Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 1 Aula 01 (Última) Administração Pública Anvisa Conceitos e Política Pública Professor: Vinicius Ribeiro Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 2 Olá pessoal, vamos para nossa última aula? Nosso fórum continua funcionando. A sobrevinda de edital também fará com que eu faça aula extra com as adaptações necessárias. Tópicos da Aula Conceitos e Política Pública ............................................................. 02 Questões .................................................................................. 27 Vale a Pena Estudar de Novo .......................................................... 50 Exercícios Trabalhados .................................................................... 54 Gabarito .......................................................................................... 67 1. Conceitos de Estado, governo e Administração Pública. 3. Políticas Públicas. Essa conceituação foi colocada na aula demo. Vamos a um complemento e logo entrar nas políticas públicas. Funções de Governo A Administração do Estado pode ser separada em três funções governamentais (também conhecidas como funções do orçamento!!), que representam a forma de atuação do Governo sobre a economia. São as funções alocativa, distributiva e estabilizadora: Aula 01 - Última Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 3 Essas funções do Estado decorrem da existência de falhas de mercado, ou seja, situações que, a despeito da teoria clássica da economia que defende a não intervenção estatal, necessitam de apoio do Estado para se desenvolverem, impedindo que a economia alcance o ótimo de Pareto (Melhor situação possível!). As falhas de mercado mais cobradas em prova são as externalidades negativas, assimetria de informações, bens públicos e monopólios naturais. Vamos entender um pouco sobre cada uma delas? Externalidade: representa o impacto de ações individuais que acabam atingindo terceiros. É o caso, por exemplo, da empresa poluidora, que despeja dejetos nos rios. Esse comportamento acaba comprometendo a saúde da população que reside perto da empresa, e não apenas dos consumidores diretos daquela indústria. Essas são externalidades negativas. • Se verifica quando o Estado transfere recursos públicos para alguns setores privados ou presta diretamente um serviço. Trata- se da alocação de recursos. Essa ação é necessária em razão da falta de interesse ou incapacidade da iniciativa privada de atuar naquele setor produtivo, seja em razão dos altos custos envolvidos, seja em razão do baixo retorno do negócio, como por exemplo, o oferecimento de bens públicos (rodovias) ou semipúblicos/meritórios (saúde e educação). É o uso dos recursos públicos aplicados em prol do benefício da sociedade. ALOCATIVA • São os programas geridos pelo Estado para equalizar a renda das camadas da população menos favorecidas. Atualmente, o maior exemplo dessa função é o Programa Bolsa Família. A progressividade de impostos (quem ganha mais paga mais) também é exemplo. DISTRIBUTIVA • É representada pelas políticas fiscal e monetária do governo, que buscam garantir a saúde economia do País, como por exemplo, manter o nível de emprego, combater a inflação e a dívida pública e manter a valorização da moeda nacional. ESTABILIZADORA Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 4 Existem também as externalidades positivas: aqui o benefício social é maior que o custo social. A geração de empregos devido à instalação de uma nova fábrica é um exemplo. Assimetria de informação: como o próprio nome indica, é a disponibilidade de informações privilegiadas a certas pessoas, permitindo que essas tomem decisões que não a fariam se dispusessem apenas das informações abertas ao público. É o caso de acionistas que recebem, antes da publicação das demonstrações contábeis, informações sobre um prejuízo ou lucro relevante. Nessas situações, não há correlação de informações entre esses acionistas e os demais agentes, configurando a assimetria de informação. Bens públicos: há três tipos de bens públicos, os de uso comum, os de uso especial e os dominiais (ou dominicais). A impossibilidade de alienação de bens comuns e especiais permanece enquanto esses bens conservarem a qualificação de comuns ou especiais. Os bens públicos de uso geral são considerados falhas de mercado, pois sua utilização não pode ser individualizada. Assim, não é possível estabelecer BENS PÚBLICOS BENS COMUNS São inalienáveis – não podem ser vendidos, doados ou transferidos o domínio. São os rios, lagos, praças e outros de livre acesso e utilização. O uso pode ser gratuito ou retribuído. BENS DE USO ESPECIAL Também inalienáveis. São os bens afetos à atuação dos órgãos públicos. São bens da administração direta ou autárquica que estão a serviço. BENS DOMINIAIS São os bens em poder das Entidades ou Órgãos da Administração Direta ou Indireta que não possuem destinação nem um fim administrativo (estão desafetos), podendo, nos termos da lei, serem alienados. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 5 contraprestação por seu uso. Essa característica sujeita esses bens aos “free riders” (caronas), representados por indivíduos que, mesmo não contribuintes, usufruem desses bens. Além dos bens públicos, temos também os bens semipúblicos e os bens privados: Bens semipúblicos: também chamados de meritórios, esses bens requerem a atenção do Estado, mas podem ser produzidos/prestados também pela iniciativa privada. Educação e saúde são exemplos. Bens privados: produzidos pela iniciativa privada. Monopólios naturais: se verificam por certas atividades em que os custos fixos são tão altos, que a única forma de poder ofertá-los à população é por meio de uma empresa que obtenha ganhos de escala. Nesse tipo de mercado, a concorrência ocasionaria produtos muito caros, inacessíveis à coletividade. Política Pública O entendimento do planejamento de uma política pública passa pelo entendimento dos estágios do ciclo de políticas públicas: formação de agenda, formulação da política, implementação da política e a avaliação dessa política. Como um ciclo, a avaliação alimenta uma nova formação de agenda e a consequente formulação e implementação. Na verdade, essas fases acabam acontecendosimultaneamente, ou seja, elas se misturam. Governar é priorizar. Não adianta o governante abraçar o mundo porque ele não vai conseguir, apesar de prometer muito na campanha eleitoral. Não há dinheiro para isso. Principalmente nos municípios brasileiros, que se encontram endividados, com altas despesas de pessoal e com forte dependência de transferências de recursos por parte dos estados e da União. Os municípios não têm capacidade de investimento e não conseguem atender aos anseios da sua população. Nesse contexto, o governante precisa fazer escolhas, precisa priorizar. Qual é o tema que requer atuação imediata? O que é mais urgente? O que trará mais benefícios? Essa é a formação da agenda, ou Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 6 seja, é a inserção na pauta de discussão dos problemas que serão combatidos. No processo de formação da agenda, é feita uma listagem dos problemas que serão colocados em pauta. Nesse processo de seleção de problemas, vários fatores são considerados: sucesso de ações anteriores, impacto esperado, urgência, etc. Importante destacar que essa formação da agenda contém forte influência política. Aqui não basta a ponderação de burocratas, de especialistas no assunto. A opinião e o feeling do político é que vai pesar. Esse político, eleito pelo seu povo, em tese terá a sensibilidade necessária para fazer as escolhas. Feito isso, é hora de formular as políticas públicas que atenderão aos problemas priorizados. É hora de desenhar a política, definir a forma de atuação do Estado, determinar os atores envolvidos. Nesse momento, os objetivos das políticas são traçados, são elencadas as ações que serão desenvolvidas e serão estipuladas metas, indicadores, etc. Desenhada a política, é hora de implementar, é hora de colocar em prática. É hora de transformar planejamento em resultado. Nessa etapa, várias adaptações da política são feitas, já que se descobre que a política como foi traçada não terá o impacto buscado. Assim, esse período é marcado por mudanças na política. Na implementação, temos três importantes modelos: de cima para baixo, de baixo para cima e híbrido. Cima para baixo (top-down) ou implementação programada: tudo se inicia com a decisão de um governo central. A implementação de fato se dá por meio dos burocratas, que apenas executam aquilo que foi definido pelo governo central. Baixo para cima (bottow-up): há discricionariedade nos níveis mais baixos da hierarquia da implementação da política pública, ou seja, aquele que está de fato executando tem margem de decisão. A chamada burocracia no nível da rua não apenas executa, como traça estratégias. Nesse modelo, os atores envolvidos são fundamentais para os rumos da política pública em questão. A partir do que vem sendo implementado, gera-se Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 7 uma institucionalização daquilo que dá certo. Híbrido: nesse modelo, aquilo que funciona como bottow up é mantido e aquilo que funciona como top-down é mantido. Por fim, temos a avaliação da política pública. Importante destacar que a sociedade pode e deve participar de todas as etapas. Aliás, essa participação vem se intensificando nos últimos anos. Avaliação Vamos falar um pouco mais sobre avaliação. A modernização da Administração Pública tem impulsionado o interesse pela avaliação de políticas e programas governamentais. Essas avaliações são fundamentais, uma vez que podem subsidiar decisões: Planejamento e formulação de intervenções governamentais; Acompanhamento da implementação; Reformulação e ajustes; Decisões acerca da manutenção ou interrupção de ações. Além desses subsídios, a avaliação é fundamental para o aprimoramento da eficiência do gasto público, da qualidade da gestão e do controle sobre a efetividade da ação do Estado e também para a divulgação dos resultados do governo. Podemos destacar duas maneiras de se realizar uma avaliação: acadêmica – formal, com foco no estudo da efetividade das políticas, seus impactos e benefícios; e a avaliação realizada durante o período de implementação das políticas e programas governamentais, com foco na análise de sua eficiência e eficácia. As avaliações vêm ganhando espaço em meio a um contexto de administração pública gerencial, que se utilizou dos diversos avanços práticos e teóricos ocorridos no século passado no setor privado. Entretanto, uma adaptação a essas teorias se fez fundamental: a orientação para o atendimento do interesse público, em contraponto à orientação para o lucro das empresas privadas. Assim, em oposição à administração burocrática, que concentrava seus esforços Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 8 nos processos, na atividade-meio, nos gastos, o gerencialismo é orientado para o cidadão e para a obtenção de resultados. Portanto, o interesse crescente dos governos nos estudos de avaliação relaciona-se com conceitos que estão bastante na moda: efetividade, eficiência, desempenho da gestão pública. Essas avaliações de políticas e programas fazem com que os formuladores e implementadores tomem suas decisões com maior conhecimento, maximizando o resultado do gasto público, detectando êxitos e superando problemas. Segundo Derlien, há três funções que podem ser atribuídas à avaliação de políticas. Essas funções relacionam-se com determinados momentos da história. Assim, durante os anos 60, o foco era a informação. Os questionamentos giravam em torno do funcionamento das políticas, dos efeitos produzidos, da forma como se podia aprimorá-las. Mais tarde, com início na década de 80 e predomínio na atualidade, o foco era a alocação ou dotação orçamentária de forma racional. As questões feitas são as seguintes: que programas podem ser cortados a partir de resultados negativos? Quais são as consequências da privatização de certas atividades públicas? Como os programas podem ser reorganizados para o alcance de mais resultados com o mesmo montante. Vocês devem estar se perguntando: e a legitimação? Se a alocação predomina Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 9 nos dias de hoje, o que sobre para essa função? A legitimação é atemporal. Essa função sempre desempenhou papel importante no contexto político, com destaque para os países desenvolvidos da Europa e da América do Norte. Vejamos, agora, algumas definições de avaliação. Unicef: exame sistemático e objetivo de um projeto ou programa, finalizado ou em curso (andamento), que contemple o seu desempenho, implementação e resultados, com vistas à determinação de sua eficiência, efetividade, impacto, sustentabilidade e a relevância de seus objetivos. O propósitoda avaliação é guiar os tomadores de decisão, orientando-os quanto à continuidade, necessidade de correções ou mesmo suspensão de uma determinada política ou programa; Government Accountability Office (GAO), dos EUA: estudos sistemáticos, conduzidos periodicamente ou ad hoc, para analisar quão bem um programa está funcionando. As avaliações podem ser conduzidas por especialistas externos ou por gerentes de programas. Para o GAO, elas examinam a performance dos programas quanto ao alcance de seus objetivos e o contexto em que isto ocorre; Além da conceituação de avaliação, outras definições relacionadas são fundamentais. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 10 Classificação de Avaliações Agora vamos ver classificações das avaliações, segundo diferentes critérios. Critério: agente realizador. o Externa (independente): realizada por pessoas externas à instituição responsável pelo programa, sendo, no geral, isentas e objetivas. O acesso aos dados pode ser dificultado pelos formuladores e implementadores; o Interna: executada dentro da instituição, com maior colaboração dos participantes do programa. Elimina-se a resistência, gera-se reflexão e aprendizagem no órgão. Há perda de objetividade, dada a ligação entre os avaliadores e os executores; Política • A formulação de políticas é o estágio em que propostas ganham forma, recebem tratamentos formais mínimos, no momento em que são definidos os objetivos, as metas e os recursos Plano • Conjunto de programas que buscam objetivos comuns. No plano, objetivos gerais são ordenados e divididos em específicos (gerais dos programas) Programa • Conjunto de atividades organizadas para serem realizadas dentro do cronograma e orçamento específicos para a implementação de políticas Projeto • Instrumento de programação que visa o alcance de objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto final que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 11 o Mista: trata-se de uma combinação da interna e da externa. É uma tentativa de mitigar as desvantagens e potencializar as vantagens de cada tipo; o Participativa: comum em pequenos projetos, prevendo a participação dos beneficiários das ações no planejamento, na programação, na execução e na avaliação. Critério: natureza. o Formativas: relacionadas à formação do programa. São adotadas durante a implementação e voltadas para a análise e produção de informação sobre as etapas. O objetivo é fornecer elementos que possibilitem a realização de correções de procedimentos para melhorar o programa em questão; o Somativas: relacionadas à análise e produção de informações sobre etapas que ainda irão acontecer. O objetivo é verificar a efetividade e fazer o julgamento do valor geral do programa. Critério: momento de realização. o Ex-ante: no começo do programa para subsidiar a decisão de implementar ou não o programa. O objeto dessa avaliação é o diagnóstico; o Ex-post: durante a execução (julga-se a continuidade e a necessidade de modificações) ou no final (julga-se a pertinência do uso futuro da experiência. Critério: tipos de problemas ou perguntas respondidas pelas avaliações. o Processos: relaciona-se com a dimensão de gestão. Trata-se de uma avaliação periódica que busca identificar dificuldades que ocorrem durante o processo. É um suporte para o aprimoramento da eficiência; o Impactos ou resultados: com objetivos mais ambiciosos, responde se o programa funcionou ou não. Busca identificar em que medida o programa atinge seus objetivos e quais são seus efeitos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 12 As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo Para entender o funcionamento das políticas públicas no Brasil atual, precisamos compreender que a Constituição de 88 deu o desenho que hoje conhecemos. É preciso ter em mente o contexto vivido à época da Constituinte para entender o papel atual do Estado. Recém redemocratizado, o Estado brasileiro que precedeu a chegada da Constituição sentia-se em dívida com a sua população. O governo autoritário do regime ditatorial (1964-1985), que tinha como marca a centralização das decisões no Governo Central, restringiu direitos. O Estado precisava dar respostas aos diversos anseios da sociedade. A população clamava por mais direitos sociais. Assim, a Constituição de 88 trouxe no seu texto uma série de garantias para os brasileiros, com uma série de determinações que o Estado brasileiro teria que cumprir perante a sociedade. “Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.” Juntamente com esses novos direitos, a Carta Magna preocupou-se em descentralizar o Estado no tocante à tomada de decisões e a questões financeiras. Ganham bastante força com a Constituição os Municípios. Se Estados e Municípios tinha muito pouco poder durante a ditadura, imaginem a participação da população nas políticas públicas? Piorou. A definição da agenda da política pública era bastante centralizada. A partir da Constituição, surge o Sistema Único de Saúde com responsabilidade para todos os entes da Federação. Surge também o Sistema Único de Assistência Social. Ademais, surgem mecanismos que permitem maior participação social: Conforme o art. 194, a seguridade social (previdência, saúde e assistência Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 13 social) compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade. As Comissões da Câmara, do Senado e do Congresso Nacional devem realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil, conforme o art. 58. Lei estabelecerá formas de fiscalização pela sociedade das empresas públicas e sociedades de economia mista, conforme o art. 173. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, conforme o art. 205. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade,conforme o art. 216-A. É notório o avanço das políticas públicas no Brasil, apesar de qualquer crítica partidária que podemos ter. O Brasil pós-Constituição de 88 possui um olhar bastante abrangente sobre a sociedade. Além disso, vem sendo crescente um olhar específico para minorias, como as políticas de cotas. Apesar de todo esse avanço, é preciso considerar que várias características persistem na execução de políticas públicas no país. Apesar da descentralização, várias entidades e órgãos que implementam políticas públicas carecem de real capacidade de decidir. A autonomia conquistada ainda é muito baixa. Como dizem vários Prefeitos, os Municípios estão sempre com o “pires na mão” pedindo recursos para a União. Além disso, falta capacitação para os gestores locais (subnacionais). A separação (clivagem) entre quem decide e quem executa atrapalha no real entendimento dos problemas a serem solucionados. As mudanças de dirigentes geram descontinuidade de trabalho. Novos gestores querem implantar novas maneiras de trabalhar e alterar muito Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 14 do que foi traçado anteriormente. Questões burocráticas emperram o bom andamento dos trabalhos. Se em determinadas situações, há sobreposição de ações, em outros casos há uma fragmentação que retira o olhar do todo. Ciclo da Gestão Pública O ciclo da Gestão Pública representa todo o fluxo de etapas percorridas pelo governo para implementar uma política pública, desde seu planejamento até sua avaliação. Esse ciclo pode ser dividido em seis fases: planejamento, programação, orçamentação, execução, controle e avaliação das políticas públicas. O Ciclo de Gestão do Governo Federal é formado pelos Macros Sistemas de Planejamento, de Orçamento Federal, de Administração Financeira, de Contabilidade Federal e de Controle Interno, responsáveis por estabelecerem diretrizes ao longo do ciclo. Esses sistemas são organizados e disciplinados pela Lei n. 10.180/01, que estabelece como órgãos de cada sistema: Planejamento Programação Orçamentação Execução Controle e Avaliação Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 15 A vinculação entre o planejamento governamental e o orçamento é efetivada na Constituição de 1988 por meio de três diferentes leis/instrumentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). PLANEJAMENTO É a etapa em que são definidas as estratégias para o desenvolvimento nacional de uma política pública, com o estabelecimento de onde e em que investir a médio e longo prazos. Nesse processo são estabelecidas as diretrizes, os objetivos e as metas para a Administração Pública Federal. O Plano Plurianual (PPA) representa a peça máxima do planejamento do Estado, sendo sua elaboração, competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo. A Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual deverão ser compatíveis com suas diretrizes, bem como os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição. Planejamento e Orçamento • Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (órgão central); • órgãos setoriais; • órgãos específicos. Administração Financeira • Secretaria do Tesouro Nacional (órgão central); • órgãos setoriais. Contabilidade Federal • Secretaria do Tesouro Nacional (órgão central); • órgãos setoriais. Controle Interno • Secretaria Federal de Controle Interno (órgão central); • órgãos setoriais. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 16 Esses planos nacionais, regionais e setoriais possuem período de vigência até mais longos do que o PPA, sendo considerados de longo prazo. No entanto, eles devem observar (ser compatíveis/adequados) o PPA. Alguns exemplos desses planos e programas: Plano Nacional de Educação – PNE (duração de 10 anos), Plano Nacional de Cultura – PNC (10 anos), Plano Nacional de Viação – PNV (revisto a cada 5 anos). Fiquem atentos ao fato de que o PPA reflete o planejamento de médio prazo. Assim, apesar de ser o principal instrumento do planejamento no Brasil, deve ser considerado de médio prazo e não de longo prazo. PROGRAMAÇÃO É nessa etapa que são definidas as metas e prioridades da Administração Pública Federal, com a definição das coordenadas para alcance de uma política pública. Na programação orçamentária ocorre o processo de integração entre planejamento e orçamento na gestão pública. Para fazer esse vínculo, a Constituição Federal de 1988 trouxe um importantíssimo instrumento do Orçamento, a Lei de Diretrizes Orçamentárias. A LDO estabelece as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orienta a elaboração do orçamento, estabelece a política das agências oficiais de fomento e dispõe sobre as alterações na legislação tributária. PPA LDO LOA Planos e programas nacionais, regionais e setoriais também deverão ser compatíveis com PPA. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 17 ORÇAMENTAÇÃO É a etapa que traz as ações governamentais, dispostas em metas físicas, a serem realizadas em determinado período, bem como os meios, necessários à viabilização dessas ações. O instrumento normativo que expressa essa etapa é a Lei Orçamentária Anual, onde estarão consignadas a previsão das receitas e fixação das despesas. EXECUÇÃO É a etapa em que ocorre a materialização das ações programadas pelo Governo, para implementação de uma política pública. Essa etapa deve observar as regras gerais da Lei n. 4.320/64 e da LRF, bem como regras específicas previstas tanto na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, quanto na Lei Orçamentária Anual - LOA. CONTROLE E AVALIAÇÃO É a etapa de monitoramento e análise dos resultados das ações de governo. Consiste na verificação da execução física e financeira dos projetos, em termos de legalidade, eficiência, eficácia e efetividade. O Controle e Avaliação são classificados dependendo do órgão ou entidade que exerce a fiscalização. Assim, quando o controlador for do mesmo Poder, o controle será considerado interno (CGU controlando o MEC), quando o controle for realizado por uma entidade externa aquele Poder (TCU controlando o MEC), o controle será externo. Apesar de ser considerado a última etapa do ciclo, o controle e avaliação do orçamento não precisam esperar o fim da execução orçamentária para acontecer. Atualmente, o controle pode ser prévio (antes), concomitante (durante) ou posterior (depois) à execução do orçamento. Ocontrole externo da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU). Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 18 Etapas na Tarefa Decisória - Simon Herbert Simon é o precursor das teorias decisórias. Para ele, a organização caracteriza-se por ser um sistema de decisões, com os participantes agindo de forma racional e consciente, fazendo suas escolhas para a tomada de decisão. O autor pontua três etapas na tarefa decisória: 1. Relacionar as possíveis estratégias (conjunto de decisões) para se adotar. 2. Determinar as consequências da adoção de uma dada estratégia 3. Avaliar comparativamente as consequências e escolher uma das alternativas. Essa escolha (preferência) é feita levando-se em conta valores pessoais e da organização. Valores pessoais passam por aspectos emocionais de um indivíduo. É importante destacar que as possíveis estratégias dificilmente contemplarão todas as estratégias existentes. É impossível para um indivíduo conhecer todas as estratégias e todas as consequências. Isso é o que chamamos de racionalidade limitada. Assim, nem todas as informações para a decisão estarão disponíveis. Haverá apenas um nível satisfatório de conhecimento. Projetos Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado específico. É importante diferenciar os projetos das operações/processos: os projetos são temporários, enquanto as operações são contínuas e repetitivas. Um conceito mais abrangente que o projeto é o portfólio, que nada mais é do que a união de vários programas, que é o conjunto de projetos. Um gerente responsável por um portfólio acaba tendo que lidar com vários projetos, necessitando efetuar priorizações. Principais características dos projetos: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 19 temporários, possuem um início e um fim definidos; planejados; entregam produtos, serviços ou resultados; desenvolvidos em etapas; realizados por pessoas; com restrição tripla: prazo, recursos e qualidade ou escopo. Conforme destacado acima, um projeto é executado em etapas, tendo elas as seguintes características: Cada fase do projeto é marcada pela entrega de um ou mais produtos*; *produto, nesse contexto, quer dizer qualquer resultado que é gerado. Por exemplo: se a fase do projeto é um estudo de viabilidade, o produto dessa fase seria o relatório conclusivo sobre essa viabilidade. No início de cada fase, define-se o trabalho a ser feito e o pessoal envolvido na sua execução; O fim de cada fase é marcado por uma revisão dos produtos (lembrem-se da observação sobre produtos feita acima) e do desempenho do projeto até o momento; Geralmente, uma fase começa quando termina a outra. Não obstante, é possível existir o overlapping entre as fases, ou seja, a sobreposição de etapas, conhecida também como a prática de "fast tracking". Nesse caso, começa-se a trabalhar nas próximas fases do projeto antes do fim da fase corrente; Os custos são geralmente crescentes à medida que a fase avança; Os riscos são geralmente decrescentes à medida que a fase avança (No começo, pouco se sabe a respeito do que vai acontecer. Com o decorrer do tempo, muitas variáveis vão sendo conhecidas e o produto/resultado vai ficando mais tangível); A habilidade das partes envolvidas para alteração dos produtos de cada Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 20 fase é decrescente à medida que a fase avança (alterações substanciais vão se tornando mais difíceis, uma vez que o produto vai ficando mais pronto, sendo impossível voltar ao passado); Medida de coincidência significa que aquilo que foi planejado está sendo de fato colocado em prática. A qualidade do produto está conforme o esperado. Como exemplo de projetos, podemos ter: construção de uma casa, instalação de uma nova planta industrial, elaboração de um plano de marketing, informatização de um setor da organização, etc. Um conceito importantíssimo quando estudamos projeto é o de stakeholders (partes interessadas): indivíduos e organizações ativamente envolvidos no projeto, cujos interesses são afetados (positiva ou negativamente) por ele, ou que exercem influência sobre o mesmo. Nessa definição, estão incluídos o gerente de projeto, o cliente, a organização que fará o projeto, os membros da equipe de projeto, o patrocinador (indivíduo/grupo interno ou externo que provê os recursos financeiros para o projeto). Pode abarcar, também, atores externos, como fornecedores, agências governamentais, comunidades afetadas pelo projeto e a sociedade em geral. Análise de Projetos – Variáveis Financeiras A análise de investimentos é um ramo da matemática financeira que utiliza entradas e saídas de dinheiro para analisar viabilidade de investimentos/projetos, para comparar dois investimentos financeiros, etc. Trata-se de uma análise de custo-benefício de um projeto. Sabemos que o dinheiro, ao longo do tempo, sofre variação de juros, ou seja, ele não fica estático no tempo. Os juros são a remuneração do dinheiro ao longo do tempo. Quando colocamos esses valores (entradas e saídas) em um desenho, demonstrando a taxa de juros e o período, estamos fazendo um fluxo de caixa. Imagine que eu pegue um empréstimo de R$ 10.000,00 para investir em um projeto e, a cada ano, esse investimento renda para mim R$ 3.000,00 durante Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 21 5 anos. Vejamos como fica o fluxo de caixa: VPL (Valor Presente Líquido): Nesse método, é calculada a diferença entre o valor presente das entradas e saídas de dinheiro do investimento, por meio da aplicação de uma taxa de desconto. Aplicando-se essa taxa, todos os valores são trazidos para a data atual. Tratando-se de viabilidade, tem-se: VPL > 0: o investimento será recuperado e ainda ocorrerá resultado de caixa superior; VPL < 0: o investimento não será recuperado. TIR (Taxa Interna de Retorno): Nesse método, calcula-se a taxa de desconto que, aplicada às entradas e saídas, resulta em um fluxo de caixa igual a zero. Ou seja, é a taxa de juros (desconto) que torna o VPL = 0. Por meio dessa metodologia, tem-se: TIR > custo de capital: projeto aceito. Orçamento-Programa Fruto da experiência adquirida ao longo dos anos, foi se desenvolvendo uma nova forma de orçamento: o ORÇAMENTO-PROGRAMA, que se caracteriza como instrumento de ligação entre o planejamento e aexecução/acompanhamento/controle da ação Governamental. É o modelo em vigor no Brasil. Ponto característico desse tipo de orçamento é sua vinculação direta com o Planejamento Governamental. Como o próprio nome nos indica, no Orçamento-Programa o foco está nos programas de R$ 10.000,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 1 0 2 3 4 5 Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 22 governo, nos projetos e atividades necessários para atingir as metas pretendidas. Com base nesta característica, o orçamento-programa ultrapassa a fronteira do orçamento com o simples documento financeiro, aumentando seu escopo de atuação. O orçamento passa a ser um instrumento de operacionalização das diretrizes, objetivos e metas do governo. Os objetivos do orçamento-programa podem ser classificados em finais e derivados: Vejamos as vantagens do Orçamento-Programa: Derivados “Apenas” contribuem para o alcance dos objetivos finais. Esses objetivos demonstram quantitativamente os propósitos específicos (mecanismos) de governo. Finais Representam as finalidades da ação governamental. Esses objetivos demonstram uma avaliação qualitativa dos propósitos de governo. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 23 PPA O Plano Plurianual (PPA) representa a peça máxima do planejamento do Estado, sendo sua elaboração, competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo. A Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual deverão ser compatíveis com suas diretrizes, bem como os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição. Esses planos nacionais, regionais e setoriais possuem período de vigência até mais longos do que o PPA, sendo considerados de longo prazo. No entanto, eles devem observar (ser compatíveis/adequados) o PPA. Alguns exemplos desses planos e programas: Plano Nacional de Educação – PNE (duração de 10 anos), Plano Nacional de Cultura – PNC (10 anos), Plano Nacional de Viação – PNV (revisto a cada 5 anos). Programa, conceito fundamental do PPA, é o instrumento que organiza a ação governamental, focando no enfrentamento de um problema e no alcance de Melhor planejamento das ações Maior oportunidade para redução dos gastos Melhor controle da execução do programa Identificação dos gastos e realizações por programa Inter-relacionamento entres custos e programação Ênfase no que a instituição realizar e não no que ela gasta Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 24 objetivos traçados. O programa é medido por meio de indicadores e resulta do reconhecimento da existência de carências na sociedade, de demandas sociais e econômicas, além de oportunidades. Um Programa deve conter o seguinte: objetivo; órgão responsável; valor global; prazo de conclusão; fonte de financiamento; indicador que quantifique a situação que o programa tenha por fim modificar; metas correspondentes aos bens e serviços necessários para atingir o objetivo; ações não integrantes do Orçamento Geral da União necessárias à consecução do objetivo; regionalização das metas por Estado. No atual PPA, há forte ligação do planejamento com as políticas públicas. Ele é baseado em macrodesafios. Não basta, por exemplo, aumentar o número de matriculados na escola, é preciso ter qualidade na educação, acesso isonômico, etc. No PPA anterior, o nível operacional parece não influenciar os níveis mais amplos (táticos e estratégicos). No PPA atual, há maior sinergia entre os diferentes níveis. Os atuais indicadores dentro do PPA preocupam-se com as adversidades. No último PPA, os programas eram meros conjuntos de ações. Agora, ganhou-se mais amplitude, com uma visão transversal, em uma dimensão tática, com tendência estratégica. Essa questão da transversalidade é fundamental no atual PPA. Anteriormente, as políticas eram setorizadas. Assim, existia a política de educação, a política de saúde, etc. No atual PPA, procura-se dar uma visão holística (visão do todo) das políticas Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 25 públicas, fazendo com que os gestores enxerguem os programas e as suas relações. Assim, o pensamento não ocorre de forma isolada: na educação ou na saúde. As políticas são pensadas em conjunto, de forma transversal. Assim, imaginemos uma política que favoreça o idoso. Para essa política funcionar, é preciso pensar na parte educacional de cuidadores, pensar na questão da previdência, na saúde, na mobilidade urbana, etc. Vale ressaltar que o volume de recursos no PPA vem aumentando nos últimos PPAs. Árvore de Decisão Análise PDPC (Process Decision Program Chart) é a famosa árvore de decisão. Vamos conhecê-la: consiste na criação de uma árvore na forma de um organograma, em que as caixinhas são problemas que causam outros problemas. A partir dessa árvore, planos de ação são estabelecidos para combater os problemas. A caixa mais acima representa o principal problema: Intermediação de Interesses (clientelismo, corporativismo e neocorporativismo) Problema Principal: Educação Deficiente Estrutura Precária das Escolas Baixo Investimento em Reformas Professores Desmotivados Ausência de Bons Treinamentos Baixo Salário de Docentes Grade Curricular Desatualizada Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 26 Essas são formas que surgem naturalmente em qualquer tipo de regime. São instrumentos de legitimação política que estão inter-relacionados. No caso do corporativismo, temos um interesse econômico ou profissional em jogo, sendo representado no campo político. Associações que representam determinado setor econômico (automobilístico, imprensa), associação dos magistrados é outro exemplo. No Brasil, o corporativismo surgiu na década de 30, na era Vargas. É utilizado para remover/neutralizar conflitos econômicos, sociais e políticos. Com relação ao neocorporativismo (corporativismo societal), esses grupos de interesse passam a ser institucionalizados, com monopólio de representação, com status público/político, participando do processo decisório que afeta as categorias. No tocante ao clientelismo, temos certas lealdades entre políticos e burocratas, que se utiliza da barganha (execução de emendas parlamentares, por exemplo). Trata-se de uma troca de favores, muitopresente no presidencialismo pluripartidário brasileiro, uma vez que o governo precisa fazer sua maioria negociando com diferentes atores. O clientelismo associa-se ao patrimonialismo. No clientelismo, existe sempre um patrão e um cliente, podendo envolver também a troca do voto por empregos públicos. Temos também o fisiologismo, que se caracteriza pela prática de ações de burocratas/políticos para satisfação de interesses particulares. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 27 Questões 1) (FGV TJ-GO 2014) O conceito de política pública e seus diversos significados seguem uma tradicional classificação, que divide em ciclos essa atividade estatal e o seu processo. A perspectiva “de cima para baixo” tem suas raízes no modelo de estágios, que devem ser claramente distintos. Um desses estágios é o da implementação da política pública, que pode ser definido como: a) o processo de julgamentos deliberados sobre a validade de propostas para a ação pública; b) o processo de execução e efetuação, que pressupõe um ato anterior e direcionado à consecução de objetivos; c) a determinação do caminho definitivo para a solução do problema que a originou; d) a discrepância entre o status quo e uma situação ideal possível; e) o conjunto de problemas ou temas que a comunidade política percebe como merecedor de intervenção pública. O modelo top down (cima para baixo; descendente), caracterizado por ser centralizado, do governo para a sociedade. Diferentemente é modelo de baixo para cima (bottom up), caracterizado por ser descentralizado, da sociedade para o governo. Podemos definir o ciclo nas seguintes fases: Agenda Formulação Implementação (Execução) Avaliação A implementação nada mais é do que a execução da política pública sempre com vistas ao cumprimento dos objetivos que foram traçados anteriormente. Gabarito: B 2) (FGV DPE-RJ 2014) Os modelos de elaboração de Políticas Públicas que aspiram à generalidade desconsideram o fato de que diferentes Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 28 ambientes sociais, que configuram a situação em que é feita a escolha da política, aparentemente levam os tomadores de decisão a fazer opções significativamente distintas. Deste modo, para que haja adequabilidade de um modelo teórico, deve-se levar em conta que : a) não existe diferença entre a busca de um modelo para os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. b) o analista deve vincular-se com rigidez a um modelo em particular, não devendo, necessariamente, ter que observar os aspectos do ambiente em estudo. c) nem sempre há necessidade de identificar e estruturar os aspectos da política a ser analisada. d) esse modelo deve estar ligado às metas fixadas e como produto da participação das massas. e) na elaboração de políticas, as percepções e os interesses dos atores individuais estão presentes em todos os estágios. Modelos genéricos de políticas públicas servem de balizamento para aqueles que planejam políticas públicas. No entanto, a circunstância e a realidade devem motivar adaptações. Vejamos as alternativas. a) a realidade diferente enseja um modelo específico de política pública. b) é preciso ter flexibilidade e não ter paixões por modelos específicos. c) é preciso levantar todos os aspectos possíveis para não incorrer em erro na implantação. d) ao invés de se preocupar com as massas, é preciso entender as especificidades de cada estrato da população. e) essa é a nossa resposta. Os atores do processos estão presentes em qualquer fase da política pública. Gabarito: E 3) (CESPE TCU 2011) Em relação às políticas públicas, julgue o item subsequente. Quanto aos seus impactos sobre as relações sociais, as políticas Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 29 públicas podem ser classificadas como distributivas, redistributivas ou regulatórias. Essa é uma classificação derivada de uma tipologia desenvolvida por Theodore Lowi que considera o impacto na sociedade e o espaço das negociações dos conflitos. Nesse sentido, temos o seguinte: Distributivas: alocam bens a uma parcela da sociedade em face, por exemplo, da região onde moram as pessoas. Os recursos são oriundos da coletividade. Exemplo: construção de um viaduto, reforma de uma escola, etc. Redistributivas: também alocam recursos a segmentos particularizados. No entanto, os recursos são oriundos de outros grupos da sociedade. Exemplo: reforma agrária, programa habitacional para a população de baixa renda. Regulatórias: estabelecem obrigatoriedades, condições ou interdições, como um código de trânsito ou uma norma que limita a venda de remédios tarja preta. Há ainda outro tipo na classificação original de Lowi. Vamos conhecer: Constitutivas (Estruturadoras): envolve as condições gerais para se negociar os demais tipos de políticas públicas. Dão o tom da regra do jogo, como a estruturação de uma agência reguladora. Gabarito: C 4) (CESPE TCU 2011) Acerca do planejamento das políticas públicas sob a perspectiva neoliberal, julgue o item consecutivo. A abordagem do planejamento das políticas públicas sob a perspectiva neoliberal considera o respeito ao homem como indivíduo que possui gostos e opiniões supremos da esfera do individualismo. O neoliberalismo propõe um Estado menos produtor e mais regulador. A ideia é deixar a iniciativa privada se dedicar à produção dos bens ou prestação de serviços que a sociedade necessita. Saindo da produção, o Estado passa a regular mercados estratégicos ou sensíveis, para garantir o mínimo de qualidade em serviços ou produtos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 30 Um exemplo que temos no país é o ramo das telecomunicações e a criação da ANATEL. Não estou dizendo que o mercado é bem regulado e o serviço é ótimo. Muito longe disso. Mas a teoria neoliberal busca isso. Bom, ainda sobre o neoliberalismo, nesse sentido de diminuir o Estado, busca- se dar mais poder e liberdade aos indivíduos. Um exemplo não existente no Brasil: ao invés de ter um FGTS o qual o trabalhador se vê obrigado a ter, no neoliberalismo, o trabalhador passa a ter o direito de usar o seu dinheiro da maneira como quiser e quando quiser. Gabarito: C 5) (CETRO ANVISA 2013) A respeito das Políticas Públicas, é correto afirmar que a) geram bens públicos e privados. b) são o resultado da atividade política. c) não possuem aspecto coercitivo. d) leis orgânicas municipais são políticas públicas. e) Estados e Municípios priorizam a ocupação do que se convencionou denominar a high politics. Umapolítica pública sempre envolve a atividade política. Mesmo que tenha técnicos concursados altamente capacitados nesse tipo de assunto, a parte política sempre tem papel fundamental. O motivo, ao menos na teoria: eles foram eleitos, sendo os verdadeiros representantes da sociedade. Como representantes, os políticos irão defender os interesses da sociedade por meio das políticas públicas. Novamente, estou falando da teoria. Vejamos os erros. a) somente bens públicos. c) um código de trânsito, por exemplo, é coercitivo. d) leis orgânicas são as constituições dos municípios. Sendo a lei maior de uma cidade, uma lei orgânica tem caráter genérico. Uma política pública envolve ações que geram efeitos específicos. e) a alta ou grande política (high politics, considerada vital para a sobrevivência do país) envolve, por exemplo, gastos militares, gastos com Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 31 segurança nacional. Isso está no âmbito da União. Os municípios envolvem-se com a low politics (baixa política), como políticas de saúde e educação. Vale dizer que essa classificação é controversa, ao chamar educação e saúde de menos vital, mas a concepção era essa mesma. Gabarito: B 6) (CETRO ANVISA 2013) A respeito das políticas públicas e do seu planejamento, é correto afirmar que a) uma vez criado, o planejamento torna-se estático, pois as informações iniciais que foram fornecidas partiram de uma dada realidade e nela deve se pautar, permanecer. b) o planejamento tende a tornar os objetivos mais abrangentes e gerais, aumentando as conjecturas. c) a Constituição Federal é referência legal exclusiva para a elaboração, execução e avaliação das políticas públicas. d) no âmbito municipal, o instrumento de planejamento exigido pela Constituição Federal é o Plano Diretor Municipal. e) o planejamento, enquanto etapa macro necessária, tem como primeiro passo a avaliação das condições e a dimensão atual do problema a ser enfrentado. O Plano Diretor é um tipo de planejamento municipal, sendo instrumento fundamental para desenvolver o Município. A partir do plano, tem-se a orientação para construções de espaços urbanos e para oferta de serviços públicos. Vejamos os erros: a) planejamento precisa ser flexível, adaptar-se às novas situações impostas pela realidade. b) os objetivos devem ser específicos na política pública. c) a Constituição dá o balizamento para que leis e decretos regulamentam o tema. e) o primeiro passo é a definição do problema. Gabarito: D Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 32 7) (ESAF CGU 2012) Acerca do ciclo de gestão das políticas públicas na história recente do país, é correto afirmar que: a) por ser constitucionalmente adstrito a avaliar a execução dos programas de governo, o trabalho do controle interno pouco pode contribuir para o planejamento de novas políticas públicas. b) a maior ou menor capacidade técnica da máquina pública federal pouco tem interferido na eficácia da implementação de políticas nacionais, haja vista o fortalecimento estrutural dos governos estaduais e municipais. c) os órgãos de controle externo e interno têm demonstrado uma preocupação cada vez maior com a medição do desempenho, o que denota um avanço quanto à sua tradicional forma legalista de agir. d) cada vez mais o Plano Plurianual tem sido desprestigiado como ferramenta de planejamento, quadro que se comprova pela sua crescente dissociação dos orçamentos de curto prazo. e) passado o fervor inicial, a participação do terceiro setor na execução das políticas nacionais tem se mostrado ineficaz e desnecessária, em especial pelo incremento da capacidade operacional dos governos subnacionais. De fato, os controles externos e internos têm buscado avanços na forma de controle. O que antes se referia apenas a cumprimento de normas, hoje já envolve o acompanhamento do desempenho, o impacto na sociedade, etc. Vejamos os erros. a) o controle interno é fundamental para a melhoria na política pública, uma vez que pode detectar pontos que podem ser alterados em um novo ciclo de política pública. b) os governos estaduais e municipais não estão nem um pouco fortalecidos estruturalmente. A União é que tem essa estruturação e acaba centralizando uma série de decisões. Além disso, a capacidade técnica é fundamental. d) se você quer acertar essa questão, acredite nessa assertiva: PPA como importante instrumento de planejamento e que baliza os orçamentos anuais. Se Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 33 você quer saber a verdade: PPA tem sido uma peça de ficção que poucos no Poder Executivo e no Poder Legislativo se preocupam. e) o terceiro setor vem se mostrando um importante parceiro dos entes subnacionais. Muita coisa ainda precisa evoluir nesse tema, mas é inegável o papel do terceiro setor na execução de políticas públicas. Gabarito: C 8) (CESPE TCU 2015) A situação do ótimo de Pareto decorre da atuação do Estado na economia. Não é por ai! Na verdade, a atuação do Estado na economia decorre de não ser possível atingir o ótimo de Pareto. Gabarito: E 9) (CESPE FUB 2015) O bem público resultante da função alocativa do orçamento caracteriza-se pela rivalidade em seu consumo e pela não exclusão do consumidor no caso de não pagamento. Realmente nos bens públicos de uso geral, não há como controlar aqueles que os utilizam, assim, não há como excluir consumidores pelo não pagamento. No entanto, o erro da questão está em afirmar que a utilização desses bens causa rivalidade entre os utilizadores. Pelo contrário, a utilização de uma praça pública ou de uma praia, não impede que outras pessoas venham a utilizá-las também. Gabarito: E 10) (CESPE FUB 2015) O orçamento público possui três funções distintas que coexistem simultaneamente: alocativa, distributiva e estabilizadora. Fácil, não?! Isso mesmo! Gabarito: C 11) (FGV PROCEMBA 2014) Suponha um governo que privilegie políticas de melhora do acesso a serviços públicos, em detrimento de políticas que persigam uma meta inflacionária baixa. Considerando apenas esses dois tipos de política, assinale a afirmativa correta. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 34 a) O governo está dando maior peso à sua função distributiva e menor peso a sua função estabilizadora. b) O governo está dando maior peso à sua função alocativa e menor peso à sua função distributiva. c) O governo está dando maior peso à sua função estabilizadora e menor peso à sua função alocativa. d) O governo está dando maior peso à sua função estabilizadora e menor peso à sua função distributiva. e) O governo está dandomaior peso à sua função alocativa e menor peso à sua função estabilizadora. A prestação de serviços públicos pelo governo caracteriza a função alocativa, enquanto políticas inflacionárias se referem à função estabilizadora. Gabarito: E 12) (FCC TCM-RJ 2015) A função desenvolvida pelo Estado com o objetivo de assegurar o ajustamento necessário na apropriação de recursos na economia, visando a correção das imperfeições inerentes à própria lógica de mercado, denomina-se função a) normativa. b) distributiva. c) estabilizadora. d) administrativa. e) alocativa. Quando a questão tratar do encaixe (alocação) de recursos na economia pelo Estado, trata-se da função alocativa. Gabarito: E 13) (CESPE ICMBIO 2014) A função alocativa do orçamento justifica-se nos casos de provisão de bens públicos. Isso mesmo. A função alocativa ocorre quando a iniciativa privada não oferece alguns bens ou serviços, cabendo ao Estado prestá-los diretamente ou promover sua prestação. Gabarito: C Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 35 14) (CESPE ANTAQ 2014) Uma das funções do Estado, em relação às falhas de mercado, é reprimir o surgimento de assimetria de informações entre os agentes econômicos de produção e de consumo. A assimetria de informações é sim uma das falhas de mercado. Contudo, ao Estado não cabe reprimir o seu surgimento, como afirma a questão, mas sim mitigar (reduzir) seus efeitos sobre o mercado e a vida das pessoas. O Estado não conseguirá sempre evitar que ocorra, mas conseguirá minimizar os efeitos. Gabarito: E 15) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) O controle eficaz das fronteiras de um país é considerado um bem público típico, sendo não rival e não excludente. A oferta desse tipo de serviço é caracterizada tipicamente como o exercício da função alocativa. A função alocativa se justifica quando o Estado deve prover bens públicos, como no caso da proteção das fronteiras de um país, que se caracteriza como um bem público típico, pois todos são beneficiados com sua ação (não rival), independente de contribuírem ou não (não excludente) ao Estado. Assim, não é possível estabelecer contraprestação por seu uso. Essa característica sujeita esses bens aos “free riders” (caronas), representados por indivíduos que, mesmo não contribuintes, usufruem desses bens. Gabarito: C 16) (CESPE FUB 2013) O Estado, no cumprimento das suas atribuições econômicas alocativa, distributiva e estabilizadora, tem como principal fonte de receita a exploração do patrimônio público com a geração de bens e serviços. Ao contrário, a principal fonte de receita do governo são as receitas derivadas, ou seja, os tributos, formados por impostos, taxas, contribuições, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. Gabarito: E 17) (CESPE TRT 8ª Região 2013) A função do orçamento que se relaciona ao exercício de atividade empresarial por parte do Estado denomina-se função Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 36 a) alocativa. b) fiscal. c) de seguridade. d) distributiva. e) estabilizadora. A característica apontada refere-se à função alocativa, que ocorre quando a iniciativa privada não oferece alguns bens ou serviços, cabendo ao Estado prestá-los diretamente ou promover sua prestação. Gabarito: A 18) (CESPE TJ-RR 2012) Entre os motivos que ensejam a intervenção do Estado na economia inclui-se a existência de bens públicos e de externalidades. Um das razões que justifica a intervenção do estado na economia é a existência de falhas de mercado, ou seja, situações que, a despeito da teoria clássica da •Se verifica quando o Estado transfere recursos públicos para alguns setores privados ou presta diretamente um serviço. Trata-se da alocação de recursos. Essa ação é necessária em razão da falta de interesse ou incapacidade da iniciativa privada de atuar naquele setor produtivo, seja em razão dos altos custos envolvidos, seja em razão do baixo retorno do negócio, como por exemplo, o oferecimento de bens públicos (rodovias) ou semipúblicos/meritórios (saúde e educação). É o uso dos recursos públicos aplicados em prol do benefício da sociedade. ALOCATIVA •São os programas geridos pelo Estado para equalizar a renda das camadas da população menos favorecidas. Atualmente, o maior exemplo dessa função é o Programa Bolsa Família. A progressividade de impostos (quem ganha mais paga mais) também é exemplo. DISTRIBUTIVA •É representada pelas políticas fiscal e monetária do governo, que buscam garantir a saúde economia do País, como por exemplo, manter o nível de emprego, combater a inflação e a dívida pública e manter a valorização da moeda nacional. ESTABILIZADORA Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 37 economia que defende a não intervenção estatal, necessitam de apoio do Estado para se desenvolverem. As principais falhas de mercado são as externalidades, assimetria de informações, bens públicos e monopólios naturais. Gabarito: C 19) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) O controle eficaz das fronteiras de um país é considerado um bem público típico, sendo não rival e não excludente. A oferta desse tipo de serviço é caracterizada tipicamente como o exercício da função alocativa. A função alocativa se justifica quando o Estado deve prover bens públicos, como no caso da proteção das fronteiras de um país, que se caracteriza como um bem público típico, pois todos são beneficiados com sua ação (não rival), independente de contribuírem ou não (não excludente) ao Estado. Assim, não é possível estabelecer contraprestação por seu uso. Essa característica sujeita esses bens aos “free riders” (caronas), representados por indivíduos que, mesmo não contribuintes, usufruem desses bens. Gabarito: C 20) (CESPE Câmara dos Deputados 2014) Analise o fragmento a seguir. “Um governo, pela sua função _____ deve decidir quais serviços públicos devem ser concedidos ao setor privado, o qual explorará de forma mais eficiente provendo um serviço de maior qualidade para a população. Por sua vez, em sua função _____, o governo deve garantir a meta inflacionária, de forma a garantir o poder de compra da população, incentivando também neste cenário o maior volume de investimentos. Por fim, programas sociais estão atrelados à sua função _____, permitindo a melhora da renda dos mais pobres.” Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima. a) distributiva – alocativa – estabilizadora. b) distributiva – estabilizadora – alocativa. c) estabilizadora – alocativa – distributiva. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 38 d) alocativa – distributiva – estabilizadora.e) alocativa – estabilizadora – distributiva Serviços Públicos = Alocativa Política Econômica = Estabilizadora Programas sociais = Distributiva Gabarito: E 21) (CESPE MI 2013) A função estabilizadora do Estado consiste na intervenção do governo na economia, mediante políticas fiscal e monetária, para protegê-la de flutuações bruscas, caracterizadas por desemprego em alta ou por inflação em alta. Perfeito! Gabarito: C 22) (ESAF CGU 2012) A formulação de políticas públicas é a ação pela qual os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real, conforme Celina Souza. Segundo esse enfoque, assinale a opção que indica a quem compete a responsabilidade pelo desenho das políticas públicas. a) Dos Governos, dos grupos de interesse e dos movimentos sociais, em que cada um deles tem igual grau de influência no desenho da política pública. b) Dos Governos, dos grupos de interesse e dos movimentos sociais, em que cada um tem maior ou menor influência no desenho da política pública, dependendo do tipo de políticas e das coalizões que integram o governo. c) Exclusiva dos Governos. d) Exclusiva de grupos de interesse. e) Exclusiva dos movimentos sociais. Todos possuem suas parcelas de responsabilidade, tendo maior ou menor influência a depender do contexto e de como o governo negocia com aliados. Gabarito: B Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 39 23) (ESAF CGU 2012) Conforme Theodor Lowi, a política pública assume quatro formatos: políticas regulatórias, políticas distributivas, políticas redistributivas e políticas constitutivas. Esta classificação é feita segundo a) os impactos de custos e benefícios que os grupos de interesse esperam de uma política determinada. b) as crenças, valores e ideias das coalizões de defesa que integram cada subsistema de uma política pública. c) a escolha racional de tomadores de decisão e operadores das políticas públicas. d) eficiência da política pública. e) o ciclo da política pública. Essa classificação foi desenvolvida por Theodore Lowi e considera o impacto na sociedade e o espaço das negociações dos conflitos. Nesse sentido, temos o seguinte: Distributivas: alocam bens a uma parcela da sociedade em face, por exemplo, da região onde moram as pessoas. Os recursos são oriundos da coletividade. Exemplo: construção de um viaduto, reforma de uma escola, etc. Redistributivas: também alocam recursos a segmentos particularizados. No entanto, os recursos são oriundos de outros grupos da sociedade. Exemplo: reforma agrária, programa habitacional para a população de baixa renda. Regulatórias: estabelecem obrigatoriedades, condições ou interdições, como um código de trânsito ou uma norma que limita a venda de remédios tarja preta. Constitutivas (Estruturadoras): envolve as condições gerais para se negociar os demais tipos de políticas públicas. Dão o tom da regra do jogo, como a estruturação de uma agência reguladora. Gabarito: A 24) (ESAF CGU 2012) O ciclo da política pública é constituído por Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 40 estágios. Indique qual das opções a seguir descreve corretamente esses estágios. a) Formulação e implementação. b) Decisão e proposição. A implementação, execução e avaliação são responsabilidades dos operadores da política. c) Definição de agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções, seleção das opções, implementação, acompanhamento e avaliação. d) Um conjunto de medidas concretas, decisões sobre alocação de recursos, identificação de público-alvo, definição de metas, definição de normas e valores. e) A política pública é abrangente e não se limita a ciclos para seu desenho. De forma ampliada, podemos ter a definição de agenda, passando pelas alternativas e opções, a implementação, o acompanhamento e o controle. Em outra abordagem, poderíamos ter: formação de agenda, formulação da política, implementação da política e a avaliação dessa política. Gabarito: C 25) (CESPE TJ-AC 2012) A taxa interna de retorno (TIR) e o valor presente líquido (VPL) são variáveis financeiras essenciais para a análise de projetos, pois propiciam a seleção de projetos de maior rentabilidade para a empresa. De fato, essas variáveis propiciam análise de rentabilidade, permitindo a escolha de um projeto entre vários. Gabarito: C 26) (CESGRANRIO BNDES 2010) A temporalidade e a elaboração progressiva dos projetos exigem a adoção de um ciclo de vida, que pode ser definido como o espaço finito de tempo no qual as atividades dos projetos estão circunscritas. O ciclo de vida é geralmente dividido em fases. De acordo com as etapas do projeto, afirma-se que Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 41 a) o nível de atividade, a quantidade de pessoas envolvidas e os custos são altos no início, diminuem gradativamente durante a execução e caem rapidamente quando o projeto se aproxima do final. b) o produto ou resultado final do projeto pode ser mudado mais facilmente no final. c) o custo e o prazo, quando se trabalha com consultores externos, serão função indireta do tempo estimado para a execução do projeto. d) a previsibilidade do projeto é relativamente alta no início e diminui com o desenrolar das atividades e o equacionamento dos riscos. e) as mudanças vão ficando cada vez mais difíceis e custosas conforme o projeto avança, já que o resultado é construído progressivamente. Item por item. a) As pessoas envolvidas aumentam com o decorrer do projeto. O nível de atividade e os custos também. b) No final, quando está quase pronto, as mudanças são menores. c) A função é direta. d) A previsibilidade aumenta com o decorrer do projeto. e) Esse é o nosso gabarito. Gabarito: E 27) (CESPE TCE-ES 2012) Os objetivos do orçamento-programa podem ser classificados em finais e derivados, sendo os derivados representados pelo conjunto de impactos indiretos oriundos da ação governamental. Os objetivos do orçamento-programa podem ser classificados em finais e derivados: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Curso de Administração Pública (Técnico Administrativo) – ANVISA Aula 01 (Última) – Conceitos e Política Pública Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 42 Gabarito: C 28) (CESPE TCE-ES 2012) O orçamento-programa consagra o princípio de que o gasto público deve estar vinculado a uma finalidade. Perfeito. O orçamento-programa se caracteriza por fazer o elo entre o orçamento e o planejamento do Governo, que nada mais é do que associar o gasto público com uma finalidade, nesse caso, os objetivos governamentais. O grande diferencial do orçamento-programa, em contraposição aos demais já vistos, é
Compartilhar