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Direito No Alvo (DNA) - Princípios Direito Administrativo

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DNA - 2015 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Princípios do Dir. Administrativo 
 
João da Silva – CPF: 999.999.999-00 
 
 
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parcial, sob pena de responsabilidade civil e criminal, nos termos da Lei 9.610/98. 
 
 
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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
Esse assunto é essencial para qualquer concurso público que cobre essa disciplina. Portanto, muita atenção 
na interpretação dos princípios. Lembre-se de baixar também o material específico de questões sobre o 
tema. Não se esqueça de revisar. O material é feito de forma resumida exatamente para que você revisar ao 
máximo. Bons estudos. 
 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
É o conjunto harmônico de princípios e normas que guardam uma correlação lógica entre 
si e tem como base a SUPREMACIA do interesse público e a INDISPONIBILIDADE do interesse 
público, que formam um conjunto de prerrogativas e sujeições da Administração Pública. 
 SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
A Supremacia do interesse público está presente nos atos de império do poder público. 
Trata-se do chamado PODER EXTROVERSO, que é a prerrogativa que a Administração tem de 
impor os interesses públicos ainda que extrapole a esfera de vontade do particular. 
 Demonstra a verticalidade na relação entre a administração e o particular. 
 Gera presunção de que toda atuação do Estado busca o interesse público. 
 Para satisfazer o interesse público o Estado tem que atingir certos objetivos impostos pela 
Constituição e pela lei. 
 A supremacia do interesse público não tem caráter absoluto. Somente o interesse público 
primário (interesse da coletividade em si) tem supremacia sobre o interesse particular. 
Interesse público secundário (interesse econômico do próprio Estado) não tem supremacia 
sobre os particulares. 
 Exemplos de supremacia do interesse público: desapropriação, cláusulas exorbitantes nos 
contratos administrativos, presunção de legitimidade dos atos administrativos, 
autoexecutoriedade dos atos administrativos, etc. 
Como pode cair: 
(DNA) O princípio da supremacia do interesse público não tem caráter absoluto, pois nem sempre 
o interesse do Estado condiz com o interesse da coletividade. CERTO. 
 INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
Falar que o interesse púbico é indisponível significa dizer que a satisfação desse interesse 
deve ser sempre o objetivo da administração, tanto quando o Estado atua visando interesse 
público primário (interesse da coletividade) como quando visa o interesse público secundário 
(interesse do próprio Estado), ou quando atua sob regime jurídico de direito público ou privado 
(por exemplo, atuação do Estado como agente econômico). 
 A administração não pode dispor daquilo que não tem. O interesse público é do povo, 
titular do poder, e não da administração. 
 Só a lei pode dizer o que é de interesse público. 
 A atuação da administração deve ser controlada pelo povo (cidadania). 
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 Exemplos de indisponibilidade do interesse público: concurso público, licitações, motivação 
dos atos administrativos, restrições à alienação de bens públicos, etc. 
Tanto a supremacia quanto a indisponibilidade do interesse público são princípios IMPLÍCITOS. 
Além disso, os dois supraprincípios são princípios relativos, e não absolutos. Assim, não existe 
supremacia absoluta do interesse público sobre o privado, nem indisponibilidade absoluta dos 
interesses públicos. 
Os supraprincípios da supremacia e a indisponibilidade do interesse são chamados de pedras 
de toque do Direito Administrativo. Todos os demais princípios administrativos estão 
diretamente ligados a eles. 
 
Como pode cair: 
(Magistratura/PB – 2011 - CESPE) De acordo com precedente histórico do STF, é possível, sem 
ofensa ao princípio da indisponibilidade do interesse público, a União firmar compromisso 
arbitral, mesmo em situação excepcional, desde que relativamente a direitos patrimoniais do 
Estado. CERTO. 
(DNA) A indisponibilidade do interesse público está presente em todos os atos da administração 
pública. Já a supremacia do interesse público só se refere aos atos de império (poder extroverso). 
CERTO 
Teoria da convivência das liberdades públicas, também conhecida como teoria 
da relativização dos direitos (Ada Pellegrini Grinover) – o Estado pode, a qualquer tempo, 
empregar poder de polícia para CONDICIONAR ou até REDUZIR direitos individuais, ainda que 
constitucionais, desde que a finalidade seja garantir o interesse público. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
Art. 37, caput da CF/88: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – LIMPE. 
DICA: O rol de princípios constitucionais do Direito Administrativo não se resume ao art. 
37. Existem outros princípios espalhados no texto constitucional. 
 PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS 
 Princípio da legalidade – a administração só pode agir quando a lei determinar ou 
autorizar sua atuação. É o critério de subordinação à lei. O particular pode fazer o que a lei 
não proíbe, mas a administração pública só pode fazer o que lei manda ou autoriza. 
 Princípio da impessoalidade – a atuação da administração deve ter por finalidade a 
satisfação do interesse público, e não do interesse pessoal. 
O princípio da impessoalidade também está ligado à vedação de promoção pessoal do 
administrador. Assim, o agente público não pode dar publicidade a atos que configurem 
qualquer tipo de promoção pessoal. 
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Além disso, a contratação de uma empresa para prestação de serviços públicos sem 
realização de licitação, fora dos casos legais, também viola o princípio da impessoalidade. 
Nepostismo: O STF disse que o nepotismo ofende a 4 princípios constitucionais: 
impessoalidade, moralidade, eficiência e isonomia. A vedação ao nepotismo não decorre 
de lei, pois a contratação de parentes não é necessariamente ilegal, mas é imoral. A 
vedação ao nepotismo decorre diretamente dos princípios Constitucionais. 
Súmula vinculante de n.º 13 – A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha 
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou 
de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de 
função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
STF (Inf. 706) – O nepotismo é vedado em qualquer dos Poderes da República por força dos 
princípios constitucionais da impessoalidade, eficiência, igualdade e moralidade, 
independentemente de previsão expressa em diploma legislativo. A vedação ao nepotismo 
não exige a edição de uma lei formal proibindo asua prática, uma vez que tal vedação 
decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF/88 (STF. Rcl n. 
6.702/PR-MC-Ag). 
 Princípio da moralidade – a moralidade está ligada a ideia de probidade e boa fé. Um ato 
contrário à moral administrativa está sujeito um controle de legitimidade e não de 
discricionariedade. 
O ato administrativo imoral não deve ser revogado. Assim como no desvio de finalidade, o 
ato imoral deve ser considerado NULO. 
Como se trata de controle de legitimidade ou legalidade, a ofensa ao princípio da 
moralidade pode ser analisada tanto pela própria administração quanto pelo judiciário e 
um dos meios de controle judicial da moral administrativa é a ação popular. 
Como pode cair: 
(DNA) Um ato contrário à moral administrativa está sujeito a um juízo de oportunidade e 
conveniência, devendo ser revogado. ERRADO. Um ato contrário à moral administrativa deve ser 
considerado NULO, pois não deve ser objeto de conveniência e oportunidade, mas sim, objeto de 
controle de legitimidade. 
 Princípio da publicidade – como no princípio da impessoalidade, o princípio da 
publicidade também deve ser visto por dois enfoques: 
O ato administrativo só produz eficácia com sua publicação. O ato pode ser perfeito e 
válido, mas enquanto não for publicado não produz eficácia. O ato não publicado é um ato 
imperfeito. A validade não depende da publicidade. 
Como pode cair: 
(DNA) A publicidade dos atos administrativos está diretamente ligada à sua validade, pois o ato só 
será considerado válido após sua publicação. ERRADO. O ato pode ser considerado válido até 
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mesmo antes da publicação. A PUBLICAÇÃO serve para dar EFICÁCIA ao ato administrativo. O ato 
já é válido, mas enquanto não for publicado não produzirá efeitos. 
O outro enfoque do princípio da publicidade é a transparência da administração. A 
publicidade é fundamental para que os administrados possam realizar o controle dos atos 
da administração. 
No caso dos atos individuais, que são dirigidos a destinatário certo, ou mesmo para atos 
internos, a publicidade é garantida pela simples comunicação do interessado. Não precisa 
de publicação no Diário Oficial. Exemplo: autorização para o servidor sair mais cedo. 
Quanto aos atos gerais, isto é, dirigidos a destinatários indeterminados, a publicidade 
depende de publicação no Diário Oficial. Exemplo: edital convocatório para concurso 
público. 
Também exigem publicação no Diário Oficial os atos individuais de efeitos coletivos, que 
são aqueles do interesse imediato de um indivíduo, mas com repercussão para um grupo 
de pessoas. Exemplo: deferimento de férias de servidor (implica a redistribuição de tarefas 
dentro da repartição). 
Como pode cair: 
(Agente da ABIN – CESPE) Com base no princípio da publicidade, os atos internos da administração 
pública devem ser publicados no Diário Oficial. ERRADO. Só precisa de publicação no Diário 
Oficial quando o ato tiver repercussão no âmbito geral de pessoas e órgãos. 
 Princípio da eficiência – em síntese, significa ter o melhor desempenho, mas de forma 
racional e econômica possível. A ideia de eficiência está ligada diretamente à de 
economia. 
O princípio da eficiência não constava expressamente do texto original da CF, tendo sido 
inserido posteriormente, por meio de emenda constitucional. 
 PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 
 Princípio da FINALIDADE – O princípio da finalidade está implícito no princípio da 
impessoalidade. 
A finalidade da administração pública é satisfazer o interesse público. Se o ato 
administrativo favorecer algumas pessoas, ou seja, se não for impessoal, será NULO por 
desvio de finalidade (desvio de poder) = Tredestinação (destinação diversa). 
Tredestinação lícita – é aquela que ocorre quando a administração dá ao bem 
desapropriado um destino diverso do que planejara no início, mas age visando o interesse 
público. Há um desvio de finalidade, mas que é justificável. Ex: desapropriou pra construir 
uma escola, mas agora está precisando com urgência de um hospital. 
 Princípio da MOTIVAÇÃO - O princípio da motivação está implícito no princípio da 
publicidade (transparência). 
Quando a administração motiva seus atos, expondo por escrito os motivos que levaram à 
prática daquele ato, ela torna possível o controle da legitimidade do ato administrativo. Se 
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a motivação torna possível o controle da administração pelos administrados, então a 
motivação dos atos é uma manifestação da cidadania. 
Excepcionalmente, não exigem motivação: 
 Atos e decisões ad nutum – decisões ad nutum são aquelas em que a lei dispensa 
motivação (ex: exoneração do agente comissionado). 
Atenção: o ato ad nutum não precisa de motivação, mas se for espontaneamente 
motivado estará sujeito à teoria dos motivos determinantes. Essa teoria sustenta que 
quando a administração motiva o ato – mesmo quando a lei não exigir a motivação – a 
validade do ato dependerá da verdade dos motivos alegados. A validade do ato está 
vinculada aos motivos que levaram à sua expedição. 
 Atos de mero expediente (ex: superior manda subordinado arquivar um documento). 
 Atos de impossível motivação (ex: sinais de trânsito). 
Como pode cair: 
(DNA) O princípio da motivação dos atos administrativos decorre do princípio da finalidade, pois 
ao motivar um ato, o administrador deve demonstrar qual o fim desejado com a sua prática. 
ERRADO. A finalidade será sempre o interesse público, que tem a ver com a impessoalidade. A 
motivação está ligada ao princípio da publicidade, pois quando o ato é motivado os administrados 
podem exercer o controle da legitimidade do ato. 
 Princípio da RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE – É o juízo de adequação e 
valoração. Razoabilidade e proporcionalidade decorrem do devido processo legal, logo, 
integram a legalidade. Tratam de juízo de legalidade do ato administrativo, e não juízo de 
mérito administrativo. 
Assim, se o ato for desarrazoado ou desproporcional será anulado, e não revogado, pois 
revogação tem haver com mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade) e 
razoabilidade e proporcionalidade não tem nada haver com mérito administrativo. 
Analisar a razoabilidade de um ato é fazer uma análise entre adequação e necessidade, 
procurando verificar se existe compatibilidade (proporcionalidade) entre os meios 
empregados e os fins desejados com a prática do ato. 
A proporcionalidade é a proibição do excesso e decorre da própria razoabilidade. 
 Princípio da SEGURANÇA JURÍDICA – atos e decisões viciados que sejam relevantes 
para a segurança jurídica, devem ser CONVALIDADOS pela administração. Não se trata de 
juízo de conveniência e oportunidade, mas sim da aplicação da teoria do fato consumado. 
Em conformidade com o princípio da segurança jurídica não é possível retroagir na 
interpretação da lei nos casos já decididos com base em interpretação anterior, 
considerada válida diante das circunstâncias do momento em que foi adotada. 
TEORIA DO FATO CONSUMADO – Segundo essa teoria, as situações jurídicas consolidadas 
pelo decurso do tempo, amparadaspor decisão judicial, não devem ser desconstituídas, 
em razão do princípio da segurança jurídica e da estabilidade das relações sociais (REsp 
709.934/RJ). 
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Não se aplica a teoria do fato consumado a decisões proferidas em sede de liminar, de 
modo a não eternizar liminares indevidas e não gerar expectativas de definitividade em 
juízos proferidos em cognição sumária (STJ, AgRg no RMS 34.189/GO, Rel. Min. Castro 
Meira, Segunda Turma, julgado em 26/06/2012). 
 Princípio da CONFIANÇA – esse princípio visa evitar que o administrador público pratique 
comportamentos administrativos contraditórios que possam prejudicar particulares. Os 
cidadãos confiam que a administração pública tenha uma postura que preserve a paz social 
e a tranquilidade 1. 
Sobre o princípio da confiança incidem duas consequências: 
a) Limitar a liberdade estatal de alterar sua conduta ou modificar atos que produzam 
vantagens ao particular, mesmo quando ilegais; 
b) Atribuir repercussões patrimoniais a essas alterações. 
 Principio da AUTOTUTELA – a administração pode controlar seus próprios atos, tanto 
quanto ao mérito como quanto à legalidade. 
Quando faz o controle de legalidade a administração pode ANULAR o ato ilegal. Quando 
faz o controle de mérito a administração pode REVOGAR o ato legal que se tornou 
inconveniente ao interesse público. O Poder Judiciário não pode revogar um ato legal, 
pois não pode dizer o que é ou não conveniente à administração pública. Isso é mérito 
administrativo. 
STF, Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por 
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, 
em todos os casos, a apreciação judicial. 
Como pode cair: 
(DNA) Determinados servidores ingressaram na Administração Pública por meio de contratos 
temporários. Depois de algum tempo, foram enquadrados em cargos de provimento efetivo por 
intermédio de portarias. Descoberta a situação de ilegalidade, a Administração Pública, sem 
instaurar processo administrativo, desconstituiu os atos e demitiu os referidos servidores. Tal 
atitude foi correta, pois, pelo princípio da autotutela, a Administração pode anular seus próprios 
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos. 
ERRADO. A Administração poderia sim ter desconstituído as portarias de nomeação dando 
provimento efetivo aos temporários, mas primeiro deveria instaurar processo administrativo, pois 
se trata de um ato administrativo que repercute no campo de interesses individuais. 
Não se pode confundir autotutela com tutela administrativa. A tutela administrativa, 
também conhecida como controle finalístico ou supervisão ministerial, é o controle que a 
administração direta exerce sobre as entidades da administração indireta. 
 Principio da CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS – esse princípio não se aplica 
às atividades do Estado como agente econômico em sentido estrito (Estado-empresário), 
às políticas de governo, à atividade legislativa e judiciária. 
 
1 MAZZA, Alexandre Manual de direito administrativo / Alexandre Mazza. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
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A continuidade da prestação dos serviços públicos é imposta tanto para a administração 
direta quanto para os particulares que agem sob regime de delegação (concessionárias e 
permissionárias). 
O particular que presta serviços públicos não pode interromper sua prestação, mesmo que 
o poder concedente descumpra o contrato. Essa restrição é a chamada cláusula da 
“exceção do contrato não cumprido” (exceptio non adimpleti contracti). Nesse caso, o 
particular só poderá rescindir o contrato mediante sentença judicial definitiva (Lei 
8.987/95, art. 39, parágrafo único). Mas, o particular poderá SUSPENDER a execução do 
serviço se o inadimplemento da administração durar mais de 90 dias. 
 
 Outros princípios expressos na CF/88 
 Princípio da PARTICIPAÇÃO (art. 37, § 3º, da CF): a lei deverá estimular as formas de 
participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando 
especialmente: 
a) reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral; 
b) o acesso dos usuários a registros administrativos e informações sobre atos de 
governo; 
c) a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo do cargo, 
emprego ou função na administração pública. 
 Princípio da CELERIDADE PROCESSUAL (art. 5º, LXXVIII, da CF): assegura a todos, nos 
âmbitos judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que 
garantam celeridade na sua tramitação. 
Como pode cair: 
(DNA) A duração do processo judicial e administrativo que não se revelar razoável afronta o 
princípio constitucional da eficiência. CERTO. 
 Princípio da RESPONSABILIDADE (o art. 37, § 6º, da CF): As pessoas jurídicas de direito 
público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos 
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso 
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
No exercício da função administrativa, a atuação dos agentes públicos é imputada à pessoa 
jurídica estatal a que estão ligados, razão pela qual, em princípio, cabe ao Estado reparar os 
prejuízos decorrentes do comportamento de seus agentes. 
A responsabilidade do Estado por condutas comissivas é objetiva, não dependendo da 
comprovação de culpa ou dolo. Já nos danos por omissão, o dever de indenizar condiciona-
se à demonstração de culpa ou dolo, submetendo-se à teoria da responsabilidade 
subjetiva. 
Quanto à responsabilidade do agente público, por ser apurada somente na ação 
regressiva, dependerá da comprovação de culpa ou dolo (art. 37, § 6º, da CF), pelo que 
está sujeita à aplicação da teoria subjetiva. 
 
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Como pode cair: 
(DNA) A responsabilidade civil do servidor público é objetiva. ERRADO. A responsabilidade do 
servidor é subjetiva. A responsabilidade objetiva é do Estado. 
 Com isso finalizamos nosso material de princípios. Agora responda questões e revise 
bastante. Bons estudos! 
 
Fim 
 
Referências: 
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo: 
Método, 2014. 
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 22ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009. 
MARINELA. Fernanda. Direito Administrativo. 5 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011 
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. São Paulo, 2011. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1996.

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