro; não fazer subdosagens, ou seja, seguir as recomendações do fabricante do produto; promover o rodízio do princípio ativo, e não do produto e adotar o sistema de produção de rotação de pastagem.
Até agora estávamos falando do controle das endoparasitoses, que são parasitas que atuam dentro do organismo do animal.
As ectoparasitoses também afligem o animal e o rebanho; dentre elas são:
As miíases (bicheiras), as sarnas, os bernes, as moscas, as dermatites, os piolhos, os carrapatos.
Nos estados do sul do Brasil as propriedades rurais constroem uma banheira, para o tratamento da sarna ovina (sarna psoróptica); esse tipo de tratamento tem melhor efeito quando realizado após a tosquia e repetir o tratamento após 14 dias, para quebrar o ciclo do parasito. Esse controle descrito acima, os banhos de imersão, também serve para o combate de outros ácaros, principalmente os piolhos do gênero Damalinia sp e os Linognathus sp.
Para o controle das moscas (dípteros) e carrapatos, recomenda-se o tratamento no começo das águas, a partir de setembro ou outubro; três vezes com intervalo de 21 dias. Reduz a incidência da mosca de estábulo; a bicheira (Cochliomyia hominivorax); a oestrose ovina “Bicho da Cabeça”; a mosca do chifre e os carrapatos.
 Em todas as criações para se ter um rebanho saudável e com bons índices de produtividade, o “Status” imunológico, deve ser mantido através de um planejado programa de Vacinação.
Algumas vacinas comumente utilizadas são:
- Vacinação contra a Febre Aftosa: Deve ser seguido o calendário elaborado pela Defesa Sanitária de cada estado; no Mato Grosso do Sul, em novembro vacina-se de mamando a caducando; ou seja, todo o rebanho.
Na ovinocultura a vacina deve ser aplicada a cada 6 meses, a partir do quarto mês de vida do animal.
- Vacinação contra as Clostridioses: As ovelhas são vacinadas 30 dias antes do parto e as crias com um mês de idade, revacinando após 21 dias.
- Outras vacinas, tais como, Raiva, Leptospirose, Tétano, Ectima Contagioso, Carbúnculo e outras; conforme orientação veterinária ou em locais onde ocorra a doença.
Manejo Reprodutivo
Qualquer criação doméstica que visa lucro e rentabilidade, a reprodução representa uma fase que requer grande atenção, pois a partir dela o rebanho cresce em quantidade e qualidade; aliada a uma boa escrituração zootécnica, o controle do rebanho permite identificar individualmente os animais mais produtivos e exercer pressão de seleção, favorecendo o melhoramento genético.
Esta fase requer um cuidado especial, pois vai desde a escolha dos animais para reprodução até a gestação; muitos fatores estão inter-relacionados e para obter uma ótima eficiência reprodutiva do rebanho, alguns passos devem ser seguidos:
Escolha do Reprodutor: É parte fundamental na criação, embora represente 2 a 3% do rebanho, sua transmitância genética é de 96 a 98%; por isso tal importância na escolha do reprodutor.
Ao adquirir um animal observe primeiramente seu aprumo que deve estar em conformidade zootécnica com a espécie; ou seja, evite animais com os jarretes tortos, tanto para dentro como para fora; os pés também. A cabeça do macho deve ser bem angulada, forte e máscula, o gradil torácico amplo (sentido dorso-ventralmente), examina-se os dentes, estes não deve ter má conformação, falhas ou desgastados.
Apalpe o escroto, certifique-se que os testículos são simétricos, firmes e presentes na bolsa escrotal; o reprodutor deve ser isento de alterações penianas ou prepuciais além de apresentar boa libido.
Na compra de um reprodutor exigir espermiograma completo que deve estar dentro dos padrões da normalidade; o exame andrológico também é realizado antes dos animais entrarem em estação de monta; recomenda-se, nos carneiros de raças lanadas, a tosquia antes das coberturas e pastos com sombra para prevenir ou corrigir a esterilidade de verão.
Escolha da Matriz: A ovelha deve ter o úbere bem inserido, com um par de tetos sadios, ou seja, sem mastites clínicas ou subclínicas, vulgarmente chamados de tetos empedrados; além de apresentar boa habilidade materna (produzir leite e cuidar do cordeiro), ter gestação e partos normais, boas características raciais e aspecto feminino; deve-se usar matrizes com peso médio entre 60 a 65 Kg de PV, de 12 a 18 meses.Descarte: Dentro do manejo reprodutivo o descarte é de vital importância; essa prática visa à retirada do rebanho dos animais improdutivos de todas as categorias; o refugo, além de reduzir a pressão de pastejo para os animais produtivos; o porcentual anual de descarte varia de 15 a 20%.
Puberdade e Ciclo Estral: A puberdade é a fase em que os testículos começam a produzir espermatozóides e os ovários iniciam a liberação dos óvulos.
A puberdade nas fêmeas se manifesta quando ela atinge mais ou menos seis a sete meses de idade, o que é muito cedo para a sua primeira cobertura; por esse motivo recomenda-se esperar o animal completar 1 ano de idade ou apresentar 60 a 70% do seu peso vivo adulto.
Os ovinos são animais poliéstricos estacionais, apresentando cio (a cada 16 a 17 dias) em uma determinada época do ano (final de verão para outono – sendo assim, considerado um animal de dia curto).
A duração normal da gestação é em torno de 150 dias, ou seja, 5 (cinco) meses.
O diagnóstico de gestação visa um controle eficiente da criação, além de redução dos custos; pois o produtor irá suplementar somente as que estiverem prenhes e descartar as vazias.
A palpação retoabdominal é precisa após 65 dias de gestação, porém tem sido associada às lesões da parede retal e peritonite. O uso de dispositivos externos como o ultra-som (Doppler), apresenta resultados precisos; tornou-se popular devido à rapidez e segurança, é indicado a partir de 80 dias de gestação, considera-se prenhes positiva quando o sinal perdurar por mais de 3 segundos; mas não detecta gestação gemelar.
A porcentagem de gestação gemelar é em torno de 23%, ou índice de fertilidade em monta natural é de 85%.
Considera-se aceitável uma Taxa de Mortalidade de neonatos entre 7-8%.
O Ciclo estral didaticamente é dividido em quatro fases, mas para o produtor o mais importante é a fase do estro (cio), que tem duração média de 35 horas, ocorrendo a ovulação (liberação do óvulo) no 1/3 (terço) final do cio, ou seja, 11 horas antes do fim do cio até sete horas após o fim do cio.
A Taxa de Ovulação tem estreita relação com a condição corporal das fêmeas à puberdade e é uma característica de baixa herdabilidade.
Somente no estro ou cio deverão ser realizadas as coberturas e inseminações. Os sinais de cio são: a fêmea abana a cauda, presença de muco vaginal, vulva inchada; de coloração rósea à avermelhada, ficam inquietos, berram, sobem uma nas outras e aceitam a monta.
A Relação Macho-Fêmea dependerá do sistema de produção adotado, a monta a campo 1-25; a monta controlada 1-35; com a utilização da inseminação artificial (IA), o aproveitamento dos machos pode ser muito maior, podendo em uma única ejaculação ter a produção de 10 a 40 doses de sêmen; a um custo em torno de um real (R$1,00) a dose inseminada.
Normalmente a hora de cobertura, está relacionada com o horário de identificação do cio; se o cio for identificado pela manhã, a cobertura ou IA, deve ser realizada durante à tarde do mesmo dia; se o cio for identificado na parte da tarde, a cobertura ou IA, deve ser realizada na manhã seguinte; ou seja, 12 horas após a identificação do cio, realizando 2 a 3 inseminações dentro do mesmo ciclo estral.
Recomenda-se um Intervalo Entre Partos (IEP) com sete a oito meses de duração, ou seja, são obtidas 3 parições a cada 24 meses, o que representa 1,5 parições/ano.
Sincronização de cio: É recomendável um programa de sincronização de cio devido a estacionalidade reprodutiva dos ovinos; o objetivo é para que ocorra em época favorável e distribuída ao longo do ano. Alguns métodos:
Programa de Luz: A influência do fotoperíodo é marcante nas fêmeas, que iniciam seu ciclo reprodutivo em função da diminuição da intensidade de luz diária.
O tratamento consiste no fornecimento de luz artificial para completar um total de 16 a 18 horas diário, por um período de 60 dias; após esse período, retira-se a fonte de luz artificial e 30 a 60 dias as ovelhas entram em cio. Este sistema tem ótima aceitação devido ao baixo custo e alta eficiência.
Melatonina: Este hormônio apresenta relação direta com a percepção que o animal tem do fotoperíodo; tem sido utilizado em complemento ao programa de luz, sendo o hormônio fornecido por meio de injeções, alimentação ou implante.
Efeito macho: Esta prática é baseada na separação dos machos por um período de 60 dias (bem distantes das ovelhas) à posterior reintrodução. As fêmeas costumam desencadear sintomas de cio após 5 dias do contato com os machos.
Esponjas: Este método consiste na utilização de esponjas vaginais embebidas em hormônio. Aplica-se na esponja 1 ml (50mg) de Acetato de Medroxi-progesterona (Promone-E®), protegendo-a da luz solar e possíveis contaminações.
A esponja deve permanecer na vagina da ovelha por um período de 14 dias, ocasião que será retirada, aplicando-se na fêmea, via intramuscular (IM) 200 UI de Gonadotrofina Coriônica Eqüina (PMSG). O momento ideal para a inseminação artificial, ou monta, é entre 55 a 60 horas após a retirada da esponja e aplicação da injeção.
Manejo Alimentar
Os ovinos são pequenos ruminantes, apresentam o estômago dividido em quatro compartimentos, e por esse motivo, adquirem alta capacidade de aproveitamento de alimentos fibrosos como capins, leguminosas, fenos, palhas e outros resíduos agroindustriais.
Mesmo tanto o estômago poligástrico como nos bovinos, a uréia não tem o mesmo valor como suplemento nitrogenado, comparativamente aos bovinos; mas pode ser usado normalmente, desde que haja uma adaptação.
Os hábitos alimentares dos ovinos apresentam algumas características próprias, como os incisivos firmes, lábio superior dividido por septo central, com mobilidade independente, o que permite a apreensão dos alimentos e das forrageiras bem rente ao chão.
As exigências nutricionais (proteína, energia, vitaminas e minerais) dos ovinos variam de acordo com a raça, idade, categoria animal e o estado fisiológico em que o animal se encontra.
No período seco do ano quando ocorre a diminuição na disponibilidade de forragem nas pastagens, há a coincidência com o período de maior concentração de parições; os ovinos por ser animais de ciclo curto, ou seja, começam apresentar cio após o mês de março, um planejamento alimentar para a entressafra é importantíssimo.
Primeiro que a ovelha no terço final de gestação suas exigências nutricionais são altas e após o parto, ela entra em um quadro chamado de “Balanço Energético Negativo”, devido o próprio desgaste do parto, com perda de eletrólitos principalmente cálcio e fósforo, e posteriormente o fornecimento do colostro e lactação.
Por isso no período da estiagem é necessária à produção de alimentos na forma de: Ensilagens (milho, sorgo, capim ou cana de açúcar), fenação, capineiras (capim elefante, gen. Pannicum), banco de proteína (leucena, feijão guandu), pastagens consorciadas com leguminosas (Estilosantes, Tifton), vedação de pastagens, adubação estratégica no final das águas, suplementação alimentar, através de rações (concentrados), sal proteinado, etc.
O consumo diário médio de Matéria Seca (MS) de uma matriz é de 2,7% do Peso Vivo (PV), variando de 2,3% nos períodos pós-desmame e início de gestação, até 3,0% no final da gestação. Todavia para efeito de cálculo de Taxa de Lotação e considerando-se as perdas durante o pastejo (pisoteio e acamamento), deve-se utilizar o valor máximo (3% do PV).
É recomendado fazer uma suplementação alimentar nas fêmeas gestantes, o chamado de “flushing” alimentar reprodutivo, de 1 a 3 semanas antes da Estação de Monta ou Encarneiramento, ou até 45 dias antes, podendo ser fornecido durante a EM, principalmente para as ovelhas de 1ª cria e as que apresentam um escore corporal (EC) baixo. Esse manejo visa evitar cios irregulares e baixa taxa de concepção, aumentando o índice de partos duplos.
Em geral é fornecido de 0,300 a 0,500 Kg/an/dia de concentrado, com 14 a 16% de Proteína Bruta (PB).
A Estação de Monta ou Encarneiramentoem geral é de 45 a 60 dias, a partir de março.
Adotando-se o pastejo rotacionado o aproveitamento da pastagem torna-se uniforme; lembrado que raças produtoras de lã (Merino, Ideal, Corriedale, Rommey Mash Lincolin) deslocam-se a longas distâncias, já as raças produtoras de carne (Dorper, Hampshire Down, Texel, Ile de France, Sulffolk, Santa Inês e Poll Dorset), não possuem este hábito, sendo mais sedentárias; tal prática auxilia no controle e redução de larvas de helmintos nas pastagens.
Nas primeiras três semanas após o parto, as ovelhas devem ser alimentadas com volumosos de boa qualidade e com ração em torno de 400 a 500 gr/an/dia, com 16 a 20 % de PB; após 30 a 45 dias de amamentação deve-se diminuir gradativamente o concentrado, para facilitar a secagem do leite no momento da desmama e evitar a mastite.
Os cordeiros nas suas primeiras semanas de vida alimentam-se exclusivamente de leite e ao redor de início da terceira semana os animais começam a ingerir alimentos sólidos, no qual o sistema chamado Creep-feeding pode ser adotado, trata-se de uma ração própria dos cordeiros com 20 a 22% de PB a base de milho moído, far. de soja, far. de algodão, far. de trigo, leite em pó e outros; a partir dos 2 meses o nível protéico da ração cai para 18 a 20 % de PB; lembrando que a ingestão de volumoso através da pastagem é à vontade.
Em manejo intensivo são utilizadas forrageiras de elevada produtividade, como as do gênero Panicum (Aruana, Tanzânia, Mombaça, Vencedor), com Taxa de Lotação média de 25 a 35 ovelhas/ha/ano.
A produção média do Capim Aruana é de 20 ton. de Matéria Seca/ha/ano, adotando-se o manejo rotacionado com 3 a 7 dias de ocupação e 28 a 42 dias de descanço; conforme a época do ano acelera-se a passagem pelos piquetes ou retarda-se a usa permanência. O número de piquetes é achado pelo cálculo: Período de Descanço/Período de Ocupação + 1.
Períodos maiores que 7 dias de ocupação pode ocorrer à auto-infestação das larvas infectantes (L3), eclodidas naquele mesmo ciclo de pastejo; portanto quando as larvas tornarem significativas, os ovinos já terão mudado de piquete, cuja forragem estará bastante rebaixada, ficando as larvas sem hospedeiros e expostas às intempéries climáticas (radiação solar e ventos).
Têm propriedades que adotam o sistema intensivo, no qual as matrizes permanecem nas pastagens até o parto, quando são recolhidas às baias e mantidas confinadas até o desmame, com o período de 45 a 60 dias, sendo alimentadas com Capim Nascer cv Cameron e silagem (inverno). Nesse período recebem suplementação com concentrados (média de 0,5 a 1% do PV conforme o número de crias).
O confinamento de cordeiros visa a redução de mortalidade e aumento da produtividade, com diminuição significativa do OPG e maior peso ao abate, comparado os cordeiros criados a pasto.
Na região de Ponta Porã e no sul do estado de Mato Grosso do Sul (região de Guaíra), podem ser utilizadas gramíneas de inverno como: Aveia, Azevém e Trevo Branco.
Os carneiros fora de estação de monta o os borregos (as), uma forrageira de boa qualidade pode suprir suas exigências de mantença, ou seja, de manutenção.
Toda vez que for entram com dietas concentradas deve ser feita com muito cuidado, de preferência gradativamente para evitar a sobrecarga alimentar “Enterotoxemia”; notadamente os borregos em engorda são bastante suscetíveis a essa doença, nos carneiros reprodutores podem desenvolver a urolitíase obstrutiva (cálculos na uretra), caracteriza por dificuldade em urinar chegando até a obstrução total da uretra.
O Sal mineral deve ser fornecido à vontade no cocho o ano todo; no mercado existem produtos específicos para ovinos, no qual são balanceados em macro e microminerais, cobrindo todas as exigências nutricionais para a espécie.
Em geral o ovino adulto ingere cerca de 20 gr/diária e o cordeiro a metade.
O consumo de forrageiras supre as necessidades em vitaminas A e E, através do caroteno e dos tocoferóis.
A vitamina A é sintetizada pelo animal a partir do caroteno das plantas, sua deficiência causa: cegueira noturna, perda de apetite, aborto, natimorto, infecções respiratórias; mas é importantíssimo na síntese de hormônios adrenocorticais, o que inclui a gliconeogênese, evitando principalmente a Toxemia da prenhes. Fonte: Forragens verde e feno.
A vitamina D regula a assimilação do Ca e P, evitando o raquitismo. É sintetizada pela presença do sol.
A vitamina E tem como papel importante o seu caráter antioxidante e protege a membrana dos eritrócitos (células vermelhas), sua deficiência causa: disfunção testicular, infertidade nas fêmeas e mumificação fetal; sua presença na dieta evita a Doença do Músculo Branco (Distrofia Muscular), que acomete principalmente cordeiros; está presente na maioria das forragens.
A vitamina K é anti-hemorrágica, função: garantir a saúde dos vasos capilares. Os ruminantes a sintetizam no rúmen.
A vitamina do Complexo B – Também é sintetizada pelo rúmen do animal; estimula o apetite, protege contra distúrbios nervosos e gastrointestinais e é essencial para a reprodução e lactação.
A Relação Cálcio-Fósforo em geral é 2:1, mas os ovinos são capazes de tolerar larga proporção, desde que esta seja de cálcio, ao contrário poderá levar ao desenvolvimento de cálculo urinário ou osteodistrofia fibrosa.
Seguem-se abaixo índices zootécnicos que devem ser buscados:
	Parâmetros
	Índices
	Peso ao nascer
	3,5 a 4,0 Kg
	Peso vivo ao desmame
	15 a 17 Kg
	Idade ao desmame
	45 a 60 dias
	Ganho diário de peso vivo pré desmame
	0,240 a 0,280 Kg
	Ganho diário de peso vivo pós desmame
	0,200 a 0,240 Kg
	Peso vivo do cordeiro ao abate
	28 a 30 Kg
	Idade ao abate
	95 a 110 dias
	Rendimento de carcaça
	42 a 44%
	Lotação média de pastagens
	25 a 35 cab/ha/ano
	Fertilidade
	85 a 90%
	Número de ovelhas paridas
	26 cab/ha
	Intervalo médio Entre Partos (IEP)
	7,5 a 8 meses
	Número médio de parições/matriz/ano
	1,5
	Mortalidade até 120 dias de idade
	5%
	Período de gestação
	150 dias (5 meses)
	Período de duração do cio (estro)
	35 horas
	Relação Carneiro/Ovelha
	1:25 ou 1:35 (2 a 3%)
	Reposição de Matrizes
	20%
	Descarte de Matrizes
	15%
	Idade de Comercialização
	5 meses
	Descarte de Reprodutores
	96 meses (3,2 anos)
	Peso da borrega no início da reprodução
	42 Kg
	Peso da matriz adulta
	60 Kg
	Peso de venda do reprodutor
	110 Kg
	Ração de cordeiros (Creep-Feeding)
	180 g/cab/dia
	Dias em sistema Creep-Feeding
	50 dias
	Ração concentrada de borregos
	370 g/cab/dia
	Fornecimento de ração concentrada
	80 dias
	Concentrado pré e pós-parto (flushing)
	250 g/cab/dia
	Dias em sistema flushing
	80 dias
O presente trabalho foi realizado pelo Méd. Veterinário.
Dr. Murilo Silva de Oliveira, CRMV/MT: 2565.
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