Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRAUMATOLOGIA FORENSE Profª Monara Bittencourt de Amorim Traumatologia forense é o ramo da Medicina Legal que estuda a ação de uma energia externa sobre o organismo humano, cuja ação recebe a denominação de traumatismo ou trauma Trauma é portanto o resultado da ação vulnerante que possui energia capaz de produzir uma lesão. As lesões corporais são, portanto, os efeitos dos traumatismos, isto é, vestígios que atingem o corpo, à saúde física ou mental, deixados pela ação da energia externa ou agente vulnerante. Podem ser fugazes, temporárias (duradouro) ou permanentes. Podem também, as lesões, serem classificadas em superficiais ou profundas. IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE VULNERANTE O objetivo do perito – legista é através da análise da lesão , fornecer dados para identificar o agente vulnerante e quando possível a autoria do evento LESÕES ATÍPICAS Não apresentam características específicas do agente vulnerante. LESÕES TÍPICAS O instrumento, agente vulnerante deixa lesões específicas, isto é, “Lesões com Assinatura’’ Tipos de energias A) Energia de ordem física não mecânica (luz, temperatura, som) B) Energia de ordem física mecânica (facada) C) Energia de ordem química (venenos) D) Energia de ordem físico-química (asfixia) E) Energia de ordem biodinâmica (hipovolêmicas) CAUSA DANOS ENERGIA VULNERANTE ENERGIAS DE ORDEM FÍSICA AGENTES MECÂNICOS AGENTES NÃO MECÂNICOS AGENTES MECÂNICOS Instrumentos Cortantes Instrumentos Perfurantes Instrumentos Contundentes Instrumentos Perfuro-cortantes Instrumentos Corto-contudentes Instrumentos Perfuro-contudentes INSTRUMENTOS CONTUNDENTES LESÕES CONTUSAS. Instrumentos típicos Piso Parede Mão Pé Veículo Pedra Pau INTRUMENTOS CONTUNDENTES LOCAL DA LESÃO: Direto Lesão no ponto de impacto Ex: escoriação Indireto Lesão fora do ponto de impacto Ex: impacto frontal e hematoma Misto Lesão no local do impacto e fora deste Ex: edema traumático frontal e hematoma INSTRUMENTOS CONTUNDENTES ORIGEM DA ENERGIA: Ativo Objeto em movimento Corpo em repouso Passivo Objeto em repouso Corpo em movimento Misto Objeto em movimento Corpo em movimento INTRUMENTOS CONTUNDENTES GRAVIDADE DA LESÃO (GENERALIZAÇÃO) Leves Graves- MÉDIA Gravíssimas - INTENSA INTRUMENTOS CONTUNDENTES LEVES: Rubefação Edema traumático Equimose Hematoma Escoriação Bossa RUBEFAÇÃO-LEVE SINÔNIMO Científico = hiperemia Popular = vermelhidão INSTRUMENTOS TÍPICOS Mãos Tapas Dedos Beliscões Cinto RUBEFAÇÃO-LEVE PRODUÇÃO Vasodilatação capilar - Liberação de histamina Não ocorre lesão vascular Não ocorre saída de sangue ou líquidos dos vasos CRONOLOGIA Aparece em instantes Desaparece em minutos ou poucas horas o exame deve ser realizado imediatamente Rubefação em região deltóidea esquerda. Impressão compatível com mão. 4 horas de evolução. Rubefação em região deltóidea esquerda. Teste da pressão para diagnóstico entre rubefação e equimose. Rubefação em região deltóidea esquerda. Desaparecimento logo após a pressão, confirmando o diagnóstico de rubefação. Rubefação em face lateral de coxa direita. Impressão compatível com o pé direito de chinela do tipo havaiana, incluindo a marca circular do prendedor. Provavelmente haverá formação de equimose, pois a vítima é mulher. Lesão em assinatura. EDEMA TRAUMÁTICO-LEVE Elevação da pele na área do impacto Surge após 1 a 3 minutos Tríplice reação de Lewis: hiperemia no ponto de impacto Extensão da hiperemia para a área ao redor palidez da zona central pelo edema Edema traumático em ponte nasal. Escoriação e equimose. 2h15 de evolução. Edema traumático palpebral com equimose sobrejacente. 18 horas de evolução. Pressão para teste do tônus. Flacidez no local da pressão diagnóstica. Edema traumático em face radial de braço direito. 4 horas de evolução. EQUIMOSE – Infiltração de sangue na malha dos tecidos devido à rotura de capilares. As que surgem à distância resultam da migração do sangue extravasado ou por aumento da pressão venosa por compressão das veias de drenagem. As equimose, atestam que houve ação contundente e que havia vida no momento da lesão. EQUIMOSE Evolução cromática da equimose deve-se à progressiva reabsorção da "hemorragia" pela ação dos macrófagos. Macrófagos: as células de grandes dimensões do tecido conjuntivo que fagocitam elementos estranhos ao corpo. Espectro equimótico de LEGRAND DE SAULLE Equimose em face posterior do braço (terço proximal). Compatível com o histórico de prensão manual vigorosa. Equimose em face posterior do braço (terço proximal). Equimose na região lateral do abdômen Equimose na região orbital com menos de 24 horas. Equimose em barra produzida por instrumento contundente cilíndrico agindo com grande intensidade, na região escapular esquerda. Lesão por assinatura. Equimose com escoriação. Lesão produzida por golpe com toalha, na região vertebral e lombar. Equimose com escoriação. Lesão produzida por golpe com toalha. Equimoses em lábios. Exame cadavérico. Equimose palpebral em mulher, decorrente de queda da própria altura sobre piso de mármore. Seis dias de evolução. A imagem não recebeu nenhum tratamento, para preservar a incomum tonalidade intensa amarelada. Equimose palpebral com 36 horas de evolução. HEMATOMA DEFINIÇÃO: continuidade lacustre sanguínea causada pelo rompimento de vasos. FISIOPATOLOGIA: Pressão dos vasos suficiente para dissecar os tecidos formando uma verdadeira bolsa. HEMATOMA Raríssimo visualizável na superfície do corpo. Geralmente confundido com as equimoses. Comuns em traumatismos intensos crânio- encefálico - gera aumento de pressão intra- craniana: hematoma extra-dural - entre o osso e a dura-mater. hematoma subdural - abaixo da dura-mater. hematoma subaracnóideo – entre a aracnóide e o cérebro. hematoma intraparenquimatoso - intra-cerebral. Hematoma subaracnóideo em face medial posterior de hemisfério cerebral direito. Hematoma subaracnóideo por PAF. Óbito há 48 horas. Hematoma subgaleal temporal esquerdo. BOSSA Coleção de fluidos (seroso ou sero- sangüineo) que se acumula quando existe plano subjacente resistente e impermeável. Popularmente chamado de "galo" . No recém-nascido é comum uma bossa sanguinolenta que indica que o feto estava vivo no momento do parto. Vista frontal de bossa serosa em região frontal à direita. 5 horas de evolução. Vista ântero-inferior de bossa serosa em região frontal à direita. 5 horas de evolução. ESCORIAÇÃO MODO DE PRODUÇÃO: Agente contundente desliza sobre a pele. Arrancamento traumático da epiderme. Exposição da derme. ESCORIAÇÃO ESCORIAÇÃO PROFUNDIDADE - DEPENDE DA PRESSÃO E ASPEREZA: Superficial Atinge a camada espinhosa e dá origem aexsudação de líquido incolor e crosta serosa Intermediária Atinge as papilas dérmicas e dá origem a pontilhado hemorrágico. Profunda Atinge a derme e dá origem à coagulação hemorrágica e crosta hemática. ESCORIAÇÃO EVOLUÇÃO Variáveis para o tempo de reparação: Profundidade Vascularização Velocidade de renovação epitelial EVOLUÇÃO 18 a 24 horas = Células diferenciadas do epitélio vizinho iniciam a cobertura da área lesada 7 dias = Crosta de consistência firme começa a se levantar na periferia e expõe superfície rósea pela ausência de melanina e presença de novos capilares até 6 meses = Desaparece sem deixar cicatriz, exceto nas profundas Nas profundas ocorre reparação mais lenta e formação de fibrose: cicatriz ESCORIAÇÃO – EM PLACA Superfície com escoriação contínua, constituindo uma "placa" irregular. CAUSADA POR SUPERFÍCIES: regulares irregulares, com grande pressão, situação onde a escoriação que seria em pincelada, por ser mais profunda, apresenta "sulcos", transformando-se em placa. Escoriação em placa no joelho esquerdo. 4 horas de evolução. Escoriação em placa em cotovelo direito. Acidente motociclístico em asfalto. 4 horas de evolução. Escoriação em placa em cotovelo. 2 horas de evolução. Acidente motociclístico. Escoriação em placa. Acidente motociclístico em asfalto. 4 horas de evolução. ESCORIAÇÃO – EM PINCELADA PRODUÇÃO: Fricção da pele contra superfícies rugosas. Cada proeminência da superfície produz uma escoriação linear. Superfícies que geralmente produzem escoriações em pincelada. asfalto cimento chapisco Escoriação em pincelada em região deltóide. Escoriação em pincelada com direção sinuosa. Diversas escoriações em pincelada tênues. Escoriações em pincelada compostas de poucas lineares. Escoriações produzidas por fragmentos de vidro automotivo. Lesões de difícil classificação, consideradas escoriações pela maioria das lesões. Escoriação em pincelada com diferentes profundidades. Escoriações em pincelada na parte superior da figura e em placa na inferior. Escoriação em pincelada de profundidade variável. ESCORIAÇÃO - UNGUEAIS Produzidas por unhas, humanas ou de animais. FORMA Arciformes; em faixas paralelas - geralmente em número de três ou quatro. ESCORIAÇÃO - UNGUEAIS LOCALIZAÇÃO PREFERENCIAL: pescoço (esganadura) face tórax membros superiores O exame do conteúdo sub-ungueal do agressor pode revelar material genético da vítima. Escoriações ungueais humanas em face Escoriações ungueais humanas em face Escoriações ungueais humanas em região acrômio-clavicular direita. Escoriação ungueal em face anterior do ombro direito. 4 horas de evolução. Escoriações ungueais com 18 horas de evolução. Escoriações ungueais em pescoço. 90 minutos de evolução. Escoriações ungueais em pescoço. 90 minutos de evolução. Escoriações ungueais em dorso. 90 minutos de evolução. Escoriações ungueais em região ântero-lateral do tórax. 90 minutos de evolução. Escoriações ungueais em flanco esquerdo. 90 minutos de evolução. INSTRUMENTOS CONTUNDENTES MÉDIA Ferida contusa Entorse Luxação FERIDA CONTUSA – MÉDIA O agente contundente força a epiderme de encontro a derme e esta de encontro ao osso ou músculo. A epiderme é arrancada e as fibras da derme deslocadas. FERIDA CONTUSA – MÉDIA BORDAS: Escoriadas; Vertente anfractuosas, infiltradas por sangue e ligadas por pontes de tecido; FERIDA CONTUSA – MÉDIA Se o agente age de forma lenta e continuada, em movimento de deslizamento (tração), sobre o segmento, a pele se rompe em vária fendas irregulares e paralelas até interessar toda a espessura. As feridas contusas atestam a ação contundente e raramente indicam o agente. Ferida contusa em lábio Ferida contusa em supercílio esquerdo. Exame cadavérico. Ferida contusa na região da articulação metacarpo-falangeana do indicador direito. ENTORSE – MÉDIA Estiramento da cápsula de uma articulação com ou sem rotura ligamentar que ocorre quando a amplitude dos movimentos articulares é ultrapassada por forças externas. O estiramento da região, ricamente inervada, provoca muita dor. ENTORSE – MÉDIA Os tecidos periarticulares são infiltrados por sangue, com conseqüente reação inflamatória para reabsorção. (derrame) Pode levar à incapacidade por mais de trinta dias. ROTURA LIGAMENTAR DERRAME LUXAÇÃO – MÉDIA Lesão de natureza grave - deslocamento permanente das superfícies articulares. A cápsula articular sofre rotura em seus pontos fracos e produz derramamento de líquido sinovial (um líquido transparente e viscoso das cavidades articulares e bainhas dos tendões) . LUXAÇÃO – MÉDIA Pode ocorrer arrancamento de pequenas tuberosidades ósseas e roturas de pequenos músculos ou tendões, além de compressões vasculares e nervosas. As crianças são menos vulneráveis pois têm articulações mais flexíveis e os velhos são mais porque possuem os ossos enfraquecidos, que se fraturam com facilidade. RADIOGRAFIA DA REGIÃO ANTERO-POSTERIOR, MOSTRANDO LUXAÇÃO LATERAL LUXAÇÃO NA REGIÃO INFRACLAVICULAR INSTRUMENTOS CONTUNDENTES INTENSA Fratura Rotura visceral Esmagamento Avulsão FRATURA ÓSSEA TIPOS: Exposta - quando se comunica com o exterior através de feridas cutâneas de bordas escoriadas e irregulares. Patológica - quando surge espontaneamente, geralmente no osso enfraquecido. Completa - divide o osso em dois ou mais fragmentos - geralmente se deslocam. Incompleta - galho verde - afundamento de osso esponjoso. Equimose bipalpebral bilateral. Sinal do guaxinim. Fratura de base de crânio. Fratura craniana cominutiva; saída de conteúdo cerebral. Sinal do guaxinim - equimoses palpebrais. Presente em fraturas da base do crânio. Fratura maxilo-mandibular com deformidade permanente. Fratura radial com deformidade. ROTURA VISCERAL Mais frequentes no abdome. Qualquer que seja a sede constitui perigo de vida. LOCAIS: tórax e abdômen. TÓRAX: As roturas pulmonares estão associadas às fraturas de costelas, que penetram o órgão causando hemopneumotórax. A compressão ântero-posterior pode levar à rotura do coração (paredes direitas são menos resistentes) e dos vasos. ABDÔME: Impactos no abdome aumentam a pressão intra-abdominal e as vísceras tendem a insinuar-se pelas brechas da parede. O diafragma tende a romper-se na porção mais fraca. Vísceras ocas lesionam-se mais quando cheias de líquidos ou alimentos (não compressíveis), especialmente o duodeno, por estar fixado à parede posterior. Rotura hepática. Rotura hepática. Rotura hepática. Rotura esplênica. ESMAGAMENTO Todos os planos anatômicos de um segmento são comprimidos e distorcidos. Produzido de agente com grande energia cinética, geralmente grande massa. ESMAGAMENTO Partemoles - extensamente laceradas Ossos - fraturas cominutivas. Destruição extensa dos tecidos Perda sanguínea importante Excita terminações nervosas. Síndrome do esmagamento - insuficiência renal aguda por depósito de mioglobina nos túbulos renais e Necrose muscular Esmagamento da perna direita. Esmagamento da perna direita. Esmagamento da perna direita. Esmagamento da perna direita. INSTRUMENTOS CORTANTES São os que, agindo com um gume afiado, por pressão e deslizamento, linear ou obliquamente sobre a pele e os órgãos. São instrumentos cortantes: Instrumentos típicos Navalha Lâmina de bisturi Faca afiada Instrumentos atípicos Folha de papel Linha com pó de vidro ("cerol") Capim (capim navalha) Instrumento Cortante o Mecanismo de Ação: o Pressão e deslizamento sobre o seu gume o Ferimento: o inciso o Exemplo: o Navalha, bisturi o Característica: o presença de cauda Lesões ou feridas: são feridas pouco profundas, habitualmente não penetram as grandes cavidades. Estas lesões são denominadas de feridas incisas. INSTRUMENTOS CORTANTES Os instrumentos cortantes produzem lesões no pescoço são chamados de: Esgorjamento: as lesões produzidas por instrumentos cortantes nas regiões anterior, lateral, anterolateral do pescoço. Degolamento: são as seções assentadas na região cervical. Decapitação: é o ato de separar completamente a cabeça do corpo. Na parte anterior do pescoço: esgorjamento Na parte posterior do pescoço: degolamento INSTRUMENTOS PERFURANTES São perfurantes os instrumentos puntiformes, finos, cilíndricos ou cilindrocônicos, com comprimento predominando sobre a largura e a espessura, como por exemplo: - Alfinete - Furados de gelo - Agulhas - Espinho - Pregos - Agem simultaneamente por pressão ou percussão em um ponto, afastando as fibras musculares. INSTRUMENTOS PERFURANTES LESÕES OU FERIDAS: causam pequenas lesões de pouca repercussão na superfície corpórea, mas de profundidade apreciável, chamadas de lesões ou feridas punctórias. LESÕES OU FERIDAS PUNCTÓRIAS Imperceptíveis Ferida de entrada de pequeno porte Pouco sangramento e as vezes quase inexistente Vertentes e bordas regulares INSTRUMENTOS PÉRFURO- CORTANTES São os instrumentos puntiformes, com o comprimento predominando sobre a largura e a espessura, dotados de uma ponta e de um gume ou lâmina. O contato do instrumento na pele é feito por um ponto que atua simultaneamente por pressão e por corte. São instrumentos pérfuro-cortantes: - Facas (um gume) - Punhal (dois gumes) - Florete (dois gumes) - Lima (três gumes) Punhal: instrumentos pérfuro-cortantes com dois gumes. Facas: instrumentos pérfuro-cortantes com um gume. Lima: instrumento pérfuro-cortante de três gumes INSTRUMENTOS PÉRFURO- CORTANTES Lesões ou feridas: causam pequenas lesões de pouca repercussão na superfície corpórea, porém mais profundas e menores na espessura. Lesões ou feridas pérfuro-incisas. Profundidade maior que largura Hemorragias internas Lado do gume mais agudo Vertentes e bordas regulares Forma de ponto (botoeira) As lesões ou feridas são denominadas de feridas pérfuro-incisas. Produzem lesões pérfuro-contusas: Perfuram - ponta Cortam - gume Instrumento de um só gume, voltado para a direita da imagem. Escoriação produzida pela ponta do mesmo instrumento. Ferimento em Botoeira Ferimento em Botoeira Ferimento em Botoeira INSTRUMENTOS CORTO- CONTUNDENTES CONCEITO: São instrumentos que, agindo sobre a pele, músculo, tendões, órgãos ou esqueleto, fazem por pressão, deslizamento e pelo próprio peso e intensidade do do que pelo seu gume. São instrumentos corto-contundentes: - Foice - Enxada - Facão - Roda de trem - Machado - Mordida INSTRUMENTOS CORTO- CONTUNDENTES Lesões ou feridas: as feridas variam de acordo com a região comprometida e a intensidade do manejo, inclinação, peso e o fio cortante do instrumento. A lesão ou ferida é denominada de ferida cortocontusas. Lesão ou ferida cortocontusa Vertentes e bordas irregulares Grande sangramento (há a secção dos vasos sanguíneos e provável fratura) Não apresentam cauda de escoriação A ferida é profunda Não apresentam cauda de escoriação INSTRUMENTOS PERFURO- CONTUNDENTES o Mecanismo de Ação: o perfura pela sua ponta o contunde pela sua superfície o Ferimento: o pérfuro-contuso o Exemplo: o projetil de arma de fogo o Característica: o presença de orlas ou zonas ex. chave de fenda, projetil de arma de fogo, picador de gelo, amolador de facas Cone e dispersão Ferimento por Projétil de Arma de Fogo à curta distância o Orlas ou Zonas o contusão e enxugo o equimose o tatuagem o esfumaçamento o queimadura o Orifícios o Entrada o bordos invertidos o presença de orlas o Saída o bordos evertidos o ausência de orlas Ferimento por Projetil de Arma de Fogo tiro à queima-roupa Distância: 40 - 50 centímetros Características: a) cone de dispersão do tiro b) forma arredondada ou circular c) orla de escoriação ou contusão d) orla equimótica e) orla de enxugo f) zona de tatuagem g) zona de esfumaçamento (removível) h) zona de queimadura (chamuscamento) Profª Monara Bittencourt de Amorim Especialista em Ciências Forenses bittencourt.monara7@gmail.com monara_bittencourt@yahoo.com.br 84 9985 8153 ORLAS E ZONAS DE CONTORNO 1. Orla de enxugo 2. Orla equimótica 4. Zona de tatuagem 3. Zona de esfumaçamento 1 4 2 3 o Orlas de Contusão, Enxugo, Tatuagem e Esfumaçamento Zona de Esfumaçamento Chamuscamento e Esfumaçamento Zona de Tatuagem ORIFÍCIO DE ENTRADA – ORLAS (SEMPRE PRESENTES) ORLA DE CONTUSÃO: a pele se invagina e se rompe devido à diferença de elasticidade de derme e epiderme ORLA EQUIMÓTICA: zona da hemorragia oriunda da ruptura de pequenos vasos ORLA DE ENXUGO: zona de cor escura que se adaptou às faces do projétil, limpando-os dos resíduos da pólvora ORIFÍCIO DE ENTRADA - ZONAS ZONA DE TATUAGEM: é resultante da impregnação de partículas de pólvora incombusta que alcançam o corpo ZONA DE ESFUMAÇAMENTO: é produzida pelo depósito de fuligem da pólvora ao redor do orifício de entrada ZONA DE CHAMUSCAMENTO: tem como responsável a ação superaquecida dos gases que atingem e queimam o alvo TIRO ENCOSTADO ORIFÍCIOS DE ENTRADA – TIRO ENCOSTADO a) forma irregular (estrelado) pela dilaceração dos tecidos pelos gases explosivos (mina de Hoffmann) b) sem zona de tatuagem ou de esfumaçamento c) diâmetro do ferimento maior que o projétil (explosão dos gases) d) halo fuliginoso nos ossos: (sinal de Benassi) e) impressão (pressão) do cano da arma (sinal de Werkgaertner) f) quando transfixante: trajeto com orifício de entrada e saída Ferimento por Projetil de Arma de Fogo tiro encostado o Distância:o junto ao alvo o Características: buraco de mina bordos evertidos queimadura junto ao orifício pólvora no trajeto inicial Profª Monara Bittencourt de Amorim Especialista em Ciências Forenses bittencourt.monara7@gmail.com monara_bittencourt@yahoo.com.br 84 9985 8153 câmara de mina de Hofmann sinal de Benassi halo fuliginoso Câmara de Mina de Hofmann câmara de mina de Hofmann sinal de Benassi halo fuliginoso Sinal de Pupe Werkgaetner Marca da alça de mira Tiro encostado: Junto ao alvo buraco de mina bordos evertidos queimadura junto ao orifício pólvora no trajeto inicial Tiro encostado: Junto ao alvo buraco de mina bordos evertidos queimadura junto ao orifício pólvora no trajeto inicial ORIFÍCIO DE ENTRADA TIRO À DISTÂNCIA a) forma arredondada b) diâmetro menor que o do projétil c) com orla de escoriação d) com orla equimótica ORIFÍCIO DE ENTRADA TIRO À DISTÂNCIA ORIFÍCIO DE SAÍDA a) de forma irregular ou dilacerado b) maior que orifício de entrada c) maior sangramento d) ausência de orlas, zonas e halos e) bordos evertidos Lesões Pérfurocontusas Orifício de Entrada x Orifício de Saída Entrada Saída Regular Dilacerado Invertido Evertido Normalmente proporcional ao diâmetro do projétil (exceção aos projéteis de ponta oca, principalmente os expansivos) Desproporcional ao diâmetro do projétil Com orlas e zonas Sem orlas e zonas Exceções podem ocorrer: tiro encostado ricochete, o projétil perde sua propulsão (“bala perdida”) dois ou mais projéteis sucessivos atingem o mesmo ponto na pele
Compartilhar