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Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 1 Aula Demonstrativa Administração Geral Anvisa Motivação e Liderança Professor: Vinicius Ribeiro Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 2 Olá pessoal, como vão as coisas? Estudando muito? Espero que sim, desde que sejam estudos planejados, otimizados, organizados, concentrados e com material de qualidade. Meu nome é Vinicius Ribeiro, sou um uberlandense que vive há mais de 8 anos em Brasília. Gosto muito dessa cidade. Apesar disso, preserrrrvo meu sotaque mineiro que come quieto um pão de queijin, sempre com café (humm, maravilha!!!). Vamos a um breve resumo do meu currículo: Graduado em Administração na Universidade Federal de Uberlândia – UFU; MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais na Fundação Getúlio Vargas – FGV; Atualmente, sou Analista Legislativo da Câmara dos Deputados, onde trabalho com as nossas Leis Orçamentárias; Fui classificado no concurso para Consultor de Orçamentos da Câmara dos Deputados, certame realizado em 2014; Ex-Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, onde atuava na Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI; Ex-Analista Judiciário (Área Administrativa) do Supremo Tribunal Federal, onde atuava na Secretaria de Controle Interno (oriundo do concurso do STJ); Ex-Analista Judiciário (Área Administrativa) do Conselho Nacional de Justiça, onde atuava na Seção de Gestão de Contratos (oriundo do concurso do STF); Ex-Servidor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, onde atuava na Coordenação de Tomada de Contas Especial; Classificado no concurso de Analista Legislativo (Administração) do Aula Demonstrativa Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 3 Senado Federal em 2012; Venho lecionando administração no Ponto dos Concursos nos últimos cinco anos; Possuo um livro publicado pela Editora Método, sob coordenação do Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, intitulado “Administração para Concursos”. Os professores adoram colocar frases motivacionais nos seus cursos. Eu tenho uma particularidade: gosto de colocar algumas brincadeiras para quebrar o gelo. Permitam-me. Brincadeiras à parte, hoje começo um curso de Administração Geral (itens 1 a 3) para o cargo de Técnico Administrativo da ANVISA. Fala papito, vamos pra night!!! Esse lance de estudar para concurso é uma perda de tempo!!! Sabe de nada, Inocente!!! Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 4 Aula Conteúdo Programático 00 Motivação e Liderança 01 1. Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle; Estrutura Organizacional 02 Desempenho; Cultura Organizacional 03 Noções de Recursos Materiais 04 Noções de Administração Financeira Tópicos da Aula Detalhe sobre o Curso/Edital ........................................................... 04 Motivação ........................................................................................ 07 Questões .................................................................................. 20 Liderança ......................................................................................... 30 Questões .................................................................................. 47 Bibliografia .................................................................................. 57 Exercícios Trabalhados .................................................................... 57 Gabarito .......................................................................................... 69 E como será o curso, Professor? O foco deste curso, ministrado em 04 aulas (além desta aula demo), é capacitá-los para resolver a prova de Administração Geral (itens 1 a 3) para o cargo de Técnico Administrativo da Anvisa. Meu objetivo aqui é fazer com que vocês acertem as questões desta disciplina e que isso contribua para a aprovação no concurso. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 5 Esse curso de teoria e exercícios comentados será de bancas variadas. Caso durante o curso seja divulgada a banca, voltaremos o foco para a banca escolhida. Como o edital não saiu: tempo de sobra para estudar!!!! Estudar de forma correta é fundamental. O candidato precisa ser organizado, traçar metas realistas e cumpri-las. Depois é só fazer a prova e esperar a sua medalha, que na verdade é um belo crachá!!!! Muitos alunos me questionam sobre a necessidade de leituras complementares. A minha resposta: depende do nível e da disponibilidade de cada um. O edital será todo abordado em nossas aulas. De qualquer forma, ao final da aula, está citada a bibliografia básica. Aprofundando ou não em livros, é fundamental que o aluno diversifique seus estudos com as outras matérias do certame. É essencial que o candidato não deixe de lado aquela matéria que ele possui um conhecimento prévio, mas não necessário para gabaritar. Opte por estudar três matérias (português, administração, direito constitucional) diferentes por dia. No próximo dia, escolha outras três e assim vai. Em um intervalo de 3 ou 4 dias, você viu um pouco de todas as matérias do edital, deixando sempre a cabeça fresquinha com os mais variados conhecimentos. Vamos conversar ao longo do curso no fórum sobre a sua preparação. Não deixe de participar. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 6 Outro ponto que quero falar é sobre as questões comentadas. Ao longo do curso, irei colocar questões das matérias já estudadas. Assim, é possível que eu coloque, por exemplo, uma questão da matéria vista hoje na aula 2. A ideia é não deixar o conteúdo cair no esquecimento, ok? A estrutura da aula será a seguinte: exposição da teoria com exercícios e seus comentários. Ao final da aula, esses mesmos exercícios serão colocados, porém sem os devidos comentários, para quem queira tentar resolvê-los sem que haja explicações. Fórum: o fórum de dúvidas é um importante mecanismo de aprendizado e de valorização do aluno que realmente está adquirindo o nosso curso de maneira legal. Qualquer questionamento com relação à matéria pode ser feito por lá. À medida que as perguntas são realizadas, vou respondendo seguindo a ordem de postagem. As perguntas são respondidas no prazo máximo de 1 semana. No entanto, é mais comum que eu responda em um prazo menor do que sete dias. Vale frisar que todos os questionamentos serão atendidos.Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 7 Motivação Quando se estuda a motivação, os gestores estão preocupados com os motivos que fazem com que as pessoas se comportem de determinada maneira. Podemos dizer que a motivação é uma força motriz incorporada pelos indivíduos, por meio da qual eles tentam alcançar um objetivo específico, com o intuito de satisfazer uma necessidade ou expectativa. Motivação é “motivar a ação”. E a satisfação? A satisfação no trabalho, para Locke, é o “estado positivo ou de prazer, resultando na avaliação positiva do trabalho do indivíduo”. Podemos classificar as motivações da seguinte forma: Motivação extrínseca: diz respeito às recompensas que são “tangíveis”, tais como o pagamento e benefícios adicionais, acomodação ou refeição subsidiada, segurança no trabalho, promoção, contratação de serviços, ambiente e condições de trabalho. Motivação intrínseca: relativa às recompensas, que são “psicológicas”, e aos sentimentos, tais como a satisfação pessoal no trabalho, a oportunidade de ter de enfrentar desafios e de se realizar, críticas favoráveis, reconhecimento e tratamento com consideração e atenção. Apesar do conceito extrínseco, é mais correto dizer que a motivação é algo que vem de dentro de cada indivíduo, algo intrínseco. Hierarquia das Necessidades de Maslow As pessoas sempre desejam mais, e o que querem depende do que já possuem. Assim, as necessidades humanas estão dispostas em níveis. Vejamos a figura. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 8 Segundo a Teoria, à medida que um nível é satisfeito (não sendo mais motivador), passa-se para o de cima. Essa Teoria tem bastante semelhança com outra, a de William Thomas. Para William Thomas, as pessoas costumam apresentar quatro desejos: Segurança: desejo que nos leva a satisfazer necessidades físicas, de ter propriedades, de trabalhar. Resposta (correspondência): relacionado a contatos sociais Aprovação social: refere-se à aprovação do grupo social em que se está inserido o indivíduo. Novas experiências: quebra de rotina, variação de experiências, aventuras, etc. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 9 1) (CESGRANRIO CEFET-RJ 2014) Por já estar há dois anos desempregado, um profissional inscreveu-se em um concurso público para uma área que não era de seu interesse pessoal. O motivo que o levou a fazer essa inscrição é a dificuldade em manter financeiramente o sustento de sua família. A situação acima descrita envolve uma motivação baseada em uma necessidade a) social b) fisiológica c) de estima d) de segurança e) de realização Vejam que o profissional não está conseguindo obter o sustento da família. A necessidade primária não está sendo atendida, que é a fisiológica. Gabarito: B Modelo do Continuum de Necessidades de Alderfer (teoria ERG) – trata- se de uma variação de Maslow, a partir da condensação dos níveis em um continuum, baseado em três conjuntos básicos de necessidades: Existenciais: dizem respeito à preservação da existência humana (sobrevivência). Incluem necessidades fisiológicas e de segurança, de natureza material. Semelhança: relações com o ambiente social. Incluem o afeto ou o fato de pertencer a um grupo, com natureza de segurança ou de estima. Crescimento: referem-se ao desenvolvimento do potencial. Incluem-se o nível auto-estima e auto-realização. Teoria de Dois Fatores de Herzberg – há dois conjuntos de fatores que afetam a motivação: teoria dos dois fatores e satisfação com o trabalho, ou a teoria da motivação-higiene. Vejam a figura. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 10 Os fatores de higiene (também chamados de extrínsecos) são causadores de insatisfação, ou seja, na falta de salário, por exemplo, ocorre o problema. Por outro lado, a presença desses fatores, por si só, não aumenta a motivação. Exemplos: supervisão (disposição para ensinar ou delegar); políticas empresariais (normas e procedimentos), condições ambientais (ambientes onde trabalham as pessoas), remuneração (contrapartida da prestação do serviço). Os fatores motivacionais (também chamados de intrínsecos) são causadores de satisfação, ou seja, o aumento do sentimento de realização trará mais motivação para o funcionário. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 11 Exemplos: realização (realização com êxito de uma tarefa), reconhecimento (pelo trabalho bem feito), trabalho em si (atividades agradáveis), desenvolvimento pessoal (possibilidade de aumento de status ou de posição social, aquisição de conhecimento), possibilidade de crescimento (crescimento dentro da estrutura da organização) Teoria da Motivação para Realização ou Teoria das Necessidades Adquiridas de McClelland Essa teoria baseia-se no conceito de três grupos de necessidades e de motivos que se desenvolvem socialmente: afiliação, realização e poder. Todas as pessoas possuem essas necessidades, mas a intensidade de cada grupo varia a cada indivíduo. Vejamos cada necessidade: Realização: cada indivíduo tem que por à prova seus limites, deve fazer um bom trabalho que mensure as realizações pessoais. As pessoas que possuem muito essa necessidade costumam procurar mudanças na vida, são competitivas, cumprem metas estipuladas. Essas pessoas preferem trabalhar sozinhas. Afiliação: nessa necessidade, há a preocupação de se estabelecer, manter ou restabelecer relações emocionais positivas com as pessoas. Poder: essa necessidade é caracterizada pelo forte impulso em exercer autoridade sobre os demais e executar ações poderosas. Teoria X e Y (McGregor) Trata-se de duas teorias opostas. Vejamos: X: baseado em organizações tradicionais, cujas hipóteses indicam o seguinte: As pessoas em geral são preguiçosas e não gostam de trabalhar; As pessoas devem ser coagidas, controladas, ameaçadas, para que trabalhem; Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 12 As pessoas não assumem responsabilidades; A motivação só ocorre em níveis fisiológicos e de segurança. Costumo falar que essa é a teoria do problema. É a teoria do Xiiii, lá vem problema. Por exclusão, a outra é a teoria y. Vejamos. Y: abordagens mais recentes em relação à natureza humana, cujas hipóteses indicam: Para as pessoas, trabalhar é tão natural quanto se divertir ou descansar; As pessoas são comprometidas com a organização; Em condições adequadas, o trabalhador pode aprender e aceitar responsabilidades; Há capacidade de criatividade; A motivação ocorre nos níveis de entendimento, estima e auto-realização tanto quanto nos níveis fisiológicos e de segurança. Teoria da ExpectativaAs pessoas são influenciadas pelos resultados que esperam de suas ações. A motivação que poderá gerar um bom desempenho é uma função da relação entre os seguintes fatores: Esforço aplicado e os resultados prováveis esperados; As expectativas de que a remuneração estará relacionada ao desempenho; e Expectativa de que as gratificações (resultados desejados) estejam disponíveis. Vejamos a figura. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 13 Vamos a um exemplo: um analista deseja ser promovido a gerente. Esse desejo faz com que seu desempenho aumente apenas se houver a crença de que a oportunidade de promoção de fato existe e se houver a expectativa de que um melhor desempenho levará à promoção. Teoria da Expectativa de Vroom O modelo de Vroom baseia-se em três variáveis: Valência: trata-se das opiniões que as pessoas têm sobre resultados específicos. A valência é uma atração/preferência por determinado resultado. Importante diferenciar valência de valor. Enquanto este é a verdadeira satisfação oriunda de um resultado, aquela é antevisão da satisfação oferecida por um resultado; Instrumentalidade: trata-se do ponto até o qual os resultados relacionados ao desempenho (1º nível) levam à satisfação de resultados referentes às necessidades (2º nível) Expectativa: grau de percepção de que uma alternativa escolhida levará aos resultados esperados. Trata-se da relação entre um Motivação – função da relação percebida entre Esforço aplicado O nível efetivo de desempenho Gratificações (resultados desejados) relacionadas ao desempenho Disponibilidade das gratificações (resultados desejados) I II III Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 14 determinado curso de ação e um resultado previsto. Explicando de outra maneira, podemos fazer a seguinte relação entre as variáveis: Falaremos de expectativa quando tratarmos da alta probabilidade de a ação levar a um resultado; Caso esse resultado gere outros resultados, estamos tratando da instrumentalidade; Se esses resultados gerarem satisfação, essa é a valência. Teoria da Equidade (Adams) Equidade relaciona-se com uma comparação social, com o tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, na medida das suas desigualdades. No campo organizacional, ela funciona da seguinte forma: quando as pessoas avaliam o resultado do próprio trabalho, qualquer diferença percebida em relação ao trabalho dos outros é um estado de consciência motivador. Isso é muito comum na comparação salarial entre pessoas. Quando há uma percepção de injustiça, as pessoas estarão motivadas a agir para que seja restaurada a equidade. A comparação é feita do seguinte modo: Comparação de Equidade Recompensas Pessoais Recompensa dos outros Contribuições Pessoais Contribuições dos outros Teoria do Reforço de Skinner Nos termos dessa teoria, o reforço é o condicionante do comportamento, que, por sua vez, é determinado por experiências (negativas ou positivas). Nesse sentido, o papel do gerente é estimular comportamentos desejáveis (prêmios, promoções ou elogios) e desencorajar aqueles não desejáveis (repreensões, que podem culminar em demissões). Teoria de Campo A teoria de campo é um método de análise de relações causais e de criação de Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 15 construções específicas. Campo, para o Kurt Lewin, é o espaço de vida da pessoa, em que todo o comportamento é concebido como uma mudança de algum estado de um campo numa unidade de tempo específica. Lewin estabelece alguns princípios em que a realidade pode ser compreendida, no seu funcionamento interno ou na sua estrutura dinâmica ou na sua relação com o ambiente: Comportamento como função do campo existente no momento em que ele ocorre; A análise se inicia com a situação como um todo. A partir daí, as partes componentes são diferenciadas; A pessoa concreta pode ser representada, de forma matemática, em uma situação concreta. Lewin propôs um processo de mudança que é aplicável tanto a pessoas, quanto a grupos e organizações. Inicialmente, vejamos a figura. Como podemos ver na figura, o modelo do autor divide-se em 3 etapas: 1. Descongelamento: ocorre quando a mudança é óbvia, fazendo com que a organização rapidamente a entenda e a aceite. Sem essa etapa de descongelamento, a tendência é o retorno ao padrão habitual de comportamento, ou seja, a mudança não resultaria em nenhuma consequência. Em suma, o descongelamento permite que as velhas ideias sejam “derretidas”, ou seja, sejam abandonadas e desaprendidas, para que novas ideias e práticas possam ser aprendidas. Recongelamento Mudança Descongelamento Novas ideias e práticas são incorporadas no comportamento Novas ideias e práticas são exercidas e aprendidas Velhas ideias e práticas são derretidas (abandonadas e desaprendidas) Reforço Suporte Internalização Identificação Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 16 2. Mudança: é o momento em que são descobertas e adotadas novas atitudes, valores e comportamentos. Daí a importância da figura do “agente de mudanças”, que poderá conduzir pessoas no sentido de promover novos valores, atitudes e comportamentos por meio de processos de identificação e internalização. É preciso que haja a identificação dessas pessoas com as novidades, e a eficácia com o desempenho dessas medidas deve ser percebida. Em suma, a mudança é a fase em que as novas ideias e práticas são aprendidas de modo que as pessoas passam a pensar e agir de uma nova forma. 3. Recongelamento: é a incorporação de um novo padrão de comportamento, ocorrido pela mudança. É realizado por meio de suporte e reforço, tornando-se a nova norma integrada à prática atual da maneira de realização de trabalhos. Assim, não basta conhecer as novas práticas, é fundamental a incorporação e fixação do comportamento em voga. Teorias de Conteúdo x Teorias de Processo Existe uma abordagem que separa as diversas teorias motivacionais em dois grupos: teorias de conteúdo e teorias de processo. Vejamos como se dá essa classificação. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 17 A diferença entre as teorias é a seguinte: Conteúdo: relaciona-se com “o que” motiva o comportamento; Processo: o modo como o comportamento é motivado. Teoria da fixação de objetivos (“goal-setting theory”) Essa é uma interessante teoria tratada por Edwin Locke, no final da década de 60. Qual a ideia aqui? Somos motivados quando temos objetivos fixados para cumprir. Mais ainda, quando os objetivos são desafiadores, sentimo-nos desafiados, querendo ter capacidade de cumprir tal objetivo. Outro aspecto importante é a descrição correta do objetivo. Seo objetivo traçado é muito genérico, tendemos a cumpri-lo de forma vaga. É fundamental traçar objetivos e metas (desdobramento de objetivos) bem específicos. Podemos imaginar isso na nossa vida profissional e ver que isso ocorre mesmo. É claro que existe a proatividade e as pessoas podem traçar rumos nos seus trabalhos por elas mesmas, efetuando um competente trabalho. No entanto, a regra é que o direcionamento correto tende a ser motivador e a ausência desse direcionamento pode desmotivar. Imagine você começando em um órgão público e o seu chefe e o seus pares Conteúdo • Hierarquia das Necessidades de Maslow • ERG de Alderfer • Dois Fatores de Herzberg •Motivação para realização de McClelland Processo • Teoria da Expectativa de Vroom • Teoria da Equidade de Adams • Teoria do Reforço de Skinner Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 18 deixam você apenas lendo uma série de textos, não passando nenhum trabalho para fazer. A tendência é que você de fato não faça muita coisa. Por outro lado, caso as pessoas já te passem algum trabalho, mesmo que esse trabalho precise de acompanhamento, a tendência é que a gente consiga cumprir o que foi pedido, mesmo sem qualidade – normal no início. Ficamos motivados porque temos um rumo, um alvo a atingir. Aliado a isso, não podemos nos esquecer da importância do feedback (retroalimentação). Podemos até fazer um trabalho, mas se ninguém nos diz se estamos no rumo certo, isso pode desmotivar. Quando o chefe faz a análise do trabalho realizado e passa recomendações, isso tende a motivar o funcionário a fazer um trabalho melhor na próxima vez. Enfim, essa teoria considera que as pessoas se comprometem com os objetivos, não os abandonando ou os rebaixando. Um aspecto que reforça essa ideia é tornar o objetivo público (conhecido para terceiros), passível de controle. Além disso, participar a pessoa que irá cumprir o objetivo no desenho da meta pode contribuir. No contexto dessa teoria, tem-se auto-eficácia (eficácia: cumprimento do objetivo). Esse termo relaciona-se com convicção das pessoas que elas possuem capacidade de realizar um trabalho. Quanto maior a auto-eficácia, maior a confiança. Vale destacar que essa teoria é de processo, ou seja, preocupa-se com o “como” o comportamento é motivado. Necessidade Interpessoal William Schutz, quando estuda os grupos humanos, define três zonas de necessidade interpessoal: Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 19 A necessidade interpessoal é satisfeita quando ocorre o equilíbrio entre essas três zonas. Primeiro, passa-se a fase de inclusão, depois de controle e, por fim, de afeição. Vamos detalhar essas zonas: Inclusão: as pessoas têm necessidade de serem consideradas por outra pessoa. Não só serem consideradas, mas conseguirem despertar o interesse alheio. Controle: relaciona-se com o respeito pela competência e pela responsabilidade dos outros, além da consideração dos demais da competência e responsabilidade próprias. Afeição: é o sentimento mútuo, é o amar e ser amado, é o reconhecimento das diferenças. Enriquecimento de Tarefas (do trabalho) Esse enriquecimento é também conhecido como job enrichment ou enriquecimento de cargos. Trata-se de uma reorganização e ampliação de um cargo para proporcionar adequação a quem ocupa aquele posto. O intuito é aumentar a satisfação, agregando variedade (diversidade de tarefas), autonomia (para tomada de decisões), significado das tarefas (entendimento do trabalho), identidade das tarefas (identificação com aquilo que se realiza) e feedback (retroação). Inclusão Controle Afeição Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 20 Questões 2) (CESGRANRIO LIQUIGÁS 2012) João, o melhor aluno do seu curso, acabou de se formar em Administração de Empresas, e foi contratado como trainee numa grande empresa. Ele estava muito satisfeito com o seu novo emprego, que era cheio de desafios e oferecia um salário muito acima do praticado no mercado de trabalho para o seu nível. Doze meses depois, sua chefia direta estava muito satisfeita com o seu desempenho, e ele foi efetivado na organização. No mesmo período, João soube da contratação de outro recém-formado em Administração, com um ano a menos de experiência do que ele e com um salário superior ao seu salário atual. A partir desse momento, o nível motivacional de João diminuiu drasticamente e ele pensou até em mudar de emprego. Essa mudança de João se explica porque (A) as expectativas têm um papel importante para as práticas de motivação, já que as pessoas estão motivadas para trabalhar quando elas esperam poder alcançar aquilo que desejam do seu trabalho. (B) as pessoas são organismos motivados pelo desejo de satisfazer determinados tipos de necessidades, as quais são universais e se dispõem de forma sequencial ou hierárquica. (C) as organizações têm um papel importante em proporcionar oportunidades de forma que os seus colaboradores percebam o trabalho como um elemento central da sua própria identidade. (D) os fatores motivacionais têm um papel importante, já que os colaboradores estarão motivados, se lhes forem atribuídas tarefas verdadeiramente interessantes e ricas em termos de conteúdo. (E) a equidade tem um papel importante na motivação, já que os funcionários fazem comparações relativamente a si próprios e aos outros funcionários, tanto do seu trabalho quanto dos resultados obtidos. Vejamos os itens. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 21 a) essa afirmação não pode ser feita. Cada um se motiva de modo peculiar. b) as necessidades não são universais. Cada um possui diferentes necessidades, não necessariamente dispondo-as de forma sequencial ou hierárquica. Isso é coisa de teoria. Na prática isso pode não acontecer. c) O trabalho deve ser visto como um importante elemento, mas não como um elemento central. d) não necessariamente. Não podemos afirmar que alguém ficará motivado por essa ou aquela medida. Cada um tem uma maneira de se motivar. e) essas comparações são, de fato, muito comuns. Pagar o mesmo valor para pessoas em situações parecidas é fundamental para evitar esses problemas. Essa é a nossa resposta. Gabarito: E 3) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2014) Uma empresa do setor alimentício está elaborando um plano para seus empregados com o objetivo de motivá-los. O plano será direcionado para o nível gerencial da empresa, e a prática empresarial que poderá contribuir para a motivação dos empregados é a) estabelecer como parâmetro para os salários que serão pagos aos empregados a média de mercado no setor. b) delegar responsabilidades aos empregados, enfatizando, na gestão, a comunicação transparente. c) centralizar as decisões no nível estratégico, delegando ao nível gerencial a execução das atividades. d) incentivar a permanência dos empregados nos mesmos cargos ao longo do tempo, porque isso melhora o seu desempenho. e) contratar pessoas de fora da organização para ocuparos cargos mais altos da hierarquia. Eu tenho possibilidades de motivação quando eu delego responsabilidades (evito centralizações de decisão), realizando uma comunicação transparente. Outro aspecto motivador: incentivar a mobilidade dos empregados dentro da organização, inclusive para cargos mais altos da hierarquia. Assim, eu passo a Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 22 realizar recrutamento interno (contratação interna) para preencher postos de trabalho na alta administração. A questão salarial em si não é motivadora. Gabarito: B 4) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2015) Uma empresa do setor de serviços pretende adotar algumas práticas gerenciais visando à motivação de seus empregados. Uma boa prática para motivar os empregados é a) ter horário de trabalho fixo, estabelecido pelos superiores hierárquicos, porque isso faz com que o empregado saiba exatamente o horário de seu expediente. b) propor novos desafios nas atividades realizadas pelos empregados, porque isso demonstra a confiança da empresa em sua capacidade. c) definir equipes de trabalho, considerando os aspectos técnicos e ignorando os aspectos das afinidades, porque, dessa forma, os empregados sabem que todos são igualmente capazes. d) mudar constantemente prioridades, porque isso estimula o empregado a estar sempre atento às novas formas de trabalho. e) estabelecer atividades rotineiras, porque estas proporcionam maior segurança aos empregados. São boas práticas na tentativa de motivar funcionários: horário flexível, sempre acompanhado de definição de metas para que isso não configure relaxamento por parte da diretoria; proposição de desafios e diminuição de atividades rotineiras; montar equipes de trabalho multifuncionais, considerando tanto aspectos técnicos quanto de afinidades; deixar claro quais são as prioridades da organização/equipe/departamento, evitando a alteração constante do rumo. Gabarito: B Vejamos algumas boas questões mais antigas da banca. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 23 5) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2010) Uma diretora executiva de uma multinacional brasileira trabalha mais de 12 horas diárias. Constantemente, visita as subsidiárias em diversos países para acompanhar o desenvolvimento das estratégias. A alta direção está desenvolvendo um plano de reestruturação da sua diretoria para que ela possa viajar menos, trabalhar um número inferior de horas e se dedicar mais a seus projetos pessoais e familiares. A executiva não aceitou a proposta, sugerindo que outras pessoas não conseguiriam realizar suas funções executivas adequadamente. Adicionalmente, afirmou que não poderia abrir mão de sua posição para, em troca, se dedicar aos seus projetos pessoais e familiares. Conclui-se que sua motivação está na satisfação de necessidades a) básicas. b) de segurança. c) de participação. d) de estima. e) de autorrealização. Que carrasca einh? Tá de sacanagem essa diretora, não é? Agora falando sério, a diretora está buscando satisfazer suas necessidades de estima (realização, status, valorização). Lembrando que autorrealização é a satisfação total, envolvendo a parte pessoal (que não está sendo satisfeita na questão) e profissional. Gabarito: D 6) (CESGRANRIO BACEN 2010) O horário de uma funcionária de uma empresa de seguros é flexível e permite que ela tenha alguma liberdade quanto ao horário em que chega e sai do trabalho; é ela quem decide quando fará sua jornada de oito horas de trabalho dentro de um expediente de abertura da organização às 7 horas e fechamento às 19 horas. Relacionando os esquemas flexíveis de trabalho, como exemplificado acima, com as teorias sobre motivação, verifica-se que o(a) Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 24 a) horário de trabalho flexível pode ser relacionado à aplicação da teoria dos dois fatores de Herzberg, já que promove os fatores intrínsecos do trabalho. b) horário de trabalho flexível é a aplicação prática da teoria da fixação de objetivos, já que ela enfatiza a fixação participativa de metas. c) crescimento e a expansão das habilidades das pessoas são coerentes com a teoria ERG, uma vez que os esquemas flexíveis de trabalho as estimulam para o aprendizado. d) teoria da expectativa trata, indiretamente, da questão da flexibilidade no que se refere à importância dada ao equilíbrio entre recompensas e metas pessoais. e) situação da funcionária ilustra o papel que a equidade tem na motivação, no desempenho e na produtividade organizacional. Vejamos item por item. a) A relação até acontece, mas com os fatores extrínsecos, onde estão inseridas as condições do ambiente de trabalho. b) É preciso mencionar o foco nos objetivos para se tratar dessa teoria. Além disso, a fixação participativa não é regra na teoria da fixação dos objetivos. c) essa traça uma escala, um continuum. Alderfer não trata de horários flexíveis. d) Exatamente isso. Essa teoria relaciona expectativa, esforço e recompensa. O horário flexível entra nesse contexto. e) A equidade na verdade relaciona-se com a comparação do trabalho com seus pares. Gabarito: D 7) (CESGRANRIO ELETROBRÁS 2010) A gestão de pessoas deve contribuir para que os funcionários busquem o equilíbrio entre desenvolvimento de carreira e de vida pessoal, levando em conta que os indivíduos possuem necessidades pessoais distintas que exigem atenção. PORQUE Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 25 A área de gestão de pessoas pode promover, por exemplo, horário e local de trabalho flexíveis, academia de ginástica, salas de descompressão, creche no local de trabalho, licenças remuneradas ou sabáticas. A esse respeito, conclui-se que (A) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. (B) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. (C) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. (D) a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. (E) as duas afirmações são falsas. Em função de a gestão de pessoas ter que contribuir para que os funcionários tenham equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, essa área deve utilizar de mecanismos que possibilitem isso. Assim, uma creche no local de trabalho tem a função de unir o “útil” ao “agradável”, aproximando vida pessoal da vida profissional. Esse tipo de medida geralmente é bastante exitoso. Gabarito: A 8) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2010) Uma boa funcionária ocupa um mesmo cargo há três anos e realiza uma atividade técnica extremamente especializada. Ela conversou com seu supervisor sobre sua desmotivação e desinteresse. Seu supervisor começou a avaliar alguns sistemas motivacionais disponíveis e decidiu incentivá-la a permanecer e melhorar seu desempenho no trabalho, associando- o à sua realização pessoal. Para tal, propôs aumentar seu escopo de trabalho, inserir novos desafios e responsabilidades, delegar certa autonomia decisória e possibilitar futuras progressões salariais.Nessa situação, o supervisor buscou um sistema motivacional conhecido como a) enriquecimento do trabalho. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 26 b) grupos autônomos de trabalho. c) reconhecimento do trabalho. d) profecia autorrealizadora. e) incentivos monetários. Veja que o supervisou buscou enriquecer o trabalho, melhorando as perspectivas da funcionária. Assim, ao assumir novos desafios/responsabilidades mesmo que seja no mesmo cargo irá fazer com que haja um enriquecimento de tarefa/atividade. Profecia autorrealizadora é um conceito desenvolvido por Rosenthal e Jacobson que significa a projeção, negativa ou positiva, que fazemos intuitivamente e de forma pré-concebida de outra pessoa, grupo ou situação. Enriquecimento de Tarefas (do trabalho): esse enriquecimento é também conhecido como job enrichment ou enriquecimento de cargos. Trata-se de uma reorganização e ampliação de um cargo para proporcionar adequação a quem ocupa aquele posto. O intuito é aumentar a satisfação, agregando variedade (diversidade de tarefas), autonomia (para tomada de decisões), significado das tarefas (entendimento do trabalho), identidade das tarefas (identificação com aquilo que se realiza) e feedback (retroação). Gabarito: A 9) (CESGRANRIO FUNASA 2009) Uma das teorias sobre motivação mais conhecidas é a desenvolvida por Maslow. Para ele, é possível ordenar as necessidades humanas em uma hierarquia de influenciação e importância, que contém as características a seguir. I – Necessidades sociais. II – Necessidades fisiológicas. III – Necessidades de estima. IV – Necessidades de segurança. V – Necessidades de autorrealização. A sequência correta dessa hierarquia é (A) I, II, V, IV e III (B) I, III, IV, V e II Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 27 (C) II, IV, I, III e V (D) IV, V, II, I e III (E) V, I, III, II e IV Aqui, basta saber a ordem de baixo pra cima: fisiológica, segurança, social, estima e autorrealização. Gabarito: C 10) (CESGRANRIO TERMOMACAÉ 2009) A teoria motivacional mais conhecida é a de Maslow, baseada na hierarquia das necessidades humanas. Para ele, as necessidades estão arranjadas em uma pirâmide de importância e influenciação do comportamento humano, na qual se destaca a de estima, que envolve necessidades que a) orientam a vida humana desde o momento do nascimento, como a alimentação, o sono, o repouso, o abrigo etc. b) levam a pessoa a se proteger de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato. c) levam cada pessoa a realizar o seu próprio potencial e buscar se desenvolver continuamente ao longo da vida. d) se relacionam à associação do indivíduo a outras pessoas, vinculadas à participação, à aceitação por partedos colegas, à troca de amizade e amor. e) se relacionam à maneira como a pessoa se vê e seavalia, compreendendo a auto-apreciação, aautoconfiança, a necessidade de reconhecimento, de prestígio e de consideração. Vejamos as alternativas: a) necessidade fisiológica. b) necessidade de segurança. c) necessidade de auto-realização. d) necessidade de afeição (social). e) essa é a nossa resposta. Estima é reconhecimento, é valorização, prestígio, status. Gabarito: E Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 28 11) (CESGRANRIO BNDES 2009) A teoria da motivação, composta por três grupos de necessidades importantes, que pode ser vista como uma extensão da Teoria de Herzberg é denominada Teoria a) da equidade. b) da expectativa. c) das necessidades de McClelland. d) do estabelecimento de metas. e) ERC de Alderfer. Essa questão teve como gabarito preliminar a Teoria ERC de Alderfer. Porém, posteriormente ela foi anulada em virtude de: erro no enunciado. O erro está em falar que essa teoria é uma extensão de Herzberg, quando na verdade deveria ser mencionado Maslow. Gabarito: X 12) (CESGRANRIO BNDES 2009) Ao conduzir um estudo visando a implantar um programa de motivação dos colaboradores de uma organização, um psicólogo fez uma extensa pesquisa sobre as diversas teorias motivacionais disponíveis na literatura especializada. Ao final desse levantamento, optou por basear o programa na teoria de McClelland, por considerá-la mais adequada ao trabalho proposto, pois essa teoria tem como base a existência de a) cinco tipos de necessidades: fisiológicas, de segurança, de afiliação, de estima e de autorrealização. b) três tipos de necessidades: de poder, de afiliação e de realização. c) três tipos de necessidades: de existência, de relacionamento e de crescimento. d) dois fatores a serem considerados: os higiênicos e os motivacionais. e) fatores ambientais, individuais e grupais que definem as necessidades do empregado. A base da teoria são as necessidades de poder, de afiliação e de realização. Realização: cada indivíduo tem que por à prova seus limites, deve fazer um bom trabalho que mensure as realizações pessoais. As pessoas que possuem Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 29 muito essa necessidade costumam procurar mudanças na vida, são competitivas, cumprem metas estipuladas. Afiliação: nessa necessidade, há a preocupação de se estabelecer, manter ou restabelecer relações emocionais positivas com as pessoas. Poder: essa necessidade é caracterizada pelo forte impulso em exercer autoridade sobre os demais e executar ações poderosas. Vejamos os demais itens. a) Maslow. c) Alderfer (ERG) d) Herzberg. e) Lewin (Teoria do Campo). Campo, para o Kurt Lewin, é o espaço de vida da pessoa, em que todo o comportamento é concebido como uma mudança de algum estado de um campo numa unidade de tempo específica. Lewin propôs um processo de mudança que é aplicável tanto a pessoas, quanto a grupos e organizações. Essas mudanças ocorrem em um determinado ambiente. Esse ambiente pode ser interno (tecnologias, rh, estrutura organizacional) ou externo (políticas de governo, relacionamento com cliente). O autor, em uma de suas pesquisas, constatou: “A produtividade de um grupo e sua eficiência estão estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus membros, mas sobretudo com a solidariedade de suas relações interpessoais” Gabarito: B Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 30 Liderança Que tal definirmos essa palavra? Liderança é a utilização da capacidade própria de influenciar o comportamento dos outros, ou seja, um líder é aquele que consegue convencer seus pares a acompanharem seus ideais, suas propostas, etc. O líder deve possuir a habilidade de motivar os seus seguidores a atingirem determinados objetivos. No âmbito das organizações, a liderança se faz presente de maneira formal, pelos escolhidos para exercer cargos de confiança (chefias). Além dessa forma conhecida e de fácil percepção de todos, existeoutro aspecto que demonstra presença de liderança em empresas: o espontâneo, formado por pessoas que assumem papel de líder informalmente. Vamos exemplificar: Uma pessoa que assume um cargo de gerência é um líder. Isso é formal, está registrado na empresa, está escrito. Por outro lado, um operário, por razões diversas, como ter facilidade de comunicação ou possuir voz ativa na empresa (é escutado pelos outros), assume papel de líder dos próprios operários, no momento de reivindicações. Isso é informal, não está escrito, mas todo mundo sabe que está acontecendo. Teorias da liderança Como tudo em administração, liderança é um conceito que foi estudado e desenvolvido por diferenças escolas (assim como na literatura, em que existem os períodos, como barroco, romantismo – vou parar de citar, pois não sei mais - na administração, ocorre esse mesmo fenômeno). Trazendo para a administração, chamamos os períodos de escolas, como a clássica, a de relações humanas, etc. Teoria dos traços Segundo essa teoria, a liderança é considerada como algo inerente ao ser humano, ou seja, ou você nasce com ela ou não. Vejamos as características: Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 31 Vejamos cada um: Fatores físicos: tem a ver com características físicas de cada um; Habilidades: facilitam a obtenção de liderança; Personalidade: geram aceitação ou não de um líder pelos liderados. Percebam que essa é uma teoria mais antiga, mais rústica. Hoje conseguimos perceber que pessoas podem se tornar líderes através de um bom treinamento. Mesmo reconhecendo que algumas pessoas possuem mais facilidade do que as outras, todos podem desenvolver características que os transformarão em líderes. Teoria dos estilos Conforme o próprio nome, essa teoria destaca diferentes estilos de se liderar. Vejamos os tipos: Autocrática (autoritária; diretivo): significa “o poder para si próprio”. É típico de uma liderança exercida pelos monarcas, principalmente na época do absolutismo. As decisões do líder são tomadas de forma isolada, sem qualquer consulta ou participação de terceiros. Nesse aspecto, todas as rotinas, as divisões de tarefas, etc, são definidas unilateralmente. O líder é voltado para as tarefas. •peso •altura •tipo de voz fator físico •inteligência •escolaridade •fluência verbal habilidades •moderação •autoconfiança •sensibilidade personalidade Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 32 Liberal (rédea solta; laissez-faire, que significa “deixar fazer” ou “deixar passar”): é exatamente o extremo da autocrática. Aqui, o líder possui o mínimo de participação. É a equipe do líder (liderados) que detém autonomia nas decisões. Democrática (participativa; consultiva): a equipe é estimulada a participar, apesar de o líder agir ativamente, direcionando e estimulando os liderados na tomada de decisão. O gestor lidera voltado para as pessoas e não para as tarefas como faz o diretivo (autoritário). Vejam uma escala de participação dos liderados nas 3 formas de liderança: - Participação dos liderados + É importante destacarmos que não existe uma regra. Não existe o melhor tipo de liderança. 13) (CESGRANRIO TRANSPETRO 2012) Liderança é uma relação interpessoal e social que obedece a uma dinâmica complexa. Uma gestão eficaz e eficiente das pessoas de uma equipe no atendimento dos objetivos propostos pela organização faz parte dos atributos de um líder. Com relação à liderança autocrática, o líder a) toma decisões sem levar em consideração a opinião da equipe. b) toma a decisão, mas escuta os subordinados. c) toma a decisão se houver consenso na equipe. d) envolve algumas pessoas da equipe para tomar sua decisão. e) repassa a decisão aos liderados. Se o líder é o autocrático, ele decide e pronto. Assim, a opinião da equipe não é levada em consideração. Autocrático Democrático Liberal Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 33 Vejamos os tipos de líder na teoria dos estilos: Autocrática (autoritária; diretivo): significa “o poder para si próprio”. É típico de uma liderança exercida pelos monarcas, principalmente na época do absolutismo. As decisões do líder são tomadas de forma isolada, sem qualquer consulta ou participação de terceiros. Liberal (rédea solta; laissez-faire, que significa “deixar fazer” ou “deixar passar”): é exatamente o extremo da autocrática. Aqui, o líder possui o mínimo de participação. É a equipe do líder (liderados) que detém autonomia nas decisões. Democrática (participativa; consultiva): a equipe é estimulada a participar, apesar de o líder agir ativamente, direcionando e estimulando os liderados na tomada de decisão. O gestor lidera voltado para as pessoas e não para as tarefas como faz o diretivo (autoritário). Vejam uma escala de participação dos liderados nas 3 formas de liderança: - Participação dos liderados + Gabarito: A Liderança Transacional x Liderança Transformacional Recentemente, trazida pelo autor Burns, uma nova abordagem de liderança surgiu. Trata-se de dois tipos de liderança: transacional e transformacional. Transacional: baseada na legitimação da autoridade dentro de uma estrutura burocrática, em que há uma relação de troca entre líder e liderado. Assim, há um relacionamento que envolve o estabelecimento de metas, determinação de tarefas a serem desenvolvidas, nas possíveis gratificações e punições oriundas do alcance ou não dos resultados. Nessa liderança vale a máxima “te dou isso Autocrático Democrático Liberal Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 34 se você fizer aquilo”. Transformacional: nessa liderança, devemos falar em motivação, em comprometimento. O sentimento gerado entre a relação entre líder e liderado é de justiça, com a relação baseada na lealdade, na confiança. Essa liderança vai além da simples realização baseada em metas. A novidade aqui é a transformação que o líder, junto com sua equipe, consegue imprimir na empresa. A base da liderança transformacional está em 4 fatores: carisma (personalista), inspiração, estímulo intelectual e consideração individualizada. Teoria dos enfoques situacionais O importante, para essa teoria, é o contexto, a situação. Nesse sentido, é preciso considerar, para cada caso, os atributos do líder, da equipe e da situação. O tipo de liderança ideal vai depender dos eventos. Nessa teoria, existem diferentes correntes. Vejamos as principais. Teoria Contingencial de Fiedler (LPC – least preferred co-worker – colaborador menos preferido) – dois fatores são determinantes para o desempenho do grupo: maneira como o líder interage com a equipe e o grau em que a situação gera controle e influência ao líder. Há, segundo essa teoria, 3 variáveis importantes: relação entre líder e membros do grupo (confiança e respeito), estrutura da tarefa (procedimentos, definição de metas) e posição de poder do líder (grau de poder e influência). Fazendo uma ligação com os estilos deliderança, temos o seguinte: situações extremas, ou seja, no momento em que as variáveis estão muito favoráveis ou muito desfavoráveis, a liderança deve ser autoritária. Quando existe o meio- termo, deve-se lançar mão da liderança democrática. Teoria de Hersey e Blanchard – nesse modelo, tido como um dos mais conhecidos, a liderança situacional baseia-se em duas variáveis: comportamento do líder e maturidade dos seus subordinados. Essa maturidade relaciona-se ao desempenho das tarefas, com a aceitação das responsabilidades impostas. Na verdade, segundo essa teoria de liderança situacional, temos que nos Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 35 preocupar com a variável "estilo do líder", a variável "maturidade do liderado", além da variável "ambiente", já que estamos falando de situações. A maturidade pode ser definida como a capacidade que as pessoas têm de assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento, ou seja, de cumprir os deveres sem ter que receber ordens e sem precisar ser "vigiado". Vamos aos níveis de maturidade existentes: Comando (M1): para pessoas (liderados) com baixo nível de maturidade. Nesse prisma, o líder dá ordens sem estabelecer qualquer tipo de relacionamento com os subordinados, fornecendo instruções e supervisionando de perto. O foco é na tarefa, ou seja, o líder é fortemente voltado para tarefa e com pouco relacionamento, pois só há determinação, não havendo discussões/diálogos. Venda (M2): caracterizado também pela maturidade baixa. Alto nível de orientação para as tarefas (líder decide tudo) e também para as pessoas (líder persuade). Nesse caso, há vontade dos subordinados, porém falta confiança em assumir responsabilidades. Líder decide, mas dá oportunidades para esclarecimento. Participação (M3): maturidade média. Relacionamento é o foco, com pouca ênfase nas tarefas. Há capacidade dos funcionários, mas não existe desejo de assumir responsabilidades. Líder troca ideias, é um facilitador, como se fosse um líder democrático. Tarefa baixa (liderados decidem) e relacionamento alto (compartilhamento, troca de ideias, diálogo). Delegação (M4): maior maturidade. Pouca atenção para tarefa (delegação) e também para as pessoas (não há compartilhamento, há transferência de responsabilidades, como se fosse um líder liberal). Há capacidade e desejo de assumir responsabilidades. Líder transfere a decisão para os liderados. Vejam que, para cada situação, existe uma maneira de lidar com a equipe. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 36 Grid de Liderança Também chamado de Managerial Grid (termo em inglês), esse modelo de liderança foi desenvolvido por Blake e Mouton. O Grid identifica 5 estilos diferentes de liderança baseados na preocupação com as pessoas e na preocupação com a produção (realização de tarefas/atividades). Como é representado o modelo? O modelo é demonstrado a partir de uma grade, com preocupação para a produção (eixo X) e com preocupação para as pessoas (eixo Y). Cada eixo varia de 1 (baixo) a 9 (alto). Os estilos de liderança resultantes são as seguintes: Casa 1.1 - Baixo interesse pelas pessoas (1) e baixo interesse pela produtividade (1), chamada de administração nula ou empobrecida. Casa 1.9 – Alto interesse pelas pessoas (9) e baixo interesse pela produtividade (1), chamada de administração de clube ou de festa. Casa 9.1 - Baixo interesse pelas pessoas (1) e alto interesse pela produtividade (9), é a administração com base na autoridade e na obediência, também chamada de administração do chicote. Casa 5.5 - Médio interesse pelas pessoas (5) e médio interesse pela produtividade (5), chamada de administração do meio do caminho. Casa 9.9 - Alto interesse pelas pessoas (9) e alto interesse pela produtividade (9), chamada de administração da equipe. Veja a figura. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 37 Alto 9 1.9 9.9 in te re ss e p a ra p e ss o a s 8 7 6 5 5.5 4 3 2 Baixo 1 1.1 9.1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Baixo interesse para produtividade Alto Papéis de Gerentes - Mintzberg Mintzberg faz uma classificação de papéis de gerentes, dividindo-os em três categorias: 1. Papéis interpessoais: gerente é o chefe, é o líder. 2. Papéis de informação: gerente é o monitor, disseminador, porta-voz. 3. Papéis de decisão: gerente é empreendedor, solucionador de problemas, negociador. Essa divisão mostra as diferentes faces de um gerente em distintas situações. Nesse sentido, temos que: 1. Quando ele lida com pessoas, o seu papel é interpessoal. 2. Quando o gerente dissemina rotinas, é porta-voz dos empregados perante a diretoria, esse é o papel de informação. 3. Quando lida com tomada de decisão, criando produtos, resolvendo Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 38 problemas, fechando um contrato, ele está desempenhando o papel decisório. Habilidades Esse é um assunto tratado por Robert Katz. São três as habilidades importantes em um líder, segundo o autor: Habilidades técnicas: relacionadas à execução do trabalho, ao domínio do conhecimento requerido; Habilidades humanas: relacionadas ao relacionamento, às equipes; Habilidades conceituais: normalmente, estão presentes no proprietário, no administrador principal da empresa, etc. Trata-se de uma visão do todo, de todo o sistema que envolve a organização. Sistemas de organizações - Likert Likert identifica quatro sistemas de organizações. Vejamos: Sistema autoritário coercitivo: marcado pela arbitrariedade, rigidez, possui forte controle, pouca comunicação. Geralmente, está presente em empresas com mão-de-obra intensiva e não especializada, com pouca tecnologia. Sistema autoritário benevolente: apesar de impositivo, é um pouco condescendente, menos rígido. Presença, mesmo que pequena, de consulta, delegação e recompensas (junto com ameaças). Presente em empresas mais industriais com certa tecnologia (pouca), com mão-de- obra um pouco mais especializada. Sistema consultivo: mais participativo, pouca arbitrariedade. Há discussão para a definição dos objetivos e tarefas. Presença de comunicação de baixo para cima (do subordinado ao chefe). Caracterizado pela motivação dos funcionários, mas, uma vez que é mais participativo, acaba sendo um sistema mais lento nas decisões. Sistema típico do ramo de serviços e de empresas industriais mais organizadas. Sistema participativo: sistema democrático, com participação de todos na Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 39 tomada de decisão. A comunicação ocorre em todos os sentidos, havendo forte motivação. Há um sentimentode segurança coletiva e de interdependência. Típico de empresas com forte tecnologia, com pessoal especializado e tarefas complexas. Caminho-Meta Desenvolvida por Robert House e Martin Evans, a teoria do caminho-meta ou caminho objetivo situa-se no contexto das abordagens contingenciais (situacionais). De acordo com a teoria, é dever do líder auxiliar seus subordinados no alcance das metas. Ele deve orientar, apoiar e conceder os recursos necessários para o cumprimento de objetivos. A ideia central é a seguinte: o líder deve abrir o caminho, reduzindo obstáculos, para que o liderado tenha condições de atingir o objetivo ou a meta. Segundos os autores, são quatro os comportamentos do líder: House (o autor, não o médico da série americana) entende que existe flexibilidade entre os líderes, podendo atuar nos quatro comportamentos, a depender da situação. •deixa os liderados cientes daquilo que é esperado •organiza o trabalho a ser realizado, fornecendo instruções precisas Diretivo •amigável •sensível às demandas dos lideradosApoiador •consulta os subordinados •toma as decisões considerando as sugestões recebidas Participativo •estabelece metas desafiadoras •espera que os liderados deem o melhor de si Orientado para conquista Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 40 Os autores também desenvolvem, dentro dessa teoria do caminho-meta, as variáveis contingenciais que influenciam na relação entre o comportamento do líder e os resultados alcançados. Vejamos: Ambientais (fora do controle do funcionário) o Estrutura da tarefa o Sistema formal de autoridade o Grupo de trabalho Variáveis que compõem as características do funcionário o Centro de controle o Experiência o Capacidade percebida Fazendo a combinação das variáveis e dos quatro tipos de comportamento, temos as seguintes conclusões: Liderança diretiva: gera maior satisfação com tarefas ambíguas ou estressantes. Liderança apoiadora: conduz a um desempenho melhor e a uma satisfação maior quando há tarefas estruturadas. Liderança diretiva (de novo a diretiva – não é erro de digitação): quando há funcionários com boa capacidade percebida ou experiências consideráveis, há a sensação de essa liderança é redundante. Liderança participativa: funcionários com centro de controle interno ficam mais satisfeitos. Esse centro de controle interno equivale ao locus de controle interno. Significa que esse tipo de funcionário atribui a fatores próprios (internos, de comportamento) aquilo que ocorre no dia a dia, ou seja, as razões dos acontecimentos não estão fora da empresa (no mercado). Liderança orientada para a conquista: a expectativa dos funcionários de que os esforços levam a um melhor desempenho aumenta, considerando as tarefas estruturadas de maneira ambígua. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 41 Líderes e Empreendedores Para entrarmos nesse tópico, essencial definirmos o conceito de empreendedor: qualificação dada a um indivíduo que possui determinadas características, tais como inovador, realizador, arrojado, autoconfiante, capaz de assumir riscos calculados, agente de transformação/mudança. Esse conceito não se restringe às empresas, podendo aparecer a figura do empreendedor em um projeto específico ou em uma ação isolada dentro de uma comunidade. Podemos, principalmente, chamar de empreendedor o fundador de uma empresa, já que normalmente ele constrói algo partindo do nada, em situações difíceis. Dentro das organizações, segundo Gifford Pinchot, uma pessoa empreendedora pode ser chamada de intra-empreendedor. Ainda falando sobre o empreendedor dentro de uma empresa, é preciso mencionar que para que pessoas empreendam dentro de uma organização, é de suma importância que a empresa dê condições para isso, ou seja, deve ser encorajada a inovação. Caso contrário, o mais empreendedor dos empreendedores se tornará um perfeito burocrata, na concepção pejorativa da palavra. Nesse caso, o “homem é fruto do meio”. De qualquer modo, uma pessoa com características de empreendedor acredita ser importante sentir-se útil para o grupo em que está inserida, possuindo necessidade de obter poder e de se tornar realizada em suas ações, buscando sempre diversas oportunidades. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 42 É importante mencionar que é possível treinar pessoas para se tornarem empreendedoras. Segundo Filion, “o treinamento para a atividade empreendedora deve capacitar o empreendedor para imaginar e identificar visões, desenvolver habilidades para sonhos realistas.” Para Say, o empreendedor (palavra oriunda do termo francês “entrepreneur”) é aquele que “movimenta recursos econômicos de um setor de menor produtividade para outro de maior produtividade e melhor rendimento.” No setor público, o termo empreendedor também vem sendo difundido. Isso vem ocorrendo principalmente no âmbito das instituições, ou seja, definindo o que seria uma instituição empreendedora. Segundo Ted Gaebler e David Osborne: “Naturalmente, o fato de que não se pode governar como quem dirige uma empresa não quer dizer que o governo não possa tornar-se mais empreendedor. Qualquer instituição, pública ou privada, pode ser empreendedora, assim como qualquer instituição, pública ou privada, pode ser burocrática.” É possível gerar competitividade, inclusive entre entidades públicas. Vejamos o que cita Gaebler: “O serviço postal americano lançou uma série de selos em homenagem a Elvis Presley, seguindo uma estratégia muito inteligente. Em primeiro lugar, foram lançados cinco selos com imagens de diferentes fases da carreira do cantor, submetidos ao público para que escolhesse os mais bonitos. Apenas dois foram escolhidos e os demais descartados. Em fevereiro deste ano, o correio faturou nada menos que 1,1 bilhão de dólares com esses selos. Uma receita obtida com um serviço que a empresa nem mesmo terá de realizar, uma vez que boa parte dos selos foi comprada por gente que quer guardá-los como lembrança.” Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 43 Outro exemplo: “em vários Estados Americanos, uma certidão de nascimento custa apenas 9 dólares. Se os pais quiserem uma certidão decorativa, feita em papel especial para colocar na parede, o mesmo serviço sai por 50 dólares. É simplesmente um recurso de marketing para adicionar valor à informação.” Percebam que as características do empreendedorismo podem sim serem aplicadas às entidades públicas, desde que essas sejam administradas com mais energia, com mais garra. É preciso que haja envolvimento de todos e que o Governo seja flexível para se adaptar às mudanças do “mercado”. É o reinventar do governo. O processo empreendedor inicia-se com o surgimento de uma oportunidade, através de uma necessidade detectada, possibilitando ao empreendedor efetivar realizações com inovação. A materialização dessa oportunidade gera novas oportunidades, funcionando como um ciclovirtuoso, com o empreendedor no seu centro. Vamos a um exemplo. Um funcionário cheio de ideias, mas com pouca coragem, continua efetuando seu trabalho rotineiro. Um belo dia, é demitido. A partir daí, ele se vê obrigado ou enxerga nessa nova fase uma oportunidade de empreender o seu negócio, através de suas criações. Surge, assim, um empreendimento. Da percepção da oportunidade até a efetivação do empreendimento, há um extenso caminho a percorrer. As fases intermediárias é o que podemos chamar de processo empreendedor. Fase 1 – Identificação da Oportunidade: onde surgem as ideias, seja pela busca de algo ou pelo surgimento de uma oportunidade. É necessário avaliar a conveniência da oportunidade. Fase 2 – Decisão de avançar: deve ser desenvolvido o plano de negócios, delineando estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento. Fase 3 – Implementação: o empreendedor deve utilizar sua habilidade de negociação para captar os recursos necessários. Fase 4 – Crescimento: momento de gerir a empresa, em que devem ser Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 44 reconhecidas as limitações, ser recrutada uma excelente equipe de trabalho, implementar as ações que minimizem os problemas e maximizem os lucros. Poder Tendo em vista a globalização da economia mundial, que influencia diretamente o dia-a-dia de uma empresa, podemos fazer a seguinte conclusão: poder não é só aquilo que se manifesta no interior da organização. As influências externas também atuam nos resultados de uma empresa. O ser humano necessita da interação social e, quando ele se isola da sociedade, ele perde o contato com o poder. No contexto organizacional, no início, o poder é centralizado nas mãos dos fundadores/proprietários. À medida que a empresa cresce, o poder vai migrando, vai se descentralizando. Além da descentralização, a influência externa passa a acontecer. À medida que as empresas ficam interdependentes (influenciadas externamente), as influências na organização aumentam. Se compararmos com a cultura, essa representa algo interno, a imagem que a organização reflete no ambiente. O poder deve ser visto como a possibilidade de decidir, a situação de posição de privilégio em relação à outra parte. Podemos dizer que a cultura e o poder estão intimamente ligados às relações sociais. A cultura constitui peça-chave para que possamos compreender as relações de poder nas organizações. Mesmo que haja a influência externa, é preciso entender a cultura para compreender a maneira como o poder influencia a empresa. Mintzberg identificou seis configurações de poder, a saber. Identificação da oportunidade Decisão de avançar Implementação Crescimento Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 45 Antes de detalharmos as configurações, vamos falar um pouco sobre as coalizões. As coalizações são as influências. Se a coalizão advém de funcionários da empresa que possuem voz ativa, ela é interna. Se ela é oriunda de pessoas que não trabalham na organização, como parceiros comerciais, ela é externa. Vejamos cada uma das configurações agora. Instrumental: instrumento à disposição de um agente ou grupo de agentes externos. Concebida para atender aos objetivos expressamente anunciados desse agente. As estruturas são ferramentas estabelecidas parra a consecução eficiente dos propósitos desse grupo ou agente. Sistema Fechado: formado por uma coalizão interna burocrática, utilitarista, em que os membros internos contribuem com a organização de acordo com os incentivos materiais. Autocráticas: possui coalizão externa passiva, e interna personalizada, formada por um diretor executivo que exerce o controle mediante meios pessoais, o que gera agentes internos leais ou sob pena de demissão. Missionárias: utiliza a ideologia para controlar, impondo sua missão, exercendo controle da autoridade. Coalizão externa é passiva e a interna serve para mantê-la unida em torno dos objetivos da ideologia. Organização Instrumental Sistema Fechado Organização Autocráticas Organização Missionária Organização Meritocrática Arena Política Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 46 Meritocráticas: poder concentrado na habilidade e no talento do pessoal do núcleo de apoio. A coalizão interna é profissionalizante. O mérito é valorizado. Arena Política: caracterizada pelo conflito intenso, estendido e breve. Mintzberg identifica também 5 bases de poder. Essas bases demonstram como os indivíduos exercem poder na organização, que depende deles para a sua sobrevivência. Vejamos as bases: 1. recursos; 2. habilidade técnica; 3. corpo de conhecimento importante para a organização (competência); 4. prerrogativas legais, que garantem o exercício do poder formal (chefes); 5. acesso privilegiado das pessoas as outras bases. Mintzberg (mais uma vez ele – é o cara!!!) trata dos grupos de poder nas organizações, que se relacionam às bases: 1. recompensa e coerção: com base nas prerrogativas legais e no controle dos recursos, habilidades e competências; 2. legítimo (formal): com lastro na posição que a pessoa ocupa em uma estrutura, baseada nas prerrogativas legais; 3. experiência: baseado na competência e nas habilidades; 4. referente: identificação por certas pessoas, tidas como modelos. Para BOWDITCH e BUONO (2006), as pessoas podem exercer poder com base nos seguintes fatores: capacidade de lidar com incertezas: enfrentar as incertezas que aparecem na rotina de trabalho. Substitubilidade: dificuldade de ser substituído por outro, gerando poder à pessoa que não é substituída. Centralidade organizacional: quanto mais centralizado, maior o poder. Interdependência do papel e da tarefa: se uma atividade depende de outra pessoa, esse segundo indivíduo tem controle sobre o primeiro. Curso de Administração Geral (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 00 – Motivação e Liderança Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 47 Questões 14) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2015) Um dirigente de uma empresa está preocupado com seu papel na empresa e com os resultados apresentados, que têm piorado bastante nos últimos meses. Isso tem feito com que ele se questione a respeito de seu estilo de liderança. Para resolver esse problema e melhorar o desempenho de sua organização, ele contratou um consultor que o orientou a adotar um estilo de liderança apoiador, cujas características são: a) ter preocupação com o bem-estar de seus subordinados, sendo aberto e acessível a eles, tratando-os como iguais. b) enfatizar a obediência às regras, às metas de desempenho e padrões de comportamento conforme estabelecido. c) encorajar as discussões em grupo, não consultando os subordinados para tomar as decisões, porém permitindo que os subordinados deem suas sugestões e opiniões. d) fixar as diretrizes para os subordinados sem a participação destes, providenciando as técnicas e orientação para a execução das tarefas. e) dar liberdade completa aos subordinados para as decisões do grupo ou mesmo individuais, com a participação mínima do líder. Apoiador: amigável; sensível
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