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Escolas Pré socraticas

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Principais Escolas Pré-Socráticas 
Principais escolas pré-socráticas: que foram assim divididas em razão da phýsis da cada filósofo, ou seja "a fonte originária de todas as coisas, a força que as faz nascer, brotar, desenvolver-se, renovar-se incessantemente; é a realidade primeira e última, subjacente a todas as coisas de nossa experiência. É o que é primário, fundamental e permanente, em oposição ao que é segundo, derivado e transitório. É a manifestação visível da arkhé, o modo como esta se faz percebida e pensada.
1) Escola Jônica, cujos principais representantes são Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto e Heráclito de Éfeso;
2) Escola Pitágorica ou Itálica, cujos representantes são Pitágoras de Samos, Alcmeão de Crotona, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento;
3) Escola Eleata, cujos representantes são Xenófanes de Colotão, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia e Melisso de Samos;
4) Escola Atomista, cujos principais representantes são Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
Escola Jônica:
Escola jônica foi uma escola da Filosofia grega centrada na cidade de Mileto, na Jônia, nos séculos VI e V a.C. Embora a Jônia tenha sido o centro da filosofia ocidental, os filósofos que ela produziu, incluindo Tales, Anaximandro, Anaximenes, Heráclito, Anaxágoras, Arquelau e Diógenes de Apolônia, tinham pontos de vista tão divergentes que não se pode dizer que tenham pertencido, stricto sensu, a uma escola filosófica específica. Aristóteles os chamou de physiologoi, significando "aqueles que discursavam sobre a natureza", porém jamais os classificou numa "escola jônica". A classificação foi feita pela primeira vez por Sócion, historiador da filosofia do século II. Por vezes são designados como cosmologistas, já que quase todos eram fisicalistas que tentavam explicar a natureza da matéria.
Enquanto alguns dos filósofos classificados nesta escola também são incluídos na escola milésia de filosofia, outros têm uma classificação mais problemática.
A maior parte dos cosmologistas acredita que embora a matéria possa mudar de uma forma para outra, toda a matéria tem algo em comum, inalterável. Não concordavam no que seria isto, partilhado por todas as coisas, e nem faziam experimentos para descobrir, mas utilizavam-se da racionalização abstrata, no lugar da religião ou da mitologia, para se explicar, tornando-se assim os primeiros filósofos da tradição ocidental.
Filósofos posteriores ampliaram seus estudos, incluindo outras áreas do pensamento. A escola eleática, por exemplo, também estudava a epistemologia; os jônicos, no entanto, foram o primeiro grupo de filósofos a se ter notícia, e daí vem sua importância histórica.
Escola Pitágorica:
A escola teve como ponto de partida a cidade de Crotona, sul da Itália, e difundiu-se vastamente. Trata-se da escola filosófica grega mais influenciada exteriormente pelas religiões orientais, e que por isso mais se aproximou das filosofias dogmáticas regidas pela ideia de autoridade. O pitagorismo influenciou o futuro platonismo, o cristianismo e ainda foi invocado por sociedades secretas que atravessaram o tempo até alcançarem os dias de hoje. O símbolo da Escola Pitagórica era o pentagrama, uma estrela de cinco pontas.
Pitágoras ficou conhecido também como o "filósofo feminista", visto que na escola havia muitas mulheres discípulas e mestres, tais como Theano
Os pitagóricos foram muito importantes no desenvolvimento da matemática grega. A sua vez, a matemática influenciou sua posição filosófica concebendo que os números são os princípios de todas as coisas. Aristóteles afirma na Metafísica:
os denominados pitagóricos captaram por vez primeira as matemáticas e, além de desenvolvê-las, educados por elas, acreditaram que os princípios delas eram os princípios de todas as coisas. Como os números eram, por natureza, os princípios delas [...] e apareciam os números como primeiros em toda a natureza, pensaram que os elementos dos números eram os elementos de todas as coisas.
Com relação à metafísica, Zeller afirma que a característica distintiva dos pitagóricos é a afirmação de que o número é a essência de todas as coisas e que toda coisa é, na sua essência, número. Para a epistemologia pitagórica, o fragmento 4 de Filolau, é frequentemente citado, pois nele Filolau afirma que "todas as coisas que podemos conhecer contêm número".
Escola Eleática:
Escola eleática recebe esse nome de Eléia, cidade situada no sul da Itália e local de seu florescimento. Nessa escola encontramos quatro grandes filósofos:Xenófanes, Parmênides, Zenão e Melisso. Nesse grupo famoso de pensadores, as questões filosóficas concentram-se na comparação entre o valor do conhecimento sensível e o do conhecimento racional. De suas reflexões, resulta que o único conhecimento válido é aquele fornecido pela razão.
Escola Atomista:
Foi iniciada por Leucipo (meados do século V a.C.), e supunha que a matéria seria constituída por átomos e vácuo. Tais átomos seriam indestrutíveis e imutáveis, enquanto as variações da matéria dependeriam de modos de agrupamento dos átomos (algo como nossas moléculas). Existiam também variações na forma, tamanho dos átomos, embora fossem todos constituídos por uma mesma substância. Continuador da obra atomista de Leucipo, Demócrito de Abdera acreditava estarem os átomos em constante e violenta agitação, chocando-se constantemente uns com os outros, e transmitindo o movimento nestes choques (!). Os átomos maiores tenderiam a ficar em regiões mais baixas, constituindo a terra, enquanto os menores e mais leves constituiriam o ar. Do ponto de vista da cosmologia, os atomistas acreditavam que o espaço seria infinito, com um infinito número de mundos, produzidos por uma aglomeração de átomos que giram em vórtices ou redemoinhos, tendo esta idéia certa semelhança, portanto, com as galáxias que hoje conhecemos. Também fazia parte da doutrina de Demócrito uma crença profunda no determinismo da natureza, afirmando que ``Por necessidade estão determinadas todas as coisas que foram, são e serão''. O atomismo foi posteriormente sistematizado e continuado em Roma por Lucrécio (98-55 a.C.), em sua obra ``De Natura Rerum'' (``A Natureza das Coisas''), onde a idéia de atomismo é também aplicada para a luz e o som. Do ponto de vista filosófico, o atomismo formulado na Antigüidade deixa pouca ou nenhuma margem para a intervenção divina, sendo posteriormente considerado heresia pela Igreja Católica durante a Idade Média. Devemos ter em mente que as bases de nosso atomismo, na estrutura da matéria e da luz, foram fundadas, portanto, durante a Antigüidade Clássica. Embora não tenham existido na Antigüidade elementos experimentais para comprovar ou desmentir esta peculiar teoria sobre a estrutura da matéria, ela serviu para lançar as bases de um atomismo que voltaria a surgir na Renascença, em particular a teoria cinética dos gases de Boyle e a teoria atomista da luz proposta por Descartes e por Newton.
Resumo
Traçar em síntese geral o surgimento e principais características da escola eleática ou ‘do pensamento’.
Palavras-chave: Escola Eleática. Pré Socráticos. Escola do Pensamento.
Introdução
Chegamos à última escola da chamada primeira fase do pensamento Pré-Socrático. Já conhecemos um pouco sobre a escola Jônica (Tales, Heráclito, Anaxímenes e Anaximandro) e a Itálica, de Pitágoras. Fechamos esta primeira fase com a escola do Pensamento, ou Eleática.
Os principais expositores desta escola são Xenófanes, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia e Melisso de Samos.
Eléia – hoje Castellmare, cidadezinha que fica numa pequena baía da Itália, perto de Nápoles – foi centro de um significativo movimento filosófico já no período pré-socrático da filosofia grega.
Seu primeiro filósofo foi Xenófanes de Colófon (570 – 475 a.E.C., vindo da Jônia. Assim sendo, está na origem da escola de Eléia. E nascidos na Eléia, encontramos seus mais notáveis representantes: Parmênides e Zenão. Ao grupo, acrescentar-se-ía mais tarde Melisso de Samos.
A escolaeleática desenvolveu-se paralelamente à pitagórica, tanto pelas suas circunstâncias exteriores, como pelo pronunciado racionalismo de ambas. A semelhança exterior já ocorre com a procedência dos seus respectivos fundadores, porque ambos vieram da Jônia, sendo Xenófanes, natural de Colófon, e Pitágoras, de Samos.
E por que teriam saído desta região da Ásia Menor para o Ocidente? Ocorria uma geral tumultuação política interna e externa na região. Primeiramente se dera a tumultuação interna na mesma Ásia Menor, com a expansão da Lídia (capital Sardes) por sobre as cidades jônicas, chegava o domínio do império medo-persa… enfim… com as dificuldades ocorridas na Ásia Menor, alguns homens cultos reemigraram para outras regiões, inclusive para o Ocidente, onde prosperavam as cidades da Magna Grécia (Sul da Itália).
Assim, encontramos a semelhança exterior entre a escola eleática e escola pitagórica, em função da procedência dos seus respectivos fundadores, vindos ambos da longínqua Jônia, – sendo Xenófanes, natural de Colófon, e Pitágoras, de Samos, ambas muito próximas geograficamente, no mesmo ocidente, onde Eléia (dos eleatas) e Crotona (dos pitagóricos) não distanciavam muito.
O pronunciado racionalismo de ambas as escolas, – eleática e pitagórica, – é uma característica interna, inteiramente ideológica. Como racionalistas ao extremo, as duas escolas se distanciam da moderação da escola jônica. Sabe-se que Parmênides veio a conhecer o livro de Heráclito de Éfeso, resultando numa oposição consciente entre as doutrinas de ambos.
Uma dialética, ocorre nas diferenças que há entre o pensamento das duas periferias do mundo grego. A escola eleática, sobretudo pelo seu representante mais expressivo, Parmênides, atinge mais profundidade metafísica do que a pitagórica. Isto porque enquanto os eleatas se ocupavam com a conceituação especificamente filosófica do ser, os pitagóricos se retiveram na superfície das relações matemáticas dos números.
Aristóteles anotará a importância do estudo do ser e será o melhor continuador do seu estudo, como o demonstra o seu tratado Metafísica em 14 livros. A escola eleática não criou entretanto uma tradição à maneira da pitagórica. Todavia desembocou em importantes vertentes como a de Aristóteles fundador do Liceu, e de Euclides, fundador da escola socrática menor de Mégara.
Conceitos
Os eleatas lidavam com os conceitos de “ser”, “não-ser”, “movimento”, “tempo”, “espaço”, “continuidade” e defenderam a unicidade estática de tudo o que existe, i.e., um “Uno” eterno e imutável.
Eles também consideravam falsa a realidade que se apresenta aos nossos sentidos, que percebem tudo como uma multiplicidade, e a contrapunham à efetiva realidade percebida por nossa mente, capaz de apreender a unicidade da existência. Os eleatas foram os primeiros a defender a necessidade de critérios objetivos para o estabelecimento da verdade, e criaram argumentos que partiam de premissas claras e indubitáveis.
O pensamento eleático opõe-se à filosofia materialista dos milésios e também à teoria do fluxo universal formulada pelo filósofo grego Heráclito. Segundo os eleáticos, o universo é em essência, uma unidade imutável, que, sendo infinita em tempo e espaço, está para além da cognição proporcionada pelos sentidos humanos. Seria apenas por meio da reflexão filosófica que se pode atingir a verdade última. As observações sensoriais oferecem apenas uma visão limitada e distorcida da realidade.
Conclusão
A Escola Eleática de filósofos foi a terceira das antigas escolas filosóficas gregas. Ela foi fundada pelo poeta e pensador religioso Xenófanes (nascido por volta de 570 a.C.). Seu principal ensinamento era que o universo é singular, eterno e inalteravel. Segundo Xenófanes, “o todo é um”.
A Escola Eleática se opunha à doutrina Jônica. Os eleáticos viam a natureza como uma unidade imutável, universal, considerando a criação, a variedade, a mudança e o movimento como ilusões dos sentidos. Para eles toda mutação é ilusória e as transformações observadas na natureza são pura ilusão dos sentidos.
Um dos estudantes de Parmenides foi Zeno (de Elea) (~ 490 – ~425 a.C.). Ele é lembrado por ter usado uma série de argumentos nos quais defende a filosofia eleática pondo a prova, por meios lógicos, que a mudança (movimento) e a pluralidade são impossíveis.
Nenhum dos escritos de Zeno sobreviveu e só sabemos sobre suas idéias a partir dos textos de Platão, Aristóteles, Simplicus e Proclus, que não são simpáticos ao que ele defendia. A principal fonte do nosso conhecimento sobre as idéias de Zeno está no diálogo “Parmenides” escrito por Platão.
Pré-Socráticos
O período pré-socrático é um marco temporal na história da filosofia para demarcar aqueles filósofos que ou nasceram antes de Sócrates ou que eram contemporâneos a ele, mas mantinham seus pensamentos baseados nos mestres antigos e seguindo suas preocupações filosóficas. Em sua maioria, não viviam no continente grego e sim em centros afastados. Compreende a escola jônica, pitagórica, eleática e pluralista.
As escolas e principais pensadores
A escola jônica recebe esse nome por se referir a filósofos nascidos na Jônia, colônia grega da Ásia Menor. Caracteriza-se pela pergunta a respeito da origem da natureza, para determinar o elemento que deu origem a todos os seres. Os principais filósofos jônicos são Tales, Anaximandro, Anaxímenes e Heráclito. Para Tales, o elemento primordial era a água; para Anaximandro, o universo teria resultado de modificações ocorridas num princípio originário que ele chamou de ápeiron, que tem o sentido de infinito, indeterminado ou ilimitado; para Anaxímenes, a origem de todas as coisas seria modificações num princípio originário que, para ele, seria um ar infinito (pneuma ápeiron), Para Heráclito, o elemento do qual deriva todas as coisas é o fogo.
A escola pitagórica tem seu nome derivado do nome de seu fundador e principal representante: Pitágoras de Samos. Ele defendia que todas as coisas são números e o princípio fundamental de tudo seria a estrutura numérica. Ou seja, o mundo surgiu quando precisou haver uma limitação para o ápeiron e essa limitação eram formas numéricas sobre o espaço. Os pitagóricos faziam um amálgama de concepções, como era comum na época. Desse modo, embora racionais e matemáticos, os pitagóricos também baseavam suas doutrinas em concepções místicas.
Acreditavam que o corpo aprisionava a alma, imortal, e o objetivo da existência seria o de tornar a alma mais pura. A reencarnação era uma consequência desse pensamento, pois a cada vida era possível elevar mais as virtudes da alma e reencarnar-se em uma forma mais elevada. Tinham, portanto, uma visão espiritual da existência. Outros pensadores importantes dessa escola: Filolau, Arquitas e Alcmeón.
A escola eleática tem o nome derivado da cidade de Eleia, ao sul da Itália, lugar onde se situaram seus principais pensadores: Xenófanes, Parmênides, Zenão e Melisso. Caracteriza-se por não procurarem uma explicação da realidade baseada na natureza. Suas preocupações eram mais abstratas e podemos ver nelas o primeiro sopro de uma lógica e de uma metafísica. Defendiam a existência de uma realidade única, por isso são conhecidos também como monistas em oposição ao mobilismo (de Heráclito, principalmente, que acreditava na existência da pluralidade do real). A realidade para eles é única, imóvel, eterna, imutável, sem princípio ou fim, contínua e indivisível.
A escola pluralista, que inclui a escola atomista e os pensadores Anaxágoras e Empédocles, tem esse nome porque seus pensadores não acreditam na existência de um princípio único que seja a origem do universo e sim de vários princípios que se misturam e formam tudo o que conhecemos. Para os atomistas, tudo o que existe é composto de “átomo” e “vazio” que em um processo contínuo de atração e repulsão constituem a realidade existente.
Contexto histórico
No século VI a.C. não havia uma clara distinção entre as áreas do saber como temos hoje – ciência, religião, filosofia e matemática, por exemplo.Por esse motivo, muitos dos filósofos pré-socráticos podiam ser também líderes religiosos, cientistas, médicos ou matemáticos.
Para entender esse florescimento cultural do século VI a.C., precisamos voltar ao século XII a.C: os reinos micênicos haviam sido destruídos depois das Invasões Dóricas; muitos aqueus se instalaram em ilhas e em costas da Ásia Menor; os jônicos fundaram cidades como Mileto e Éfeso. Por conta das condições geográficas, eles desenvolveram atividades econômicas voltadas para a navegação, comércio e artesanato. A adoção do regime monetário fortaleceu aqueles que viviam dessas atividades e se afastaram da organização social micênica que tinha seu fundamento na aristocracia de sangue.
A partir do século VII a.C., os homens e as mulheres não se satisfaziam mais com uma explicação mítica da realidade. O processo de transformação e de criação envolvido no desenvolvimento de técnicas levava ao questionamento a respeito do universo, se ele também não respondia a um processo semelhante.
Escola jônica
É em Mileto, situado na Jônia (atual Turquia), litoral ocidental da Ásia Menor que as perguntas a respeito da natureza exterior do mundo se desvincularam da mitologia. Os dados da experiência sensível (frio, quente, pesado, leve, por exemplo) passaram a ser explicados de uma forma racional. Eram entendidos também como realidades em si – por isso se falava em “O quente”, “o frio”, “o pesado”, “o leve”.
Por meio desse exercício do pensamento, os filósofos pretendiam analisá-los em relação ao todo, pois a razão parecia exigir uma unidade no lugar da multiplicidade que até então não havia sido problematizada. Os principais pensadores da escola de Mileto (ou também “escola jônica” ou “milesiana”) são Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Os pensadores dessa escola se caracterizam pela preocupação com a physis, palavra grega que pode ter o sentido de “natureza ou fonte originária”, mas também de “processo de surgimento e de desenvolvimento”.
Tales: a água como origem
Para Tales, a água era a origem de todas as coisas, mas de seus pensamentos, pouco chegou aos nossos dias, não se sabe se ele escreveu um livro e não se conhece nem um de seus fragmentos. O que se sabe sobre ele é por meio de doxografia, ou seja, o relato da sua teoria a partir da visão de quem escreveu o relato.
Sobre Tales, escreve o filósofo grego Aristóteles (Metafísica, I, 3. 983b 6):
“Quanto ao número e à natureza destes princípios, nem todos dizem o mesmo. Tales, o fundador de tal filosofia, diz ser água [o princípio], levado sem dúvida a esta concepção por ver que o alimento de todas as coisas é úmido, e que o próprio quente dele procede e dele vive (ora, aquilo de que as coisas vêm é, para todos, o seu princípio). Por tal observar adotou esta concepção, e pelo fato de as sementes de todas as coisas terem a natureza úmida; e a água é o princípio da natureza para as coisas úmidas”.
Vemos, no fragmento acima que, para Aristóteles:
1) Tales entendia que a água era o princípio por ver que nada existe sem água;
2) O quente deriva do úmido;
3) As sementes de todas as coisas são úmidas.
Anaximandro:
Para Anaximandro, discípulo de Tales, o princípio originário seria o ápeiron, palavra que pode ser traduzida por infinito, indeterminado ou ilimitado. O ápeiron caracteriza-se por um movimento eterno. Ao se mover, os opostos se separariam e pagariam entre si as injustiças cometidas e compensando os excessos. Havia, portanto, um equilíbrio entre tudo no universo. Restou apenas um fragmento da sua obra, Da Natureza. Aqui, transcrevemos a citação que dele faz seu doxógrafo Simplício (Física, 24,13):
“Princípio dos seres... ele disse (que era) o ilimitado... Pois donde a geração é para os seres, é para onde também a corrupção se gera segundo o necessário; pois concedem eles mesmos justiça e deferência uns aos outros pela injustiça, segundo a ordenação do tempo.”
Anaxímenes:
Para Anaxímenes, último representante da escola milesiana, o universo teria se originado a partir do processo de rarefação e condensação de um ar infinito (pneuma ápeiron). Ele sintetizava as preocupações de seus dois mestres anteriores, ao mesmo tempo em que discordava de aspectos do pensamento de ambos. Ele diz:
“Como nossa alma, que é ar, soberanamente, nos mantém unidos, assim também todo o cosmo, o sopro e o ar o mantêm.”
Sobre ele, diz o doxógrafo Simplício (Física, 24, 26 (DK 13 A 5):
“Diferencia-se nas substâncias, por rarefação e condensação. Rarefazendo-se, torna-se fogo; condensando-se, vento, depois nuvem, e ainda mais, água, depois terra, depois pedras, e as demais coisas (provêm) destas.” 
Anaxímenes observou que ar é um elemento sutil, invisível, mas presente em todos os lugares. Porque respiramos, ele entendeu que o ar é a causa da nossa vida. Até mesmo os outros elementos derivam dele: a terra seria o ar em estado mais condensado e o fogo o ar em estado menos condensado.
*As citações de Aristóteles e Simplício foram citadas como aparecem na obra Os Pensadores, Os Pré-socráticos. (Abril Cultural, São Paulo, 1.ª edição, vol.I, agosto 1973.)

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