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AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA AULA 05 Lei nº 9.784/99 DIREITO ADMINISTRATIVO Professor Edson Marques Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 1 Olá! Vamos que vamos. A aula de hoje é relativamente tranquila, e também não é muito explorada pela Banca. Mas, é sempre preciso ficarmos atentos. Então, veremos o seguinte: 2. Lei nº 9.784/1999 e suas alterações – Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Bons estudos e grande abraço, Prof. Edson Marques Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 2 S U M Á R I O 1. Processo Administrativo ............................................................................. 3 1.1 Princípios .................................................................................................. 4 1.2 Direitos e deveres dos Administrados ...................................................... 7 1.3 Fases do Processo Administrativo ............................................................ 8 1.4 Competência .......................................................................................... 10 1.5 Do impedimento e suspeição .................................................................. 11 1.6 Da forma, tempo e Lugar dos atos do Processo ..................................... 12 1.7 Da comunicação dos atos ....................................................................... 13 1.8 Instrução ................................................................................................ 15 1.9 Relatório ................................................................................................. 18 1.10 Decisão ................................................................................................. 19 1.11 Motivação ............................................................................................. 19 1.12 Extinção do Processo............................................................................ 20 1.13 Recurso Administrativo ........................................................................ 20 1.14 Revisão ................................................................................................. 23 1.15 Dos prazos ............................................................................................ 23 2. QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................... 25 3. QUESTÕES DA IBFC .............................................. Erro! Indicador não definido. 4. QUESTÕES SELECIONADAS .................................................................... 120 5. GABARITO .............................................................................................. 152 Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 3 1. Processo Administrativo A Lei nº 9.784/99 é lei federal que institui normas básicas sobre processo administrativo, tendo por finalidade a proteção dos direitos dos administrados e o melhor cumprimento dos fins da Administração. Em seu art. 1º dispõe que: Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Trata-se de uma lei que estabelece normas gerais sobre processo administrativo. Por isso, não revogou as demais leis específicas, aplicando-se apenas supletivamente às demais espécies de processos administrativos (Processo Administrativo Disciplinar, Processo Administrativo Fiscal, Processos Regulatórios etc). Destaca-se, ademais, que essa Lei é aplicável exclusivamente no âmbito da Administração Pública Federal, mas que por força da recepção também será aplicada ao DF, seus órgãos e entidades, aplicando-se inclusive no âmbito do Poder Judiciário e Legislativo no exercício da função administrativa. Significa dizer que não se aplicará aos Poderes Legislativo e Judiciário quando se tratar de suas funções típicas, ou seja, não se aplica ao processo legislativo, tampouco aos processos judiciais. Contudo, o STJ tem entendimento no sentido de que é cabível a aplicação da Lei nº 9.784/99 aos demais entes federativos de modo supletivo, ou seja, na ausência de lei própria, pode ser aplicada supletivamente a Lei federal. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 4 A propósito, para parte da doutrina essa Lei é mais do que uma norma sobre processo administrativo, é, verdadeiramente, uma lei sobre direito administrativo. Observe que a Lei traz algumas definições importantes, conforme seu art. 2º, ao estabelecer que órgão é a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração (direta ou indireta), que entidade é a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica, e autoridade, o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 1.1 Princípios De forma primorosa, a Lei de Processo Administrativo cataloga uma série de princípios que orientam a atuação no processo administrativo, tais como: Interesse Público, Legalidade, Finalidade, Moralidade, Eficiência, Razoabilidade, Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 5 Proporcionalidade, Motivação, Ampla Defesa, Contraditório, Segurança Jurídica. Esses princípios, de forma geral, são os constantes da própria Constituição Federal, de forma expressa ou implícita. Por isso, a doutrina administrativa tem entendido que tais princípios, orientadores do processo administrativo, são, em verdade, princípios aplicáveis à atividade da Administração Pública. Em decorrência dessesprincípios orientadores do processo administrativo, a Lei nº 9.784/99 estabeleceu os denominados critérios, os quais são, de igual de forma, princípios administrativos, compreendendo: Jurisdicidade/Legalidade: atuação conforme a lei e o Direito; Finalidade/Interesse público: atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; Impessoalidade: objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; Moralidade: atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; Publicidade: divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; Proporcionalidade/razoabilidade: adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 6 estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; Motivação: indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; Formalismo: observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; Formalismo moderado: adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; Ampla defesa e contraditório: garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; Vedação de custas ou depósito prévio: proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; Impulsão oficial: impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; Interpretação teleológica e segurança jurídica: interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Observe, portanto, que alguns princípios então implícitos na Constituição se tornaram expressos por força da Lei nº 9.784/99. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 7 1.2 Direitos e deveres dos Administrados Em sua parte específica a Lei de Processo Administrativo dispõe expressamente de alguns direitos dos Administrados. Nesse sentido, dispõe que é direito do administrado de ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações. Assegura também o direito de ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas, bem como de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente. E, ainda, o direito de se fazer assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei, conforme art. 3º que assim estabelece: Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 8 IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. É importante dizer que, além de direitos, os administrados terão deveres que compreendem: I - expor os fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 1.3 Fases do Processo Administrativo O processo administrativo realiza-se sob as seguintes fases: a) instauração; b) competência; c) instrução; d) relatório; e) decisão Instauração O processo administrativo pode se deflagrado de ofício ou a pedido do interessado. Neste caso, a pedido, será formulado por meio de requerimento que deverá observar os requisitos legais, conforme art. 6º, que assim dispõe: Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - identificação do interessado ou de quem o represente; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 9 IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes. Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. Com efeito, a Lei 9.784/99, em art. 9º, elenca os legitimados, ou seja, interessados a requerer a abertura de processo administrativo, sendo: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. EdsonMarques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 10 1.4 Competência Na condução do processo administrativo, a Lei estabelece a competência, ou seja, o poder legal conferido a um órgão ou agente público para realização de certos atos. Nesse sentido, cumpre dizer que a competência tem uma característica fundamental, que é ser irrenunciável, embora possa ser objeto de delegação ou avocação quando legalmente admitido. Com efeito, a competência poderá ser delegada a outro órgão ou titular, subordinado ou não, por circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial, salvo quando se tratar de: Edição de atos de caráter normativo; Decisão de recursos administrativos; Matérias de competência exclusiva; Nos termos do art. 14 da Lei, a delegação e sua revogação deverá ser publicada no meio oficial, podendo a delegação ser revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada, e o ato considera-se editado pelo delegado, conforme o seguinte: Art. 14. § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 11 Permite-se, ainda, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Ademais, cumpre ressaltar que, inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 1.5 Do impedimento e suspeição Conforme art. 18 da Lei 9.784/99 é impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: Tenha interesse direto ou indireto na matéria; Tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; Esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Assim, é dever do agente ou autoridade, conforme o art. 19, de comunicar tal fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar, na medida em que a omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. A suspeição do servidor ou autoridade poderá ser quando tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau, conforme o seguinte: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 12 Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Observe-se que o indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo, conforme art. 21 da Lei 9.784/99. 1.6 Da forma, tempo e Lugar dos atos do Processo Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. Significa dizer que a forma não é essencial senão quando a lei a exigir como tal. Por isso, quando a lei não estabelecer que a forma é essencial e se o ato for praticado por outra forma, mas alcançar sua finalidade, não haverá nulidade. A Lei, em seu artigo 22, estabelece uma série de exigências, quanto à forma, tempo e local dos atos do processo administrativo. Assim, quanto à forma dispõe: Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. § 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. § 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 13 § 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. § 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas. No tocante ao lugar e tempo, determina o art. 23 que “os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo”, e preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização (art. 25). No entanto, serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. Em regra, o prazo para a pratica dos atos é de cinco dias, salvo motivo de força maior. conforme art. 24: Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. 1.7 Da comunicação dos atos No tocante à comunicação dos atos, determina o art. 26 da Lei que o órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 14 Com efeito, estabelece o art. 28 que devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. A intimação deverá, obrigatoriamente, conter os seguintes requisitos: Art. 26 § 1º A intimação deverá conter: I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; II - finalidade da intimação; III - data, hora e local em que deve comparecer; IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. Além disso, deverá observar a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. A intimação poderá serefetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. No entanto, no caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 15 É importante destacar que no âmbito do processo administrativo não se aplica os efeitos da revelia, conforme prescreve o art. 27 ao dispor que: Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado. 1.8 Instrução A instrução é atividade destinada a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão. Assim, tal fase realiza-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias, conforme preconiza o art. 29, que assim expressa: Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. Com efeito, são inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 16 Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. Poderá, ainda, ser realizada audiência pública a fim de subsidiar a tomada de decisão, conforme o seguinte: Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. É relevante destacar que a Lei de Processo Administrativo é extremamente avançada, já trazendo a previsão da participação de entidades representativas, quando houver direitos ou interesses difusos ou coletivos sendo objetos do processo. Nesses termos dispõe: Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas. Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando- se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 17 Aplica-se aqui a regra de que quem alega deve provar. Assim, conforme art. 36, cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução, podendo juntar os documentos, pareceres, ou requerer o que for pertinente, conforme o seguinte: Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Contudo, prevê o art. 37 que “quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias”. Conforme art. 41 da Lei 9.784/99, os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. É importante observar que quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 18 Nesse sentido, se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. Por outro lado, se for um parecer obrigatório e não vinculante, e deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. Assim, encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado, conforme o seguinte: Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. 1.9 Relatório É a descrição de todos os elementos do processo, ou seja, a fase em que se faz a análise dos fatos e provas constantes dos autos a fim de subsidiar a apreciação do caso pela autoridade administrativa, conforme art. 47 que assim dispõe: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORGCURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 19 Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. 1.10 Decisão É a fase final do processo. É o julgamento do que se requereu, ou seja, é a análise quanto ao que se discute no processo. Com efeito, conforme art. 48, a Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. Desse modo, concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até 30 (trinta) dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada (art. 49). 1.11 Motivação Nos termos da Lei nº 9.784/99, art. 50, os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório V - decidam recursos administrativos VI - decorram de reexame de ofício Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 20 VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 1.12 Extinção do Processo O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado. A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. 1.13 Recurso Administrativo O recurso administrativo será interposto, por razão de legalidade e/ou de mérito, para a autoridade que proferiu a decisão, que se não o reconsiderar, no prazo de cinco dias, encaminhará para a autoridade competente, conforme estabelece o art. 56: Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. § 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 21 § 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução. § 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Observe, portanto, que no âmbito do Processo Administrativo não teremos uma petição exclusiva contendo o pedido de reconsideração, este é inerente ao próprio recurso. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. Ademais, cumpre dizer que, salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução, o que, inclusive, foi afastado pelo Supremo Tribunal Federal ao entender que é inconstitucional a exigência de caução, depósito prévio ou garantia para a interposição de recurso administrativo. Observe que o recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Quem poderá interpor o recurso? Nesse sentido, a Lei de Processo estabelece os seguintes legitimados: Titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 22 Aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; Organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; Cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. A lei estabelece que, salvo disposição legal específica, é de 10 (dez) dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. E, nesse aspecto, conforme §1º do art. 59, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente, salvo outra previsão legal. Referido prazo poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. O recurso não será conhecido quando for intempestivo (interposto fora do prazo), interposto perante órgão incompetente, faltar interesse recursal (interposto por quem não seja legitimado) ou ainda quando interposto após exaurida a esfera administrativa (preclusão administrativa). De todo modo, o não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa, de modo que poderá agravar ou atenuar a punição aplicada. Contudo, em caso de agravamento, deverá ser cientificado o administrado para que formule suas alegações antes da decisão, conforme o seguinte: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 23 Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. 1.14 Revisão Conforme art. 65 da Lei 9.784/99, os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquertempo, a pedido ou de ofício, desde que surjam fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Contudo, da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção, ou seja, a revisão é sempre em benefício do réu. 1.15 Dos prazos Os prazos processuais começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, de modo que, salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem. Com efeito, os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo, e os fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Assim, se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 24 De todo modo, considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. Dito isso, vamos às questões. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 25 2. QUESTÕES COMENTADAS 1. (FCC/2012 – TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA) Nos termos da Lei nº 9.784/99, que cuida de processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, seus preceitos também se aplicam aos órgãos a) dos Poderes Legislativo e Judiciário de todos os entes da Federação, quando no desempenho de suas funções legislativa e jurisdicional. b) dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de suas funções legislativa e jurisdicional. c) dos Poderes Legislativo e Judiciário de todos os entes da Federação, quando no desempenho de função administrativa. d) dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. e) do Poder Legislativo de todos os entes da Federação, quando no desempenho de todas suas funções, mas não aos órgãos do Poder Judiciário. Comentário: A alternativa “a” está errada. Os preceitos da Lei nº 9.784/99 não se aplica aos Poderes Legislativo e Judiciário no desempenho de suas funções legislativa e jurisdicional, conforme o seguinte: Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. Quanto à aplicação aos demais entes federativos, a regra Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 26 é sua inaplicabilidade ante a disposição expressa do art. 1º, caput. Contudo, o STJ tem entendimento no sentido de que, na falta de lei própria, deve ser aplicada subsidiariamente a Lei federal. Significa dizer que, em não havendo no Estado lei própria que regule o processo administrativo, será aplicada a Lei 9784/99 de forma subsidiária. Precedente: ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS. ATO ANULATÓRIO DA INVESTIDURA. ART. 54 DA LEI Nº 9.784/1999. ESTADOS-MEMBROS. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA. PRAZO DECADENCIAL. SUSPENSÃO. INTERRUPÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. TERMO INICIAL. VIGÊNCIA DA LEI. DECADÊNCIA CONFIGURADA. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é assente no sentido de que a Lei nº 9.784/1999 pode ser aplicada de forma subsidiária no âmbito dos Estados-Membros, se ausente lei própria regulando o processo administrativo no âmbito local, o que se verifica no caso do Estado do Rio de Janeiro. 2. O prazo quinquenal, estabelecido no art. 54 da Lei n.º 9.784/1999, para que a administração possa anular os atos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, tem natureza decadencial, o que afasta a incidência dos arts. 190 do Código Civil e 219 do Código de Processo Civil. Aplica-se, em vez disso, o art. 207 do CC, segundo o qual, salvo previsão legal expressa - inexistente na Lei nº 9.784/1999 -, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. 3. "A Lei 9.784/1999, ao disciplinar o processo administrativo, estabeleceu o prazo de cinco anos para que pudesse a Administração revogar os seus atos (art. 54). A vigência do dispositivo, dentro da lógica Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 27 interpretativa, tem início a partir da publicação da lei, não sendo possível retroagir a norma para limitar a Administração em relação ao passado." (MS 9.112/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, CORTE ESPECIAL, julgado em 16/2/2005, DJ 14/11/2005). 4. Na hipótese, tendo em vista que as investiduras tidas por ilegais ocorreram antes da vigência da Lei nº 9.784/1999, a administração estadual poderia rever esses atos até cinco anos depois de 1º/2/1999, contudo, somente o fez em 2007, quando já operada a decadência. 5. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 1103105/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 03/05/2012, DJe 16/05/2012) A alternativa “b” está errada. Aplica-se aos Poderes Legislativo e Judiciário da União no exercício da função administrativa. A alternativa “c” está errada. Nos termos da Lei nº 9.784/99, por se tratar de lei federal somente se aplica no âmbito da União, ou seja, não se aplicaria aos Poderes Legislativo e Judiciário dos demais entes federativos. Contudo, cuidado com a ressalva do entendimento do STJ. Assim, no concurso, se a questão vier seca, isto é, como foi colocada aqui, marque o expresso na Lei. Mas, se falar em aplicação subsidiária conforme entendimento jurisprudencial, tenha certeza que o examinador está cobrando o conhecimento do entendimento do STJ. A alternativa “d” está correta. É isso aí. Conforme art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 9.784/99, suas disposições são aplicadas aos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. A alternativa “e” está errada. Não se aplica aos Poderes Legislativo e Judiciário no exercício de suas funções típicas e, em regra, Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 28 também não se aplica a todos os entes da Federação. Gabarito: “D”. 2. (FCC/2013 – TRT 9ª REGIÃO (PR) – TÉCNICO JUDICIÁRIO) As normassobre processo administrativo postas na Lei no 9.784/99 aplicam-se aos a) servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, na realização de suas funções típicas, excluído o Poder Judiciário em razão de sua competência judicante. b) órgãos do Poder Executivo integrantes da Administração direta ou indireta, excluídos os órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário quando se tratar de realização de função administrativa. c) órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário da União, no que se referir ao desempenho de funções administrativas atípicas. d) órgãos do Poder Executivo e aos servidores integrantes do quadro da Administração direta, excluídos os afastados e os órgãos dos demais Poderes. e) órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no exercício de suas funções típicas. Comentário: De acordo com o art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 9.784/99, além de ser aplicado ao Poder Executivo, as normas sobre processo administrativo são aplicadas aos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. Gabarito: “C”. 3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 20ª REGIÃO – FCC/2011) Nos termos da Lei no 9.784/1999, Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 29 que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, é correto afirmar: a) Considera-se entidade a unidade de atuação desprovida de personalidade jurídica. b) É dever dos administrados formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente. c) Os preceitos desta lei se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, somente no desempenho de função administrativa. d) Um dos critérios assegurados é a possibilidade de aplicação retroativa de nova interpretação. e) Os preceitos da lei constituem normas básicas sobre o processo administrativo, destinadas apenas à Administração Federal direta. Comentário: A alternativa “a” está errada. Considera-se entidade a unidade de atuação provida de personalidade jurídica. A alternativa “b” está errada. É direito dos administrados formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente. A alternativa “c” está correta. Os preceitos da Lei n. 9.784/99 aplicam-se aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, somente no desempenho de função administrativa. É importante ressaltar que essa lei não se aplica a atividade-fim do Judiciário e Legislativo, ou seja, não alcança os processos judiciais e legislativos. A alternativa “d” está errada. Um dos critérios assegurados é a vedação de aplicação retroativa de nova interpretação. A alternativa “e” está errada. Os preceitos da lei Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 30 constituem normas básicas sobre o processo administrativo, destinadas à Administração Federal direta e indireta. Gabarito: “C”. 4. (TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – TJ/AP – FCC/2011) Constituem princípios do processo administrativo, explícitos ou implícitos no Direito positivo: a) oficialidade, publicidade e motivação. b) sigilo, economia processual e unilateralidade. c) onerosidade, publicidade e tipicidade. d) formalismo, gratuidade e inércia dos órgãos administrativos e) oficialidade, devido processo legal e inércia dos órgãos administrativos. Comentário: De acordo com o art. 2º da Lei nº 9.784/99, em seu artigo 2º, a Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Ademais, além desses, há os critérios que são, em geral, representação desses princípios ou a apresentação de outros, tal como os princípios da oficialidade, da gratuidade, do impulso oficial, dentre outros. Dessa forma, a alternativa “a” apresenta princípios contidos na Lei nº 9.784/99, portanto, está correta. A alternativa “b” está errada, pois não há os princípios da economia processual e da unilateralidade, bem como do sigilo, que é aplicado excepcionalmente. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 31 A alternativa “c” está errada, pois não há o princípio da onerosidade e da tipicidade. A alternativa “d” está errada, porque não há o princípio da inércia dos órgãos administrativos, e o formalismo é moderado, mitigado (ou informalismo, como preferem alguns). E, finalmente, a alternativa “e” também está errada, pois não há o princípio da inércia dos órgãos administrativos. Gabarito: “A”. 5. (FCC/2012 – TRE/CE – ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA) Considere as assertivas abaixo atinentes aos princípios do processo administrativo: I. O princípio da oficialidade está presente no poder de iniciativa da Administração Pública para instaurar o processo, na instrução do processo e também na revisão de suas decisões. II. No processo administrativo, prevalece o princípio da atipicidade, no sentido de que muitas infrações administrativas não são descritas com precisão na lei. III. No processo administrativo, embora vigore o princípio da pluralidade de instâncias, não é permitido alegar em instância superior o que não foi arguido de início. IV. É consequência do princípio da pluralidade de instâncias reexaminar a matéria de fato e produzir novas provas. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, III e IV. b) II e III. c) I, II e IV. d) I e IV. e) II, III e IV. Comentário: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 32 A assertiva I está correta. De fato, a Administração pode de ofício instaurar o processo, bem como exercer o poder de autotutela. Assim, verifica-se que o princípio da oficialidade está presente no poder de iniciativa da Administração Pública para instaurar o processo, na instrução do processo e também na revisão de suas decisões. A assertiva II está correta. Não há a incidência do princípio da tipicidade. Por isso, pode-se dizer que prevalece o princípio da atipicidade, no sentido de que muitas infrações administrativas não são descritas com precisão na lei. A assertiva III está errada. Embora vigore o princípio da pluralidade de instâncias, também se aplica do princípio da verdade real, de modo que se pode alegar em instância superior o que não foi arguido de início. A assertiva IV está correta. De fato, é consequência do princípio da pluralidade de instâncias reexaminar a matéria de fato eproduzir novas provas. Gabarito: “C”. 6. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO – TCM/PA – FCC/2010) Sobre os princípios do processo administrativo, considere: I. Princípio que assegura a possibilidade de instauração do processo por iniciativa da Administração, independentemente de provocação do administrado. II. Princípio que garante ao administrado que se sentir lesado com a decisão administrativa propor recursos hierárquicos até chegar à autoridade máxima da organização administrativa. III. Princípio segundo o qual muitas das infrações administrativas não são descritas com precisão na lei. Esses conceitos referem-se, respectivamente, aos princípios da a) oficialidade, da economia processual e da ampla defesa. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 33 b) oficialidade, da pluralidade de instâncias e da atipicidade. c) economia processual, da pluralidade das instâncias e da oficialidade. d) publicidade, da ampla defesa e da oficialidade. e) ampla defesa, da oficialidade e da pluralidade das instâncias. Comentário: A assertiva I trata do princípio da oficialidade. É esse princípio que assegura a possibilidade de instauração do processo por iniciativa da Administração, independentemente de provocação do administrado. XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; A assertiva II refere-se ao princípio do duplo grau ou da pluralidade de instâncias, o qual garante ao administrado que se sentir lesado com a decisão administrativa possa propor recursos hierárquicos até chegar à autoridade máxima da organização administrativa, assegurando-lhe a possibilidade de reexamine da matéria de fato e de produzir novas provas. X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; Enfim, o item “III” diz respeito ao princípio da atipicidade, segundo o qual muitas das infrações administrativas não são descritas com precisão na lei. É que nas leis administrativas não se descreve o tipo administrativo como nas leis penais. Por vezes os ilícitos administrativos são mais genéricos, abertos. Gabarito: “B”. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 34 7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/PI – FCC/2009) Considere: I. Dentre os princípios que informam o Processo Administrativo, destaca-se a legalidade subjetiva, o do formalismo regrado, o da verdade sabida e o do único grau de decisão. II. A instauração do Processo Administrativo pela autoridade competente, se dá, além de outras formas, por portaria e auto de infração. III. Processo Administrativo disciplinar é o meio de apuração e punição de faltas graves dos servidores públicos e demais pessoas sujeitas ao regime funcional de determinados estabelecimentos da Administração. IV. A decisão da autoridade competente no Processo Administrativo e na Sindicância não precisa ser fundamentada, bastando a indicação do dispositivo de lei regulador da ação. V. Cabe ao Poder Judiciário examinar o processo administrativo disciplinar para a verificação da legitimidade da sanção imposta e se foi atendido o devido processo legal. É correto o que consta APENAS em a) II, III e IV. b) I, II e III. c) II, III e V. d) I e V. e) IV e V. Comentário: A assertiva I está errada. Observe que, dentre os princípios que orientam o processo administrativo, temos a legalidade ou jurisdicidade (observância das leis e do direito), o formalismo moderado ou regrado (informalismo, para alguns), e não temos a aplicação da verdade sabida (este instituto que dispensava o processo administrativo) de modo que se busca a verdade material, além do que é prevista a pluralidade de instâncias. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 35 A assertiva II está correta. É que de fato a instauração do Processo Administrativo pela autoridade competente, se dá, além de outras formas, por portaria e auto de infração. A assertiva III também está correta. Processo Administrativo disciplinar é o meio de apuração e punição de faltas graves dos servidores públicos e demais pessoas sujeitas ao regime funcional de determinados estabelecimentos da Administração. A assertiva IV está errada. É que a decisão em processo administrativo, e em especial em disciplinar, inquérito ou sindicância deve ser motivada, indicando os pressupostos de fato e de direito, sob pena de nulidade. E, finalmente, a assertiva V está correta. Cabe ao Poder Judiciário examinar o processo administrativo disciplinar para a verificação da legitimidade da sanção imposta e se foi atendido o devido processo legal. Significa realizar exame de razoabilidade e proporcionalidade, assim como da previsão legal e próprio procedimento, tudo por força do princípio da legalidade. Gabarito: “C” 8. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 24ª REGIÃO – FCC/2011) De acordo com Lei no 9.784/1999, no processo administrativo será observado, dentre outros, o critério de a) garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio. b) impulsão do processo administrativo mediante atuação dos interessados, vedada a impulsão, de ofício, pela Administração Pública. c) cobrança de despesas processuais, não havendo tal cobrança apenas em hipóteses excepcionais previstas em lei. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 36 d) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, permitida a aplicação retroativa de nova interpretação. e) atendimento a fins de interesse geral, permitida, em regra, a renúncia total ou parcial de poderes ou competências. Comentário: A alternativa “a” está correta. De fato, no processo administrativo deve-se observar a garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio. A alternativa “b” está errada, porque há previsão de impulsão oficial, ou seja, mesmo que o interessado não se manifeste a Administração dará andamento ao processo. A alternativa “c” está errada, pois é vedada a cobrança de despesas processuais. A alternativa “d” está errada, na medida em que a interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público aque se dirige, NÃO permite a aplicação retroativa de nova interpretação. E a alternativa “e” também está errada, eis que se deve observar o atendimento a fins de interesse geral, porém não é permitida a renúncia total ou parcial de poderes ou competências. Gabarito: “A”. 9. (FCC/2012 – TRT 11ª REGIÃO (AM) – ANALISTA JUDICIÁRIO -ADMINISTRATIVA) A Administração Pública Federal, ao conduzir determinado processo administrativo, aplica Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 37 retroativamente nova interpretação acerca de norma administrativa, sob o fundamento de ser mais vantajosa ao interesse público. Nos termos da Lei nº 9.784/1999, a) a postura da Administração Pública é ilegal, por violar um dos critérios que devem ser observados nos processos administrativos. b) é possível, em qualquer hipótese, a aplicação retroativa de nova interpretação de norma administrativa. c) é vedada a aplicação retroativa de nova interpretação da norma administrativa, salvo para o melhor atendimento do fim público a que se dirige. d) o fundamento da Administração Pública para justificar sua postura não está previsto em lei, sendo necessário o preenchimento de outro requisito legal para que possa aplicar retroativamente nova interpretação de norma administrativa. e) independentemente da retroatividade de nova interpretação, é vedada a interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público. Comentário: De acordo com o art. 2º, parágrafo único, inc. XIII, da Lei nº 9.784/99, é vedada aplicação retroativa de nova interpretação da norma administrativa. Portanto, a postura da Administração Pública é ilegal, por violar um dos critérios que devem ser observados nos processos administrativos. Gabarito: “A”. 10. (FCC/2013 – TRT 12ª REGIÃO (SC) – TÉCNICO JUDICIÁRIO) A Lei no 9.784/99, que trata dos processos administrativos no âmbito da Administração Pública Federal, traz princípios a serem obedecidos pela Administração Pública. A mesma lei também prevê os critérios que serão observados nos processos administrativos, entre eles, a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 38 sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Referido critério refere-se ao princípio da: a) Ampla defesa b) Eficiência c) Segurança Jurídica. d) Proporcionalidade. e) Motivação. Comentário: Conforme art. 2º, p. único, inc. VI, da Lei n. 9.784/99, o princípio da proporcionalidade estabelece a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Gabarito: “D”. 11. (FCC/2013 – TRT 9ª REGIÃO (PR) – TÉCNICO JUDICIÁRIO) De acordo com a Lei no 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, a) aplica-se o princípio do formalismo, dispensada a indicação dos pressupostos de fato da decisão. b) é vedada a impulsão de ofício, cabendo ao interessado indicar os fundamentos de direito da decisão. c) os atos administrativos são sigilosos no decorrer da fase probatória. d) é vedada a cobrança de despesas processuais, salvo as previstas em lei. e) os interessados deverão ser representados por advogado, salvo se hipossuficientes. Comentário: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 39 A alternativa “a” está errada. Aplica-se o princípio do formalismo, exigindo-se a indicação dos pressupostos de fato da decisão (art. 2º, p. único, inc. VII). VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; A alternativa “b” está errada. Incide o critério da impulsão de ofício (inc. XII), cabendo à Administração indicar os fundamentos de fato e de direito da decisão (inc. VII). XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; A alternativa “c” está errada. Os atos são públicos, resguardadas as hipóteses de sigilo previstas na CF (inc. V). V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; A alternativa “d” está correta. Conforme art. 2º, p. único, inc. XI, da Lei n. 9.784/99, é vedada a cobrança de despesas processuais, salvo as previstas em lei. XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; A alternativa “e” está errada. Os interessados poderão, conforme suas conveniências, ser representados por advogado. Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 40 I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. Gabarito: “D”. 12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 23ª REGIÃO – FCC/2011) Nos processos administrativos, na forma preconizada pela Lei n° 9.784/1999, serão observados, entre outros, os critérios de a) atendimento a fins de interesse geral, com possibilidade de renúncia parcial de poderes ou competências, ainda que sem autorização legal. b) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. c) objetividade no atendimento do interesse público, sendo possível a promoção pessoal de agentes ou autoridades. d) adequação entre meios e fins, com possibilidade de imposição de obrigações em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. e) proibição de cobrança, em qualquer hipótese, de despesas processuais. Comentário: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques41 Alternativa “a” está errada, pois não poderá haver renúncia parcial de poderes ou competências. Alternativa “c” está errada porque não é permitida a promoção pessoal de agentes ou autoridades. A alternativa “d” está errada, porque não há possibilidade de imposição de obrigações em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. E a alternativa “e” está errada porque poderá haver cobrança de despesas processuais quando prevista em lei, conforme inc. XI, parágrafo único, art. 2º da Lei nº 9.784/99. Assim, a alternativa “b” está correta. De fato, interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Gabarito: “B”. 13. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 14ª REGIÃO – FCC/2011) Nos termos da Lei no 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, NÃO consiste em dever do administrado: a) proceder com lealdade. b) proceder com urbanidade. c) colaborar para o esclarecimento dos fatos. d) expor os fatos conforme a verdade. e) fazer-se assistir, obrigatoriamente, por advogado, salvo hipóteses excepcionais em que não se exige tal obrigação. Comentário: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 42 A Lei nº 9.784/99 dispõe expressamente que é direito do administrado ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações. Também lhe é garantido o direito de ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas, bem como de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente. Ademais, a lei lhe confere o direito de se fazer assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. É importante dizer que além dos direitos, também os administrados terão deveres (art. 4º), os quais compreendem: I – expor os fatos conforme a verdade; II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III – não agir de modo temerário; IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. Assim, dentre as alternativas, não se insere entre os deveres, fazer-se assistir, obrigatoriamente, por advogado, salvo hipóteses excepcionais em que não se exige tal obrigação, na medida em que se trata de faculdade (direito) do administrado, conforme art. 3º, inc. IV, assim expresso: Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 43 II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. Gabarito: “E” 14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 20ª REGIÃO – FCC/2011) Considere: I. Cobrança de despesas processuais. II. Divulgação oficial dos atos administrativos. III. Fazer-se assistir obrigatoriamente por advogado. No processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal (Lei nº 9.784/1999), vigora como regra, o que consta APENAS em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. Comentário: A assertiva I está errada. É que, dentre os critérios previstos no art. 2º, par. único, Lei nº 9.784/99, consta: “XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei (gratuidade)”. A assertiva III está errada, pois o administrado tem o direito de “IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei”. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 44 Assim, a assertiva II está correta. De acordo com o art. 2º, parágrafo único, inc. V, da Lei 9.784/99 é critério adotado no processo administrativo a “divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição”. Gabarito: “B”. 15. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 20ª REGIÃO – FCC/2011) Segundo a Lei no 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, é direito dos administrados: a) não agir de modo temerário. b) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. c) expor os fatos conforme a verdade. d) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé. e) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. Comentário: Conforme observamos, são direitos dos administrados, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados, conforme estabelece o art. 3º da Lei nº 9.784/99, os seguintes: Art. 3º I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 05 – Processo Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 45 III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. Gabarito: “E”. 16. (FCC/2012 – TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA) A Lei no 9.784/99 traz um rol de direitos do administrado, perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados. Sobre esse assunto, considere as seguintes afirmações: I. Contar com a inércia da Administração, que só pode agir, na condução do processo, mediante provocação dos interessados. II. Ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos e retirá-los
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