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Direito Civil - Contratos

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Aula 07
Direito Civil p/ TRE-PE (Analista Judiciário - Área Judiciária) - Com videoaulas
Professores: Aline Santiago, Marcos Girão, Thiago Farias
 
 
 
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Teoria e Questões 
Aula 07 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
 
Aula 07 
Dos Contratos. 
 
Apresentação da Aula 07 .............................................................................................................. 3 
Cronograma da Aula - 07 .............................................................................................................. 4 
Relação dos Assuntos com o Código Civil ...................................................................................... 4 
Teoria Geral dos Contratos. .......................................................................................................... 5 
Os Contratos no Código Civil. ....................................................................................................... 5 
Disposições Gerais (art. 421 a 480). .............................................................................................. 6 
¾ Da classificação dos contratos. ..................................................................................................... 6 
Preliminares (arts. 421 a 426). ...................................................................................................... 9 
Da formação dos contratos (arts. 427 a 435). .............................................................................. 13 
¾ A proposta. ................................................................................................................................ 15 
¾ A aceitação. ............................................................................................................................... 18 
Do contrato preliminar (arts. 462 a 466). .................................................................................... 21 
Estipulação em favor de terceiro (arts. 436 a 438). ..................................................................... 24 
Da Promessa de Fato de Terceiro (art. 439 e 440). ...................................................................... 26 
Dos Vícios Redibitórios (art. 441 a 446). ..................................................................................... 27 
Da Evicção (arts. 447 a 457). ....................................................................................................... 30 
Dos Contratos Aleatórios (art. 458 a 461). .................................................................................. 35 
Do Contrato com Pessoa a Declarar (art. 467 a 471). ................................................................... 37 
Da Extinção do Contrato (art. 472 a 480). ................................................................................... 38 
¾ Do distrato (arts. 472 e 473). ...................................................................................................... 38 
¾ Da Cláusula Resolutiva (arts. 474 e 475). ..................................................................................... 39 
¾ Adimplemento substancial .............................................................................................................. 40 
¾ Da Exceção de Contrato não Cumprido (arts. 476 e 477). ............................................................. 41 
¾ Da Resolução por Onerosidade Excessiva (arts. 478 a 480). ......................................................... 42 
Espécies de contratos (arts. 481 a 853). ...................................................................................... 44 
¾ Compra e venda (arts. 481 a 532). .............................................................................................. 44 
 
 
 
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Teoria e Questões 
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¾ Cláusulas especiais do contrato de compra e venda. ...................................................................... 50 
¾ Retrovenda. ...................................................................................................................................... 50 
¾ Venda a contento. ............................................................................................................................ 52 
¾ Da preempção ou preferência. ........................................................................................................ 53 
¾ Da venda com reserva de domínio. ................................................................................................. 55 
¾ Da venda sobre documentos. .......................................................................................................... 56 
¾ Da troca ou permuta. ................................................................................................................. 57 
¾ Do contrato estimatório. ............................................................................................................ 57 
¾ Da doação.................................................................................................................................. 58 
¾ Da Revogação da Doação. ................................................................................................................ 63 
¾ Da locação. ................................................................................................................................ 65 
¾ Obrigações do locador. .................................................................................................................... 66 
¾ Obrigações do locatário. .................................................................................................................. 67 
¾ Do empréstimo. ......................................................................................................................... 70 
¾ Do Comodato. .................................................................................................................................. 70 
¾ Do Mútuo. ........................................................................................................................................ 72 
¾ Da prestação de serviço. ............................................................................................................ 73 
¾ Da empreitada. .......................................................................................................................... 78 
¾ Do depósito. .............................................................................................................................. 81 
¾ Do Depósito Necessário (arts. 647 a 651). ....................................................................................... 86 
¾ Do mandato. .............................................................................................................................. 88 
¾ Das Obrigações do Mandatário (arts. 667 a 674). ........................................................................... 91 
¾ Das Obrigações do Mandante (arts. 675 a 681)............................................................................... 93 
¾ Da Extinção do Mandato (arts. 682 a 691)....................................................................................... 94 
¾ Do Mandato Judicial (art.692).......................................................................................................... 96 
¾ Da comissão. ............................................................................................................................. 96 
¾ Da agência e distribuição............................................................................................................99 
¾ Da corretagem. ........................................................................................................................ 100 
¾ Do transporte. ......................................................................................................................... 101 
¾ Disposições gerais. ......................................................................................................................... 102 
¾ Do transporte de pessoas. ............................................................................................................. 103 
¾ Do transporte de coisas. ................................................................................................................ 106 
¾ Do seguro. ............................................................................................................................... 108 
¾ Do seguro de dano. ........................................................................................................................ 111 
¾ Do seguro de pessoa. ..................................................................................................................... 112 
¾ Da constituição de renda (arts. 803 a 813). ............................................................................... 114 
¾ Do jogo e da aposta (arts. 814 a 817). ....................................................................................... 116 
¾ Da fiança. ................................................................................................................................ 116 
¾ Dos Efeitos da Fiança (arts. 827 a 836). ......................................................................................... 119 
¾ Da Extinção da Fiança (arts. 837 e 839). ........................................................................................ 122 
¾ Da transação. ........................................................................................................................... 123 
¾ Do compromisso. ..................................................................................................................... 125 
Atos Unilaterais. ...................................................................................................................... 126 
¾ Promessa de Recompensa (arts. 854 a 860 do CC). .................................................................... 126 
¾ Da Gestão de Negócios (arts. 861 a 875 do CC). ......................................................................... 128 
¾ Obrigações do gestor. .................................................................................................................... 128 
¾ Obrigações do dono do negócio. ................................................................................................... 129 
¾ Do Pagamento Indevido (arts. 876 a 883 do CC). ....................................................................... 131 
¾ Do Enriquecimento sem Causa (arts. 884 a 886 do CC). ............................................................. 133 
Considerações Finais ................................................................................................................ 134 
 
 
 
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Resumo da Matéria .................................................................................................................. 135 
Questões do CESPE .................................................................................................................. 158 
Questões com Comentários...................................................................................................... 158 
Lista de Questões ..................................................................................................................... 183 
Gabarito .................................................................................................................................. 192 
 
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Apresentação da Aula 07 
 Olá aluna (o)! 
 
A aula de contratos está EDVWDQWH�³FDUUHJDGD´, portanto tenha calma e leia 
com atenção. Começaremos falando da teoria geral dos contratos, sobre as 
disposições gerais e sobre a extinção do contrato. E encerraremos falando sobre 
as espécies contratuais que foram pedidas em seu edital. 
Você precisará ao menos ter uma noção geral de cada um, saber 
identificar cada modalidade de contrato, seus conceitos, as principais 
características e quais as figuras (pessoas) envolvidas. ;) 
7HQKD�PXLWR�FXLGDGR�DR�³GRVDU´�VHX�HVWXGR� Este assunto é bastante 
extenso, sendo assim, muita coisa não será cobrada em prova. 
 
Como o assunto é muito grande, optamos por transcrever todos os artigos. Os 
artigos que não foram comentados são de fácil compreensão ou, então, são pouco 
lembrados nas provas, mas, se você tiver dificuldade no entendimento de algo, por 
favor, não hesite e entre em contato conosco. - 
 
Abraços e coragem, 
Aline & Jacson. 
 
 
 
 
 
 
 
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Cronograma da Aula - 07 
 
AULA Tópicos abordados DATA 
AULA 07 
Contratos. Princípios. Classificação. Contratos em 
geral. Disposições gerais. Interpretação. Extinção. 
Espécies de contratos regulados no Código Civil. Atos 
unilaterais. 
(21/10/2016) 
 
Relação dos Assuntos com o Código Civil 
 
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Tópicos que serão abordados neste curso Artigos da Lei 
Dos Contratos em Geral: 
Disposições Gerais. 
Extinção dos contratos. 
Art. 421 ao 480 do CC 
 
Das Várias Espécies de Contrato. Art. 481 ao 853 do CC 
Negócios jurídicos unilaterais. Art. 854 a 886 do CC 
 
 
 
 
 
 
 
 
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�FRS\ULJKW��� QRV� WHUPRV� GD� /HL� ���������� TXH� DOWHUD�� DWXDOL]D� H� FRQVROLGD� D�
OHJLVODomR�VREUH�GLUHLWRV�DXWRUDLV�H�Gi�RXWUDV�SURYLGrQFLDV� 
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SURIHVVRUHV� TXH� HODERUDP�RV� FXUVRV�� 9DORUL]H�R� WUDEDOKR�GH�QRVVD�HTXLSH�
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Teoria Geral dos Contratos. 
Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, é um negócio jurídico 
bilateral ou plurilateral, que deve estar em conformidade com a ordem jurídica 
e que tem por finalidade estabelecer uma relação entre a vontade das partes. 
O escopo de um contrato é o de adquirir, modificar ou extinguir relações 
jurídicas de natureza patrimonial. 
 
Sendo o contrato um negócio jurídico, ele requer, para sua validade, a 
observância dos requisitos do artigo 104 do CC, quais sejam: 
Agente capaz; 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e 
Forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
 Os contratos possuem dois elementos: o estrutu 
 ral e o funcional: 
O estrutural, como o próprio nome diz, refere-se à estrutura. Para termos 
um contrato é necessária a existência de duas ou mais pessoas1 que acordam 
sobre um determinado objeto. 
Já o funcional diz respeito à composição de interesses contrapostos (mas 
harmonizáveis) entre as partes, constituindo, modificando e solvendo direitos e 
obrigações.Os Contratos no Código Civil. 
Os contratos são tratados na parte especial do Código Civil de 2002, 
Livro I ± Do direito das Obrigações: 
No Título V, temos o capítulo I, que traz as disposições gerais e o capítulo 
II, que traz a extinção do contrato. 
 
1 Alguns doutrinadores entendem se pode admitir, em nosso ordenamento jurídico, o 
autocontrato ou o contrato consigo mesmo, quando uma só pessoa possa representará ambas as 
partes. Seria a hipótese do art. 117 do Código Civil. 
Art. 117. Salvo se o permitir ¹a lei ou ²o representado, é anulável o negócio jurídico que o 
representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. 
 
 
 
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No Título VI, temos as várias espécies de contrato. 
 
Disposições Gerais (art. 421 a 480). 
¾ Da classificação dos contratos. 
 
Antes de começarmos a aula propriamente dita, falando das 
disposições gerais dos contratos, vamos citar e explicar as 
principais classificações dos contratos. Esta parte é bastante 
teórica, mas você verá que ela é muito importante para a 
resolução de determinadas questões. 
 
Contratos típicos e atípicos: 
Serão típicos, ou nominados, quando estiverem regulamentados pelo 
ordenamento jurídico através do CC, ou por qualquer norma extravagante 2. 
Serão atípicos, ou inominados, os negócios bilaterais cujo perfil não se encaixe 
em qualquer das espécies contratuais prescritas pelo sistema. 
 
Contratos mistos e coligados: 
Os contratos mistos (ou complexos) são caracterizados pela coexistência 
de obrigações pertinentes a tipos diferentes de contratos, que estão ligados 
pelo caráter econômico que asseguram, segundo Gonçalves3��³2�FRQWUDWR�PLVWR�
resulta da combinação de um contrato típico com cláusulas criadas pela 
vontade GRV� FRQWUDWDQWHV´�� -i� RV�contratos coligados se caracterizam pela 
coexistência, num mesmo negócio, de obrigações simplesmente justapostas, sem 
a ligação de caráter econômico entre elas. É, na realidade, uma pluralidade, pois 
há vários contratos interligados. 
 
Contratos unilaterais e bilaterais4: 
Contratos bilaterais (ou sinalagmáticos) são os contratos com obrigações 
recíprocas e correlativas, são aqueles de que nascem obrigações para ambas as 
partes. Já os contratos unilaterais se caracterizam por acarretar obrigações 
para apenas um dos contratantes. 
 
 
2 Normas que regulamentam um tipo de contrato, mas que, neste caso, não são localizadas no 
Código Civil. 
3 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, ed. Saraiva, 2ª ed., pág. 770. 
4 Cuidado para não confundir com a classificação dos negócios jurídicos em bilaterais e unilaterais. 
 
 
 
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ATENÇÃO: todo contrato, pela sua própria natureza, é negócio 
jurídico bilateral, que envolve duas ou mais vontades. 
Quando se fala em contratos unilaterais, emprega-se a palavra 
não no sentido de sua formação, mas no sentido de seus efeitos. 
(apenas um dos contratantes assume obrigações perante o outro) 
 
Contratos individuais e coletivos: 
Chamamos contratos individuais (ou singulares) aqueles em que cada uma 
das partes intervém para convencionar diretamente aquilo que lhe interessa. Os 
contratos coletivos são aqueles em que a vontade da maioria prevalece sobre 
a vontade da minoria. Contratos coletivos são aqueles estabelecidos, por 
exemplo, pelo acordo de duas pessoas jurídicas que representam categorias 
profissionais. 
 
Contratos impessoais e pessoais: 
São impessoais os contratos em que a pessoa do devedor é fungível ± quer 
dizer, interessa ao credor ter sua obrigação satisfeita, não importando quem 
efetivamente o faça. Os contratos pessoais ou intuito personae, por sua 
vez, são aqueles em que as partes contratantes especificam quem está incumbido 
de prestar ± não se admitindo que terceiro satisfaça a obrigação, justamente por 
se tratar de obrigação personalíssima. 
 
Contratos consensuais, formais e reais: 
Os consensuais são os que requerem para seu aperfeiçoamento, apenas a 
conjugação de vontades, ou seja, apenas o consentimento das partes. Os 
formais são os que exigem o cumprimento de determinadas formalidades legais 
para o seu aperfeiçoamento. Já os contratos reais são os que exigem a efetiva 
tradição 5 do objeto contratual para sua formação, ou seja, que além do 
consentimento dos contratantes, que haja a entrega da coisa (da res), do objeto. 
 
Contratos onerosos e gratuitos: 
São onerosos os contratos em que ambas as partes visam recíprocas atribuições 
patrimoniais, próprias ou para terceiros, assim entendida toda vantagem 
avaliável em dinheiro, ou seja, os contratantes têm o intuito de auferir vantagem 
própria, assumindo encargos recíprocos. Os contratos gratuitos (ou 
benéficos), por sua vez, caracterizam-se, objetivamente, por haver uma parte 
 
5 Termo jurídico que significa entrega. 
 
 
 
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que obtém vantagem e a outra que deve suportar o sacrifício, não há 
contraprestação, apenas uma das partes é onerada. 
 
 
Normalmente, um contrato bilateral será oneroso e um contrato 
unilateral será gratuito. No entanto, a doutrina cita o contrato de 
mútuo feneratício (ou oneroso) como exemplo de contrato 
unilateral e oneroso (pois é convencionado o pagamento de juros). 
E cita o mandato como bilateral e gratuito, pois a obrigação para 
o mandante surgiria em um momento posterior. 
 
Contratos comutativos e aleatórios6: 
Considera-se comutativo o contrato em que há proporcionalidade entre a 
atribuição patrimonial auferida e o sacrifício suportado, justamente por se saber 
com certeza quais são as prestações. O contrato aleatório, ao seu tempo, 
baseia-se na ideia de álea, de risco, de sujeição ao acaso, à sorte. Recebe a 
classificação de aleatório quando a prestação devida depende de um 
acontecimento incerto e que faz com que não seja possível a determinação do 
ganho ou da perda, senão até que este acontecimento se realize. 
 
Contratos de execução imediata, de execução diferida e de trato 
sucessivo: 
É de execução imediata, ou instantânea, o contrato cuja obrigação é 
adimplida por intermédio de uma única prestação que importa na extinção 
completa da obrigação. 
No contrato de execução diferida no tempo, ou retardada, a prestação a ser 
cumprida se dará somente em termo futuro. 
Já o contrato de execução sucessiva (continuada), ou de trato sucessivo, 
é aquele que se renova periodicamente com o adimplemento das obrigações 
contratadas e que serão cumpridas sucessivamente. As obrigações, 
isoladamente, não tem o condão de extinguir a relação, que persiste e não se 
extingue por completo até o advento de um termo contratual ou do implemento 
de uma condição contratualmente fixada. 
 
Contratos principais e acessórios: 
 São principais os contratos que tem existência autônoma, ou seja, 
independentemente e não se submetem a sorte de qualquer outro contrato. Os 
contratos acessórios, por sua vez, existem em virtude dos contratos principais, 
 
6 Trata-se de uma subclassificação dos contratos onerosos e que analisaa relação entre a 
vantagem e o sacrifício que sofrem as partes. 
 
 
 
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tendo, destarte, sua existência condicionada a do principal, como por exemplo, a 
fiança. 
Após citarmos como os contratos podem ser classificados, vamos dar 
continuidade à aula, analisando as disposições gerais sobre contratos 
encontradas no código civil! 
 
Preliminares (arts. 421 a 426). 
O primeiro artigo referente às disposições gerais dos contratos fala da 
liberdade de contratar e nos traz o princípio da sociabilidade (a função 
social do contrato). Este princípio estipula a prevalência dos valores coletivos 
sob os individuais, sem esquecer, contudo, do valor fundamental da pessoa 
humana. 
 
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função 
social do contrato. 
 
A liberdade de contratar está condicionada ao respeito à função social do 
contrato. Deste modo, limita-se por preceitos de ordem pública, que proíbem, 
por exemplo, que o acordo entre as partes seja contrário aos bons costumes. 
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
Este artigo dá continuidade ao princípio da sociabilidade e introduz mais dois 
princípios que devem guiar os contratantes. São eles: o princípio da probidade 
e o princípio da boa-fé objetiva. 
O princípio da probidade - que impõe as partes o dever de agir com 
lealdade, honradez, integridade e confiança recíproca. 
O da boa-fé objetiva - que está ligado não só à interpretação do contrato, 
mas também ao interesse social de segurança das relações jurídicas. Segundo 
este princípio as partes devem agir de forma honrada durante as tratativas, a 
formação e também durante a execução do contrato. 
Além dos princípios citados acima, existem outros, que podem 
eventualmente ser cobrados em provas. Eles são os seguintes: 
 
 
 
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O da autonomia da vontade, através do qual as partes poderão elaborar 
livremente seus contratos, de acordo com seus interesses (respeitando as 
normas gerais). 
O do consensualismo, no qual o acordo de vontades das partes bastaria 
para dar origem a um contrato válido7. 
O da obrigatoriedade da convenção, pois, uma vez feito um contrato, ele 
deve ser fielmente cumprido pelas partes, sob pena de responsabilização no caso 
de inadimplemento, podendo o inadimplente sofrer uma execução patrimonial. 
O da relatividade dos efeitos do negócio jurídico contratual, já que o 
contrato normalmente vincula exclusivamente as partes participantes, ou seja, 
não atinge terceiras pessoas, estranhas a relação contratual. 
Todos estes princípios contratuais estão ligados ao do respeito e proteção à 
dignidade da pessoa humana, dando proteção jurídica aos contratantes para que 
através de seus contratos efetivem a função social da propriedade, do contrato e 
a justiça social. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TJM-SP/ Juiz de Direito Substituto. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: A boa-fé a ser observada na 
responsabilidade pré- -contratual é a objetiva, haja vista que esta diz respeito ao 
dever de conduta que as partes possuem, podendo a empresa desistente arcar 
com a reparação dos danos, se comprovados, sem qualquer obrigação de 
contratar. 
 
O artigo 423 nos traz a figura do contrato de adesão. 
 
³$FKR�TXH�HX�Mi�RXYL�IDODU�GLVWR�´� 
 
Sim, provavelmente você já se deparou com um contrato deste tipo. O 
contrato de adesão é aquele em que apenas uma das partes estipula as 
cláusulas e o modo como será o contrato. 
 
7 Sem esquecer, no entanto, que para determinados contratos (para que sejam válidos) há a 
exigência de certas formalidades legais. 
 
 
 
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Cabendo à outra parte ± que é chamada de aderente (você -), apenas aderir 
a este contrato, ou seja, aceitar as ³UHJUDV´�SUp-estabelecidas. O contrato de 
adesão contrapõe-se, deste modo, ao chamado contrato paritário8, pois 
neste as partes discutem livremente as condições. 
Como exemplos de contratos de adesão, temos aqueles contratos que 
assinamos (quando assinamos) para receber um cartão de crédito e para 
formalizar determinados seguros. 
Acreditamos que você nunca presenciou alguém, no momento de assinar um 
contrato deste tipo, discutindo as cláusulas com o gerente do banco ou com o 
corretor, não é mesmo? O contrato já chega pronto, fazemos apenas a adesão. 
 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, 
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
 
Portanto, quando o contrato de adesão contiver cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, caberá ao intérprete, no momento de apreciá-las, adotar a 
interpretação mais favorável ao aderente (nada mais justo, uma vez que ao 
aderente ³não é permitido´ discutir as cláusulas deste tipo de contrato). 
Em tese -, quem faz o contrato de adesão deverá de redigi-lo de maneira 
mais clara possível, para que o aderente ao se decidir sobre a adesão entenda 
o que está fazendo. 
 
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia 
antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
 
³2�TXH�LVWR�TXHU�GL]HU"´ 
No contrato de adesão o aderente encontra-se em uma situação 
desfavorável e, por este motivo, terá direitos resultantes da natureza deste 
negócio. Por exemplo, seria legítima uma cláusula contratual determinando a 
eleição de foro, no entanto, caso a escolha do foro estipulada em um contrato de 
adesão (veja que ele foi escolhido apenas por uma das partes) seja abusiva e 
prejudicial ao aderente, ela poderá ser desconsiderada, mesmo que o aderente 
tenha renunciado ao direito de escolha. 
 
 
8 O contrato paritário é do tipo tradicional. Nele as partes estão em situação de igualdade, pois 
discutem as condições do contrato. 
 
 
 
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Não pode ser válida (será nula) a cláusula que implique renúncia 
antecipada de direitos inerentes à natureza do contrato de 
adesão. 
 
Lembre-se também que o contrato deve seguir os parâmetros estipulados 
pelos princípios da probidade e da boa-fé, para atingir assim sua função social. 
 
Observe alguns Enunciados sobre o assunto: 
Jornada III STJ 167: ³$UWV������D������&RP�R�DGYHQWR�GR�&yGLJR�&LYLO�GH�������
houve forte aproximação principiológica entre esse Código e o Código de Defesa do 
Consumidor no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são 
incorporadores de uma nova teoria geral dos FRQWUDWRV�´ 
Jornada III STJ 172: ³$UW�� ����� $V� FOiXVXODV� DEXVLYDV� QmR� RFRUUHP�
exclusivamente nas relações jurídicas de consumo. Dessa forma, é possível a 
identificação de cláusulas abusivas em contratos civis comuns, como, por exemplo, 
aquela estampada nR�DUW������GR�&yGLJR�&LYLO�GH������´ 
Jornada IV STJ 364:³$UWV������H������1R�FRQWUDWR�GH�ILDQoD�p�QXOD�D�FOiXVXOD�GH�
UHQ~QFLD�DQWHFLSDGD�DR�EHQHItFLR�GH�RUGHP�TXDQGR�LQVHULGD�HP�FRQWUDWR�GH�DGHVmR�´ 
 
O contrato de adesão tem características de contratos nominados ou 
típicos, isso porque está previsto pelo ordenamento jurídico. 
Em contrapartida, lembre-se de que existem os contratos chamados 
inominados ou atípicos, que são aqueles para os quais não há previsão 
legislativa, ou seja, não tem sua estrutura prevista em lei. Assim, contratos 
atípicos são aqueles que não estão disciplinados pelo Código Civil, nem por 
leis extravagantes. 
 
O que existe no Código Civil sobre os contratos atípicos é apenas uma 
autorização para que possam celebrá-los. 
 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais 
fixadas neste Código. 
 
 
 
 
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'HVWH�PRGR��DV�SHVVRDV�SRGHP�³LQYHQWDU´�XP�FRQWUDWR�TXH�QmR�H[LVWD�QR�
mundo jurídico (isto é lícito), entretanto, ao fazê-lo, precisam observar as 
normas gerais fixadas pelo ordenamento jurídico. Ou seja, podem elaborar 
contratos atípicos, mas valem as normas gerais, para a validade, por exemplo, 
devem respeitar o art. 104. 
 
³'LUHLWR�privado. Atipicidade. No direito privado vigora o princípio da atipicidade 
dos negócios jurídicos, vale dizer, as partes podem criar negócios jurídicos 
DWtSLFRV��QmR�UHJXODGRV�H[SUHVVDPHQWH�SHOD�OHL�����´ 9 
 
2XWUD�³UHJUD�JHUDO´�TXH�RULHQWD a celebração de contratos é a encontrada no 
art. 426: 
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TRT - 4ª REGIÃO (RS)/Juiz do Trabalho Substituto. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Não pode ser objeto de contrato a 
herança de pessoa viva. 
 
Este preceito é de ordem pública e veda que a herança de uma pessoa ainda 
viva seja objeto de contrato10. 
Ainda no campo das disposições gerais, vamos estudar agora como se dá 
a formação dos contratos. 
 
Da formação dos contratos (arts. 427 a 435). 
Vimos que todo contrato requer um acordo de vontade entre as partes, é 
o chamado consentimento. Além disso, também será necessária a 
manifestação desta vontade, seja ela de forma expressa ou tácita. 
Sendo a manifestação de vontade o ponto principal de todo o negócio jurídico 
contratual, é muito importante que se caracterize o momento em que ela se 
 
9 Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 560. 
10 Nosso ordenamento jurídico prevê duas formas de sucessão: a primeira é a legítima ± que 
acontece quando a pessoa morre sem deixar disposições de última vontade, situação em que a 
herança será dada aos herdeiros especificados pelo código; a segunda é a testamentária ± que 
é quando a pessoa antes de morrer deixa testamento, situação em que parte da herança será 
distribuída de acordo com a sua vontade. 
 
 
 
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verifica, pois será a partir deste momento que decorrerá a própria existência do 
contrato. 
Quando chegamos a um contrato pronto (já finalizado), precisamos ter em 
mente que para chegar neste ponto o contrato passou por ¹negociações 
preliminares; teve duas manifestações de vontade bem características, ²a 
proposta e ³a aceitação; e teve a fase do contrato preliminar. 
 
 
 
Tartuce11, ao citar o que se reúne da melhor doutrina, diz que é possível 
identificar quatro fases na formação dos contratos: 
Fase de negociações preliminares ou pontuação; 
Fase de proposta, policitação ou oblação; 
Fase de contrato preliminar; 
Fase de contrato definitivo ou de conclusão do contrato. 
 
Na maioria das vezes haverá negociações preliminares, conversas, 
entendimentos e, ainda, reflexões sobre a oferta. Isto tudo até o momento em 
que se encontre uma solução satisfatória para as partes. Esta é uma regra, 
porém, sem necessariamente ter havido a fase de negociações, pode acontecer 
de um contrato surgir apenas com uma proposta de negócio seguida de uma 
aceitação imediata. 
A fase pré-contratual não cria direitos nem obrigações e tem como 
objetivo a preparação do consentimento para a conclusão do negócio jurídico 
contratual. Não se estabelece qualquer laço jurídico e, por este motivo, não se 
pode imputar responsabilidade civil contratual àquele que houver 
interrompido essas negociações. 
Nas negociações preliminares, as partes podem passar a elaboração da 
minuta, que nada mais é do que colocar por escrito alguns pontos constitutivos 
do contrato (cláusulas ou condições) sobre os quais já tenham chegado a um 
acordo. Esta minuta no futuro poderá servir de modelo para o contrato que 
realizarão. Nesta fase ainda não existe vínculo jurídico entre as partes. 
 
 
11 Flávio Tartuce, Manual de Direito Civil, ed. Método, 2ª ed., pág. 557. 
1º as Negociações 
Preliminares
2º a Proposta 3º a Aceitação
 
 
 
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³1HVWD� IDVH�GH�QHJRFLDo}HV�QmR�Ki�DLQGD�D� UHVSRQVDELOL]DomR�
FLYLO"´ 
 
Muito cuidado! Não há responsabilidade civil contratual, mas apesar da 
falta de obrigatoriedade dos entendimentos preliminares, excepcionalmente pode 
surgir a responsabilização civil extracontratual. Isto acorrerá, na hipótese de um 
participante criar no outro a expectativa de que o negócio será celebrado, 
levando-o a executar despesas, a não contratar com terceiros ou, então, a 
alterar planos de sua atividade imediata. 
A parte que, injustificavelmente, desistir e causar prejuízos (mesmo que 
indiretos) terá a obrigação de ressarcir os danos incorridos. Não se trata da 
responsabilidade por inadimplemento contratual, mas sim da responsabilidade 
pela prática de ato ilícito (extracontratual). 
 
Sendo o contrato um acordo de duas ou mais vontades, estas não são 
emitidas ao mesmo tempo, mas sim sucessivamente, com um intervalo razoável 
entre uma e outra. Existe uma parte que toma a iniciativa, dando início à 
formação do contrato, ao formular a proposta. 
A proposta constitui uma declaração inicial de vontade e cuja finalidade é a 
realização de um contrato. A oferta de contrato, em regra, obriga o proponente. 
 
¾ A proposta. 
Pode-se dizer que a proposta é uma declaração receptícia de vontade, que 
se dirige de uma pessoa para a outra e na qual se manifesta a intenção de se 
considerar vinculada se a outra parte aceitar. 
 
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos 
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TRT - 4ª REGIÃO (RS)/Juiz do Trabalho Substituto. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: A proposta de contrato obriga o 
proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, 
ou das circunstâncias do caso. 
2016/TRF - 4ª REGIÃO/ Juiz Federal Substituto. 
 
 
 
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Foiconsiderado correto o seguinte enunciado: A proposta de contrato obriga o 
proponente se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio 
ou das circunstâncias do caso, salvo, entre outras hipóteses, se, feita sem prazo 
a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. 
 
 Nesta fase da formação do contrato, quem faz a proposta é chamado de 
proponente (ou policitante), já quem aceita é chamado de destinatário (ou 
oblato). De acordo com o artigo 427, visto acima, o proponente não pode 
retirar a proposta sem explicações sob pena de responder por perdas e danos. 
É importante destacar que este não é um preceito absoluto, uma vez que 
existem situações em que a proposta não obrigará o proponente, quais 
sejam: ¹quando tratar-se apenas de um convite a contratar (lá na fase das 
negociações preliminares); ²quando na própria proposta contiver uma cláusula 
afirmando que a proposta não é obrigatória; ou ³quando o contrário não resultar 
da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso. 
 
 
 
 
O artigo seguinte nos traz os casos em que a proposta não será 
obrigatória12: 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: 
 
 
12 No sentido de obrigatoriedade do cumprimento da proposta. Nesta análise é levado em 
FRQVLGHUDomR�R�IDWR�GH�D�SURSRVWD�VHU�HQWUH�SUHVHQWHV�RX�HQWUH�DXVHQWHV��2�WHUPR�³ausentes´�
(aqui empregado) refere-se apenas à existência ou não de um contato direto entre os 
contratantes. 
envia a proposta e aguarda a 
aceitação
Destinatário, Aceitante
(oblato)
aceita ou não a proposta, devendo 
a sua resposta chegar no prazo 
previsto ou em tempo suficiente
o Proponente
(policitante)
 
 
 
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I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se 
também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; 
 
Se a proposta foi feita entre presentes (ou seja, o contato é feito 
pessoalmente) e não sendo aceita de pronto, desobrigará o proponente. ± 
considera-se também um contato feito pessoalmente, aquele realizado por 
intermédio de telefone ou outro meio de comunicação semelhante, de forma 
direta ou simultânea. 
Então, por exemplo, João fez uma proposta pessoalmente a Paulo e não 
estipulou um prazo para resposta, caso Paulo não a aceite imediatamente, a 
proposta deixa de ser obrigatória. 
 
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a 
resposta ao conhecimento do proponente; 
 
Obviamente o proponente não está obrigado a esperar ³LQGHILQLGDPHQWH´��
Se já houver decorrido um tempo tido como suficiente e não chegar uma 
resposta, a proposta deixa de ser obrigatória. Ou seja, deve-se esperar apenas 
por um tempo razoável, suficiente para que a proposta chegue ao destinatário 
(oblato) e para que retorne a sua aceitação. 
 
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; 
 
Nesta hipótese, a proposta foi feita a pessoa ausente e com um prazo certo 
para que fosse dada uma resposta. Se o oblato (destinatário) não se pronunciar 
no tempo estipulado, fica obviamente o proponente desobrigado. 
 
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação 
do proponente. 
 
O inciso IV é bastante lembrado em provas. - 
 
Se o proponente retirar a proposta e sua retratação chegar antes ou 
simultaneamente com a proposta original, também deixará de ser obrigatória. 
 
 
 
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Existe uma situação que é equiparada a proposta, trata-se da oferta ao 
público (é a propaganda feita ao público). 
 
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos 
essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. 
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que 
ressalvada esta faculdade na oferta realizada. 
 
O artigo 429 preceitua que a oferta ao público ganha caráter de proposta 
quando seu conteúdo oferece os requisitos essenciais à contratação, gerando 
vínculo obrigatório para o ofertante. Estas ofertas ao público podem ser aquelas 
transmitidas por rádio, televisão ou quaisquer outros meios de comunicação 
em massa. 
 
 A revogação da proposta feita ao público é possível, mas deverá ser 
feita da mesma forma e com o mesmo destaque com que foi feita a proposta 
e desde que tenha resguardado este direito na proposta feita. Então se aquele 
³MRUQDO]LQKR´� FRORFRX� D� RIHUWD� HP� OHWUDV� ³JDUUDIDLV´� D� UHYRJDomR� GHYHUi� WHU� R�
mesmo destaque. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/Câmara de Cambará/Procurador Jurídico. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Pode revogar-se a oferta pela 
mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada essa faculdade na oferta 
realizada. 
 
2016/DER-CE/Procurador Autárquico. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: a oferta ao público equivale a 
proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário 
resultar das circunstâncias ou dos usos. 
 
¾ A aceitação. 
A aceitação vem a ser a manifestação da vontade, expressa ou tácita, por 
parte do destinatário (ou oblato). A aceitação deve ser feita dentro do prazo 
proposta, chegando oportunamente ao conhecimento do ofertante. Ao aceitar a 
proposta o aceitante adere a todos os seus termos. 
 
 
 
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Segundo Mosset13: ³$� DFHLWDomR� p� XPD�GHFODUDomR� XQLODWHUDO� GH vontade, 
UHFHSWtFLD��GHVWLQDGD�DR�SURSRQHQWH�H�GLULJLGD�D�FHOHEUDomR�GR�FRQWUDWR�´ 
 
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento 
do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder 
por perdas e danos. 
 
 Se a aceitação chegar fora do prazo, por circunstâncias imprevistas, o 
proponente deverá comunicar imediatamente ao aceitante sobre o atraso, para 
se precaver de possíveis prejuízos por conta da não conclusão do contrato. Se 
não tomar tal providência corre o risco de responder por perdas e danos14. 
 
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará 
nova proposta. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TRT - 4ª REGIÃO (RS)/Juiz do Trabalho Substituto. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: A aceitação fora do prazo, com 
adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. 
 
 Se a aceitação chegar ao proponente fora do tempo hábil para o aceite 
ou, ainda, se trouxer modificações à proposta original, será considerada uma 
nova proposta (ou contraproposta) do aceitante direcionada ao proponente, 
ficando sujeita à sua concordância. 
 
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, 
ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando 
a tempo a recusa. 
 
O art. 432 nos trouxe o caso de aceitação tácita, nesta situação o contrato 
será considerado perfeito e acabado se a recusa não chegar a tempo. A 
aceitação tácita é válida em duas situações: 
Não seja costumea aceitação expressa; ou 
O proponente a tiver dispensado. 
 
13 Mosset, Contratos, p 105. Em Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos 
Tribunais, 8ª ed., pág. 566. 
14 CC Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao 
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
 
 
 
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Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao 
proponente a retratação do aceitante. 
 
A mesma regra que vimos para a proposta vale para a aceitação, ou seja, 
se a retratação do aceitante chegar antes da aceitação, ou simultaneamente a 
esta, considera-se inexistente a aceitação. 
 
O contrato entre ausentes nem sempre está relacionado à presença física dos 
contratantes no momento da formação do contrato, mas sim a existência de 
relacionamento direto entre os contratantes. Para a lei, em relação aos contratos, são 
considerados ausentes os que fazem suas negociações através da troca de 
correspondências ou documentos. 
Quando o contrato é celebrado entre ausentes, o contrato se tornará perfeito, em 
regra, quando a aceitação do oblato for expedida. As exceções são encontradas nos 
incisos do art. 434. 
 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é 
expedida, exceto: 
 
I - no caso do artigo antecedente; 
 
Este inciso nos remete ao art. 433, que trata a hipótese da retratação do 
aceitante chegar antes ou ao mesmo tempo do aceite. Quando isso acontecer, 
sendo válida a retratação, será considerada inexistente a aceitação. 
 
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; 
 
Neste caso, em que o proponente se compromete a esperar a resposta do 
oblato, o contrato se aperfeiçoará no momento da recepção da aceitação, e 
não no momento da expedição. Neste caso, enquanto a aceitação não chegar 
às mãos do proponente o contrato não se aperfeiçoará. 
 
III - se ela não chegar no prazo convencionado. 
 
 
 
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Este inciso é um tanto óbvio, pois, se existe um prazo para que a resposta 
seja enviada e ela não chegar neste intervalo de tempo ou chegar atrasada não 
houve a aceitação e, portanto, não há um contrato. 
 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. 
 
 Quando o contrato for entre presentes ± também considerado o celebrado 
por telefone ou videoconferência, o lugar da celebração será onde as pessoas se 
encontrarem presentes e onde o contrato é proposto. Quando o contrato for 
entre ausentes, o lugar será aquele onde for expedida a proposta. 
 
 Do contrato preliminar (arts. 462 a 466). 
O contrato preliminar está disciplinado no CC, nos artigos 462 a 466 e tem 
como objeto outro contrato (o definitivo), não devendo ser confundido com o 
contato preliminar. 
O contrato preliminar ³QmR�VH�confunde com o contato preliminar, que é fase 
eventual da formação dos contratos em que se manifesta a disposição de 
FRQWUDWDU´.15 
Um bom exemplo de contrato preliminar é o compromisso de compra e 
venda de imóvel. 
 
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os 
requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TRT - 4ª REGIÃO (RS)/Juiz do Trabalho Substituto. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: O contrato preliminar, exceto 
quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser 
celebrado. 
 
2016/TJ-SP/ Titular de Serviços de Notas e de Registros. 
 
15 Tomasetti, contrato preliminar, § 3º, p. 18. Em Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, 
Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 580. 
 
 
 
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Foi considerado correto o seguinte enunciado: O contrato preliminar, tal como 
regulado no Código Civil, prescinde da observância da forma prescrita para o 
contrato definitivo. 
Cuidado! Isto aparece bastante em provas. - 
 
No contrato preliminar já devem estar estabelecidos os requisitos 
essenciais do contrato definitivo, somente a forma ainda é livre. Por 
exemplo, mesmo que o contrato principal precise ser feito por instrumento 
público, o contrato preliminar poderá ser elaborado por instrumento particular. 
 
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo 
antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer 
das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra 
para que o efetive. 
 
Assim, o contratante interessado pode exigir do outro a celebração do 
contrato definitivo, desde que não haja cláusula de arrependimento16, isto ocorre 
por meio de notificação judicial ou extrajudicial, onde constará o prazo para sua 
efetivação. 
 
Art. 463. Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro 
competente. 
 
Para que o contratante interessado possa exigir a celebração do contrato 
definitivo, o contrato preliminar deve ser registrado no cartório competente. O 
registro serve para se dar conhecimento a todos da existência do contrato, seja 
ele preliminar ou definitivo, sendo, por este motivo, um ato necessário. 
 
Jornada I STJ 30: ³Art. 463: A disposição do parágrafo único do art. 463 do novo 
Código Civil deve ser interpretada como fator de eficácia perante WHUFHLURV�´ 
 
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade 
da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a 
isto se opuser a natureza da obrigação. 
 
16 Cláusula de arrependimento, como o próprio nome diz, é a cláusula que permite às partes o 
arrependimento da celebração do contrato. 
 
 
 
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Este artigo autoriza que o contratante interessado recorra à justiça para ter, 
a partir do contrato preliminar, o contrato definitivo. Assim, o juiz, na sentença, 
fixará um prazo para que a outra parte efetive o contrato. Se esta decisão judicial 
não for cumprida, o juiz suprirá a manifestação de vontade faltante, 
transformando o contrato preliminar em definitivo. 
 
STF 168: ³3DUD�RV�HIHLWRV�GR�'HFUHWR-Lei 58, de 10.12.1937, admite-se a inscrição 
LPRELOLiULD�GR�FRPSURPLVVR�GH�FRPSUD�H�YHQGD�QR�FXUVR�GD�DomR´� 
 
STF 413: ³O compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que não loteados, dá 
GLUHLWR�D�H[HFXomR�FRPSXOVyULD��TXDQGR�UHXQLGRV�RV�UHTXLVLWRV�OHJDLV´� 
 
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a 
outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TJ-DFT/Juiz. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: No que se refere ao contrato 
preliminar, a outra parte desobriga-se diante da inércia do estipulante. 
 
Deacordo com este artigo, pode o contratante interessado, para a efetivação 
contratual, ao invés de acionar o judiciário, simplesmente desistir do contrato 
e pedir perdas e danos. Trata-se de escolha, que ficará a critério do contratante 
interessado. 
 
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a 
mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no 
que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor. 
 
 
³2� TXH� VH� HQWHQGH� SRU� SURPHVVD� GH� FRQWUDWR� unilateral 
PHVPR"´ 
 
É quando a promessa acarretar obrigações a apenas uma das partes, 
TXH�VHUi�D�SDUWH�³GHYHGRUD´� 
 
 
 
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Quando a promessa de contrato for unilateral a parte que se beneficiará (o 
credor) deve manifestar-se no prazo previsto (se existir) da opção de realizar o 
contrato ou não. Se não existir prazo, deverá o devedor estipular um. 
Se o credor não se manifestar em tempo hábil, fica a promessa sem efeito, 
sem validade. 
 
Perceba que o contrato preliminar tem por objetivo delinear os 
contornos do contrato definitivo, gerando, inclusive, direitos e deveres para 
as partes, pois estas assumem uma obrigação, a de fazer o contrato final. 
Trata-se de uma promessa de contratar. 
 
 Estipulação em favor de terceiro (arts. 436 a 438). 
De acordo com Carlos Roberto Gonçalves17: ³'i-se a estipulação em favor 
de terceiros, pois, quando, no contrato celebrado entre duas pessoas, 
denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem 
resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira pessoa, alheia à 
formação do vínculo contratual´� (grifos nossos) 
 
Na estipulação em favor de terceiro (como o próprio nome diz) existirá uma 
terceira pessoa. Temos, então, a presença de três figuras, que são: o 
estipulante ± aquele que estipula em benefício da terceira pessoa; o 
promitente ± aquele que se obriga a cumprir o acordo em favor do beneficiário; 
e o beneficiário (que é o terceiro) - a pessoa determinada ou indeterminada 
que receberá o benefício. É importante destacar que embora a validade do 
contrato não esteja subordinada a vontade do beneficiário, o mesmo não 
podemos afirmar com relação à eficácia do negócio, porque, neste caso, será 
necessária a aceitação por parte daquele que se beneficia18. 
Um exemplo bastante comum de contrato em favor de terceiro é 
aquele que beneficia em um seguro, uma terceira pessoa, que não participou 
diretamente da relação, do vínculo, contratual. O terceiro não é parte no contrato. 
 
17 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, 2ª ed. 
18 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 3, ed. Saraiva, 9ª ed. 
 
 
 
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Ainda explicaremos o contrato de seguro, mas haverá uma exceção, 
trata-se de uma impossibilidade de se estipular em favor de terceiro, no 
concubinato. 
 
Art. 793. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do 
contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato. 
 
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é 
permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele 
anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438. 
 
O art. 436 dá ao estipulante o poder de exigir o cumprimento da obrigação 
por parte do promitente. 
O beneficiário também poderá exigir o cumprimento do contrato, isto se este 
direito não estiver vedado expressamente no próprio contrato e desde que o 
estipulante não o tenha substituído, conforme o autoriza o art. 438. 
 
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado 
no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. 
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de 
última vontade. 
 
Assim, o beneficiário substituído perderá todo e qualquer direito que lhe fora 
conferido, não cabendo nenhuma indenização. 
 
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de 
reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. 
 
Deste modo, o estipulante tem o direito de substituir tanto o beneficiário 
como também de substituir, exonerando o promitente da obrigação. Caso isso 
venha a acontecer ± exoneração do promitente, a estipulação em favor de 
terceiro ficará sem efeito. Mas se for autorizado ao beneficiário reclamar a 
execução do contrato, o estipulante não poderá exonerar o promitente. 
 
 
 
 
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Da Promessa de Fato de Terceiro (art. 439 e 440). 
 Neste caso, o promitente se compromete a conseguir que terceira 
pessoa assuma uma obrigação, seja ela obrigação de fazer, de não fazer, ou 
de dar alguma coisa. Observe que o terceiro de quem se quer alguma coisa não 
faz parte diretamente do contrato. 
 
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, 
quando este o não executar. 
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do 
promitente, ¹dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e ²desde que, pelo 
regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. 
 
Assim, se o terceiro não efetuar a obrigação pretendida pelas partes o 
promitente responderá com uma indenização por perdas e danos. O parágrafo 
único traz a exceção de tal responsabilidade, no caso de o terceiro ser o 
cônjuge do promitente. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TJ-MG/ Titular de Serviços de Notas e de Registros. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: ³A´ promete a ³B´ que ³C´ irá 
prestar-lhe serviço, e ³B´, com base nesse compromisso, celebra contrato de 
promessa de fato de terceiro. 
 
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, 
depois de se ter obrigado, faltar à prestação. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/CASAN/Advogado. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Nenhuma obrigação haverá para 
quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à 
prestação. 
 
 Quando o terceiro se comprometer a efetuar a obrigação a situação 
se modifica. Neste caso, não haverá para o promitente qualquer 
responsabilização. Quando o terceiro aceitar a obrigação que o promitente lhe 
propôs, ele deixa de ser estranho à relação jurídica e, agora, recairá sobre ele 
uma eventual indenização. 
 
 
 
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Dos Vícios Redibitórios (art. 441 a 446). 
 De acordo com Carlos Roberto Gonçalves19: ³9tFLRV� UHGLELWyULRV� VmR� RV�
defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo20, que a 
tornam ¹imprópria ao uso a que se destina ou ²lhe diminuem o valor´ 
(grifos nossos).Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por 
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe 
diminuam o valor. 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. 
 
Deste modo, a pessoa que adquire uma coisa que contenha um vício ou 
defeito oculto, que a tornem imprópria para o uso ou lhe diminuam o valor, 
poderá ajuizar uma ação redibitória para a rejeição da coisa e a devolução do 
valor pago, com a devolução da coisa a seu antigo dono. 
Poderá também propor uma ação estimatória, para o caso de o defeito oculto 
diminuir o valor da coisa, onde pedirá a devolução de parte do valor que pagou 
como abatimento. 
 
Segundo o parágrafo único do art. 441, as disposições aplicáveis aos vícios 
e defeitos cultos também são aplicáveis quando o negócio se deu por 
doações onerosas. Doações onerosas são aquelas em que o doador impõe ao 
beneficiário uma incumbência ou dever, há, por exemplo, um encargo. Este tipo 
de doação, nos termos do art. 539, deve ter aceitação expressa pelo beneficiário 
(donatário). 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TJ-MG/ Titular de Serviços de Notas e de Registros. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: A coisa recebida em virtude de 
doações onerosas pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem 
imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
 
2016/Prefeitura de Sertãozinho ± SP/Procurador Municipal. 
 
19 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, 2ª ed. 
20 Contrato comutativo é aquele contrato oneroso em que a prestação corresponde a uma 
contraprestação, que é certa e determinada. 
 
 
 
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 Foi considerado correto o seguinte enunciado: Admite-se, nas doações com 
encargo, a rescisão contratual com fundamento na existência de vício redibitório. 
 
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente 
reclamar abatimento no preço. 
 
Este artigo apresenta uma opção ao adquirente da coisa. Assim, se o 
adquirente da coisa que contém vício redibitório quiser, em vez de tornar sem 
efeito o contrato e pedir o valor da coisa de volta, poderá pedir o abatimento do 
valor pago, através de uma ação estimatória, permanecendo o bem em seu 
poder. 
 
 
 
Art. 443. ¹Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que 
recebeu com perdas e danos; ²se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor 
recebido, mais as despesas do contrato. 
 
 O artigo 443 estabelece diferenças entre o alienante que age de má-fé e o 
que age de boa-fé, quais sejam: ¹se o vendedor sabia do vício, e, portanto, 
agiu de má-fé, terá que pagar ao adquirente o valor que foi pago pela coisa mais 
perdas e danos; porém ²se o vendedor não sabia do vício ± agiu de boa-
fé, terá que restituir o valor recebido mais as despesas do contrato. 
 
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do 
alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
 
 Nesta situação, o vendedor responde pelo vício nos mesmos termos do 
artigo antecedente, mesmo que a coisa se acabe em poder do adquirente e desde 
O adquirente poderá:
Vícios ou defeitos ocultos
(vícios redibitórios)
reclamar abatimento 
no preço
rejeitar a coisa
ou 
 
 
 
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que o motivo que tenha ocasionado este perecimento seja o vício oculto já 
existente na época da venda. 
 
Dos prazos para reclamar (prazos decadenciais): 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no 
prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da 
entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à 
metade. 
 
Estes dois prazos volta e meia aparecem nas provas, vamos utilizar esta 
dica para memorização: 
Logo após passar no concurso, com seu primeiro vencimento você resolve 
comprar um carro (bem móvel) e um apartamento (bem imóvel). Caso existam 
defeitos ocultos, você terá 30 dias para reclamar com relação ao carro e um ano 
para reclamar com relação ao apartamento. E um detalhe, digamos que você já 
estava de posse destes bens, neste caso os prazos contam da alienação e são 
reduzidos pela metade. 
 
§ 1º. Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o 
prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de 
cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. 
§ 2º. Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão 
os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o 
disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. 
 
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de 
garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias 
seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. 
 
 Assim, se houver garantia da coisa, e o defeito aparecer após a coisa ser 
adquirida, esta garantia impede que os prazos de decadência previstos no art. 
445, comecem a correr. Somente começarão a correr após o término da garantia. 
No caso do vendedor não solucionar o defeito, aí sim poderá o adquirente ajuizar 
a ação redibitória ou a estimatória. 
 
 
 
 
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 Da Evicção (arts. 447 a 457). 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves: ³(YLFomR� p� D� perda da coisa em 
virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica 
SUHH[LVWHQWH�DR�FRQWUDWR´21. (grifos nossos) 
 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta 
garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/Câmara de Marília - SP/ Procurador Jurídico. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Há garantia pela evicção quando 
a aquisição tenha sido realizada em hasta pública. 
 
2016/Prefeitura de Rosana - SP/ Procurador do Município. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: para o exercício do direito de 
evicção, é suficiente que a parte fique privada do bem em decorrência de ato 
administrativo. 
 
Deste modo, a evicção aparece como uma garantia dada em favor do 
adquirente, em um contrato oneroso, contra o alienante. 
Na evicção temos três figuras: o evicto ± que é quem perde o bem na ação; 
e o alienante que é quem vendeu o bem e o responsável pela evicção; o evictor 
± que é quem ganha à ação na justiça e ³readquire´ o bem. 
Assim, para que haja a evicção, é necessário que se configure em um 
contrato do tipo oneroso, um vício de direito anterior ou ao mesmo tempo da 
celebração do contrato. Por meio de uma sentença judicial, na hora em que for 
realizar o negócio jurídico a pessoa perderá a posse, o uso ou a propriedade da 
coisa. 
 
A evicção poderá, ainda, ser total - quando recair sobre a totalidade do 
bem, ou parcial ± quando recair somente sobre uma parte dele. 
 
Vamos a umaexplicação prática: 
¹Paulo (alienante) vende coisa a ²João (adquirente). Demos o exemplo 
de uma compra e venda para que você se lembre de que a evicção está 
 
21 Carlos Roberto Gonçalves Direito Civil Esquematizado, 2ª ed. 
 
 
 
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relacionada a contratos onerosos. Acontece, no entanto, que havia um 
fato anterior a este negócio jurídico e no qual estava envolvido³Lucas. 
Somente agora o fato é decidido judicialmente e provoca a evicção (a causa 
jurídica da evicção é anterior ao contrato firmado entre Paulo e João). Temos 
então a figura de um terceiro em relação ao contrato. Trata-se de Lucas, que 
será denominado evictor. 
 
São figuras envolvidas na evicção: 
¹Paulo, que é o alienante. 
²Joao, que é o comprador (adquirente), sendo que nesta situação será o chamado 
evicto. 
³Lucas, que é o evictor, o terceiro que reivindica a coisa que foi alienada para Joao. 
 
RESUMINDO 
O que ocorre na evicção é o seguinte: fica decidido judicialmente que Paulo não 
tinha o direito legítimo sobre a coisa alienada. O titular do direito sobre a 
coisa passou a ser Lucas. Ocorreu a perda da coisa para um terceiro (Lucas), 
por exemplo, por usucapião. Paulo (alienante), nesta situação, responderá pela 
evicção junto ao adquirente (João). 
 
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a 
responsabilidade pela evicção. 
 
As partes contratantes, por acordo seu, podem estipular expressamente 
no contrato cláusula, para reforçar, diminuir ou excluir o alienante da 
responsabilidade da evicção. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/Prefeitura de Registro - SP/Advogado. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Por cláusula expressa, é possível 
diminuir a responsabilidade pela evicção. 
 
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, 
tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do 
risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. 
 
 
 
 
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 Este artigo prevê uma limitação que é a colocação de cláusula 
conforme previu o artigo anterior ± art. 448. Assim, o valor da coisa deverá ser 
devolvido, mesmo se o contrato contiver a cláusula que exclui ou diminui a 
responsabilidade do alienante, se o evicto não sabia do risco da evicção ou se foi 
avisado, mas não o assumiu ± neste caso deverá também, estar expresso no 
contrato. 
 No segundo caso, em que o evicto foi avisado do risco da evicção, mas não 
o assumiu, terá direito a receber apenas o valor pago pela coisa. Não terá direito 
a perdas e danos porque sabia do risco. 
 
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição 
integral do preço ou das quantias que pagou: 
 
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
 
 Estes frutos são gerados periodicamente pela coisa ou pela propriedade, 
sem alteração de sua natureza e sem que se extinga sua ação produtiva. Assim, 
além de cobrar do alienante o preço da coisa poderá também cobrar a indenização 
sobre os frutos que teve que pagar ao evictor. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/TJ-MT/Analista Judiciário ± Direito. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: O evicto tem direito à restituição 
integral das quantias que pagou, salvo estipulação em contrário. 
 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem 
da evicção; 
 
 O evicto terá o direito de cobrar pelas despesas do contrato como, por 
exemplo, o custo da escritura. Também terá direito aos prejuízos resultantes da 
evicção como, por exemplo, a diferença de valor do bem a época que o perdeu 
com a evicção em relação à época que o adquiriu. 
 
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
 
 
 
 
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Assim, tem direito o evicto de receber do alienante, o preço paga pela coisa, 
as custas judiciais da ação de evicção e também os honorários do advogado. 
 
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em 
que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 
 
 Quando a evicção for total, o evicto terá direito de receber o valor da coisa 
na época da evicção. Se a coisa se valorizou receberá esta diferenciação do 
alienante, se a coisa sofreu depreciação poderá o alienante pagar um valor menor 
ao evicto. 
 Quando a evicção for parcial o valor a ser restituído também será o da 
época que se deu a evicção, e a indenização será proporcional à parte que se 
perdeu. 
 
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja 
deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente. 
 
 Por este artigo, a responsabilidade do alienante persiste, mesmo que a 
coisa esteja deteriorada. Só estará isento desta responsabilidade, se o evicto agiu 
de má-fé com o intuito de prejudicar o evictor e o alienante, de forma dolosa. 
 
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver 
sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe 
houver de dar o alienante. 
 
Imaginemos que João era dono de uma casa, e que resolveu transformá-
la. E durante esta transformação vendeu portas e janelas que não iria mais usar. 
Aqui vamos ter duas situações: se João ± que obteve vantagens com a venda, 
for condenado por sentença judicial a indenizar o evictor por conta da 
transformação da casa, terá ele direito de receber do alienante o valor total da 
casa perdida por evicção. Porém, se João que obteve vantagens com a venda das 
portas e janelas, e não foi condenado a restituir este valor ao evictor, o valor a 
ser ressarcido pelo alienante sofrerá um abatimento. 
 
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, 
serão pagas pelo alienante. 
 
 
 
 
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 Este artigo nos traz uma situação diferente. Onde o evicto será indenizado 
pelo evictor pelas benfeitorias necessárias ou úteis que fez na coisa e que não 
foram abonadas22. Este valor entrará na conta de indenização que será paga 
pelo alienante, que por sua vez poderá ingressar com uma ação regressiva contra 
o evictor. 
 
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo 
alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida. 
 
 Neste caso, as benfeitorias foram feitas pelo alienante, e se entraram na 
conta da indenização ± foram abonadas, portanto, o alienante poderá descontar 
o valor referente a tais benfeitorias, do total a ser pago ao evicto. Se as 
benfeitorias não foram abonadas na sentença, deverão ser pagas pelo evictor 
para o alienante. 
 
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a 
rescisão do

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