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Tristeza Parasitária Bovina (TPB)

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Tristeza Parasitária Bovina (TPB)
- Complexo de duas enfermidades causadas por agentes diferentes, porém com sinais clínicos e epidemiologia semelhantes: babesiose e anaplasmose.
- Causada pelos protozoários Babesia bovis e Babesia bigemina e a anaplasmose pela rickéttsia Anaplasma marginale.
- São parasitas que vivem e se reproduzem dentro das células vermelhas do sangue (hemácias) e que destroem as mesmas a cada ciclo de multiplicação e, por isso, causam anemia intensa nos animais afetados.
- São transmitidos principalmente pelo carrapato do bovino (Ripicephalus microplus). O Anaplasma marginale pode, ainda, ser transmitido mecanicamente por insetos hematófagos, como mutucas, moscas e mosquitos, ou por instrumentos (faca, agulha) durante a castração ou vacinação.
- Bezerras têm imunidade colostral, ou seja, estão protegidos pelo leite de colostro da vaca, durante os primeiros meses de idade. Depois disso podem ficar doentes ao entrar em contato com os carrapatos. Porém animais mais jovens podem adoecer por falhas na colostragem ou devido a queda dos níveis sanguíneos de anticorpos provenientes do leite da mãe, devido a outros fatores.
Sinais Clínicos
Apatia;
Anorexia; 
Emagrecimento;
Pêlos arrepiados;
Taquicardia,;
Respiração acelerada (batedeira);
Ausência de ruminação;
Quebra de leite (se for vaca);
Anemia (mucosa branca do olho, da boca, da vulva, mais freqüente na babesiose), icterícia (amarelado, mais freqüente na anaplasmose). A temperatura é frequentemente maior que 41º C.
A infecção por Babesia bovis pode causar uma quadro conhecido como babesiose cerebral ou nervosa, devido ao entupimento dos capilares cerebrais.
Prevenção
- A quimioprofilaxia é a prática na qual se utiliza um medicamento habitualmente empregado para o tratamento, para se “prevenir” a doença com o objetivo específico de surgirem níveis elevados de parasitemia, mantendo o agente es estado sub-clínico.
- Há necessidades de exposição dos animais à doença durante o período profilático para que ocorra um contato natural com o agente e desenvolver imunidade.
- O período médio de incubação (tempo decorrido entre a exposição ao organismo patogênico e a manifestação dos primeiros sintomas da doença) da Babesia é em torno de 07 dias e do Anaplasma em torno de 28 dias. Esses dados são importantes no momento de se decidir pelas dosagens a serem utilizadas nos esquemas quimioprofiláticos. Se pensarmos em fazendas onde haja problema misto, ou seja, infecção por Babesia e Anaplasma, temos que recomendar duas doses de Diazen intervaladas de 25 dias, sendo que a primeira deve ser de 1ml/100Kg/SC (dose efetiva contra babesiose) e a segunda de 1ml/40Kg/SC (dose efetiva contra anaplasmose).
Tratamento
Diagnóstico precoce da doença – os animais devem ser avaliados constantemente e ao verificar um animal doente, os demais devem ser examinados de maneira mais criteriosa;
Instituir o tratamento o mais rápido possível e de forma correta – ter um protocolo adequado de tratamento e pessoal treinado para realizá-lo de forma correta;
- Atentar ao peso do animal – sempre que possível pese o animal antes de tratar para que se evite a subdosagem ou a superdosagem;
- Seguir as indicações de bula no que diz respeito à dosagem dos medicamentos e vias de aplicação;
- Instituir tratamento de suporte para recuperação mais rápida dos animais – hidratação oral, protetores hepáticos e complexos vitamínicos.
- O tratamento é feito com drogas de efeito babesicida (derivados de diamidina), anaplasmicida (tetraciclinas), ou de ação dupla (associação de diamidina com tetraciclina ou imidocarb).
- O Protocolo Vallée para tratamento do Complexo da Tristeza Parasitária Bovina requer a associação do Diminazine B12 com o Oxitrat LA Plus ou o tratamento com o Diazen. O Diminazine B12 (babesicida, derivado de diamidina) deve ser usado na dose de 1ml/10 kg de peso vivo, por via intramuscular. Geralmente uma dose é suficiente para o controle da infecção por Babesia bigemina, mas nos casos de infecção por Babesia bovis pode ser necessário 2 a 3 aplicações, com intervalo de 24 horas (FARIAS, 1995). – Hidratação;
- Já o Oxitrat LA Plus (tetraciclina de longa ação) deve ser aplicado por via intramuscular, sendo utilizado em dose única de 20mg/kg (1ml/10Kg de peso vivo), podendo ser reaplicado após 2 a 3 dias, em casos de recuperação mais lenta ou casos mais graves.
No caso do Diazen (imidocarb) a dose recomendada é de 1ml /40Kg de peso vivo por via subcutânea, em dose única.
- Como tratamento de suporte recomenda-se a aplicação do Hepatoxan, devido à sobrecarga hepática, causada pelo excesso de hemoglobina a ser metabolizada.
- Com a Vitamina B12 do Diminazine B12, responsáveis pela velocidade de formação das hemácias o que faz com que os animais se recuperem mais rápido do estado anêmico, e contém também a cafeína, que com sua atuação direta no SNC auxilia o animal a sair do estado apático em que o mesmo se encontra, levando a recuperação mais rápida . A dose utilizada varia segundo o porte do animal a ser tratado.
ANAPLASMOSE
Babesiose Canina/Felina
O carrapato do cão (Rhipicephalus sanguineus) transmite diversas doenças, como a Erliquiose e a Babesiose.
É causada pelo protozoário Babesia canis, que infecta e destrói os glóbulos vermelhos e a Erliquiose – bactéria que ataca os glóbulos brancos.
O carrapato do cão (Rhipicephalus sanguineus) é encontrado no meio ambiente muito facilmente, como canis, muros, telhados, batentes de portas, troncos e cascas de árvores, parte de baixo de folhas e plantas, residências etc. 
Esse parasita é muito sensível à claridade, por isso se “escondem” em ambientes com pouca luz.
Vale lembrar que o homem não pode ser hospedeiro dos carrapatos.
Isso porque dificilmente uma pessoa irá deixar que um carrapato fixe-se em sua pele sem retirá-lo. Além disso, para ser infectado pela doença (tanto a Babesiose quanto a Erliquiose), o carrapato precisa ficar preso à pele por no mínimo 4 horas, o que é muito difícil de ocorrer, já que assim que picados, nossa primeira reação é retirar o parasita do nosso corpo. Como os animais não tem essa capacidade, eles dependem de nós para verificar se há algum carrapato em seu corpo.
Importante lembrar que os carrapatos não vivem sem um hospedeiro, pois precisa de seu sangue para sobreviver, sugando-o até ficar saciado. Depois de se alimentar, eles se soltam do hospedeiro até precisar de sangue novamente e partir em busca de um outro animal cujo sangue irá servir de alimento.
O carrapato é infectado quando se alimenta do sangue de um cão com Babesiose. Uma vez ingeridas as babésias, elas se instalam e contaminam os ovos que serão postos pelo carrapato fêmea. Depois de já terem contaminado os ovos, as larvas e as ninfas, esses protozoários se fixam nas glândulas salivares do carrapato adulto e se multiplicam neste lugar. Quando este carrapato contaminado for sugar o sangue do próximo hospedeiro (cão), irá infectar este cão.
A doença é transmitida de um cão contaminado para um cão sadio através do carrapato. O principal vetor é o carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus).
Encontrou um carrapato no seu cachorro? Observe seu cão durante três ou quatro dias e repare se há:
– um enorme abatimento;
– apatia, tristeza, prostração;
– febre;
– grande cansaço;
– urina escura (“cor de café”);
– mucosas de cor amarelada antes de se tornarem “branco de porcelana “.
 
Nos exames de laboratório (sangue), os sintomas mais frequentes são: anemia, aumento dos níveis de bilirrubina no sangue, presença de bilirrubina e hemoglobina na urina e diminuição do número de plaquetas. É muito comum a presença de quadros de insuficiência renal aguda.
 
A babesiose é uma causa infecciosa de anemia hemolítica. O espectro da doença varia de uma anemia leve, clinicamente inaparente, a uma forma fulminante com marcada depressão e achados clínico-patológicos consistentes com coagulopatia intravascular disseminada.
Tratamento e cura da Babesiose
O tratamento da babesiose vai abranger duas questões: o combate ao parasita e a correção dos problemas que foram causados por este parasita (como a anemia e a insuficiência renal, por exemplo).
 
Atualmente, os veterinários possuem à sua disposição piroplasmicidas (Babesicida) capazes de destruir o parasita. O tratamento das complicações da doença, que é indispensável, consiste por exemplo na cura da insuficiência renal (por diferentes meios, entre os quais a hemodiálise, ou seja, o rim artificial), além de serem tratadas as demais complicações da doença.
 
Essas graves complicações, como a insuficiência renal e a anemia aguda, podem levar à morte do cão. Por isso é tão importante diagnosticar a Babesiose Canina o mais rápido possível, assim as sequelas hepáticas e renais são evitadas ao máximo.
Como prevenir a Doença do Carrapato:
– Verificar a presença de carrapato no cão com frequência;
– Desinfetar o ambiente onde o animal vive periodicamente;
– Usar produtos veterinários carrapaticidas como sabonetes, xampus etc;
– Manter a grama do jardim sempre curta;
– Estar atento aos hotéis para cães, pois se há algum cão infectado, ele poderá transmitir a doença através de outro carrapato do local.
– Aplicar uma pipeta anti-pulgas e anti-carrapatos no cão de 25 em 25 dias.
 
Há vários produtos contra carrapatos. Um dos mais completos é o Max 3, pois ele protege também contra pulgas e age repelindo as pulgas e os carrapatos, não permitindo que esses piquem o animal.
 
Lugares preferidos dos carrapatos no corpo do cão. Verifique sempre:
– Região das orelhas;
– Entre os dedos das patas;
– Próximo aos olhos, nuca e pescoço.
Sintomas da Erliquiose
Os sintomas apresentados por um animal infectado dependem da reação do organismo à infecção. A Erliquiose pode ter três fases:
1. Fase aguda: onde o animal doente pode transmitir a doença e ainda é possível que se encontre carrapatos.
Febre, falta de apetite, perda de peso e uma certa tristeza podem surgir entre uma e três semanas após a infecção. O cão pode apresentar também sangramento nasal, urinário, vômitos, manchas avermelhadas na pele e dificuldades respiratórias. É importante estar sempre atento à saúde do animal. Normalmente o dono só percebe a doença na segunda fase, e assim como outras doenças, o diagnóstico precoce é fundamental para a recuperação.
 
2. Fase subclínica: pode durar de 6 a 10 semanas (sendo que alguns animais podem nela permanecer por um período maior)
O cachorro não mostra nenhum sintoma clínico, apenas alterações nos exames de sangue. Somente em alguns casos o cão pode apresentar sintomas como inchaço nas patas, perda de apetite, mucosas pálidas, sangramentos, cegueira, etc. Caso o sistema imune do animal não seja capaz de eliminar a bactéria, o animal poderá desenvolver a fase crônica da doença.
 
3. Fase crônica:
Os sintomas são percebidos mais facilmente como perda de peso, abdômen sensível e dolorido, aumento do baço, do fígado e dos linfonodos, depressão, pequenas hemorragias, edemas nos membros e maior facilidade em adquirir outras infecções. A doença começa a assumir características de uma doença auto-imune, comprometendo o sistema imunológico. Geralmente o animal apresenta os mesmos sinais da fase aguda, porém atenuados, e com a presença de infecções secundárias tais como pneumonias, diarreias, problemas de pele etc. O animal pode também apresentar sangramentos crônicos devido ao baixo número de plaquetas (células responsáveis pela coagulação do sangue), ou cansaço e apatia devidos à anemia.
 
DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico é difícil no início da infecção pois os sintomas são semelhantes a várias outras doenças, como a Cinomose, por exemplo. A presença do carrapato é relevante para a confirmação da suspeita durante a avaliação clínica. O diagnóstico pode ser feito através da visualização da bactéria em um esfregaço de sangue (exame que pode ser realizado na clínica veterinária) ou através de testes sorológicos mais sofisticados, realizados em laboratórios especializados. Quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores são as chances de recuperação e cura.
TRATAMENTO E CURA DA ERLIQUIOSE
A Erliquiose é tratável em qualquer fase. O tratamento é feito à base de medicamentos, sobretudo os aintibióticos (em especial a doxiciclina). Por vezes é necessária a complementação do tratamento com soro ou transfusão de sangue, dependendo do estado do animal.
 
O tratamento pode durar de 21 dias (se iniciado na fase aguda) a 8 semanas (se iniciado na fase crônica). Vai depender da precocidade do diagnóstico, do quadro dos sintomas e a fase em que o animal se encontra no início do tratamento.
 
Quanto mais cedo se começa o tratamento, são maiores as chances de cura. Em cães nas fases iniciais da doença, observa-se melhora do quadro clínico após 24 a 48 horas do início do tratamento.
SINTOMAS DA BABESIOSE
Após a infecção, a presença de parasitas no sangue acontece dentro de um ou dois dias, perdurando por cerca de quatro dias. Os microorganismos então desaparecem do sangue por um período de 10 a 14 dias, ocorrendo então uma segunda infestação dos parasitas, dessa vez mais intensa.
 
Muitas infecções por Babesia canis são inaparentes. Em alguns casos, os sintomas clínicos se tornam aparentes apenas após esforço (decorrente de exercício esgotante), cirurgias ou outras infecções. 
Tipicamente os sintomas da Babesiose são: febre, icterícia, fraqueza, depressão, falta de apetite, membranas mucosas pálidas e esplenomegalia (aumento do baço). 
Podemos encontrar ainda perturbações da coagulação e nervosas. Por isso é sempre bom estar atento ao comportamento do seu cão. Se de repente ele ficar prostrado, triste, apático, sem ânimo e com atitudes anormais para seu temperamento, investigue imediatamente o que pode estar ocorrendo. Ele pode estar apenas enjoado, mas ele também pode estar infectado, com Babesiose ou Erliquiose, ambas as doenças podendo ser chamadas de “Doença do Carrapato”.
Babesiose equina
- A babesiose é também conhecida como nutaliose. 
- É uma moléstia causada pelo protozoário do gênero Babesia caballi e Babesia equi.
- Quando os animais são infectados o período de incubação é de oito a dez dias.
- No início da doença o animal contaminado apresenta alta na temperatura, ciclo febril remitente, perda de apetite, mucosas amareladas, edemas localizados, fezes cobertas de muco e grande eliminação de urina.
- Para evitar a contaminação dos animais é preciso fazer um rígido de carrapatos, tanto nas pastagens como nos animais, através de aspersões de carrapaticida. Todos os animais devem passar pelo processo de tratamento, independentemente de apresentarem o hospedeiro.
- A baixa infestação por carrapatos observada em cavalos confinados impede a manutenção de taxas de anticorpos suficientes para promover proteção adequada destes animais.
No Brasil, a doença é considerada em “estabilidade endêmica” em vista de que grande parte dos animais que se infectam não apresentam sinais clínicos. São apenas portadores.
Contudo, mesmo sem sinais clínicos visíveis a infecção pode diminuir o desempenho de animais atletas, dificultando também sua comercialização.
Em situações de estresse, prenhez e condições climáticas adversas, a doença pode se manifestar induzindo o aparecimento dos sinais clínicos.
Etiologia: carrapatos do gênero Dermacentor nitens e Amblyomma cajennensis, e causada pelos protozoários Babesia caballi e Babesia equi (Theileria equi). 
Protozoários: A Babesia caballi e Babesia equi tem maior incidência principalmente nas áreas tropicais e subtropicais no mundo todo como Europa, África, Ásia, Oriente Médio, Rússia e América do sul (Smith, 2006).
Os protozoários do gênero Babesia spp, são organismos heteroxenos, ou seja, necessitam de um hospedeiro intermediário e um definitivo para completar seu ciclo de vida. A transmissão da B. caballi e da T. equi de uma geração a outra de carrapatos
ocorre por infecção transovariana. Ou seja, os ovos já são postos infectados pelo parasito que irá acompanhar todo o desenvolvimento até o carrapato atingir a idade da ninfa ou adulta e então poder tornar-se infectante.
Amblyomma cajennensis: mais conhecido como carrapato estrela, é o vetor da Babesiose equina e da Febre Maculosa no homem principalmente na Colômbia e no Brasil. Dependendo das condições climáticas seu ciclo pode durar até três anos, sendo que a ninfa pode aguardar por um hospedeiro por até um ano.
Dermacentor nitens: encontrado em áreas onde a temperatura se mantém a cima dos 16°C, parasita cavalos, asnos, mulas, bovinos e até ovelhas e cabras. É o principal vetor da babesia caballi. É encontrado principalmente nas orelhas e no divertículo nasal, mas em infestações mais fortes pode ser encontrado em todas as partes do corpo.
Transmissão: Os protozoários são disseminados por carrapatos (hospedeiro definitivo) no momento do repasso sanguíneo, isso ocorre no estágio final de desenvolvimento quando o protozoário infecta as células das glândulas salivares do carrapato e posteriormente é lançado juntamente com a saliva e se mistura com a corrente sanguínea do animal, causando posteriormente a infestação.

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