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Universidade Federal do Tocantins Campus de Araguaína Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia Zootecnia – Ranicultura Prof.: Eduardo Beerli Reprodução da Rã-touro (Rana catesbeiana) Acadêmicos: Giulliane Marques Jackeline Mota Joadison Sousa Marcelo Carneiro Marcelo Gomes Ranniere Parente Araguaína – TO 2013 INTRODUÇÃO • Histórico • Cuba, 1917 – criação extensiva • Japão, 1928 – governo distribui casais para rizicultores • Brasil, 1935 – criação em cativeiro (Ranário Aurora - RJ) • Déc. 70 – Ranário tipo “Tanque-ilha” • Déc. 80 – confinamento → “Ranabox” → “Sistema Anfigranja” INTRODUÇÃO • Evolução da Ranicultura no Brasil • Inicialmente baixa produção para abate e exportação inexistente • Falta de conhecimentos técnicos • ENAR (1978) • ABCR • ANRR – RS, SC, GO, MG, RJ e BA • 600 ranários implantados – previsão para mais de 2 mil • 15 indústrias de abate e processamento (7 com SIF e SIE e 8 com processos em andamento) • 6 associações estaduais de ranicultores • 4 cooperativas. INTRODUÇÃO • Maiores importadores EUA, França, Suíça e Alemanha • Louisiana-US – 2º maior consumidor • Mercado Brasileiro • Até 1999 - Praticamente toda a produção brasileira (cerca de 400 ton./ano) era absorvida pelo mercado interno • Atualmente 2º exportador (mais de 13.000 ton), Taiwan é o 1º • Aumento do consumo interno SETOR DE REPRODUÇÃO SETOR DE REPRODUÇÃO • BAIAS DE MANTENÇA – as rãs reprodutoras são mantidas confortavelmente durante todo o ano, sendo transferidas para as baias de acasalamento quando o ranicultor necessita de desovas. • BAIAS DE ACASALAMENTO – podem ser individualizadas ou coletivas • Após a reprodução, a desova é transferida para o setor de girinos, e o casal retorna para a baia de mantença • Apesar dessa baia ser semelhante às do setor de recria, seus elementos básicos estão em número e dimensões proporcionais ao porte dos reprodutores, que são alojados em uma densidade bem inferior (Lima & Agostinho, 1992). APARELHO REPRODUTOR (MACHO E FÊMEA) Características Anatômicas • * Possuem dois ovários; * Corpos adiposos; * oviduto ; * Ovissaco; * Cloaca. FÊMEA Características anatômicas MACHO * Possuem dois testículos; * canais excretores; * Os espermatozóides ficam armazenada no ureter; * OBS: as rãs não possuem órgão copulador. Dimorfismo Sexual É feito por características: • PRIMÁRIAS • O tipo de gônada presente no animal(testículos ou ovário) • SECUNDÁRIAS • É aquela que indica, externamente, qual é o seu sexo. O ouvido do macho é maior ; O braço do macho é forte e volumoso; O polegar do macho fica dilatado O papo do macho é mais amarelado na época do acasalamento ; Os machos são menores que as fêmeas O macho coaxa forte no período reprodutivo; As fêmeas emitem sons quase imperceptíveis. Dimorfismo Sexual 1 2 4 3 FÊMEA MACHO Mecanismos neuroendócrinos da reprodução de anuros Cei (1949) comprovou que a atividade gametogênica é controlada pela secreção gonadotrófica do lóbulo anterior da hipófise . O sistema nervoso e o sistema endócrino atuam na coordenação da reprodução por meio de diferentes grupos de hormônios, produzidos por órgãos localizados ao longo do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal (Hafez, 2004); Os hormônios esteroides e os adeno-hipofisários determinam o desenvolvimento das gônadas; (Browne e Zippel, 2007); O hipotálamo o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH); Alterações ambientais são detectadas por receptores e estes as transmitem para o hipotálamo; Espermatogênese de anuros • Quanto ao ciclo espermatogênico, foram definidos três períodos distintos para anfíbios anuros na região subtropical: 1. dezembro a março, quando há repouso total da atividade gametogênica; 2. abril a setembro, atividade degenerativa; 3. outubro a dezembro, espermatogênese. Ocorre a expulsão de espermatozoides e o maior desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários (Cei, 1949). * Estudos revelam que ao longo do seu desenvolvimento, o testículo passa por diferentes fases morfológicas não visíveis macroscopicamente (Costa et al., 1998). A espermatogênese de anfíbios anuros é dividida em três fases: espermatogônia, meiótica e espermiogênese (Segatelli et al., 2009). Manejo dos Reprodutores • Escolha • Identificação • Acasalamento Pesquisas sobre indução da reprodução • Até a década de 80 Escassez de estudos • Desovas aleatórias (no período reprodutivo) • Ranicultores não interferiam na reprodução • Flutuações na produção • Dificuldade de fazer planejamento zootécnico • Havia a necessidade de domínio do processo • Estabelecimento de parâmetros e técnicas Pesquisas sobre indução da reprodução • Determinação da maturidade sexual • Determinação dos fatores climáticos • Estudo da indução Determinação da maturidade sexual Lima et al. (1998) Determinação da maturidade sexual Lima et al. (1998) Resultados do Estudo • O tamanho à primeira maturação para fêmeas foi de 10,33 cm e 109,78 g e, para machos, em torno de 8,09cm; • Todos os machos com peso acima de 45 g já se encontravam em processo de maturação. • A relação entre o diâmetro do tímpano e o comprimento (RTC) foi considerado bom indicativo da maturação em machos. Lima et al. (1998) Determinação dos fatores climáticos • Em condições de laboratório • CULLEY JR. (1973) • Em ambiente natural • RYAN (1980) e WOLLBRIGHT (1983) • Em ranários comerciais (≈20°C) • FONTANELLO et al.(1984) Estudo da indução • 60 casais, na fase de primeira maturação gonadal • Baias-teste, com 1,54 m2 de área, sob temperatura de 25 ± 2°C e fotoperíodo LD 12:12. • Quatro dosagens hormonais (1, 3, 5 e 7 mg/kg) • Três intervalos de aplicação (6, 12 e 18 horas) Ribeiro Filho et al. (1998) Estudo da indução Ribeiro Filho et al. (1998) Estudo da indução Ribeiro Filho et al. (1998) Resultados do Estudo Ribeiro Filho et al. (1998) Resultados do Estudo Ribeiro Filho et al. (1998) Resultados do Estudo • Todas as dosagens provocaram desovas em maior ou menor intensidade. • A menor dosagem que refletiu o maior índice de sucesso foi de 5 mg/kg. • As dosagens mostraram-se independentes de intervalo de tempo de aplicação • Pode ser utilizado o intervalo de seis horas, pela facilidade no manejo. Ribeiro Filho et al. (1998) Indução Artificial na Reprodução de Rã-touro • Escolha do hormônio • Gonadotropina – hipofisação • Macerar e injetar a pituitária de uma fêmea sexualmente madura em outra fêmea apta a reprodução • Extratos brutos hipofisários são impuros e contêm hormônios acessórios e outros componentes • Variação da quantidade de gonadotropina em uma dada pituitária • Hormônios liberadores de gonadotropina - LHRH • atuam no início da cadeia hormonal, proporcionando condições para que a rã produza sua própria gonadotropina; • o LHRH não é altamente espécie-específico como as gonadotropinas; • os hormônios liberadores de gonadotropinas são simples, facilmente fabricados, estáveis, e sua atividade biológica não varia de lote para lote.• Produz e Secreta hormônios liberadores de gonadotrofina, LHRH, GRH, hCG Hipotálamo • Produz e armazena e libera Gonadotrofina Hipófise • Óvulos • Espermatozóides Gônadas Indução Artificial da Desova • Fundamentos da Técnica Indução Artificial da Desova • Obtenção e preservação de hipófises: • Localização • Extração • Conservação – acetona • Armazenamento • Separação • Identificação Indução Artificial na Reprodução de Rã-touro • Influência de fatores abióticos • Temperatura: 26 – 29°C, desenvolvimento gonadal • > 35°C – regressão do ovário • Fotoperíodo: 12 -16 h de fotoperíodo Indução Artificial na Reprodução de Rã-touro • Indução e acasalamento • Seleção das fêmeas para hipofisação – abdômen volumoso • Aplicação na fêmea • 2 hipófises/fêmea • Macerar e dissolver em solução de Ringer • Aplicar via IM ou na cavidade peritoneal • 1ª dose com 10% do total • Intervalos de 6, 12 ou 18 horas • Aplicação no macho • No momento da 2ª aplicação da fêmea • Colocá-los na baia de acasalamento – preferência ao fim da tarde • Recolher a desova na manhã seguinte • Ausência de desova após 48h – aplicar outra dose na fêmea e substituir o macho PRODUÇÃO DOS OVOS FERTILIZADOS Acasalamento induzido Fertilização artificial Extração de óvulos e espermatozóides Aplicação do hormônio CONSIDERAÇÕES FINAIS • Vasto campo para a ranicultura no Brasil • Espaço a ser explorado com a carne • Mercado interno • Mercado externo • Consolidação do mercados para demais subprodutos • O caminho seguido pelo Brasil é o mais viável • Produção não está baseada na caça • Tecnologia e pesquisa • Principais perspectivas • Desenvolvimento de novas técnicas • Difusão no mercado interno • Abertura de mercado para subprodutos (pele, vísceras, etc) • Tendência de queda na oferta mundial pela caça predatória • A importância do manejo reprodutivo nesse contexto OBRIGADO! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • FERREIRA, C. M. Ranicultura. Disponível em: <http://www.aquicultura.br/informacoes_tecnicas.htm>. Acesso em: 05 de dezembro 2013. • LIMA, S. L; AGOSTINHO, C. A. A Criação de Rãs. 3 ed. São Paulo: Globo, 1995. • LIMA, S. L.; COSTA, C. L. S.; AGOSTINHO, C. A. et al. Estimativa do Tamanho da Primeira Maturação Sexual da Rã - Touro, Rana catesbeiana, no Sistema Anfigranja de Criação Intensiva. Revista Brasileira de Zootecnia, v.27, n.3, p.416-420, 1998. • MORAES, J. H. C. Ranários e Ranicultura. Rio de Janeiro: EMATER, 2003. • PEREIRA, M. M.; RIBEIRO FILHO, O.P.; NAVARRO, R.D. Importância da indução artificial na reprodução de rãs. Rev. Bras. Reprod. Anim. Belo Horizonte, v.36, n.2, p.100-104, 2012. • RIBEIRO FILHO, O.P.; ANDRADE, D. R.; LIMA, S. L. et al. Reprodução Induzida de Rã-Touro (Rana catesbeiana, Shaw, 1802) com Uso de Extrato Bruto Hipofisário. Revista Brasileira de Zootecnia, v.27, n.4, p.658-663, 1998. • RIBEIRO FILHO, O.P.; ANDRADE, D. R.; LIMA, S. L. et al. Estudo da Desova de Rã-Touro, Rana catesbeiana, Mediante Indução do Acasalamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.27, n.2, p.216-223, 1998.
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