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Sistemas Operacionais para Radares Militares Andreia Ap. de Castro Alves #1 , Erick Sasse Filho *2 , # Faculdade de Tecnologia da Unicamp, Limeira, São Paulo 1 andreia.castro.unicamp@hotmail.com 2 esfilho@gmail.com Resumo— Este artigo descreve o funcionamento dos sistemas operacionais utilizados em radares militares e as adaptações necessárias em um sistema existente para atender seus requisitos. O trabalho terá uma atenção especial para radares de sensoriamento remoto, é uma das mais bem sucedidas tecnologias de coleta automática de dados para o levantamento e monitoração dos recursos terrestres em escala global. Palavras Chaves— Radares, Militar, Sistema Operacional, Linux I. INTRODUÇÃO De dia ou de noite, com ou sem nuvens, os radares desenvolvidos atualmente são capazes de mapear terrenos para a geração de mapas de alta resolução e precisão. Esse é o sensor ideal para a aquisição e a geração eficiente de imagens das superfícies onde a cobertura por nuvens seja frequente ou em áreas de vegetação muito densa [1]. O desafio é encontrar técnicas para modificações e desenvolvimento dos sistemas operacionais que são utilizados, além da integração Hardware e Software, este artigo descreve: o funcionamento do hardware do radar incluindo seus componentes e funções, o funcionamento do Software, especificamente seu sistema operacional. Tanto Hardware como Software devem atender as especificações, tais como: Processamento Digital de imagens SAR Correção do Padrão de Antena, fatores que influenciam o retroespalhamento como função da distância, STC correção slant-to-range, interpolação, Zoom, Compactação de dados, Calibração de imagens radar, longo alcance, confiabilidade dos dados, processamento de dados rápido e seguro, compactação de tamanho, robusto a ruídos e fatores ambientais, garantir a continuidade de dados, o volume de solicitações de dados em tempo quase real, simplicidade de implementação entre outros, para atender esses requisitos descreveremos a seguir o funcionamento do Hardware e Software [2]. II. HARDWARE DO RADAR RADAR é a sigla resultante de Radio Detection And Ranging (Detecção e localização por meio de ondas de rádio). Um sistema de radar possui três funções primárias: - Transmite sinais de microondas (rádio) em direção a uma cena; - Recebe parte da energia transmitida que é retroespalhada pela cena; - Registra a intensidade (detecção) e a defasagem (indicação da distância) dos sinais de retorno [3]. A Fig.1 a seguir exemplifica seu funcionamento: Fig. 1 Funcionamento do Radar [3] O radar possui fonte de energia própria e, portanto, pode operar durante o dia ou à noite e com céu nublado [3]. Este tipo de sistema é conhecido como um sistema ativo de sensoriamento remoto, o radar é composto de uma antena transceptora, da linha de transmissão, ou guia de onda, de um transmissor de alta potência e alta frequência, do sistema de recepção,decodificação, processamento e visualização das informações coletadas, além da mesa de interface entre equipamento e operador, um diagrama de blocos simples é apresentado na Fig.2: Fig. 2 Diagrama de Blocos de um Radar Simples [5] A. Sistema de Transmissão Fazem parte o oscilador, o modulador, e o próprio transmissor. fornece radiofrequência para a antena em forma de pulsos eletromagnéticos modulados de alta potência. B. Oscilador Aonde se da a produção do sinal, ele gera radiofrequência num comprimento de onda desejado. C. Modulador Modula em amplitude ou frequência. Da estabilidade do sinal gerado no oscilador e da modulação dependerá a qualidade do eco captado após atingir o alvo. D. Transmissor Sua função é amplificar o sinal gerado no oscilador e misturado no modulador. Os radares em geral, necessitam enviar pulsos de alta potência, que após se propagarem, atingem o alvo e refletem numa espécie de eco. O sinal refletido sofre atenuação e perdas pelo caminho chegando bem mais fraco que o emitido, logo, é captado pela antena e amplificado novamente. E. Antena Após amplificar o sinal o transmissor envia para a antena o sinal, que em alguns radares tem a forma de um prato de metal (Antena Parabólica). As ondas eletromagnéticas, após serem geradas e amplificadas, guiadas em ondas na direção ao foco do disco parabólico. Disparadas contra a parábola, se propagam para o ambiente. Normalmente as antenas são comutadas há girar 360º para ter uma visão total e ampla do território, , permitindo que o radar faça uma varredura na área ao invés de sempre apontar para a mesma direção. F. Sistema de Recepção O receptor detecta e amplifica os ecos produzidos quando as ondas refletem no alvo. Podemos usar a mesma antena para recepção e transmissão, pois as antenas possuem características de reciprocidade. O sistema funciona da seguinte forma: O pulso gerado é disparado contra a antena que o envia ao espaço. O sinal bate no alvo e retorna em forma de eco. Neste momento é captado pela mesma antena, pois o transmissor está desligado. Pois, se estivesse ligado, devida alta potência, o receptor não receberia o pulso refletido, e sim o pulso emitido. Para gerenciar a transcepção do radar, é utilizado um dispositivo que comuta o momento de transmissão e recepção. Determinando assim quando a antena está ligada ao transmissor ou ao receptor. O receptor, recebe o sinal fraco provindo do alvo em direção à antena e amplifica-o. Após a ampliação, o sinal é processado, demodulador, integrado e enviado para o monitor que é lido pelo operador de radar [4]. G. Comutador ou Duplexador Ele quem possibilita ao sistema de radar emitir sinais e recebê-los na mesma antena. Isso evita que o sinal de grande intensidade vindo do transmissor chegue ao receptor causando sobrecarga, pois o receptor espera por um sinal de retorno de baixa intensidade. H. Receptor Os atuais radares utilizam equipamentos digitais, que permitem funções mais complicadas. Para usar este tipo de equipamento, o sistema necessita de um conversor analógico-digital para transformar de uma forma para outra. O conversor analógico-digital mede o sinal analógico de entrada muitas vezes por segundo e expressa cada sinal como um número binário. Uma vez que o sinal é digitalizado, o receptor pode executar complexas funções sobre este. Uma das mais importantes funções para o receptor é o filtro Doppler, baseado no efeito do mesmo nome. Ele é usado para diferenciar alvos múltiplos. Seguido do filtro Doppler, o receptor executa outras funções como maximizar a força do sinal de retorno, eliminar o ruído e a interferência do sinal [4]. I. Visor O visor é o resultado final das etapas de conversão do sinal recebido pelo radar em informação útil. Antes, os sistemas de radares usavam apenas modulação em amplitude – o sinal de força, ou amplitude era função da distância da antena. Nestes sistemas, um ponto de sinal forte aparece no lugar da tela que corresponde o alvo distante. Mais usual e mais moderno é o visor de plano de indicação posicional (PPI). O PPI mostra a direção do alvo em relação ao radar (em relação ao norte) com um ângulo de medida de cima do visor, enquanto que a distancia do alvo é representado como a distância até o centro do visor. Em alguns sistemas de radaresque usam PPI mostra a real amplitude do sinal, enquanto que outros processam o sinal antes de exibi-lo e mostram alvos em potencial em forma de símbolos. Alguns sistemas simples de radares, para assinalar a presença de um objeto e não sua velocidade ou distância, notificam o controlador com um sinal de áudio, como um beep [4]. III. SOFTWARE DO RADAR Quando falamos em radares militares, precisamos pensar muito na segurança e no controle do sistema, para que não seja facilmente sabotado. Comparado com o Windows, o Linux é mais escolhido pois ele é mais facilmente customizado devido ao código aberto [6] e também por ser um tanto mais seguro. Visto isso, um dos sistemas operacionais mais recomendados é o Debian, pois é bem seguro e possui um dos firewalls mais poderosos para Linux, o Iptables. O Debian é um software leve, totalmente grátis e já vem com mais de 37500 pacotes contendo softwares pré-compilados que torna mais fácil a instalação deles na sua máquina. Ele é mantido e atualizado por usuários voluntários e também leva segurança muito a sério. A. Configurações Hardware Não é necessário um hardware muito pesado para rodar o Debian, as suas configurações vão depender da sua necessidade de processamento, armazenamento e etc, contudo a maioria dos utilizadores arriscam-se a sair frustrados se ignorarem estas sugestões da Tab.1 a seguir: Tipo de Instalação RAM (mínimo) RAM (recomendado) Disco Rígido Sem desktop 64 megabytes 256 megabytes 1 gigabyte Com Desktop 128 megabytes 512 megabytes 5 gigabytes Tab.1 Requisitos Mínimos de Sistema Recomendados [6] B. Drivers e Kernel Dependendo do radar, há necessidade de modificar os drivers e o Kernel para atender aos requisitos do sistema. Isso pode ser decidido com o fabricante na hora da compra, ou modificado manualmente depois. Como dito anteriormente, vários pacotes já vem pré-compilados com o Debian, tornando ainda mais fácil essa modificação. Já no Windows, é mais complicado conseguir acesso ao código fonte para fazer as modificações necessárias. C. Segurança Em termos de segurança, quando comparamos os dois sistemas, vemos que o Windows não é muito recomendado pois ele é mais visado pelos hackers. Dessa forma, há muito menos virus ou softwares maliciosos para Linux. Mas claro que, como qualquer outro sistema operacional, o Linux também está sujeito a falhas na segurança. E por isso, os contribuidores do Debian tratam de todos os problemas de segurança que são trazidos à atenção deles e asseguram que eles sejam corrigidos num intervalo de tempo razoável. Vários avisos de segurança são coordenados com outros distribuidores de software livre e são publicados no mesmo dia que a vulnerabilidade é anunciada publicamente. O Debian também tem um time de Auditoria de Segurança que revisa os repositórios procurando por falhas de seguranças não corrigidas ou novas e acredita que a transparência com o publico permite que se obtenham soluções mais rápidas e melhores, e possui uma página dedicada na web para relatórios de falha de segurança, onde você pode se inscrever nas listas disponíveis para sempre estar atualizado [7]. Além disso, como dito anteriormente, o Iptables, é um dos firewalls mais poderosos do Linux. Com o Iptables, é possível configurar basicamente tudo que entra e sai da sua máquina, desse modo, torna o software bem seguro[8]. IV. CONCLUSÃO A complexidade dos requisitos das tecnologias militares surgem cada vez mais, criando assim a necessidade de adaptarmos hardware e software e integra-los com um desempenho que cumpra todas as necessidades. Uma solução para os sistemas operacionais de radares militares foi apresentada neste trabalho, por ser uma plataforma completamente aberta, o Debian (e qualquer outra baseada em Linux), permite que seus usuários façam modificações em seu código-fonte. Em resumo, desde que se tenha a habilidade necessária, é possível usá-lo como base para criar um sistema operacional que se adeque às suas necessidades. V. AGRADECIMENTOS À empresa OrbiSat que cedeu informações sobre operação dos radares militares. VI. REFERÊNCIAS [1] http://www.orbisat.com.br/novo/bradar/ [2] A. Hillman and D. Comi, MDA Space Missions, Richmond, B.C., Canada W. Branson and P. Rolland, RADARSAT International, Richmond B.C, Canada, " Countdown for RADARSAT-2 System Operations ", 0-7803-9050- 4/05/$20.00 ©2005 IEEE. [3] Revista Natural Resources Naturelles Canada, "Sensoriamento remoto por RADAR". [4] http://pt.wikipedia.org/wiki/Radar [5] OSWALDO MASSAMBANI, Ph.D., "Fundamentos do RADAR", Texto básico para a disciplina Meteorologia com Radar Departamento de Ciências Atmosféricas Instituto de Astronomia, Geofísic a e Ciências Atmosféricas- IAG-USP [6] http://www.debian.org/ [7] http://www.debian.org/security/ [8] Livro: Dominando Linux Firewall Iptables Autor: Urubatan Neto, Editora: Ciência Moderna, Ano: 2004 [9] Livro: Dominando Linux Firewall Iptables Autor: Urubatan Neto Editora: Ciência Moderna Ano: 2004 [10] http://www.techtudo.com.br/curiosidades/noticia/2013/05 /computadores-da-estacao-espacial-internacional-passam- rodar-linux-debian.html [11] Informações cedidas pela empresa OrbiSat - Campinas SP
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