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Pesquisa de Campo Universidade Anhembi MorumbiMetodologia2 Pesquisa de Campo 1. Introdução Os dados de uma pesquisa nada mais são que informações a respeito do fenômeno investigado. Necessitamos de tais dados para que possamos confrontar as teorias relativas ao fenômeno estudado e como ele se evidencia na realidade. Por esta razão é que uma pesquisa sempre envolve a coleta de dados.Para que possamos desenvolver tal processo, necessitamos definir um universo e muitas vezes, coletar os dados apenas com parte deste universo. Outra questão que surge na coleta de dados é como escolher os elementos de um universo para a coleta de dados?Por outro lado, para coletar as informações a respeito do fenômeno investigado, o pesquisador pode consultar documentos, observar o próprio fenômeno, ou ainda interrogar pessoas. A seleção do instrumental metodológico está diretamente relacionada com o problema a ser pesquisado; a escolha dependerá dos vários fatores relacionados com a pesquisa, isto é, a natureza do fenômeno, o objetivo da pesquisa, os recursos humanos e financeiros disponíveis, o tempo disponível e outros elementos que possam surgir no campo da investigação. Nas pesquisas, de um modo geral, nunca se utiliza apenas um método e uma técnica e nem somente uma fonte de dados; na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia3 Então, nessa unidade vamos desenvolver os conteúdos que dizem respeito: com quem e com quais instrumentos a pesquisa será desenvolvida.Assim, na presente unidade, vamos apresentar os conceitos relativos a: • A teoria das amostragens • As técnicas de pesquisa. Com isto, esperamos que ao final da unidade você seja capaz de: • definir com precisão a população, amostra e amostragem de uma pesquisa. • elaborar com clareza os instrumentos de coleta de dados para uma pesquisa. 2. A Teoria das Amostragens O termo população, na linguagem popular, refere-se ao número de habitantes de uma determinada região. Assim, falamos a população da cidade de Campinas. Na Estatística, define-se população ou universo, como sendo o conjunto dos elementos que têm características comuns que pode ser contada, pesada, medida, ordenada de alguma forma e que sirva de base para as propriedades que se quer investigar. Podemos então falar na população: • formada pelos alunos matriculados na Universidade Anhembi Morumbi, no 1º semestre de 2008, • constituída dos pregos fabricados por uma indústria no mês de Janeiro/08,· constituída dos leitores da Revista Veja, • constituída pelos usuários do transporte público na Cidade de São Paulo etc. Saiba Mais População Finita: É aquela na qual se pode enumerar ou identificar todos os seus elementos. População Infinita: É aquela que possui um número indeterminado de elementos (por exemplo, as jogadas com um dado) ou um número tão grande que admitimos como infinita (o número de peixes existentes no mar). Universidade Anhembi MorumbiMetodologia4 A amostra é um subconjunto, representativo da população, isto é, a parte do todo que servirá de base para o seu estudo, portanto, que apresenta as mesmas características da população da qual foi extraída. Exemplo: A Credicard fez uma pesquisa que publicou com o título: “O profissional do futuro”. Definiu para tal pesquisa: • Problema: Os jovens estão se preparando e sendo estimulados para desenvolver as competências solicitadas pelo mercado de trabalho? • Objetivo: Identificar o gap existente entre o ensino formal e as reais necessidades da Empresa. • População: Universitários de São Paulo • Amostra: Alunos na faixa etária entre 19 a 26 anos, das Universidades Mackenzie, FGV, PUC, FAAP, FEA, POLI e ESPM. Quando todos os elementos de uma população são considerados na pesquisa, diz-se que foi realizado um censo; quando a análise é realizada com uma parte desta população (amostra), diz-se que a pesquisa foi realizada por amostragem (ou por amostras). Realizamos censo: • quando a população for relativamente pequena e concentrada; • quando os dados a respeito da população puderem ser obtidos com facilidade; • se os requisitos do fenômeno impõem a obtenção de dados específicos de cada elemento da população; • quando se necessita da informação completa e precisa. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia5 Por outro lado, usamos amostras: • por que existem populações infinitas; • quando a população é tão grande que, para fins práticos podemos admitir como infinitas; • por economia; • para maior precisão; • quando o estudo resulta em destruição ou contaminação dos elementos pesquisados. Amostragem se refere aos procedimentos utilizados para a escolha ou seleção de amostras em uma população. Tal procedimento pode considerar a probabilidade de um elemento qualquer da população ser incluído na amostra ou privilegiar a inclusão na amostra de apenas alguns elementos. A escolha do tipo de amostragem a ser utilizado vai depender muito do problema de pesquisa e de seus objetivos. 3. Tipos de Amostragens A Teoria das Amostragens constitui hoje em um campo bastante desenvolvido e amplo da Estatística com vários elos, como por exemplo: a Teoria das Probabilidades e a Inferência Estatística. Em nosso estudo vamos nos deter a uma visão mais ampla e simplificada da Teoria das Amostragens. Podemos distinguir dois tipos amostragem: a probabilística e a não probabilística. Podemos dizer que probabilidade é a possibilidade de ocorrência de um determinado fenômeno. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia6 Amostragem Probabilística é aquela em que todos os elementos da população têm probabilidade conhecida, diferente de zero, de ser incluídos na amostra, portanto, garante a representatividade da amostra em relação a população. Pode ser: aleatória, sistemática, estratificada e por conglomerado. Amostragem aleatória: também chamada aleatória simples, é aquela na qual todos os elementos da população têm a mesma probabilidade de ser escolhido como elemento da amostra. Neste caso, os elementos da amostra são escolhidos por qualquer tipo sorteio. É claro que, para que o sorteio possa ser realizado, é necessário que os elementos da população estejam identificados. Amostragem sistemática: os elementos que constituirão a amostra são escolhidos segundo um fator de repetição (um intervalo fixo). Sua aplicação requer que a população esteja ordenada segundo um critério qualquer, de modo que cada um de seus elementos possa ser unicamente identificado pela posição (uma lista que englobe todos os seus elementos, uma fila de pessoas etc.). O fator de repetição é determinado dividindo-se o tamanho da população (N) pelo tamanho da amostra (n). O primeiro elemento é escolhido por sorteio dentre os elementos da população que ocupam a posição igual ou inferior a N/n (fator de repetição), em seguida, seleciona-se os elementos a cada intervalo N/n. Veja um exemplo: Suponha que tenhamos a seguinte situação: • T amanho da população: N = 3.200 elementos • Tamanho da amostra: n = 100 elementos • Fator de repetição: N/n = 3200/100 = 32 Universidade Anhembi MorumbiMetodologia7 Isto significa que os elementos serão escolhidos de 32 em 32. O primeiro elemento é escolhido por sorteio entre os 32 primeiros. Amostragem estratificada: quando a população está dividida em estratos, a amostra também será estratificada, de tal modo que, o tamanho dos estratos na amostra seja proporcional ao tamanho dos estratos correspondentes na população. Veja o exemplo abaixo:Em uma Universidade, os alunos são agrupados por Área Acadêmica como mostra a tabela abaixo. Deseja-se fazer uma investigação por amostragem, para traçar o perfil dos alunos, tomando-se uma amostra de 100 alunos. Estratos: são subdivisões da população em agrupamentos homogêneos, por exemplo, sexo, raça, idade, escolaridade, leitores e não leitores de uma revista, os alunos de uma Universidade separados por curso etc. Dados Fictícios Universidade Anhembi MorumbiMetodologia8 Observe que neste caso o tamanho da amostra em cada estrato é proporcional ao tamanho do respectivo estrato na população. Amostragem por conglomerado: consiste em subdividir a população que se vai investigar em grupos fisicamente próximos, independente de eles serem homogêneos ou não. Em tais conglomerados, são agregados os elementos populacionais com estreito contato físico (como casas, quarteirões, bairros, cidades, regiões etc.). Por exemplo: Em um levantamento da população de uma cidade pode-se dispor de um mapa indicando cada um dos quarteirões de um bairro. Assim é possível colher uma amostra de quarteirões e fazer a contagem de todas as pessoas que residem naqueles quarteirões e a partir dessa contagem, selecionar os elementos que comporão a amostra. As pesquisas eleitorais e muitas pesquisas de opinião pública são feitas por conglomerado. Amostragem não Probabilística a escolha dos elementos da amostra é feita de forma não-aleatória, justificadamente ou não, a escolha é intencional ou por conveniência, considerando as características particulares do grupo em estudo ou ainda em função do conhecimento que o pesquisador tem daquilo que está investigando. Por exemplo, ao fazer uma pesquisa junto aos professores da Universidade Anhembi Morumbi, um aluno optou por entrevistar 50 professores escolhidos por conveniência. Na amostragem não probabilística também se podem utilizar quotas, iguais ou diferentes.Considere o exemplo dos alunos de uma Universidade que estão agrupados Universidade Anhembi MorumbiMetodologia9 por área acadêmica (caso anterior) e veja a seguir como poderia ser uma amostragem por quotas. Dados Fictícios Observe agora que todos os estratos têm o mesmo tamanho na amostra. O tamanho da amostra A teoria estatística estabelece o uso de fórmulas bastante sofisticadas para o cálculo do tamanho da amostra em uma pesquisa, que não vamos entrar em detalhes em nossa disciplina.Mas é fundamental que você saiba que para que uma amostra represente com fidedignidade as características da população da qual será retirada, deverá ter um tamanho adequado. O tamanho da amostra depende dos seguintes fatores: • Tamanho da população: Os universos de pesquisa são classificados em:· • Finitos – quanto têm até 100.000 elementos • Infinitos – quando têm mais de 100.000 elementos Universidade Anhembi MorumbiMetodologia10 • Nível de confiança: A teoria das probabilidades indica que, as distribuições das informações colhidas a partir de amostras, geralmente, seguem a curva de Gauss (curva normal), que apresenta valores centrais elevados e valores extremos reduzidos. • Erro máximo tolerado: Os resultados obtidos em uma pesquisa por amostras sempre apresentam erros em relação à população de onde foram extraídas. Esse erro é inversamente proporcional ao tamanho da amostra, isto é, quanto maior for o erro admitido, menor será o tamanho da amostra. • Percentagem com que o fenômeno ocorre: É a estimativa com que o fenômeno investigado ocorre na população; tal erro interfere diretamente no tamanho da amostra. • Percentagem complementar: É a estimativa da não-ocorrência do fenômeno na população.Mas, como determinar o tamanho da amostra? Existem outros procedimentos que não sejam os fundamentados em cálculos estatísticos? Sim, alguns autores afirmam que podemos utilizar de outros procedimentos para se determinar o tamanho da amostra, tudo depende do grau de precisão com o qual se deseja desenvolver a pesquisa. Assim, podemos utilizar: • o critério do senso comum: um valor razoável situa-se entre 30 e 110 elementos e um bom valor, acima desse patamar, considerando que quanto maior o tamanho da amostra melhor. • o critério empírico: baseia-se na experiência de outros estudos similares ou nas recomendações consensuais de outros autores que, praticamente, estabelecem o mesmo limite acima (30 a 115 elementos) Curva de Gauss Saiba Mais Veja por exemplo: APPOLINÁRIO, Fabio. Metodologia da ciência. São Paulo: Thomson, 2006. HILL, Manuela Magalhães e HILL, Andrew. Investigação por questionário. Lisboa: Silabo, 2002. COZBY, Paul C. Métodos de pesquisa em ciências do comportamento. São Paulo: Atlas, 2003. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia11 3. Ferramentas Específicas do Mercado 3. 1 - Observação A observação é o ato de apreender coisas e acontecimentos, comportamentos e atributos pessoais e concretas inter-relações. É mais do que ver e ouvir: é seguir atentamente o fenômeno, selecionando o que o torna mais importante e significativo, a partir de intenções específicas. Na observação procura-se avaliar o que ocorre e como ocorre de maneira sistemática e objetiva. É um elemento básico em qualquer processo de pesquisa científica, podendo ser empregada de forma independente e/ou exclusiva ou conjugada a outras técnicas. A observação apresenta características variadas em decorrência de sua flexibilidade, determinadas pelo objeto de estudo e pelo objetivo da pesquisa. Entretanto, para que a informação obtida através da observação seja válida, é necessário que sua busca seja organizada com rigor e criteriosamente orientada pelos objetivos definidos para a pes- quisa. Planejar a observação significa estabelecer: • Onde: em que local e situação a observação será realizada; • Quando: em que momento ela será realizada; • Quem: quais serão os sujeitos a serem observados; • O que: que comportamentos e circunstâncias ambientais devem ser observados; • Como: qual a técnica de observação e registro a ser utilizada. A objetividade na observação significa ater-se aos fatos efetivamente observados. Isto é, fatos que podem ser percebidos pelos sentidos, deixando de lado todas as impressões e interpretações pessoais. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia12 Podemos classificar a observação, segundo o quadro abaixo: Universidade Anhembi MorumbiMetodologia13 Vantagens e desvantagens da observação: A observação permite ao pesquisador obter a informação relativa ao fenômeno investigado no momento em que ocorre o fato, possibilitando verificar detalhes da situação que, após algum tempo, poderá não mais existir. Por outro lado, temos que considerar que existem fatos que nem sempre possibilitam a presença do observador e aqueles que, a presença do observador tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis por parte do observado. Como já dissemos, a observação constitui o elemento básico de qualquer processo de pesquisa constituindo-se de meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenômenos, permitindo a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais. Entretanto, a ocorrência espontânea não pode ser prevista fazendo com que fatores imprevistos interfiram na tarefa do pesquisador. A observação exige menos do sujeito observado, objeto de estudo dependendo menos de sua introspecção ou reflexão.Considerando que a duração dos acontecimentos é variável e que os fatos podem acontecer ao mesmo tempo, a observação torna-se difícil. Exemplo:Na pesquisa abaixo as autoras definiram a observação da seguinte forma: KAMADA, Ivone e ROCHA, Semíramis M Melo. Assistênciade enfermagem em unidade de internação neonatal: medidas para prevenção de infecções hospitalares.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010411691997000100005&script=sci_ arttext&tlng=pt Acesso em: 24/01/08. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia14 “Um Protocolo de Observação foi elaborado contendo na primeira coluna uma descrição dos procedimentos prescritos na literatura e na segunda um espaço em aberto para anotação dos mesmos procedimentos observados na coleta de dados, contendo os seguintes itens: planta física e distribuição dos berços, cuidados relativos ao ambiente, métodos de higienização, cuidados relativos ao pessoal contactante, métodos de limpeza e cuidados relativos ao recém-nascido.” 3. 2 - Questionário O questionário constitui uma das mais importantes e usuais técnicas para a obtenção de dados em uma pesquisa; geralmente são utilizados com o objetivo de obter informações sobre opiniões, crenças, sentimentos interesses, expectativas, situações vivenciadas ou ainda, para descrever as características e medir determinadas variáveis. Assim, podemos utilizar o questionário para obter as características de um indivíduo ou grupo, como por exemplo: sexo, idade, estado civil, nível de escolaridade, estilo de vida etc. Podemos também utilizar questionários para medir diversos fenômenos atitudinais, tais como religiosidade, autoritarismo, alienação etc. O questionário é a técnica de investigação composta por um conjunto ordenado de questões, que são apresentadas e respondidas por escrito pelo pesquisado. Os questionários são classificados em função do tipo de pergunta formulada, a classificação mais usada é: • Questionário de perguntas abertas: Perguntas abertas são aquelas que admitem respostas diferentes dos pesquisados, isto é, cada pesquisado poderá responder livremente à pergunta. Este tipo de pergunta normalmente é utilizada para obter opiniões, sentimentos, crenças e atitudes por parte do pesquisado. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia15 Por exemplo: Qual sua opinião sobre as invasões de terras feitas pelo MST? Quais foram as dificuldades que você teve no curso de Metodologia da Pesquisa Científica on-line? As perguntas abertas também podem investigar comportamento (presente ou passado) Por exemplo: Como você se atualiza para atuar no mercado de trabalho? • Questionário de questões fechadas: Perguntas fechadas são aquelas para as quais o pesquisador fixa as alternativas que podem ser apontadas pelo pesquisado, que deve assinalar a(s) alternativa(s) que mais se ajusta(m) às suas características, idéias ou sentimentos. As perguntas fechadas podem ser: • Dicotômicas: aquelas cujas respostas se opõem. Você é fumante? ( ) Sim ( ) Não Em relação à redução da idade penal, você é: ( ) a favor ( ) contra· • De múltipla escolha: são apresentadas várias alternativas e o pesquisado pode assinalar apenas uma (resposta simples) ou mais de uma (respostas múltiplas). Qual a sua idade? ( ) até 20 anos ( ) de 21 a 25 anos ( ) de 26 a 30 anos ( ) de 31 a 35 anos ( ) mais de 35 anos Universidade Anhembi MorumbiMetodologia16 Para você quais são as principais características do bom professor? ( ) Expressa com clareza o conteúdo que desenvolve ( ) Desenvolve as aulas integrando teoria e prática ( ) Relaciona os conteúdos da disciplina à realidade ( ) Promove atividades de pesquisa com os alunos ( ) Utiliza recursos didáticos para favorecer a aprendizagem ( ) Promove aulas dinâmicas e produtivas, com bom aproveitamento do tempo ( ) Estimula a criatividade e a produção individual ( ) Estimula o questionamento e a crítica sobre os temas propostos ( ) Valoriza a participação do aluno nas aulas ( ) Promove clima favorável às atividades acadêmicas ( ) Cumpre rigorosamente o plano de curso ( ) Relaciona sua disciplina com as demais do curso ( ) Elabora as avaliações com objetividade, clareza e equilíbrio. ( ) Utiliza trabalhos complementares para nota ( ) Demonstra coerência entre o que diz e o que faz em classe ( ) Respeita o aluno como pessoa ( ) Cumpre seus horários de aula com pontualidade ( ) Estabelece acordos de trabalho com a turma e cumpre o estabelecido ( ) É rigoroso e intransigente • Em escala: quando as alternativas são apresentadas em escala. Como você avalia o seu curso? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo Universidade Anhembi MorumbiMetodologia17 • Em escala de Likert: as alternativas têm uma escala definida. Você considera o Jornal a Folha de São Paulo, um jornal independente? (Indique o nível de concordância assinalando o número que melhor exprime sua opinião de 1 a 5, sendo (1) de maior discordância e (5) maior concordância). 1 - discordo totalmente 2 - discordo parcialmente 3 - indiferente 4 - concordo parcialmente 5 - concordo totalmente Na elaboração dos questionários podem ser combinadas perguntas abertas e fechadas. O primeiro passo a ser dado na elaboração do questionário é ter clareza do problema a ser investigado, considerando que ele vai depender da forma como será aplicado, do tema em estudo, da amostra a ser atingida, do tipo de análise e interpretação pretendida. Na sua elaboração, estabelecem-se categorias para o tema, e para cada uma delas elaboram-se as perguntas, limitando-se sua extensão e objetivos. Por exemplo, em uma pesquisa para traçar o perfil dos alunos de um determinado curso, foram considerados os seguintes aspectos: estilo de vida, informações acadêmicas, informações profissionais e situação econômica. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia18 Vantagens e limitações do questionário: O questionário possibilita obter informações de um grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica extensa, implicando em menores gastos com pessoal, uma vez que pode ser enviado pelo correio e não exige treinamento dos pesquisadores. Por outro lado, pode-se não atingir toda a amostra, afetando a representatividade dos resultados.Garante o anonimato dos pesquisados, fazendo com que as pessoas se sintam mais à vontade para expressar suas opiniões. No entanto, nem sempre é possível ter certeza de que a informação corresponde à realidade. Permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente, não se expondo à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado. É claro que este aspecto impede o auxílio do pesquisador para o entendimento das questões. 3. 3 - Entrevista É a técnica de coleta de dados na qual as perguntas são formuladas e respondidas oralmente, trata-se de uma conversação metódica que proporciona ao entrevistador as informações solicitadas. Enquanto técnica de pesquisa, a entrevista é utilizada para a obtenção de informações a respeito do que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram e também acerca das suas explicações ou razões a respeito de coisas anteriores. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia19 Em decorrência de sua flexibilidade, a entrevista é adotada como técnica principal de investigação nos mais diversos campos das ciências sociais ou de outros setores de atividades. As entrevistas são classificadas levando-se em consideração o seu grau de flexibilidade. • Entrevista estruturada:Também chamada padronizada, o entrevistador segue um roteiro de perguntas previamente estabelecido que não deve ser alterado ou adaptado. Como no questionário, a entrevista estruturada poderá conter perguntasabertas e fechadas. Por exemplo:Em uma pesquisa sobre a avaliação da aprendizagem no curso superior, o pesquisador utilizou-se da seguinte entrevista estruturada para investigar os alunos: 1.Como você é avaliado pelo seu professor? 2. Quando o professor faz a avaliação? 3. O que é avaliado pelo professor? 4. O que significa, para você, ser avaliado? 5. O que o professor costuma avaliar? 6. Para que servem as avaliações dos professores? 7. Qual é o papel do professor na avaliação? 8. Qual é o papel do aluno na avaliação? 9. O que acontece quando você tira notas baixas? 10. E quando tira notas altas? 11. Porque você acha que tira notas baixas? • Entrevista não estruturada: É chamada também de não padronizada, corresponde ao modelo mais flexível de entrevista, que é caracterizada pela liberdade que o Universidade Anhembi MorumbiMetodologia20 entrevistador tem para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. Geralmente, neste tipo de entrevista, as perguntas são abertas e são respondidas no âmbito de uma conversação. Esse tipo de entrevista apresenta três modalidades:· • Por pautas: o entrevistador se guia por uma relação de pontos de interesse (pauta) que vai explorando no decorrer da entrevista; tem a liberdade explorá-los fazendo as perguntas que julgar necessárias, na ordem e profundidade que quiser. As entrevistas por pautas são utilizadas quando os pesquisados não se sentem à vontade para responder a perguntas formuladas com maior rigidez.Por exemplo: Em uma entrevista junto ao professor de matemática do Ensino Fundamental, o entrevistador utilizou-se das perguntas abaixo para conhecer a opinião do professor sobre a matemática e seu ensino: O que é matemática para você? Como você “vê” ou percebe a matemática? Para você o que é ensinar matemática? Qual sua opinião sobre o ensino da matemática hoje? No exemplo acima outras perguntas poderiam ter sido feitas pelo entrevistador.· • Focalizada: há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistado fala livremente à medida que se refere a eles. Ao entrevistador cabe conduzir a entrevista não deixando que o entrevistado se desvie do assunto.Por exemplo: Em uma entrevista na qual o pesquisador queria investigar a opinião das mulheres sobre o aborto, foram utilizados os focos: O aborto como direito da mulher. O aborto e o direito à vida. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia21 • Não Dirigida: o entrevistado fala livremente a respeito do tema, expressando suas opiniões e sentimentos; o entrevistador tem a função de incentivar a entrevista, levando o informante a falar sobre o assunto, sem, entretanto, lhe fazer perguntas. Este tipo de entrevista é o menos estruturado possível e é utilizada nos estudos exploratórios, que visam abordar realidades pouco conhecidas pelo pesquisador. Por exemplo: Os alunos de Arquitetura de uma Universidade, no desenvolvimento de uma pesquisa que tinha como objetivo identificar os diferenciais de vários bairros residenciais de São Paulo, do ponto de vista do morador, utilizaram a seguinte entrevista não dirigida: Dê sua opinião sobre o bairro onde você mora. O registro da entrevista deve ser feito no momento em que ela acontece, mediante anotações por parte do entrevistador ou com auxílio da gravação. Na entrevista não cabe ao entrevistador concordar ou discordar das opiniões emitidas pelo entrevistado ele deve apenas ouvir procurando guiá-lo, levando-o a precisar, desenvolver e aprofundar os pontos abordados, mantendo-se interessado em sua fala. Da mesma forma que o questionário, a entrevista apresenta limitações e uma das principais é a possibilidade do entrevistado ser influenciado, de maneira consciente ou não, pelo entrevistador. Outra limitação é o tempo necessário para se desenvolver uma entrevista, comprada com o questionário, o que implica em um custo maior. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia22 4 - Síntese Vimos na presente unidade que uma pesquisa sempre diz respeito a um universo, a população e que nem sempre podemos ou queremos desenvolver a pesquisa com todos os elementos desta população, podemos então desenvolver a pesquisa utilizando-se de amostras. Ao desenvolver a pesquisa por amostras, temos que definir como iremos selecionar a amostra, ou quais serão os procedimentos de amostragem. A escolha do melhor método de amostragem passa pela correta interpretação do problema em questão e pela forma como as informações serão extraídas dos elementos selecionados. Assim, podemos utilizar de procedimentos estatísticos ou empíricos. Abordamos também nesta unidade as técnicas de pesquisa e nos referimos à observação, ao questionário e à entrevista como instrumentos de coleta de dados em uma pesquisa.Foi dito que a opção por uma ou outra técnica depende basicamente do problema a ser investigado, dos objetivos e condições da pesquisa e que elas poderão ser utilizadas isoladamente ou em conjunto.As técnicas de pesquisa são descritas e justificadas no capítulo da Metodologia. Universidade Anhembi MorumbiMetodologia23 Bibliografia GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1987. KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 1997. LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos e metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1996. LAVILLE, Christian e DIONNE, Jean. A construção do saber. Porto Alegre: Artes Médicas; Belo Horizonte: UFMG, 1999.RICHARDSON, Roberto Jarry e Colaboradores. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo, Atlas, 1999. RICHARDSON, Roberto Jarry e Colaboradores. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
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