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Introdução à Pesquisa
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia�
Introdução à Pesquisa
1. Introdução
Ao tomar conhecimento do conteúdo desta unidade você vai perceber que o 
desenvolvimento da ciência é resultado da atividade humana; o homem cria as suas 
necessidades e, para resolvê-las, produz um conhecimento, vai perceber também 
os modos de aquisição do saber, em especial, o conhecimento do senso comum e o 
conhecimento científico.
Você vai perceber ainda que a história da ciência demonstra que as coisas não são 
exatamente o que os sentidos nos revelam. Assim, podemos considerar a ciência 
como um método de pesquisa baseado na faculdade racional do ser humano e na 
comprovação experimental do fato pesquisado.
Por outro lado, a humanidade há muitos séculos, indaga:
• Como se sabe que uma nova informação, uma nova teoria ou conhecimentos é 
correto?
• É possível utilizar algum critério para distinguir o que é correto do que não é? 
A questão do método científico está interligada a necessidade de o homem ter 
procedimentos e caminhos seguros para alcançar ou produzir um conhecimento 
verdadeiro e de ter critérios que garantam a possibilidade de distinguir entre o 
conhecimento verdadeiro e o falso.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia�
Assim, vamos abordar os seguintes tópicos:
• O homem e o conhecimento.
• A evolução da ciência.
• O método científico.
Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de:
• elaborar um conceito sobre ciência e destacar alguns aspectos importantes da 
natureza do saber científico comparando-os com o conhecimento proveniente da 
intuição ou da tradição;
• construir uma linha do tempo identificando a evolução da ciência e o como se situa 
o conhecimento científico em cada época;
• identificar as etapas que fazem parte do método científico bem como, identificar os 
tipos de métodos.
2. O Homem e o Conhecimento
Ao longo dos tempos, o homem, num processo lento, vem reunindo extensas 
informações que foram denominadas conhecimento. A necessidade levou o homem 
primitivo a observar as coisas que estavam próximas de si: as plantas, os animais, os 
fenômenos da natureza etc.; passou a criar objetos simples, a praticar a cura. E, por 
meio da imaginação e interpretação, criou mitos que explicavam certos acontecimentos.
A partir de experiências cotidianas, criou cultos mágicos para se comunicar com os 
espíritos que, segundo suas concepções, controlavam as forças do mundo.
Dica
O conhecimento constitui o entendimento, 
a averiguação e a interpretação sobre a 
realidade, é o que nos guia como ferra-
menta central para nela intervir, portanto, 
é resultado de um processo e este não está 
isento de equívocos; é relativo à história e 
à sociedade, ele não é neutro.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia�
Foram produzidos conhecimentos de astrologia, astronomia, numerologia etc.; 
o homem, por intermédio da observação e da experimentação, aos poucos foi 
desvendando os fenômenos que estavam ao alcance de sua inteligência.
Os métodos foram aperfeiçoados e o conhecimento dos povos antigos foi aprimorado 
até chegar ao conhecimento contemporâneo. Os cientistas modernos provocaram um 
grande avanço nos métodos de pesquisa, nas técnicas, na ordenação formal da coleta 
de dados, produzindo novos conhecimentos em todas as áreas do saber.
Em um curto espaço de tempo, os conhecimentos foram completamente alterados, 
portanto, o conhecimento não nasce pronto, ele é histórico; nada se apresenta como 
definitivamente pronto, sem que antes tenha sido “germinado no tempo”.
Assim, o desenvolvimento da ciência, de maneira geral, é resultado da atividade 
humana; o homem cria as suas necessidades e, para resolvê-las, produz um 
conhecimento. A essa seqüência permanente de acréscimos de conhecimentos racionais 
e verificáveis da realidade, denominamos ciência.
A ciência, analisando sua evolução histórica, demonstra ser uma busca, uma 
investigação contínua e incessante de soluções e explicações para os problemas 
propostos. Como busca sistemática, ela revisa as teorias fundamentais em evidências 
do passado, reformuladas pela análise de sua coerência interna, submetendo-as com 
outras teorias, formulando novas hipóteses e propondo condições com o máximo de 
segurança para sua testabilidade. O resultado crítico do confronto empírico dirá se há 
ou não um novo conhecimento, que terá uma aceitação provisória.
Por relacionar-se com o mundo de várias formas, o homem utiliza-se de diversas formas 
de conhecimentos, por intermédio dos quais evolui e faz evoluir o meio em que vive.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia�
O conhecimento, dependendo de como é representado, pode ser, de modo geral, 
classificado nos seguintes tipos: mítico, artístico, filosófico, teológico, senso comum, 
científico, dentre outros.
3. O conhecimento do senso comum
Também é chamado de conhecimento ordinário, comum ou empírico, o conhecimento 
do senso comum é a forma mais simples que homem utiliza para interpretar a si mesmo, 
o seu mundo e o universo como um todo, está fundamentado apenas em experiências 
vivenciadas ou transmitidas de pessoas para pessoas, podendo também ter origem em 
experiências casuais, por meio de erros e acertos, sem a fundamentação metodológica. 
O conhecimento do senso comum tem as seguintes características:
O senso comum surge em conseqüência da necessidade do homem em resolver 
problemas com os quais defronta em seu cotidiano pelo contato direto com os fatos 
e fenômenos que são percebidos principalmente através da percepção sensorial. Ele 
é, quase sempre, ligado à vivência, portanto, é elaborado de maneira espontânea e 
instintiva, sem seguir uma metodologia, permanecendo num nível superficial sem um 
aprofundamento crítico e racionalista. É utilizado sem a preocupação da explicação dos 
fundamentos teóricos que demonstram sua correção ou confiabilidade transformando-se 
assim, em convicções e crenças que são incorporadas à uma determinada cultura.
Espontaneidade1
Dica
Empírico: baseado na experiência; é, 
muitas vezes, um movimento pré-lógico do 
pensamento, da ordem da intuição.
Dica
A produção do fogo, a invenção da roda, 
a construção de instrumentos mais eficazes 
de caça e tantos outros...
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia�
O conhecimento do senso comum, por estar ligado à vivência, à ação e à percepção 
orientadas pelo imediatismo e pelas crenças pessoais, é subjetivo e limitado, 
estabelecendo relações vagas e superficiais com a realidade, não existindo sobre 
ele, uma crítica sistemática. As interpretações são definidas pelos interesses, crenças 
convicções pessoais e expectativas presentes no sujeito que as elabora, fazendo 
com que as explicações e informações produzidas tenham um forte vínculo subjetivo 
estabelecendo relações vagas e superficiais com a realidade.
A linguagem usada no conhecimento do senso comum contém termos e conceitos vagos, 
que não delimitam a classe de coisas, idéias ou eventos designados. O significado 
dos conceitos é resultado do uso individual, subjetivo e espontâneo que se enriquece 
e se modifica paulatinamente em função da convivência num determinado grupo. As 
palavras adquirem sentidos diferenciados de acordo com as pessoas e grupos que as 
utilizam, os termos têm significado dependendo do momento e do contexto no qual são 
utilizados e ainda da intenção de quem os utiliza.
Quase sempre as técnicas e informações são utilizadas desconhecendo-se as razões 
que justificam as suas corretas aplicação ou aceitação. O senso comum é útil, eficaz 
e correto quando as informações acumuladas aplicam-se ao mesmo tipo de fatos que 
se repetem e se transformam em rotina e quandoas condições e fatores determinantes 
desses fatos forem constantes. Porém, quando as circunstâncias ou condições são 
alteradas, fica-se sem saber explicar as causas do insucesso.
Subjetividade2
Linguagem vaga3
Validade4
Dica
É muito comum a mãe de um recém-nascido 
retirar um fiapo de sua manta, molhar na 
saliva e colocar em sua testa para que a 
criança pare de soluçar.
Dica
Quando afirmamos que a água está fria ou 
quente, estamos utilizando uma linguagem 
vaga.
Dica
O boldo, por exemplo, é utilizado para aliviar 
os males do fígado, no entanto, poucas 
pessoas sabem quais as suas propriedades 
ou componentes químicos estão presentes e 
como eles atuam no organismo.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia�
Podemos então dizer que o senso comum orienta o cotidiano; constata a continuidade 
ou similaridade entre eventos e objetos, de onde se conclui as relações sem qualquer 
atividade intermediária que amplie o grau de certeza. Assim, ele é ametódico, 
assistemático, oral, subjetivo e heterogêneo, caracterizando-se também como 
um conjunto desagregado de idéias e opiniões difusas e dispersas, não refletindo 
criticamente sobre a totalidade, uma vez que ele é construído de modo imediato, a 
partir de experiências, vivências, crenças, valores; por isso, de tendência conservadora, 
conformista e ideológica.
Contudo, é um conhecimento histórico e ajudou a criar a cultura, mas sem uma relação 
causal segura constituindo-se no ponto de partida para o conhecimento científico.
4. O conhecimento científico
O homem verificou que o saber fundamentado na intuição, no senso comum ou na 
tradição era muito frágil o que o levou a construir um conhecimento mais confiável, que 
fosse metodicamente elaborado: o conhecimento científico.
Todo conhecimento representa uma relação entre o sujeito e o objeto conhecido. 
Assim, o conhecimento pode significar tanto o processo de conhecer como o produto 
desse processo.O conhecimento científico é um produto resultante da investigação 
científica; surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para problemas de 
ordem prática da vida cotidiana - senso comum, mas também do desejo de fornecer 
explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas. Exige 
demonstrações, submete-se à comprovação, ao teste; consiste no conhecimento causal e 
metódico dos fatos, dos acontecimentos e dos fenômenos; estabelece a relação sujeito-
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia�
conhecimento, colocando uns em relação aos outros de modo que é possível descobrir a 
uniformidade das suas causas e de seus efeitos.
Portanto, o conhecimento científico se caracteriza pela presença do acolhimento 
metódico e sistemático dos fatos da realidade. Por meio da classificação, comparação, 
da aplicação dos métodos, da análise e síntese, o pesquisador extrai do contexto social, 
ou do universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido 
e universal.
Podemos citar as seguintes características para o conhecimento científico:
Que corresponde a sistematização coerente do conhecimento presente em todas as 
suas leis e teorias, expressa através dos enunciados que confrontados entre si. Tais 
enunciados devem apresentar um elevado nível de consistência lógica entre suas 
afirmações que proporciona a sua aceitação ou rejeição por parte da comunidade 
científica.
Que se fundamenta em dois fatores, a possibilidade de um enunciado, construído 
mediante hipóteses fundamentadas em teorias, ser testado através de provas factuais e 
a possibilidade dessa testagem e seus resultados poderem passar pela avaliação crítica. 
Portanto a objetividade garante que uma teoria seja verdadeira, evidente, impessoal 
e aceita pela comunidade científica como provada em sua veracidade. Ao contrário 
do senso comum, o conhecimento científico não aceita a opinião ou o sentimento de 
convicção como fundamento para justificar a aceitação de uma afirmação. 
Racionalidade1
Objetividade2
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia�
Ao contrário do senso comum, a linguagem do conhecimento científico utiliza 
enunciados e conceitos com significados bem específicos e determinados. Os conceitos 
são definidos à luz das teorias que servem de marcos teórico da investigação, 
proporcionando-lhes, dessa forma, um sentido único, universal e consensual.
O conhecimento científico é produzido a partir de uma metodologia rigorosamente 
articulada que permite que se chegue às mesmas conclusões quando reproduzido nas 
mesmas condições se orienta na direção da localização e eliminação do erro, através 
da discussão objetiva de suas explicações, dos seus enunciados e de suas teorias. É 
construído através de procedimentos que demonstram atitude científica e que, por 
proporcionar condições de experimentação de suas hipóteses de forma sistemática, 
controlada e objetiva e ser exposta à crítica, oferece maior segurança e confiabilidade 
nos seus resultados e maior consciência dos limites de validade de suas teorias.
Linguagem específica3
Validade4
5. A Evolução da Ciência
A história da ciência demonstra que as coisas não são exatamente o que os sentidos 
nos revelam. Assim, podemos considerar a ciência como um método de pesquisa 
baseado na faculdade racional do ser humano e na comprovação experimental do fato 
pesquisado.
Embora não seja unânime entre os pesquisadores, na evolução da ciência podemos 
identificar três períodos: a Ciência Antiga (ou Grega), a Ciência Moderna e a Ciência 
Contemporânea.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia10
A ciência grega
O período da ciência grega se estende do século VIII aC até o final do século XVI, 
também conhecida como Ciência Antiga, tinha como única preocupação a busca do 
saber, a compreensão da natureza das coisas e do homem. Não havia distinção entre 
ciência e filosofia; o conhecimento científico era desenvolvido pela filosofia.
Os dois grandes filósofos deste período são Aristóteles e Platão. Embora Aristóteles 
tenha sido bastante influenciado por Platão, havia uma enorme diferença entre eles: 
Aristóteles era obcecado pela natureza e por seu estudo, enquanto que, Platão era 
obcecado com as formas eternas, ou “idéias” e mal prestava atenção nas mudanças da 
natureza. Aristóteles, ao contrário, interessava-se justamente pelas mudanças - ou o que, 
atualmente, chamamos de processos naturais. Enquanto Platão usava apenas a razão, 
Aristóteles usava também o sentido. 
Na época de Aristóteles, a filosofia ainda era essencialmente uma atividade oral.
A importância de Aristóteles na cultura européia está também no fato de ele ter criado 
boa parte da terminologia que os cientistas empregam até hoje. Ele foi o grande 
organizador que fundou e classificou as diversas ciências.
Aristóteles achava que a idéia não constituía realidade separada; a realidade para ele é 
de indivíduos concretos e só neles existe a idéia, a quem chama de forma; criou a lógica 
com seu silogismo. 
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia11
Podemos dizer que a ciência ocidental efetivamente teve início com Aristóteles. Para 
Platão o mundo das idéias seria um mundo transcendente, de existência autônoma, que 
está por trás do mundo sensível. As idéias são formas puras, modelos perfeitos eternos 
imutáveis, paradigmas. O que pertence ao mundo dos sentidos se corrói e se desintegra 
com a ação do tempo. Mas tudo que percebemos, todos os itens são formados a partir 
de idéias.
Ele reconhece que qualquer especulação sobre o vir-a-ser do mundo não pode 
ser considerada verdadeira, mas isto por uma questão de princípio, e não por 
falta de evidência. Os problemas da física não podem ser resolvidos por métodos 
observacionais:tal atividade não passaria de mera “recreação”.
Platão deu um passo a mais no atomismo antigo, introduzindo uma descrição 
geométrica precisa dos átomos, e descrevendo as mudanças por meio de fórmulas 
matemáticas.
Na ciência grega não se dá destaque ao processo de descoberta, toda racionalidade 
da ciência estava sustentada na idéia de que o mundo era dotado de uma ordem e 
estrutura natural que governava o cosmos e que regia os acontecimentos, na qual todo 
o ser adquiria sentido.
O conhecimento científico era demonstrado como certo e necessário através dos 
argumentos lógicos, especialmente da distinção entre sujeito e objeto: de um lado, 
o sujeito que procura conhecer, e, de outro, o objeto a ser conhecido, bem como as 
relações entre ambos. O valor de uma explicação estava no seu poder argumentativo 
que justificava sua aceitação. Não havia o tratamento do problema que leva a 
investigação. Com base nestes fundamentos é que nasceram e se desenvolveram a 
física, a biologia, a matemática, a medicina, a política dentre outras ciências.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia1�
A ciência moderna
A Ciência Moderna abrange o período que vai do século XVII até o início do século 
XX. Inicia-se com o Renascimento, que correspondeu à revolução científica moderna, 
quando foi introduzida a experimentação científica, modificando totalmente 
a compreensão e a concepção teórica de mundo, de ciência, de verdade, de 
conhecimento e de método.
Opondo-se à ciência grega e ao dogmatismo religioso que imperava na época, os 
renascentistas, principalmente Galileu e Bacon, rejeitaram o modelo aristotélico.
Foi a partir do século XIII, por influência do uso da matemática, da observação e da 
experimentação na tecnologia que nascia na Idade Média, que a exigência de métodos 
precisos de investigação e explicação no campo das ciências naturais conduziu ao uso 
de métodos matemáticos experimentais, provocando a mudança da teoria da ciência e, 
conseqüentemente, a revolução científica.
Bacon dá início ao empirismo que corresponde à preocupação em se proceder à 
observação empírica do real antes de interpretá-la pela mente, depois, eventualmente, 
de submetê-la à experimentação, recorrendo-se às ciências matemáticas para 
fundamentar suas observações e explicações.
Assim, no século XVII, o pensamento científico moderno começa a se objetivar; um saber 
racional, onde se pensa cada vez mais, constrói-se a partir da observação da realidade 
(empirismo) e coloca essa explicação à prova (experimentação). O raciocínio indutivo 
conjuga-se então com o raciocínio dedutivo, unido por esta articulação que é a hipótese: 
é o raciocínio hipotético-dedutivo.
Dica
Dogmatismo: doutrina que afirma a 
existência de verdades certas; adesão 
irrestrita a princípios aceitos como 
indiscutíveis; atitude sistemática de afirmação 
ou de negação.
Dica
Indução: é a forma de raciocínio 
constituindo em tirar uma proposição geral 
do relacionamento de dados particulares.
Dedução: é a forma de raciocínio que parte 
de uma proposição geral para verificar 
seu valor por meio de dados particulares.
Especulação: é a criação do saber apenas 
pelo exercício do pensamento, geralmente 
sem qualquer outro objetivo que o próprio 
conhecimento.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia1�
A partir de então, o saber não repousa mais somente na especulação, ou seja, no 
simples exercício do pensamento. Baseia-se igualmente na observação, experimentação 
e mensuração, fundamentos do método científico em sua forma experimental.
Galileu foi o responsável pela revolução científica moderna ao introduzir a matemática 
e a geometria como linguagens da ciência e o teste quantitativo-experimental das 
suposições teóricas como o mecanismo necessário para avaliar a veracidade das 
hipóteses e estipular a verdade científica.
O grande desenvolvimento da ciência moderna ocorreu a partir de Galileu que 
questiona e rejeita as principais verdades defendidas pela concepção aristotélica de 
ciência, principalmente as da física e as da cosmologia.
Para Galileu os fenômenos da natureza se comportavam segundo princípios que 
estabeleciam relações quantitativas entre eles. Os movimentos dos corpos eram 
determinados por relações quantitativas numericamente determinadas. A visão de 
universo era de um mundo aberto, mecânico, unificado, determinista, geométrico e 
quantitativo, contrário à concepção aristotélica de cosmos, impregnada das crenças 
míticas e religiosas.
Assim, as concepções de Galileu iniciaram um novo paradigma que culminaria com o 
sucesso da física newtoniana.
Durante o século XVIII, chamado de Século das Luzes, os princípios da ciência 
experimental desenvolveram-se através das descobertas, principalmente no campo 
dos conhecimentos de natureza física, o pensamento científico moderno começa a 
se instalar. É o saber racional, onde se pensa cada vez mais, constrói-se a partir da 
observação da realidade, o empirismo, submete-se essa explicação à experimentação.
Dica
Século das Luzes: nome da corrente de 
pensamento, Iluminismo, elaborada e 
difundida pelos filósofos, onde os saberes 
construídos pela razão deveriam nos liber-
tar daqueles transmitidos pelas religiões ou 
dos que não são construídos através de um 
procedimento racional.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia1�
A partir de então, o saber não se sustenta apenas na especulação, mas na observação, 
experimentação e mensuração, fundamentos do método científico em sua forma 
experimental. Assim, nasce o método científico apoiado na especulação e no empirismo.
No século XIX a ciência triunfa; no domínio das ciências da natureza, o ritmo e o número 
das descobertas são enormes, saindo dos laboratórios para terem aplicações práticas: 
ciência e tecnologia encontram-se. A pesquisa fundamental, cujo objetivo é conhecer 
pelo próprio conhecimento, é acompanhada pela pesquisa aplicada, a qual visa a 
resolver problemas concretos. 
Assim, nesse século, a ciência tem o seu grande avanço com as ciências da natureza 
onde quase todos os domínios da atividade humana são atingidos.
Assim, o método experimental ou científico, apoiado nos postulados do positivismo, 
assumiu o mesmo método das ciências da natureza, tido como exemplares na construção 
de conhecimentos rigorosamente verificados e cientificamente comprovados. Este 
método consiste em submeter um fato à experimentação em condições de controle 
e apreciá-lo coerentemente, com critérios de rigor, mensurando a constância das 
incidências e suas exceções a admitindo como científicos somente os conhecimentos 
passíveis de apreensão em condições de controle, legitimados pela experimentação e 
comprovados pela mensuração.
Desta forma, o homem começa a produzir o conhecimento, tendo como modelo de 
acesso à realidade o procedimento do experimento científico, que estipula critérios para 
julgar quando esse acesso é realmente alcançado e quando não: o positivismo, cujas 
características principais são apresentadas a seguir.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia1�
• Empirismo: o conhecimento positivo parte da realidade como os sentidos a 
percebem e ajusta-se a ela. Qualquer conhecimento que tem origem em crenças, 
valores ou que resulte de idéias inatas, parece suspeito.
• Objetividade: o conhecimento positivo deve respeitar integralmente o objeto do 
qual trata o estudo, devendo reconhecê-lo tal como é. O pesquisador não deve, 
de modo algum, influenciar esse objeto; deve intervir o menos possível e dotar-se 
de procedimentos que eliminem ou reduzam, os efeitos não controlados dessas 
intervenções.
• Experimentação: o conhecimento positivo repousa na experimentação. A 
observação de um fenômenoleva o pesquisador a supor algo: a hipótese. Somente 
o teste dos fatos, a experimentação, pode demonstrar sua precisão.
• Validade: a experimentação é rigorosamente controlada para afastar os elementos 
que poderiam nela interferir, e seus resultados, são mensurados com precisão, 
permitindo que se chegue às mesmas medidas reproduzindo-se a experiência nas 
mesmas condições.
• Determinismo: as leis e previsões estão inscritas na natureza, portanto, os seres 
humanos estão, inevitavelmente, submetidos a elas. O conhecimento dessas leis 
permite prever os comportamentos sociais e geri-los cientificamente.
No domínio do saber sobre o homem e a sociedade desejava-se que conhecimentos tão 
confiáveis e práticos quanto os desenvolvidos para se conhecer a natureza física fossem 
aplicados com sucesso ao ser humano. Desta forma, o positivismo também é adotado 
nas ciências humanas, que se desenvolve a partir da segunda metade do século XIX.
A pesquisa de espírito positivista aprecia números; pretende tomar a medida exata dos 
fenômenos humanos e do que os explica. É, para ela, uma das principais chaves da 
objetividade e da validade dos saberes construídos. Conseqüentemente, deve escolher com 
precisão o que será medido e apenas conservar o que é mensurável de modo preciso.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia1�
A ciência contemporânea
A Ciência Contemporânea surge no início do século XX e se estende até os dias atuais.
Os postulados do espírito positivo: a investigação da constância, da estabilidade, da 
ordem e das relações causais explicativas dos fenômenos, orientava as pesquisas em 
todos os domínios das ciências da natureza. A procura da estrutura permanente e das 
leis invariáveis dos eventos naturais, assim como as conclusões previsíveis dos fatos 
observados, imprimiu uma orientação que aparece como marco da ciência moderna.
O determinismo mecanicista e o mecanicismo da física de Newton, que inspiraram o 
espírito positivo, fizeram supor que, conhecendo os impulsos e as posições dos corpos e 
das partículas, poder-se-ia, pelo cálculo, estabelecer predições infalíveis ou extrair as leis 
mecânicas da evolução anterior e futura.
Entretanto, o desenvolvimento da física atômica, as teorias da relatividade, da 
termodinâmica e da cosmologia revelaram a complexidade imprevisível dos fenômenos, 
a mutabilidade, a fluência e a instabilidade dos eventos naturais. A matemática 
moderna, especialmente a geometria não-euclidiana e a teoria dos conjuntos 
demonstraram que certezas deduzidas de postulados evidentes e inquestionáveis 
decorriam da estrutura axiomática dos sistemas matemáticos.
Tanto o desenvolvimento da física, quanto o da matemática, pôs em crise o conjunto 
de certezas seguras do cientificismo, questionaram a infalibilidade das ciências, 
demonstraram a inviabilidade de previsões absolutas e recuperaram a validade da 
interpretação dos fenômenos.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia1�
Einstein, em 1905, inicia a ciência contemporânea, com suas teorias da relatividade, 
quebrando o mito da objetividade pura, isenta de influência das idéias pessoais dos 
pesquisadores, demonstrando que, mais do que uma simples descrição da realidade, a 
ciência e a proposta de uma interpretação.
Na visão contemporânea, por maior que seja o número de provas acumuladas em 
favor de uma teoria, ela jamais poderá ser aceita como definitivamente confirmada. 
Os esquemas explicativos mais sólidos podem ser substituídos por outros melhores. O 
progresso científico deixa de ser acumulativo para ser revolucionário. 
Assim, o critério até então adotado para distinguir a ciência da não-ciência, o da 
confirmação pelo uso do método experimental indutivo, é superado.
6. O Método Científico
Antes de definirmos o que é método científico, vamos definir o que é método.
Método, entre outras coisas, significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se 
atinge um objetivo. 
Não devemos confundir método com metodologia; a metodologia são os procedimentos 
e regras utilizadas por determinado método.
É importante salientar que métodos e técnicas se relacionam, mas não são distintos. 
O método é um plano de ação, formado por um conjunto de etapas ordenadamente 
dispostas, destinadas a realizar e antecipar uma atividade na busca de uma realidade, 
enquanto que a técnica está ligada ao modo de realizar a atividade de forma mais 
hábil, mais perfeita.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia1�
O método está, portanto, relacionado à estratégia e a técnica, à tática; o método refere-
se ao atendimento de um objetivo, enquanto que a técnica operacionaliza o método.
O método é, portanto, uma forma de pensar para se chegar à natureza de um 
determinado problema, quer seja para estudá-lo, quer seja para explicá-lo.
Que dizer então do método científico? Poderia dizer que é o caminho trilhado pelo 
cientista quando em busca de “verdades” científicas.
Quando Galileu se recusou a aceitar a observação pura e as conclusões filosóficas 
arbitrárias propondo a necessidade de elaborar hipóteses e submetê-las a provas 
experimentais, estava dando os primeiros passos na direção do método científico 
moderno.
A partir daí, o homem começa a trabalhar, tendo como modelo de acesso à realidade o 
procedimento da experimentação científica, que estabelece critérios para julgar quando 
esse acesso é realmente atingido ou não. Isto é, descrever com exatidão como é que 
a realidade funciona e como ela se relaciona. Esse procedimento passou a se chamar 
método científico e teve várias interpretações no decorrer dos tempos.
A história da ciência nos mostra que não há critérios estabelecidos como normas ou 
preceitos e sim critérios que são utilizados e adotados na prática da pesquisa pela 
comunidade científica como uma espécie de código prático consensual que pode ser 
alterado.
Os critérios têm uma dimensão histórica e cultural, que influenciam a prática da 
pesquisa e também são influenciados por ela, sem, contudo, servirem de preceitos ou 
bloqueadores do caráter crítico, inventivo e inovador, próprio da ciência.
Dica
O raciocínio é algo ordenado, coerente e 
lógico, podendo ser dedutivo ou indutivo. 
Portanto a indução e a dedução são, antes 
de mais nada, formas de raciocínio ou de 
argumentação.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia1�
O método científico implica a forma adequada do proceder, quanto à reflexão, à 
indagação, à interpretação e à explicação. Daí dizer que se deve levar em consideração 
o conjunto de atividades sistemáticas e racionais de que fazem parte, em linhas gerais, 
todas as pesquisas, como sendo o procedimento que, ao longo da trajetória, envolve a 
pesquisa de cunho científico.
O método serve de guia para o desenvolvimento do procedimento, com a finalidade de 
obter novas descobertas. É indiscutível que, para chegarmos ao acontecimento de uma 
comprovação científica, desde os primórdios da civilização notamos o emprego dos 
métodos, ainda que rudimentar.
Percebe-se que a evolução do método científico foi à precursora do enriquecimento da 
ciência em todos os campos da atividade humana.
Na pesquisa podemos utilizar dos seguintes métodos:
Método indutivo
Indução é um processo mental pelo qual, partindo de dados ou observações particulares 
constatadas, podemos chegar a proposições gerais ou universais, não contidas nas 
partes examinadas. Assim, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões 
cujo conteúdo é muito mais abrangente do que o das premissas iniciais nas quais 
se fundamentam. Isto é, a indução é entendida como o argumento que passa do 
particular para o geral, ou do singular para o universal, ou ainda, do conhecido para o 
desconhecido.
O raciocínio indutivo temsua origem com Aristóteles e está muito presente em nosso 
cotidiano. 
Dica
Por exemplo, eu observei que o cachorro de 
meu vizinho tem quatro patas, observei que 
outros cachorros existentes em meu prédio 
também têm quatro patas, observei ainda 
que todos os cachorros que eu já vi têm 
quatro patas. Assim, pela lógica indutiva, 
posso afirmar que todos os cachorros têm 
quatro patas.
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A indução se realiza em três etapas: na primeira, observamos os fatos ou fenômenos e 
os analisamos com o objetivo de descobrir as causas de sua manifestação. Em seguida 
procuramos, por intermédio da comparação, aproximar os fatos ou fenômenos, com 
a finalidade de descobrir a relação existente entre eles. Finalmente, generalizamos a 
relação encontrada entre os fenômenos e fatos semelhantes. 
Percebe-se que a indução trabalha com a regularidade, isto é, nas mesmas 
circunstâncias, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos, ou o que é verdade de 
muitas partes suficientemente enumeradas de um fenômeno, é verdade para todo esse 
fenômeno.
Portanto, a indução, toma como pressuposto a validade do empirismo, pois acredita no 
valor da observação e na fidedignidade do testemunho dos sentidos, quando rigorosa 
e ordenada. Essa crença postula que a ciência deve utilizá-la de forma metódica para 
produzir a descrição e a classificação dos fatos. A explicação científica, suas teorias ou 
leis seriam decorrentes dos julgamentos fundamentados nessa classificação.
A contestação feita à indução se refere ao fato de não se poderem observar todos os 
fenômenos ou coisas, para deles fazer surgir uma explicação, uma vez que os fatos não 
explicam por si só o problema que é objeto da investigação científica, pois há muitas 
formas de observá-los e classificá-los que dependem de critérios de ordem subjetiva ou 
do tipo de referencial teórico que é utilizado.
Método dedutivo
Dedução é a forma de raciocínio que parte de uma proposição geral para verificar seu 
valor por meio de dados particulares. 
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Veja um exemplo de um argumento dedutivo:
 Todo mamífero tem um coração.
 Ora, todos os gatos são mamíferos.
 Logo, todos os gatos têm um coração.
No raciocínio dedutivo, se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser 
verdadeira. Assim, no exemplo apresentado, para que a conclusão “todos os gatos têm 
um coração” fosse falsa, uma das ou as duas premissas teriam de ser falsas, isto é, ou 
nem todos os gatos são mamíferos ou nem todos os mamíferos têm um coração.
Por outro lado, no raciocínio dedutivo, toda informação ou conteúdo factual da 
conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas. Veja no exemplo: 
quando a conclusão afirma que todos os gatos têm um coração, está dizendo alguma 
coisa que, na verdade, já tinha sido dita nas premissas. Portanto, todo argumento 
dedutivo, reformula ou enuncia de modo explícito a informação já contida nas 
premissas; dessa forma, se a conclusão não diz mais que as premissas, ela tem de ser 
verdadeira se as premissas o forem.
Os argumentos dedutivos também podem ser formulados de outras maneiras:
 A média mínima para aprovação é 6,0.
 A média de Alberto foi superior a 6,0.
 Alberto será aprovado. 
Ou ainda:
 Se a água atingir a temperatura de 100ºC, então ela ferve.
 A água não ferveu.
 Então, á água não atingiu a temperatura de 100ºC.
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Método hipotético-dedutivo
O método científico indutivo via o processo do conhecimento como conseqüência do 
simples registro das impressões sensoriais, que com auxílio da lógica, dava origem às 
leis e teorias. Identificava fatos a serem investigados e não problemas, colocando a 
observação do fato ou fenômeno como ponto de partida para a investigação e para o 
surgimento das hipóteses que seriam posteriormente testadas e generalizadas. 
As ciências contemporâneas, percebendo que o conhecimento era teoricamente 
inconsistente, incompatível com outras teorias, ou mesmo, inadequado para explicar 
os fatos, apresenta-se o processo do conhecer como resultado de um questionamento 
elaborado pelo sujeito.
Assim, a investigação científica se desenvolve em função da necessidade de construir e 
testar uma possível resposta ou solução para um problema, decorrente de algum fato ou 
de algum conjunto de conhecimentos teóricos, surgindo o método hipotético-dedutivo.
Podemos sintetizar as etapas do método hipotético-dedutivo, da seguinte forma:
Problema: toda investigação tem origem em algum problema teórico/prático percebido, 
que dirá o que é relevante ou não para ser observado, determinando os dados que 
devem ser selecionados. A seleção dos dados exige uma hipótese, conjectura e/ou 
suposição, que servirá de conduta ao pesquisador.
Hipóteses: também chamadas de conjecturas, são soluções propostas em forma de 
proposição passível de teste, direto ou indireto, sempre dedutivamente no formato: “se... 
então...”.
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A hipótese é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou a curiosidade 
intelectual ou dificuldade teórica-prática.
Teste das hipóteses: planejamento e realização das operações para por à prova as 
predições, a partir tanto das observações, medições, experimentações quanto das 
demais operações instrumentais.
Conclusões: correspondem à adição ou introdução novos elementos às teorias existentes, 
é o contraste dos resultados da prova com as conseqüências deduzidas do modelo 
teórico.
Portanto, a pesquisa científica com abordagem hipotético-dedutiva inicia-se com o 
descobrimento de um problema e com sua descrição clara e precisa, a fim de facilitar 
a obtenção de um modelo simplificado e a identificação de outros conhecimentos e 
instrumentos, relevantes ao problema, que auxiliarão o pesquisador em seu trabalho. 
Após esse estudo preparatório, o pesquisador passa para a fase da observação. Na 
verdade, essa é a fase de teste do modelo simplificado. É uma fase meticulosa em que é 
observado um determinado aspecto do universo, objeto da pesquisa. A fase seguinte é a 
formulação de hipóteses, ou descrições-tentativas, consistentes com o que foi observado. 
Essas hipóteses são utilizadas para fazer prognósticos, os quais serão comprovados ou 
não por meio de testes, experimentos ou observações mais detalhadas. Em função dos 
resultados desse testes, as hipóteses podem ser modificadas, dando início a um novo 
ciclo, até que não haja discrepância entre a teoria e os experimentos e/ou observações.
O método hipotético-dedutivo é um dos mais utilizados atualmente, principalmente nas 
ciências naturais, onde sua utilização normalmente aparece ligada à experimentação.
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Método dialético
Parte da premissa de que, na natureza, tudo se relaciona se transforma e há sempre 
uma contradição inerente a cada fenômeno. Nesse tipo de método, para conhecer 
determinado fenômeno ou objeto, o pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus 
aspectos, relações e conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo 
no mundo está sempre em constante mudança.
A dialética, enquanto metodologia tem várias interpretações, entretanto, identificam-se 
nela alguns princípios:
• Princípio da unidade e luta dos contrários: que afirma que todos os objetos e 
fenômenos apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e 
constituem a indissolúvel unidade dos opostos.
• Princípio da transformação das mudanças quantitativas em qualitativas: afirma 
que qualidade e quantidade são características inerentes a todos os objetos e 
fenômenos, e estão inter-relacionadas.
• Princípio danegação da negação: o desenvolvimento de um fato ou fenômeno 
ocorre em espiral, isto é, as suas fases repetem-se, mas em nível superior.
A dialética é contrária a todo conhecimento rígido, acabado, tudo é visto em constantes 
mudanças; sempre há algo que nasce e se desenvolve e algo que se desagrega e se 
transforma. Portanto, para conhecer realmente um objeto, na perspectiva dialética, é 
preciso estudá-lo em todos os seus aspectos, em todas as suas relações e todas as suas 
conexões.
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Síntese
Nesta unidade vimos que o conhecimento científico distingue-se do senso comum, 
pelo rigor metodológico, teórico e livre de preconceitos, condições necessárias para se 
captar mais adequadamente a realidade. Isto não quer dizer que a realidade possa ser 
conhecida assim como ela é, no sentido total e absoluto, pela ciência ou por qualquer 
outra forma de discurso (filosófico, comum, religioso, mítico, simbólico, etc.), mas que 
a realidade, que sempre se apresenta diante do observador por meio de obstáculos, 
por isso é que ela é inesgotável, pode ser descoberta, compreendida e interpretada na 
medida que a observação, a pesquisa, o conhecimento ou a ciência avança em direção 
ao aperfeiçoamento dos instrumentos, dos métodos e da própria linguagem.
Bibliografia
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1987.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 1997.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos e metodologia 
científica. São Paulo: Atlas, 1996.
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber. Porto Alegre: Artes Médicas, 
Belo Horizonte: UFMG, 1999.
RICHARDSON, Roberto Jarry e Colaboradores. Pesquisa social: métodos e técnicas. São 
Paulo: Atlas, 1999.

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