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Pessoa Natural e Capacidade Jurídica

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PESSOA NATURAL E PERSONALIDADE JURÍDICA
O código civil brasileiro anunciado pela lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002, traz a consolidação de assuntos e negócios mais comuns, vinculados à esfera das relações jurídicas privadas. O código entrou em vigor a partir de janeiro de 2003, um ano após a sua publicação, em 10 de janeiro de 2002.
O primeiro tema de estudo dentro do código civil é o conceito de pessoal natural, que é o ser humano com vida, ou seja, aquele dotado de uma estrutura biopsicológica. A pessoal natural pode assumir obrigações e titularizar direitos. Quando mencionamos “pessoa natural” estamos falando de nós, pessoas físicas, que se contrapõem às pessoas jurídicas, que seriam as empresas.
Devemos lembrar, paralelamente ao parágrafo anterior, sobre diferença entre pessoa natural e pessoa física, que não é notória, apenas foram criadas com objetivos diferentes. A expressão pessoa natural é adotada pela legislação civil para designar o ser humano em suas relações jurídicas civis, enquanto pessoa física foi criada pela legislação tributária para designar o contribuinte. 
Mas didaticamente e de forma resumida, é interessante associar os dois conceitos para um melhor entendimento.
Dentro desse conceito de pessoa natural, que foi criado para atender um direito de cada um de nós, pessoas físicas, sinalizado pelo art. 1º, III, CRFB, através da dignidade da pessoa humana, o direito se preocupa em entender quando que começa a pessoa natural e vamos nos voltar a entender um pouco sobre esse assunto. A pessoa natural se inicia a partir do momento que você obtém uma personalidade jurídica, e daí aparece outro conceito básico do código civil. A personalidade jurídica nada mais é do que o ser ganhar prerrogativas, direitos subjetivos. 
Então qual seria a diferença entre a pessoa natural e a personalidade jurídica? 
Personalidade é a possibilidade de se titular de direitos subjetivos. Enquanto a pessoa, é quem tem esse atributo de poder ser titular do direito.
Cronologicamente falando, para o direito brasileiro a pessoa natural e a personalidade jurídica plena se iniciam a partir do nascimento do ser com vida. E daí o direito se preocupa com as garantias não só do indivíduo que já nasceu, mas também do nascituro, que é o ser humano já concebido, mas, que ainda não nasceu, ou seja, ainda está no ventre da sua genitora, ganhando também algumas proteções no âmbito jurídico. 
Lembrando que o nascituro não tem a personalidade plena, pois no Brasil prevalece a teoria concepcionista, onde indica que a personalidade plena é formada a partir da junção da personalidade formal + personalidade material. 
 A personalidade formal é a que permite a aquisição dos direitos de personalidade, por exemplo, direito ao nome, honra, imagem, disposições sobre o próprio corpo, ou seja, surge desde a concepção. Já a personalidade material é caracterizada pelos direitos patrimoniais, e essa personalidade só se dá com o nascimento com vida. Então se o nascituro é aquele que já foi concebido, mas ainda não nasceu, ele não detém da personalidade material que só é adquirida a partir do nascimento com vida, consequentemente não detém personalidade plena.
DIREITOS DA PERSONALIDADE
É o direito que a pessoa tem de defender os direitos de sua própria existência bem como os direitos inerentes ao ser humano e os direitos da pessoa. Para a pessoa adquirir os direitos da personalidade basta a pessoa nascer e existir.
Vale salientar que não são direitos patrimoniais, mas sim aqueles que dizem respeito aos atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa.
Exemplo: direito à vida, ao nome, à honra, à dignidade, etc.
CAPACIDADE E INCAPACIDADE JURÍDICA
Em contraposição com o conceito de Personalidade Jurídica (ao qual é, contudo, inerente), a capacidade jurídica é um conceito quantitativo, isto é, traduz-se na maior ou menor capacidade para ser titular de um círculo de relações jurídicas – a medida das situações de que uma pessoa pode ser titular ou que pode atuar.
Dentro da capacidade jurídica podemos distinguir dois conceitos: a capacidade de direito ou gozo e a capacidade de fato ou de exercício.
A capacidade de direito ou de gozo é a capacidade de ser sujeito de direitos numa relação jurídica e ela se dá com o nascimento com vida. Partindo desse viés todo ser humano tem direito a gozo, basta nascer com vida e isso independe de requisitos formais, como CPF, RG, certidão de nascimento, etc.
Entretanto, nem todos podem exercer a capacidade de fato ou de exercício, conhecida também como a capacidade de agir, que é a capacidade de exercer, pessoalmente, seus próprios atos na vida civil. As pessoas que não podem exercer essa capacidade podem ser classificadas em absolutamente incapazes ou relativamente incapazes.
As pessoas absolutamente incapazes, as quais estão presentes no Art. 3º do Código Civil, não podem exercer pessoalmente, ou seja, por eles mesmos, os atos da vida civil. São elas, as pessoas menores de 16 anos.
Devemos tomar muito cuidado com este artigo, pois, a lei 13.146/15 alterou alguns textos do mesmo, onde continham pessoas que também eram consideradas absolutamente incapazes, retirando-as e resultando apenas nos “menores de idade”.
Já as pessoas relativamente incapazes, situadas no Art.4º do Código Civil, podemos dizer que se encontram entre a incapacidade absoluta e a capacidade civil plena. Essas pessoas, podem exercer ALGUNS atos da vida civil, desde que com assistência. Mas quem são as pessoas relativamente incapazes?
Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos;
Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
Os pródigos.
Devemos ter muita atenção também no artigo acima supracitado, pois a lei 13.146/15 também alteraram alguns textos em relação a lei 10.406/02, devendo ser enquadrados como relativamente incapazes as pessoas relacionadas acima. 
Além disso o código civil remete à legislação especial a capacidade dos indígenas.

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