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Aula Biossegurança

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BIOSSEGURANÇA: ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES
Profª Mestre Ana Carolina Rocha
O QUE É INFECÇÃO?
Infecção comunitária: é toda infecção constatada no ato da admissão, ou nas primeiras 48 horas de internação, desde de que não relacionada a internação anterior.
Ex: Pneumonia adquirida na comunidade (PAC)
Infecção hospitalar: É toda aquela que se contrai durante o período de permanência no hospital (após 48 horas da admissão) ou mesmo depois da alta, desde que relacionada com a internação ou com procedimentos hospitalares
Pneumonia nosocomial
Atualmente, o termo infecção hospitalar tem sido substituído por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS).
INFECÇÃO HOSPITALAR
As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentáriae aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 horas. 
Os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem.
Principais infecções hospitalares
1º Trato urinário
2º Trato respiratório 
3º Sítio cirúrgico 
4º Corrente sanguínea
Infecção urinária hospitalar
Infecção do trato urinário:
invasão microbiana em qualquer tecido do trato urinário, desde a uretra até o rim - sintomático ou assintomático
Causa mais comum de IH (40% do total das IH)
80% relacionadas a cateterização vesical
Tempo de hospitalização →1 a 4 dias adicionais
Mortalidade (10 – 30%)
Com 7 dias de CVD o risco é aumentado em 50%
Fatores de risco:
Sexo feminino (2x), SVD de tamanho inadequado, lesões traumáticas durante a passagem, tempo prolongado no uso do cateter, abertura do sistema. 
Agente etiológico: E. Coli
Pneumonia nosocomial
2º principal causa de Infecção Hospitalar (15%)
1º causa nas UTIs (25%)
Aumento no tempo de internação (7 – 20 dias)
Fator de risco: Ventilação mecânica 
Pacientes em VM tem 21x mais chances de desenvolver pneumonia. 
Agente etiológico:
P. aeruginosa (29%) S. aureus(21%) Acinetobacter(11%) Klebsiella(9%) 
Infecção de sítio cirúrgico
Infecção que ocorre na incisão cirúrgica ou em tecidos manipulados durante o procedimento cirúrgico, podendo ser diagnosticada até30 dias após realização do procedimento, ou, no caso de implante de próteses, até um ano. 
O risco de infecção varia com o tipo de procedimento realizado 
Tricotomia
2,5% com remoção dos pelos
0,9% sem remoção dos pelos
Tempo entre a tricotomia e o procedimento cirúrgico
3,1% →realizada imediatamente antes da cirurgia 
7,1% →realizada 24 hs antes 
20% →feita mais de 24 hs antes do ato operatório
INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUINEA
90% associado ao cateter venoso central
Tempo de hospitalização (14 dias)
Letalidade: 25 a 50%
Fatores de risco: idade, estado imunológico, manipulação do cateter. 
Agente etiológico (Staphylococcus coagulase negativo (SCN) 37%)
Diagnóstico: cultura de ponta de catéter
Como evitar as infecções?
Como profissional de saúde, você pode ajudar na luta contra as infecções aprendendo tudo que puder sobre infecção e aperfeiçoando suas práticas durante a assistência aos pacientes.
BIOSSEGURANÇA
Biossegurança é o conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados à manutenção da saúde do trabalhador, durante atividades de risco de aquisição de doenças profissionais.
Conjunto de ações voltadas para prevenção minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, ensino, produção e prestação de serviços, que possam comprometer a saúde do homem, do meio ambiente, ou a qualidade do trabalho. 
O que é Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH? 
Portaria 140, de 8 de abril de 1987 – Criada a Comissão Nacional de Infecção Hospitalar
A CCIH diz respeito a um grupo de profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designado para, juntamente com a Direção do Hospital, planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar – um conjunto de ações desenvolvidas com o objetivo de reduzir ao máximo possível a incidência das infecções hospitalares.
Quais os profissionais que participam de uma CCIH? 
Há exigência legal para manutenção de pelo menos um médico e um profissional enfermeiro na CCIH de cada hospital.
O que é necessário para ocorrer uma infecção?
Infecção= contaminação x virulência
resistência
Agente infectante
A ocorrência de uma infecção dependerá principalmente da relação de desequilíbrio entre três fatores, os quais incluem a condição clínica do paciente, a virulência e inoculo dos micro-organismos e fatores relacionados à hospitalização (procedimentos invasivos, condições do ambiente e atuação do profissional de saúde).
ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES
VOCÊ SABE QUAL É O OBJETIVO BÁSICO DE UM SISTEMA DE PRECAUÇÕES?
O objetivo básico de um sistema de precauções e isolamento é a prevenção da transmissão de microrganismos:
De um paciente para outro paciente;
De um paciente para um profissional da saúde;
De um paciente para o mesmo paciente.
Você sabia? os Profissionais da saúde têm um risco aumentado em cerca de 40% de ferimento relacionado ao trabalho que os outros profissionais?
Os profissionais da área da saúde (PAS) estão constantemente expostos a riscos biológicos, químicos e físicos.
TIPOS DE PRECAUÇÕES
Precauções padrão
Precauções por modo de transmissão (precauções específicas)
Precauções empíricas
PRECAUÇÕES PADRÃO
Devem ser aplicadas a todos os pacientes que recebem cuidados, independente do seu diagnóstico.
Antiga precauções universais
Meus 5 momentos de higienização das mãos
Higienização das mãos: antes e após contato com o paciente, após contato com sangue, outros líquidos orgânicos, e itens contaminados; após a retirada de luvas, entre um paciente e outro e no mesmo paciente, caso haja risco de contaminação cruzada entre diferentes sítios anatômicos.
Higiene das mãos
Em relação às causas de não aderência a higiene das mãos, os profissionais da área da saúde relatam:
Irritação e ressecamento da pele,
Falta de sabão e papel toalha;
Excesso de trabalho;
As necessidades do paciente, como prioridade;
Aidéiade que a higienização das mãos pode interferir na relação com paciente;
A falta de conhecimento quanto ao real valor desta ação;
Ausência de exemplos de colegas ou superiores e de informação científica de impacto definitivo;
A colocação inadequada de pia.
Quando feita corretamente, a lavagem de mãos exige aproximadamente de 30 a 60 segundos. No entanto, frequentemente o procedimento inteiro é completado em média em 8 segundos com remoção mínima de organismos adquiridos.
Utilização do álcool gel
Utilização de álcool gel
- Mãos não visivelmente sujas;
- Antes de entrar em contato com os pacientes;
- Após contato com pele íntegra dos pacientes;
- Após o contato com objetos inanimados próximos ao paciente.
Precauções padrão
Luvas: usar luvas limpas, quando houver possibilidade de contato com sangue, outros líquidos ou itens e superfícies contaminados; retirar as luvas após o uso e lavar as mãos obrigatoriamente.
Trocar as luvas entre um paciente e outro, e entre um procedimento e outro no mesmo paciente. 
Precauções padrão: luvas
Saber retirar a luva é tão importante quanto saber colocar
PRECAUÇÕES PADRÃO
Máscara e óculos de proteção: recomendados para proteção individual, durante procedimentos que envolvam riscos de respingos.
Usá-los para proteção de mucosas: olhos, nariz e boca
Avental: avental limpo para proteção individual sempre que houver risco de contaminação com sangue ou líquidos orgânicos. Quando houver sujidade visível, retirar o avental o mais rápido possível e lavar as mãos.
Precauções padrão
Cuidados com artigos e equipamentos de assistência ao paciente
realizar limpeza e desinfecção ou esterilização, de acordo com a classificação do artigo, após o uso e entre pacientes.
ARTIGOS
LIMPEZA/DESINFECÇÃO
Aparelhos de medir pressão
- Tecido:
enviar à lavanderia
- Restante: fricção com álcool a 70% por 30 segundos
Comadres, papagaios e medidores de urina.
- Limpeza mecânica com água e sabão seguido de desinfecção com álcool a 70%
Estetoscópio
- Fricção com álcool a 70% por 30 segundos
Mobiliário: cama, colchão, mesas, suporte de soro.
- Limpeza com água e sabão seguido de fricção com álcool a 70% por 30 segundos
Termômetros
-fricção com álcool a 70% por 30 segundos
Precauções padrão
Controle ambiental
seguir os procedimentos de rotina para adequada limpeza e descontaminação das superfícies ambientais.
Cuidados com as roupas
ensacar as roupas usadas e contaminadas com material biológico (sangue, líquidos orgânicos e excreções), de forma a prevenir exposição.
Utilizar sacos impermeáveis para evitar extravasamento e contaminação de superfícies ambientais
Material pérfuro-cortante:
 Manusear com cuidado os materiais pérfuro-cortantes, proceder o descarte adequado em recipientes rígidos e resistentes à perfuração. Seguir adequadamente as orientações para montagem e preenchimento destes recipientes, não ultrapassando o limite indicado.
NÃO RETIRAR AGULHAS USADAS DAS SERINGAS, NÃO DOBRÁ-LAS E NUNCA REENCAPÁ-LAS
Quarto privativo: 
Usar quarto privativo quando o paciente não for capaz de manter sua higiene pessoal e do ambiente.
Nas situações em que não for possível o quarto privativo a CCIH deve ser consultada para avaliação dos riscos e definir alternativas.
PRECAUÇÕES específicas
PRECAUÇÕES POR CONTATO
São destinadas a reduzir o risco de transmissão de patógenos que se transmitem por contato direto e indireto
Para patógenos multirresistentes devem ser instituídas as chamadas precauções de contato.
Precauções por contato
Colocar o paciente em quarto privativo. Se não for possível, colocar um paciente com o mesmo microorganismo. em um mesmo quarto 
Usar avental toda vez que for exercer atividades com possibilidade de contato. Retirar o avental antes de sair do quarto. 
Se for necessário transportar o paciente, verifique se as medidas de precaução estão mantidas, para minimizar o risco de infecção. 
Preferencialmente, os equipamentos devem ser de uso individual. 
Ex: escabiose, pediculose, varicela, herpes zoster.
Precauções por gotículas
Reduzir o risco de transmissão de agentes infecciosos através de gotículas de secreção respiratória. Envolve contato com conjuntiva, mucosa oral ou nasal de pessoas suscetíveis com gotículas grandes, maior que 5mc.
Colocar o paciente em quarto privativo. Se não for possível, colocar pacientes com o mesmo microorganismo em um mesmo quarto. Caso ainda não seja possível, manter um espaço mínimo de 1,0m entre o paciente infectado e o os outros pacientes. 
Não é necessário controle de pressão do ar. A porta pode permanecer aberta. 
Precauções por gotículas
Uso de máscaras simples: 
Quando a distancia do paciente for menor que 1,0m
Transporte:
Se houver necessidade, o paciente ao sair do quarto ou enfermaria deverá usar mascara cirúrgica, para evitar dispersão de gotículas
Ex: Meningite, Coqueluche,H1N1, Caxumba, Rubéola. 
Precauções por aerossóis
Indicação: Infecção respiratória suspeita ou confirmada por microorganismos transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho menor ou igual a 5 micra), que permanecem suspensas no ar e podem ser dispersadas a longas distâncias - como varicela, sarampo e tuberculose. 
Local de internação: quarto privativo com pressão negativa; filtragem do ar com filtros de alta eficiência (caso seja reabsorvido para o ambiente); seis a 12 trocas de ar por hora, manter as portas do quarto sempre fechadas. Caso a instituição não tenha quartos com estas características, manter o paciente em quarto privativo, com as portas bem fechadas e boa ventilação. 
PRECAUÇÕES PARA AEROSSOIS
Proteção respiratória: usar máscaras com capacidade de filtragem e vedação lateral adequada (PFF2 ou N95)
Transporte de paciente: caso necessário utilizar máscara tipo cirúrgica para o paciente.
PRECAUÇÕES EMPÍRICAS
São indicadas em síndromes clínicas de importância epidemiológica sem a confirmação da etiologia.
Atenção: pacientes transferidos de outros hospitais devem ser mantidos em precauções empíricas.
Isolamento reverso
Isolamento reverso ou protetor: destina-se a pacientes com deficiência imunológica
Ex: leucemia, queimados, pós-cirurgia, transplantados, AIDS.
SEQUENCIA DE USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
PARAMENTAÇÃO
1º Avental
2º Mascara
3º óculos de proteção
4º Luvas
DESPARAMENTAÇÃO
1º LUVAS
2º óculos de proteção
3º Avental 
4º Máscara
Você sabe qual é a ordem correta de colocação dos EPIs?
resíduos dos serviços de saúde (RSS)
Os RSS são classificados em função de suas características e conseqüentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à saúde. De acordo com a Anvisa, os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.
Grupo A:
 engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras. 
resíduos dos serviços de saúde (RSS)
Grupo B:
contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros.
resíduos dos serviços de saúde (RSS)
Grupo C:
quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham material radioativo, como, por exemplo, serviços de medicina nuclear e radioterapia etc. 
resíduos dos serviços de saúde (RSS)
Grupo D 
Não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Ex: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas etc.
resíduos dos serviços de saúde (RSS)
Grupo E 
Materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares. 
Resíduos hospitalar

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