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Fraturas em Crianças: O que você deve saber

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FRATURAS EM CRIANÇAS
Edílson Forlin
O que você deve saber
Fraturas são lesões, ou rompimentos, dos ossos. Podem ser completas ou parciais e as expressões “Quebrar, fraturar ou trincar” do ponto de vista técnico querem dizer a mesma coisa. 
Deve ser lembrado que num trauma onde ocorre fratura de um osso pode haver também lesões em tecidos daquela região, como músculo, ligamentos, pele, nervo e isto pode ter implicações no tratamento e na recuperação.
Outro ponto importante se refere às luxações. Comumente, especialmente em transmissões de partida de futebol, ouvimos “não foi nada grave só uma luxação...”. Na verdade a lesão a que se referem é a contusão, ou uma batida, essa sim uma lesão simples. A luxação é o deslocamento ou desencaixe dos ossos na junta. È uma lesão grave que implica na ruptura de ligamentos e outras estruturas. 
As fraturas têm seu tratamento, resultados e prognóstico relacionados a fatores como idade, gravidade do trauma, tipo e localização, fatores individuais e conduta inicial.
É importante que os pais falem com o médico responsável e sejam esclarecidos quanto às particularidades do tratamento para a referida fratura.
Do que o osso é formado
O osso é um tecido vivo que cresce rapidamente nos primeiros anos de vida. Ele não é maciço, a parte central é chamada de medular e contém um tecido mole que forma os glóbulos vermelhos, que transportam oxigênio a todos os órgãos, e os glóbulos brancos (leucócitos), que são defesas para as infecções. A parte periférica é chamada de cortical, sendo muito dura e que confere a resistência. Os principais minerais do osso são cálcio e fósforo. A elasticidade é dada pela presença de água e de um material chamado colágeno.
Diferenças entre o osso da criança e do adulto
Os ossos da criança apresentam diferenças em relação aos adultos que são importantes para o tipo da lesão, tratamento e prognóstico.
Maior elasticidade.
É mais poroso.
Existem cartilagens nas extremidades que são responsáveis pelo seu crescimento
A membrana externa (chamada periósteo) é mais espessa e resistente.
Crescimento e maior capacidade de formar osso.
Estas diferenças determinam algumas características mais vantajosas para a criança:
Maior resistência as fraturas. 
Grande proporção de fraturas incompletas.
Menor incidência de fraturas complexas. 
Capacidade de remodelação, ou seja, o osso pode “endireitar” durante o crescimento. 
Cicatrização ou calo ósseo mais rápida. 
Melhor e mais rápida recuperação após a fratura. 
Menor necessidade de cirurgia para colocar as fraturas no lugar ou para fixá-las.
A principal desvantagem é a possibilidade de deformidades e encurtamento quando a cartilagem de crescimento é atingida.
Outras características próprias das crianças importantes nos traumas
A criança não possui a mesma compreensão e comportamento de um adulto. Isto é mais percebido na criança de baixa idade e deve ser levado em consideração na orientação, tratamento e cuidados requeridos. 
Salientamos principalmente a menor cooperação para as recomendações e cuidados e a capacidade de aceitar o gesso ou imobilizações prolongadas mais facilmente.
O trauma
A maioria das fraturas ocorre por quedas dentro de casa ou no pátio da moradia, geralmente de pequena altura. A maior proporção localiza-se nos braços (clavícula, punho, antebraço e cotovelo). 
O relato do modo do trauma e das situações que exacerbam a dor são importantes para o diagnóstico. Por exemplo: ela chora ao trocar a fralda, ao segurar no braço etc.
Crianças de baixa idade, até pouco mais de um ano, podem ser vitimas de agressão por parte de adultos que os cuidam (maus tratos) e este fato deve ser lembrado em algumas situações especiais.
Sintomas das fraturas
O sintoma mais importante é a dor que ocorre imediatamente ao trauma. Ela se acentua com o movimento ou compressão da região afetada. 
A criança evita movimentar o membro para evitar aumento da dor. Quando a fratura ocorre nos membros inferiores à criança evita o apoio ou manca.
Inchaço (edema) é comum, mas não fundamental. Podem apareceram hematomas (manchas violetas) na pele que representam um sangramento interno, mas não devem ser motivo para alarme. Deformidade pode ser aparente após uma fratura. 
Tipos de fraturas
Fraturas fechadas – não há feridas que se comunicam pela pele.
Fraturas abertas ou expostas – há ferida na pele que se comunica com a fratura. 
Fratura patológica – fratura ocorre devido uma lesão já existente no osso.
Fraturas por estresse – ocorrem em ossos submetidos a esforço continuo.
Fraturas desviadas – fraturas em que os fragmentos se deslocam.
Fraturas articulares – quando há acometimento da junta
Descolamentos epifisários – fraturas que atingem a placa de crescimento.
Fraturas em galho verde – incompletas - um lado do osso fica íntegro.
O que fazer quando há suspeita de fratura
Primeiramente imobilizar o membro. Isto diminui a dor e o inchaço e evita que a lesão aumente. Isso pode ser feito de maneira simples, com uma tipóia ou com um pedaço de papelão e faixa de crepe ou pano. Não pode apertar ou mudar a posição da junta (imobiliza-se na posição que está). 
Não fazer massagem ou passar pomadas ou outros produtos.
Procurar um serviço de emergência o mais rápido possível.
Observar as recomendações do médico.
Manter o membro elevado a maior parte do tempo nos primeiros dias.
E quando além da fratura houver um ferimento?
Os ferimentos devem ser limpos com água corrente ou soro fisiológico e cobertos com material limpo ou estéril até a ida ao serviço de emergência. Se houver um sangramento abundante é conveniente uma compressão moderada da ferida para estancar o sangue. 
Quando suspeitar de trauma em coluna?
Não mobilizar e chamar o serviço de emergência. Verificar se a respiração está normal. A coluna cervical deve ser imobilizada e segura. 
o que você não deve fazer
Não fazer massagens ou passar produtos.
Não tentar colocar no lugar.
Não alimentar até o contato com o serviço de emergência, pois se houver necessidade de procedimento sob anestesia o tempo de jejum mínimo é de 6 a 8 horas. 
Não tirar a imobilização sem orientação do médico.
Tratamentos das fraturas
Imobilização
Devido aos fatores já mencionados as fraturas em crianças podem, em sua maioria, ser tratadas de maneira conservadora com imobilização por tempo adequado.
Devido à capacidade de remodelação desvios são aceitáveis conforme as características do osso, localização da fratura e idade da criança. Não devem ser comparadas com as fraturas do adulto em que a quantidade de desvio que pode ser aceita é muito menor.
Redução (colocar no lugar)
Algumas fraturas com desvio necessitam ser reduzidas (colocadas no lugar). Isto pode ser feito sob anestesia geral, local ou regional ou até mesmo sem anestesia. Nesta modalidade o ortopedista faz um movimento rápido para a redução. Embora este método pareça um pouco agressivo, dispensa a realização de anestesia e até de internação, e como a dor passa muito rapidamente, pode ser uma alternativa interessante.
A decisão sobre o método deve levar em consideração diversos fatores como idade da criança, tempo de jejum, tipo da fratura, osso fraturado, aceitação pelo paciente e pelos pais.
Cirurgia
Algumas fraturas necessitam ser submetidas à fixação com material como pinos, hastes, placas ou fixadores. Normalmente são procedimentos feitos no centro cirúrgico sob anestesia. Certas fraturas podem ser colocadas no lugar sem a necessidade de cortes e fixadas com pinos passados pela pele. Outras vezes é necessário realizar a cirurgia para que a fratura fique em boa posição.
Fraturas que atingem a articulação, a placa de crescimento, fraturas expostas e quando existe lesão da artéria (alteração da cor da extremidade ou perda do pulso) comumente necessitam de cirurgia. 
Cuidados das fraturas após o tratamento inicial
Geralmente as fraturas são imobilizadas com tala de gesso, gesso circular, gesso sintético ou aparelhos. 
Em crianças nãohá necessidade de imobilização mais prolongada como ocorre na fratura do adulto. Por outro lado, é importante que o osso tenha adquirido uma resistência próxima ao normal, para que um eventual novo traumatismo, não cause fratura no mesmo lugar.
A imobilização e a medicação controlam a dor a um nível confortável para a criança. Dores mais intensas ou com exacerbação progressiva devem ser relatadas ao médico.
Quanto à imobilização muitos pais perguntam sobre o “gesso sintético”. Suas vantagens são o menor peso e sua maior resistência. No entanto ele não pode ser encharcado como muitos pensam (no mar, na piscina etc), pois o presença de umidade entre o material e a pele, pode causar muitos problemas. Além disso, ele não permite a modelagem tão importante e necessária em muitas fraturas. Outra desvantagem importante é seu alto custo.
Talas são usadas em situações em que pode haver um inchaço muito grande e há segurança quanto à estabilidade da fratura. Apresenta menor resistência e durabilidade.
Controles radiográficos
Dependendo do tipo de fratura há necessidade de controles radiográficos para certificar que a posição da fratura está mantida de maneira adequada. Ao final do tratamento uma radiografia pode ser solicitada para avaliar se existem condições para deixar sem imobilização ou proteção. Algumas fraturas mais simples não necessitam dessa radiografia.
Tempo para a consolidação
Pode variar de algumas semanas a meses dependendo de fatores como idade da criança, do tipo e localização da fratura, do tratamento realizado e dos cuidados tomados. O ortopedista informa aos pais uma previsão do tempo de consolidação, que pode se modificar conforme o aspecto da radiografia, pois existem fatores individuais que interferem neste tempo.
Alimentação e medicamentos
Em geral a alimentação após a fratura pode ser normal e não há necessidade de medicamentos, vitaminas, complementos alimentares ou cálcio.
Fisioterapia e reabilitação
Após a fratura e o tempo de imobilização há uma atrofia do membro e dificuldade no retorno do movimento. Para a maioria das crianças a recuperação ocorrerá naturalmente. No entanto em casos selecionados e em crianças maiores e adolescentes pode ser necessário um acompanhamento fisioterápico.
O retorno à atividade deve ser progressivo e ter em conta a idade e atividade da criança. Atividades sem impacto como a natação pode ser reassumida prontamente. Esporte com risco de impactos e quedas como futebol, skate, basquete, devem ser retomados após um determinado tempo, a ser definido pelo médico.
 
Acompanhamento da criança e da fratura
Após o adequado tratamento e osso estar consolidado ainda é necessário acompanhamento médico da criança para se ter certeza que:
1- Há recuperação total do movimento e da função
2- Os ossos estão alinhados
3- O crescimento do osso não foi afetado.
Cuidados quando com o gesso
O gesso é utilizado para manter a posição adequada da fratura, proteção do membro e alívio da dor.
Se a criança apresenta dor, choro intenso, desconforto acima do normal, deve-se procurar imediatamente o ortopedista ou o serviço de emergência.
Sinais de alarme quando a criança estiver com gesso ou outra imobilização
Dor intensa, acima do normal, progressiva, sem resposta ao uso de analgésico.
Inchaço dos dedos
Palidez dos dedos ou extremidades roxas
Dedos frios
Formigamento ou alteração de sensibilidade
Dedos muito dobrados
Dificuldade para movimentar os dedos
Aparecendo estes sintomas, que indicam que está havendo compressão que pode levar a lesão dos nervos e músculos (se não for tratada prontamente ocasiona seqüelas graves), a criança deve ser levada ao serviço de emergência sem demora (mesmo de madrugada), pois pode ser que haja necessidade de abrir ou retirar o gesso. 
Valorize as queixas da criança. Em caso de dúvida pergunte ao seu ortopedista ou aquele que está no serviço de emergência. Melhor procurar o médico do que arriscar a saúde e futuro do seu filho!
Outros cuidados com o gesso:
Não molhar. No caso de umedecer parte do gesso ele pode ser seco com secador de cabelos,mas evitando-se o ar quente.
Caso o gesso molhe e perca sua forma ou resistência o ortopedista deve ser contatado para uma avaliação.
Não coçar com instrumento cortante tipo agulha de crochê, canetas etc. Isto pode levar a ferimentos e infecções. 
Não retirar o gesso em casa, exceto quando orientado pelo ortopedista.
Evitar contato com animais como cães pelo risco de exposição a pulgas. O calor do local é especialmente atrativo para elas.
Observar as datas de retorno. Pode ser que o ortopedista marque retorno e avalie somente a condição do gesso e dos dedos, isto é necessário para a segurança do tratamento.
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