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Eletroterapia Completa.pdf

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 II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PPrrooff..:: AAllbbeerrttoo MMoonntteeiirroo PPeeiixxoottoo 
 
www.albertomonteiro.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2007 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
II
Sumário 
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 1 
1. TEMAS DE SEMINÁRIOS ................................................................................................................... 3 
1.1 EFEITOS FÍSICOS E FISIOLÓGICOS DO CALOR E DO FRIO .................................................................. 3 
-Mecanismos de transferência de calor ............................................................................................ 3 
-Efeitos Fisiológicos .............................................................................................................................. 4 
1.2 TEORIA DA COMPORTA DA DOR E OS OPIÓIDES ................................................................................... 6 
- Introdução ............................................................................................................................................ 7 
- Teoria da Comporta............................................................................................................................. 7 
- Via dos Opióides .................................................................................................................................. 9 
2. RECURSOS ELÉTRICOS...................................................................................................................... 11 
2.1 RESPOSTA DOS NERVOS E MÚSCULOS AOS ESTÍMULOS ELÉTRICOS .................................................. 11 
- Despolarização de uma fibra nervosa e de uma fibra muscular .............................................. 11 
- Fatores que influenciam na força de contração de um músculo .............................................. 13 
2.2 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DAS CORRENTES ELÉTRICAS .................................................... 15 
- Voltagem; Resistência; Capacitância e impedância..................................................................... 15 
2.3 OS ELETRODOS E SUAS PROPRIEDADES............................................................................................... 17 
- Tipos ..................................................................................................................................................... 17 
- Propriedades (Tamanho, Distância e Posicionamento)............................................................... 19 
2.4 CORRENTE GALVÂNICA ......................................................................................................................... 21 
- Eletrólise produzida pela corrente galvânica no tecido ............................................................ 22 
- Teoria de Cohen e a Osmose ........................................................................................................... 22 
- Indicações da Corrente Galvânica ................................................................................................. 23 
2.5 CORRENTE FARÁDICA ........................................................................................................................... 26 
- Características da corrente............................................................................................................ 26 
- Indicações da corrente Farádica ................................................................................................... 27 
2.6 CORRENTES DIADNÂMICAS ................................................................................................................. 28 
Características da Corrente .............................................................................................................. 28 
Efeitos Fisiolóticos .............................................................................................................................. 29 
2.7 O ELETRODIAGNÓSTICO ...................................................................................................................... 31 
Introdução ............................................................................................................................................. 31 
Lesões dos Nervos Periféricos.......................................................................................................... 31 
Avaliação Eletroterápica .................................................................................................................... 32 
2.8 O BIOFEEDBACK ................................................................................................................................... 33 
Introdução ............................................................................................................................................. 33 
2.9 O F.E.S ................................................................................................................................................. 34 
Introdução ............................................................................................................................................. 34 
Características ..................................................................................................................................... 35 
Indicação ................................................................................................................................................ 37 
2.10 TENS .................................................................................................................................................. 38 
Introdução ............................................................................................................................................. 38 
Tempo de Aplicação ............................................................................................................................. 39 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
III
Tipos de TENS ...................................................................................................................................... 40 
Método de Aplicação ........................................................................................................................... 42 
2.11 A CORRENTE INTERFERENCIAL........................................................................................................... 44 
Introdução ............................................................................................................................................. 44 
Características ..................................................................................................................................... 44 
Indicação ................................................................................................................................................ 46 
2.12 A CORRENTE RUSSA ........................................................................................................................... 47 
Indicação terapêutica ......................................................................................................................... 48 
3. RECURSOS TÉRMICOS....................................................................................................................... 49 
3.1 FORNO DE BIER .....................................................................................................................................50 
Características ..................................................................................................................................... 50 
Técnica de Aplicação ........................................................................................................................... 51 
Indicações.............................................................................................................................................. 51 
Cuidados / Contra-indicações ............................................................................................................ 52 
3.2 PARAFINA.............................................................................................................................................. 52 
Características ..................................................................................................................................... 52 
Limpesa da parafina ............................................................................................................................. 53 
3.3 INFRA-VERMELHO ................................................................................................................................ 53 
Definição ................................................................................................................................................ 53 
Classificação .......................................................................................................................................... 54 
Método de aplicação ............................................................................................................................ 55 
Indicação terapêutica ......................................................................................................................... 55 
Contra-Indicações................................................................................................................................ 56 
3.4 ULTRA-VIOLETA ................................................................................................................................... 56 
Definição ................................................................................................................................................ 56 
Classificação .......................................................................................................................................... 56 
Fontes de Ultra-Violeta ...................................................................................................................... 57 
Determinação da dose adequada ....................................................................................................... 58 
Indicações.............................................................................................................................................. 59 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A eletroterapia embora esteja sendo bastante difundida junto com a 
fisioterapia, disciplina da qual faz parte, é uma área que já existe há muitos 
anos. Quero iniciar este capítulo com um trecho de uma carta do conhecido 
Benjamin Franklin: 
 
“...Desde alguns anos, quando os jornais mencionaram 
numerosas curas realizadas na Itália e Alemanha, pela 
eletricidade, inúmeros paralíticos foram trazidos a mim de 
diferentes partes da Pensilvânia, e províncias vizinhas, para 
que fossem eletrificados, o que fiz a pedido destes. Meu 
método consistiu em colocar o paciente primeiramente em 
uma cadeira, sobre um assento elétrico, e testar um grande 
número de fortes faíscas em todas as partes do membro ou 
lado afetadas. Então, preenchi totalmente dois sextos de 
galões de vidro, cada um com cerca de três pés quadrados de 
superfície revestida, e apliquei choque unificado ao membro 
ou membros afetados, repetindo o estímulo geralmente três 
vezes ao dia. A primeira coisa observada foi um aumento 
imediato da sensação de aquecimento nos membros 
enfraquecidos que receberam o estímulo, e depois nos 
outros; e na manhã seguinte os pacientes geralmente 
relatavam que durante a noite passada tiveram uma sensação 
de formigamento na carne do membro paralítico; e puderam 
notar algumas vezes alguns pequenos pontos avermelhados, o 
que supunham ser devidos àquele formigamento. Os membros 
, também, estavam mais capazes para o movimento voluntário 
e pareciam receber força...” 
 
 Neste trecho da carta, escrita em 1757, fica bem visível como era 
rudimentar a aplicação dos recursos elétricos utilizados na época, além de 
mostrar que eram feitas de forma empíricas. 
 Embora tenha sido assim no começo, estas descobertas foram os 
primeiros passos para uma eletroterapia que hoje busca se fundamentar em 
experimentos científicos. 
 A eletroterapia atualmente abrange vários recursos utilizados na 
Fisioterapia. Há quem a divida em: eletroterapia, termoterapia e fototerapia. A 
primeira é aquela em que funcionam os equipamentos que aplicam corrente 
elétrica no tecido através de eletrodos ( Tens, Corrente Russa, C. Galvânica 
etc.); na segunda funcionam os recursos que geram calor (Microondas, Ondas 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
2 
curtas etc.) e na terceira os tipos de radiações eletromagnéticas visíveis ou 
não, como: Laser, Infra-vermelho, Ultra-violeta etc. 
 Esta apostila tem o objetivo de ser apenas um guia dos assuntos que 
precisam ser abordados e pesquisados exaustivamente na literatura para que 
se saiba como proceder diante dos vários recursos oferecido pela 
eletroterapia. 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
3 
1. TEMAS DE SEMINÁRIOS 
 
 
1.1 Efeitos Físicos e Fisiológicos do Calor e do Frio 
 
 A produção de calor no organismo está diretamente ligada ao seu 
metabolismo. Quanto maior o metabolismo de um organismo, maior será a 
produção de calor. Esse calor pode ser medido em mais de uma unidade, no 
entanto, quando se trata de organismo, é comum utilizar a unidade Calorias. 
Num indivíduo normal, quando este está em repouso, seu metabolismo pode ser 
tão baixo que produza apenas 60 a 70 cal/hora. Num metabolismo alto, pode 
chegar a produzir 1000 ou 2000 Cal/hora. 
 Vários fatores podem influencia na quantidade de calor no organismo 
agindo diretamente no metabolismo: O exercício; hormônios; tipo de alimento 
consumido e a temperatura a que o organismo esteja submetido. 
 Este último é o foco deste assunto. Temos recursos como as Ondas-
Curtas e as Microondas que são capazes de alterar de forma direta a 
temperatura corporal, além de consequentemente aumentar o metabolismo das 
células. 
 
-Mecanismos de transferência de calor 
 Consideramos quatro tipos de mecanismos de transferência: 
Vaporização; Radiação; Convecção e Conduçao. 
 - Vaporização: esse método é subdividido em outros três: Ebulição, 
quando o líquido é aquecido a altas temperaturas e atinge sua 
temperatura de ebulição, passando do estado líquido para o gasoso. 
Calefação, quando o líquido entra em contato com uma chapa quente e 
muda rapidamente para o estado gasoso, neste caso a temperatura é 
menor que a da ebulição. Evaporação, este é um processo mais lento e 
com temperaturas mais baixas. É o que ocorre em nosso organismo 
através da pele e nas vias respiratória. 
 - Radiação: Estamos nos referindo às radiações eletromagnéticas, de 
forma bem específica: aos raios infravermelhos. Esta é a principal forma 
de dissipação de calor que utilizamos; cerca de 60%. Embora o calor 
produzido pelo nosso organismo seja centrado principalmente no fígado, 
músculos, cérebro, coração; a pele é o principal e mais competente 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
4 
veículo de troca de calor. Como alguns exemplos de recursos 
eletroterápicos, temos oinfravermelho; as microondas e as ondascurtas. 
 - Convecção: Caracterizada pela transferência de energia térmica 
através das partículas de determinado fluido. Há um deslocamento de 
partículas das regiões mais frias para as mais quentes e vice-versa. É o 
que ocorre numa sauna e no forno de Bier. 
 - Condução: Esta forma de condução caracteriza-se pela presença de 
contato entre a fonte de calor e o corpo receptor. Os principais 
exemplos na eletroterapia são as compressas quentes e frias. 
-Efeitos Fisiológicos 
 Tanto o calor quanto o frio, são bastante utilizados na Fisioterapia como 
recurso de tratamento. No entanto não é comum utilizar temperaturas abaixo 
de 0 oC, nem acima dos 45 oC, pois a utilização de temperaturas aos extremos 
pode ocasionar lesões irreversíveis. Temos como exemplo: As brotoejas, o 
edema, as cãibras, síncopes, exaustão, golpe térmico, queimaduras e outros. As 
três figuras abaixo mostram exemplos de algumas destas lesões. 
 
 
Congelamento da bocheca Lesão bolhosa Gangrena isquêmica 
 
 
 Comentaremos os efeitos fisiológicos do calor e do frio em relação aos 
seguintes pontos: sobre a dor; sobre o músculo; sobre a força; sobre a 
circulação; sobre o reparo tecidual e a extensibilidade do colágeno. 
 
- Sobre a Dor 
O calor tem demonstrado ser bastante eficiente como recurso para 
alívio da dor, no entanto, nem todos os tipos de dor podem ser diminuídas com 
o uso do calor. A dor produzida por um espasmo muscular geralmente é aliviada 
pelo calor provavelmente porque o calor age sobre as fibras musculares 
provocando relaxamento muscular, diminuindo o espasmo e assim melhorando a 
circulação sangüínea que vai retirar os catabólitos formados pelo espasmo, os 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
5 
quais são os responsáveis pela dor. Há pesquisas demonstrando também que o 
calor provoca analgesia devido ao aumento do limiar para a dor. 
 Em relação ao frio, fala-se que este retarda a condução dos nervos 
periféricos e que também produz o aumento do limiar da dor. 
 
- Sobre o Músculo 
 Devido ao fato do calor provocar aumento da elasticidade do colágeno, 
diminuição da viscosidade dos fluidos e relaxamento da musculatura, este tem 
uma ação muscular que pode ser usado como redutor de espasmo muscular. No 
entanto, é mais comum a aplicação do frio como recurso para diminuir o 
espasmo muscular. O problema é que nem sempre o frio é antiespasmódico, 
geralmente só é eficiente quando o espasmo foi originado depois da dor (um 
espasmo devido uma má postura geralmente não funciona; no caso de um 
espasmo a nível do trapézio devido um pinçamento de um nervo, é uma 
indicação). Como o frio é analgésico, vai haver a quebra do círculo dor-espasmo, 
ou seja, a ação do frio é uma ação indireta sobre o espasmo, pois age 
provocando o alívio da dor para diminuir o espasmo. 
 
- Sobre a força 
 De acordo com alguns estudos, o aumento da temperatura proporciona 
uma diminuição na força e na resistência muscular. Em relação ao frio, é 
descrito que este provoca um leve aumento da força e do tônus muscular, no 
entanto se esta musculatura for trabalhada intensamente após o resfriamento, 
devido à diminuição da irrigação sangüínea, esta fica mais vulnerável a lesões. 
 
- Sobre a Circulação 
 O calor tende a aumentar a circulação de determinada área devido a dois 
mecanismos: o primeiro é devido ao relaxamento da musculatura esquelética e 
dos vasos sangüíneos, isto faz com que a resistência diminua e o fluxo aumente. 
O outro mecanismo, segundo alguns autores, é devido ao fato do calor 
estimular a liberação de histamina e bradicininas, e de forma indireta, 
aumentar o fluxo sangüíneo. Estes resultados obtidos pelo calor é benéfico, no 
entanto, em alguns casos, como numa reação inflamatória aguda, haverá uma 
facilitação para a formação de edema. 
 O frio na sua maioria tem um efeito inverso ao provocado pelo calor. É 
por esse motivo que o frio é usado como mecanismo para impedir a formação de 
edema, já que ele aumenta a viscosidade do sangue e provoca vasoconstricção. 
Além disso diminui o fluxo sangüíneo na área aplicada. 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
6 
- Reação Inflamatória 
 A ação do frio sobre a reação inflamatória é a de parar a reação. Sendo 
a reação inflamatória um mecanismo importante para o organismo, ele não deve 
ser parado e sim controlado, já que uma reação inflamatória intensa irá 
destruir tecido numa quantidade além do que seria necessário. Esse é um dos 
motivos de haver pausas durante a aplicação da crioterapia, ou seja, para 
permitir que a reação inflamatória ocorra, mas de forma controlada. Outro 
motivo da pausa é para evitar morte tecidual por hipoxia. Fica claro então que a 
ação do frio sobre a reação inflamatória é de controle. Isto ocorre devido a 
diminuição do metabolismo celular, e ao aumento da viscosidade dos tecidos, o 
que dificulta a diapedese. 
 O calor, devido ao fato de promover aumento do metabolismo, diminuição 
da viscosidade dos tecidos e vasodilatação, é um recurso que aumenta a reação 
inflamatória. 
- Reparo Tecidual 
 O calor promove um aumento na velocidade das reações químicas; desvia 
a curva de saturação do oxigênio para a direita; o que aumenta a quantidade de 
O2 disponível para o tecido, aumenta o metabolismo celular, e tudo isto 
aumenta a velocidade do reparo tecidual. É evidente que estes fenômenos só 
ocorrem se o sistema circulatório adjacente à lesão estiver íntegro. 
 O frio não trás nenhum benefício ao reparo tecidual, pelo contrário, vai 
retardá-lo. 
 
- Extensibilidade do Colágeno 
 Tem-se encontrado na literatura que o colágeno torna-se mais extensível 
quando é aquecido. Isto tem uma aplicação direta sobre os alongamentos e as 
manipulações de cicatrizes ou aderências pós cirúrgicas. 
 O frio tem mostrado efeito inverso. 
 
 Todos estes efeitos fisiológicos do calor estão fundamentados nos 
efeitos físicos: aumento da temperatura; expansão do material; mudança de 
estado físico; aceleração das reações químicas e redução da viscosidade dos 
fluidos. 
 
1.2 Teoria da Comporta da dor e os Opióides 
 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
7 
- Introdução 
Vamos falar de um dos mais importantes sintomas que acomete o ser 
humano: a dor. Poucas coisas são tão desagradáveis e tão importantes quanto a 
dor. Alias, este é o objetivo do organismo: a dor tem que ser muito 
desagradável, e é por isso que ela é fundamental. 
 A dor é uma sensação bem pessoal, ou seja, uma mesma intensidade de 
estímulo doloroso pode representar mais dor em uma pessoa do que em outra; 
isto ocorre porque a dor está relacionada a fatores religiosos, culturais, da 
própria sensibilidade do paciente etc. 
 A dor também tem uma característica interessante: através dela 
sabemos se está ocorrendo uma lesão aguda ou crônica, se a dor for 
respectivamente em pontada ou em queimação. Existem também outros tipos 
de dor como aquela presente em alguns pacientes com hipocondria e 
somatização. 
 Por fim, não vamos discutir todos os aspectos da dor. Quero dar ênfase 
a dois dos vários mecanismos de inibição da dor, já que serão a base para o 
entendimento de como alguns recursos eletroterápicos conseguem inibir a dor. 
 
- Teoria da Comporta 
 Segundo relatos históricos, esta teoria surgiu a partir do objetivo de 
explicar porque instintivamente as pessoas quando machucadas alisam a região 
afetada e obtêm analgesia; porque os animais quando sentem dor ou quando 
seus filhotes apresentam sinais de dor, passam a língua estimulando 
mecanicamente a região afetada, e obtêm alívio. Ou seja, esta teoria explica 
que quando se faz uma estimulação mecânica específica na superfície docorpo, 
este mecanismo inibe a dor através de um suposto “portão” da dor. 
 
 Esta teoria funciona da seguinte forma: 
Em 1965 Ronald Melzack e Patrick Wall, pesquisadores, destacam dois 
aspectos na percepção da dor: Primeiro, a dor não é uma simples descarga de 
estímulos produzidos pelo nosciceptores mas uma resultante dos estímulos 
gerados por vários tipos de receptores sensoriais. Segundo, a dor também está 
sugeita a controles diversos provenientes do SNC. Isto mostra a possibilidade 
de podermos controlar a dor, já que existem tantos mecanismos que podem 
atuar de forma inibitória ou excitatória nesta via. 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
8 
Vejamos a figura abaixo: 
Figura 1-1: Sistema representativo da teoría da comporta da dor. 
 
 Na figura 1-1, as vias Aδδδδ e C representam as fibras que conduzem os 
estímulos provenientes dos nosciceptores até a medula. A via Aββββ são as fibras 
que conduzem os estímulos provenientes dos mecanoceptores. É importante 
lembrar que estas vias têm algumas características importantes que podem ser 
vistas no quadro apresentado na figura 1-2 abaixo: 
 
 Função Mielina/Condução Diâmetro 
TIPO A 
Alpha Nervo motor 
Propriocepção 
Sim, 100m/s 20µm 
Beta Toque, motor 
Às vezes dor 
Sim, 50m/s 10µm 
Gamma Motor, Músculos Sim, 20m/s 6µm 
Delta Dor 
Temperatura 
Sim, 15m/s 2µm 
TIPO C Dor Não, 1m/s 0.5µm 
 
Figura 1-2: Quadro demostrativo das características dos vários tipos de fibras nervosas. 
 
 Observar a diferença entre as vias Aδδδδ/C e a via Aββββ em relação ao 
diâmetro, velocidade de condução e mielinização. 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
9 
 Quando a dor proveniente dos nosciceptores trafegam pelas vias Aδδδδ/C, 
entra pelo corno posterior da medula e vai fazer sinápse excitatória com a 
célula T e esta vai transmitir o impulso até o cérebro, que vai transformar esta 
informação em sensação de dor. Além desta ação direta da via da dor sobre a 
célula T, existe um interneurônio na substância gelatinosa, que também recebe 
estímulo da via da dor para atuar de forma excitatória sobre a célula T. 
 Quando o estímulo é proveniente dos mecanoceptores, caminhando pela 
via Aββββ, o estímulo se propaga e atua sobre a célula T de forma também 
excitatória, no entanto, como ocorre na via da dor, existe um interneurônio na 
substância gelatinosa, que também exerce efeito nesta via, só que de forma 
inibitória sobre a célula T. 
 As características principais desta via da comporta da dor, é que quando 
estimulada, produz analgesia rápida. No entanto, a analgesia tem sua duração 
limitada ao estímulo, ou seja, quando o estímulo que excita a via da comporta 
acabar, a analgesia rapidamente diminue. 
- Via dos Opióides 
 O assunto sobre analgesia promovido por opióides é um assunto muito 
complexo que pra ser discutido necessitaríamos de um embasamento 
Bioquímico; farmacológico e fisiológico bastante amplo. Mas podemos defini-la 
como todas as drogas naturais ou sintéticas semelhante à morfina. Quando se 
fala em naturais, incluem-se alguns peptídeos endógenos como encefalinas e 
endorfinas. É aí que nos enteressa o assunto: já que possuímos este recurso 
que pode ser liberado pelo próprio organismo, podemos induzir a liberação e 
com isso promover a analgesia. 
 A presença dos opióides na circulação leva a algumas alterações 
importantes, como: 
 
Efeitos Periféricos 
Diminuição de peptídios mediadores: bradicinina, substância P 
Diminuição de edema 
Diminuição de hiperalgesia induzida pelas prostaglandinas 
Efeitos Medula 
Diminue a transmissão mediada pelas substância P, das fibras 
C para o segundo neurônio 
Bloqueia a somação de potenciais excitatórios pós-sinápticos 
e previne a expansão do campo receptivo a nível de corno 
posterior da medula 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
10
 
 
 A via dos opióides tem a seguinte característica: trás bons resultados 
quando a dor é intensa e constante; a estimulação desta via a intervalos 
constantes trás mais resultado do que quando estimulada nos momentos de dor 
intensa. 
 
 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
11
2. RECURSOS ELÉTRICOS 
 
 Entendamos como recursos elétricos, todo o embasamento teórico das 
correntes utilizadas na eletroterapia, seus efeitos sobre os tecidos e por fim a 
utilização dos recursos como corrente Farádica, Galvânica, Tens Russa, etc. 
 
2.1 Resposta dos nervos e músculos aos estímulos elétricos 
 Antes de começarmos estudando todos os recursos elétricos 
disponíveis, é fundamental saber como os nérvos e os músculos se comportam 
diante dos estímulos elétricos. 
- Despolarização de uma fibra nervosa e de uma fibra muscular 
 Vamos analisar como ocorre a despolarização destas fibras. A 
despolarização não difere tanto de uma para outra, no entanto, existe um fator 
que gostaria de chamar atenção e que é o objetivo deste tópico: as fibras 
nervosas se adaptam mais rapidamente aos estímulos, doque as fibras 
musculares. Por que isto ocorre? 
 
 As fibras nervosas: 
 As fibras nervosas mantêm um potencial de repouso cujo valor fica 
próximo dos -70mV. Este potencial é mantido por um gradiente elétrico e um 
gradiente de concentração. 
 Quando estas células recebem algum estímulo, os canais de Na+ são 
abertos, fazendo a ddp de -70mV aumentar. Quando este estímulo é suficiente 
(atingiu o limiar), isto pode chegar 
a -55mV ou mais, e aí os outros 
canais de Na+ que são dependentes 
desta voltagem, se abrem e começa 
o potencial de ação. 
 A abertura dos primeiros 
canais de Na+, no entanto, não 
dependem apenas da intensidade do 
estímulo, dependem também do 
tempo em que este estímulo vai 
passar atuando. Analisemos a 
figura 2-1 : 
 
 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
12
 Olhando o traçado vemos que quanto mais tempo o estímulo passar 
atuando, menos intensidade de estímulo será necessário para despolarizar a 
fibra. Na realidade, não utilizamos tempos de exposição menores do que 50µs, 
já que para tempos menores que este seria necessário uma intensidade de 
estímulo muito grande, o que provavelmente lesionaria a fibra ou algum tecido 
adjacente. 
 Por outro lado observamos um comportamento no traçado que 
denominamos reobase. Reobase é a quantidade mínima de estímulo necessário 
para promover a despolarização de uma determinada célula, independente do 
tempo de atuação do estímulo. Ou seja, a partir de 200 ou 300µs não 
conseguimos mais diminuir a quantidade de estímulo necessário para promover 
a despolarização. 
 Existe ainda uma outra consideração a fazer, que está relacionada ao 
tempo de subida do estímulo. Observe a figura 2-2. 
 
Figura 2-2. curva representando um estímulo com tempo de subida 
 
 A célula nervosa responde a estímulos de curta duração porque sua 
resposta é muito rápida ao estímulo, e é exatamente por este motivo que esta 
célula não é despolarizada com estímulos cujo tempo de subida seja lento. Há 
uma compensação que resulta no aumento do limiar de excitação desta célula, 
por isso, quando a intensidade do estímulo for aumentando de forma gradual, 
por exemplo, passar 30ms para atingir o valor estipulado como limiar de 
excitação, a célula não vai mais despolarizar porque seu limiar de excitação 
aumentou. 
 
 As fibras musculares: 
 As fibras musculares também despolarizam semelhantemente às fibras 
nervosas, sendo que neste caso, alguns íons como o Ca+2 são muito importantes. 
O que torna a despolarização do músculo diferente é o fato de o influxo de Na+ 
ser mais lento quando a célula é estimulada, se comparamos com acélula 
 
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nervosa. Como resultante isto torna a célula mais “difícil” de ser despolarizada, 
ou seja, para que o influxo de Na+ seja suficiente a ponto de dar uma queda no 
potencial de membrana e gerar uma despolarização, é preciso que o estímulo 
sobre a célula seja longo. 
 Sendo assim, a Figura 2-1 para representar o comportamento de uma 
célula muscular teria sua curvatura mais para a direita, ou seja, o tempo mínimo 
de duração do pulso seria em torno de 30ms e a Reobase seria muito mais 
longa. Dá para concluir que a Reobase é um valor característico de cada célula. 
 Se fizermos uma comparação do comportamento das características 
necessárias para promover a despolarização de uma fibra muscular e de uma 
fibra nervosa, concluiríamos: para despolarizar uma fibra nervosa precisamos 
de pulsos com larguras maiores que 50µs e menores que 300µs. Valores 
maiores que este, não promoverão nenhuma diferença. Já para despolarizar 
uma fibra muscular precisamos de pulsos com largura maiores que 30ms. Para 
as fibras musculares o pulso tem tempo de subida, mas para as nervosas se 
houver, este tempo não pode ultrapassar os 30ms. 
- Fatores que influenciam na força de contração de um músculo 
 Vamos discutir três fatores que são responsáveis pelo aumento da força 
de contração de um músculo: a intensidade do sinal; a freqüência do sinal e a 
largura de pulso do sinal. 
 Intensidade: a intensidade cuja unidade pode ser dada em mA ou volts é 
um fator que influencia na força muscular devido ao recrutamento das fibras 
produzido pelo aumento da intensidade. Quanto maior a intensidade, maior será 
o número de fibras recrutadas, e assim, maior será a força. Vamos fazer uma 
analogia: 
“Supomos que temos um navio daqueles antigos em que a propulsão era 
feita através de mão de obra escrava, ou seja, tínhamos um número de 
escravos (vamos supor 100) de um lado e mais 100 do outro, e todos possuíam 
um remo em suas mão.” 
Uma forma de fazer este barco funcionar seria ordenar 20 escravos 
trabalharem remando de um lado e mais 20 escravos trabalharem remando do 
outro. No entanto, se quisermos fazer este barco ter mais força, podemos 
ordenar que mais escravos trabalhem até que todos estejam trabalhando e 
assim a força é máxima. 
É assim que o cérebro trabalha: para aumentar a força muscular ele 
utiliza como primeiro recurso, o aumento da intensidade do estímulo nervoso 
sobre o músculo e conseqüentemente recruta mais fibras. 
 
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Freqüência: Após o recrutamento do número máximo de fibras, o meio 
mais eficiente de aumentar a força muscular é através do aumento da 
freqüência do estímulo. Agindo assim, estamos sobrecarregando a fibra 
selecionada, estamos fazendo ela trabalhar mais. Se voltarmos à analogia do 
navio movido à remo, seria o seguinte: após todos estarem remando, o próximo 
passo é que todos remem mais rápido! 
Quero chamar a atenção que a seqüência correta utilizada pelo cérebro 
para aumentar a força muscular é: aumentar a intensidade do estímulo para 
recrutar o máximo de fibras e depois aumentar a freqüência para aumentar o 
trabalho de cada fibra. 
Nos procedimentos utilizados na eletroterapia, geralmente o que se faz 
é o inverso: primeiro selecionamos uma freqüência alta e depois vamos 
aumentando a força em função do aumento da intensidade da corrente. É 
provável que este seja um dos fatores que fazem com que a eletroestimulação 
não seja significativamente tão importante quanto o exercício ativo no ganho 
de força. Ê fácil observar que nesta seqüência, estaremos sobrecarregando as 
fibras que estão sendo selecionadas. Como o paciente vai relatar dor, 
estaremos trabalhando só uma pequena camada muscular. 
Largura de pulso: Nosso cérebro não utiliza outro recurso para aumentar 
a força muscular além do aumento da intensidade do estímulo e do aumento da 
freqüência. No entanto, quando utilizamos a eletroestimulação, percebemos que 
a largura de pulso (tempo em que a corrente passa agindo no organismo) 
também é outro fator que pode influenciar na força do músculo. Consultando a 
Figura 2-1, vista anteriormente, observamos que o aumento da largura de pulso 
é tão importante, que conseguimos uma queda drástica nos valores da 
intensidade necessária para estimular a fibra, até a Reobase. 
Concluindo sobre qual deve ser o procedimento mais adequado para um 
protocolo de ganho de força muscular, podemos tomar a seguinte decisão: 
primeiro utilizamos correntes com largura de pulsos grandes (não 
ultrapassando a reobase), pois com isso conseguimos obter o mesmo efeito 
fisiológico com intensidades menores (o que provoca menos incômodo no 
paciente). Posteriormente, vamos aumentar a intensidade até que o máximo de 
fibras sejam recrutadas (lembrando neste momento a importância do ponto 
motor). E só quando estes passos estiverem sido dados é que vamos aumentar a 
freqüência para obtermos aumento de força. 
 
 
 
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2.2 Características e propriedades das correntes elétricas 
 O estudo das correntes elétricas nos tecidos humanos revela que vários 
fatores, os quais estão descritos um a um logo abaixo, influenciam na 
intensidade da resposta do tecido. Além disso, vamos definir o que é corrente 
no organismo, pois difere da definição de corrente em um condutor elétrico, ou 
seja: corrente elétrica no organismo refere-se ao fluxo iônico quando o tecido 
é submetido a uma diferença de potencial elétrico. Este fluxo é bidirecional 
mesmo quando a corrente é direta (um pólo é sempre negativo e o outro é 
sempre positivo), pois os cátions irão em sentido do eletrodo negativo e os 
ânions em direção do eletrodo positivo. 
 Vamos comentar agora sobres cinco fatores que influenciam na 
intensidade da resposta do tecido: 
 
- Voltagem; Resistência; Capacitância e impedância 
 Voltagem: Sempre que pomos duas cargas afastadas e entre elas existir 
uma diferença no valor das cargas, dizemos que existe uma diferença de 
potencial (ddp). Esta diferença de potencial cria um campo elétrico entre as 
cargas, de modo que qualquer partícula carregada colocada neste meio, irá ser 
deslocada em direção a uma das cargas. A unidade que representa esta ddp é o 
volt (V), e Voltagem é um termo utilizado para se referir à diferença de 
potencial. Ex: 10 volts é uma voltagem; 10 é a ddp. 
 Em nosso tecido, quanto mais aumentamos a voltagem, mais o paciente 
relata uma sensação de dor. Na realidade este comportamento pode ser visto 
na Figura 2.3 abaixo, onde vemos que quando aplicamos determinado estímulo 
sobre o tecido, a primeira despolarização ocorre no sistema sensorial em forma 
de sensação de formigamento, o aumento da voltagem produz a contração 
devido a estimulação do nervo motor e em seguida a sensação de dor intensa. 
 
 
 
 
 
Figura 2.3. relação entre intensidade e duração de pulso 
relacionada à seqüência de estimulação dos sistemas 
 
 
 
 
 
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 Resistência: É a qualidade apresentada pelos corpos, caracterizada pela 
oposição feita à passagem da corrente que passa por eles. Observando a 
fórmula seguinte: 
onde R é a resistência, ρ a resistividade, L o comprimento do condutor e S a 
área do condutor, concluímos que vários fatores influenciam na resistência 
apresentada pelos corpos. Esta resistência tem seu valor expresso em Ω 
(ohms), e não varia independente de a corrente que passa por ele ser contínua 
ou alternada. Ex.: se um condutor submetido a uma corrente contínua cuja ddp 
seja de 60v, tiver uma resistência de 60 Ω, então a corrente que vai circularpelo condutor, segundo a lei de ohm, é 1A. 
 
 Capacitância: Antes da definição da capacitância, vamos falar da 
importância desta. Nosso tecido é uma estrutura bastante complexa, se 
visualizado microscopicamente. Quando medimos sua resistência, encontramos 
valores próximos dos 300k Ω, valor este que varia para mais ao passar do 
tempo. Este comportamento é o mesmo quando fazemos a leitura da resistência 
de um capacitor. Na realidade, nosso tecido apresenta as duas propriedades: 
resistência e capacitância. 
 Capacitância é a propriedade que têm os materiais isolantes de quando 
submetido a uma ddp, acumular esta energia. Esta capacitância é medida em µF 
ou em pF (micro farads ou pico farads). 
 
 Impedância: Esta é caracterizada pela oposição ao fluxo de corrente no 
tecido, devido à resistência, indutância e capacitância apresentada pelo mesmo. 
É uma “resistência” que varia com a freqüência da corrente. Na realidade, a 
componente indutiva não tem valor significativo no tecido; a resistência não 
varia, o que importância é a capacitância. Observando a equação seguinte 
vemos: 
 
 Xc é a impedância, f a freqüência e C a reatância capacitiva. Ou seja, a 
impedância é um fator que depende inversamente da freqüência e da reatância 
capacitiva. Sabendo que diminuindo C, implica na diminuição da impedância, 
estamos agora diante de um mecanismo que pode facilitar o uso da corrente 
 
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elétrica sem que o paciente sinta tanto incômodo. Como baixar a impedância? 
Aumentando a freqüência da corrente! 
 Por que quando a impedância do tecido cai, a corrente provoca menos 
incômodo? Porque é possível obter a mesma corrente com uma voltagem menor; 
e o que provoca dor no paciente é o uso de voltagens elevadas encima dos 
receptores. 
 
2.3 Os eletrodos e suas propriedades 
 Os eletrodos são componentes utilizados para fazer a acoplagem entre 
os equipamentos elétricos e o tecido do paciente. Sem ele, o acoplamento não 
seria eficiente. Existem vários tipos de eletrodos, e cada um deles se adequa a 
uma condição específica. Uns são mais adequados para determinadas condições 
de tecidos, outros mais adequados para determinadas correntes etc. Vejamos 
alguns. 
- Tipos 
 Eletrodos de borracha siliconada: 
 Estes são os eletrodos mais utilizados atualmente. Suas vantagens são: 
apresentam uma boa condução; têm uma durabilidade indeterminada, se for 
conservado de forma adequada; um baixo custo e se acoplam com facilidade aos 
tecidos. Embora apresentem alguma desvantagem: é preciso de gel e fita 
adesiva, o que aumenta o custo; necessita também de uma mão de obra mais 
demorada para colocação. 
 
 Eletrodos de Metal: 
 São eletrodos já bem antigos pouco utilizados atualmente. Apresentam 
várias desvantagens: têm um preço elevado, têm uma durabilidade reduzida, 
principalmente se não forem bem cuidados, são pesados e de colocação difícil, 
a não ser aqueles que funcionam por sucção. 
 
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 Eletrodos descartáveis: 
 São eletrodos muito utilizados principalmente para coletar sinais 
elétricos do organismo, como por exemplo, em exames de ECG. São de fácil 
colocação, não precisam de gel ou fita adesiva, são de baixo custo. Suas 
desvantagens é que geralmente apresentam uma pequena área de contado, e só 
devem ser usados uma vez. Sua utilização é comum com o TENS. 
 
 Eletrodo tipo caneta exploradora: 
 
 
 Este eletrodo é bastante utilizado quando o objetivo é a estimulação de 
áreas bem pequenas e específicas. Em caso de paralisia facial periférica, 
utilizamos este tipo de eletrodo para estimular cada músculo facial acometido. 
Como a área de contato destes tipos de eletrodos é bem pequena, o efeito 
fisiológico só ocorre em baixo deste, e não ocorre em baixo do eletrodo de 
referência. 
 
 Eletrodo esponjoso: 
 
 
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 Este tipo de eletrodo é o recomendado para ser utilizado com correntes 
polares, principalmente a corrente galvânica. É caracterizado pelo fato de 
haver uma esponja embebida com água (aconselha-se soro fisiológico) contendo 
dentro da esponja um eletrodo que pode ser de metal ou de borracha. Este 
eletrodo diminui a resistência da pele por aumentar a área de contato e por 
aumentar a umidade. 
 
- Propriedades (Tamanho, Distância e Posicionamento) 
 Muitos dos problemas que surgem quando se tenta promover uma 
eletroestimulação, deve-se a fatores muito simples relacionados aos eletrodos, 
por isso vamos discutir três abaixo: 
 Tamanho: existe alguma diferença entre aplicar os eletrodos seguindo a 
disposição da figura A e os eletrodos da figura B? 
 Na realidade a diferença é bem grande. Vamos considerar o seguinte: os 
eletrodos grandes têm uma área de 10cm2, e o pequeno tem uma área de 1cm2; 
Supomos também que para despolarizar uma determinada fibra nervosa 
precisaríamos de um densidade de corrente de 1mA/cm2. 
Então no caso da figura A, se regularmos o equipamento para que aplique 
uma corrente de 10mA, teríamos como mostra a figura abaixo, uma densidade 
de corrente de 1mA/cm2, suficiente para obter o efeito fisiológico embaixo 
dos dois eletrodos. 
 
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 Já no caso da figura B, se regularmos o equipamento para que aplique 
uma corrente de 10mA, teríamos como mostra a figura abaixo, uma densidade 
de corrente de 1mA/cm2 no eletrodo grande, suficiente para obter o efeito 
fisiológico, mas teríamos uma densidade de corrente de 10mA/cm2 embaixo do 
eletrodo pequeno. Suficiente para queimar o paciente ou provocar outro tipo de 
lesão. Para que isso não ocorresse, teríamos que baixar a corrente no 
equipamento para evitar os danos e conseqüentemente, só teríamos efeito 
debaixo do eletrodo pequeno. Veja figura abaixo. 
 No entanto, este tipo de configuração às vezes torna-se adequado 
quando queremos fazer um estímulo em uma região específica como ocorre no 
caso da paralisia facial periférica. Aplicamos um eletrodo de referência 
próximo da face e um eletrodo explorador, responsável pelo estímulo em algum 
músculo da face. Como só queremos o efeito no músculo da face, optamos pela 
diminuição do eletrodo explorador. 
 
 Distância: 
 A distância é um fator também muito importante quando vamos colocar 
os eletrodos. Conforme visualizamos na figura acima, a resistência R depende 
do comprimento do condutor (distância entre os eletrodos). E observamos 
 
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também na fórmula de ohm, que quanto maior a resistência R, maior será a 
tensão que devo utilizar para continuar obtendo a mesma corrente. 
 O que acontece é que quando aumentamos a tensão no equipamento, 
provocamos maior incômodo no paciente pois a possibilidade de lesão aumenta 
com o aumento da tensão, por outro lado, se baixarmos a corrente, deixamos 
de obter o efeito fisiológico provocado por ela. A solução correta é diminuir a 
resistência, e para isso, devemos aproximar os eletrodos o máximo possível. 
 
 
2.4 Corrente Galvânica 
 A corrente galvânica é uma corrente que tem as características de uma 
corrente direta. Vamos primeiro fazer uma definição da corrente direta. 
Observe primeiro a figura: 
 
 
 Todas as vezes que temos uma fonte de corrente elétrica com 
polaridades fixas, ou seja, um pólo só positivo e outro só negativo, e fazemos 
uma apresentação gráfica do comportamento da corrente , obtemos o gráfico 
acima. Quando isto ocorre estamos diante de uma corrente classificada como 
corrente direta ou corrente contínua. Como definição podemos dizer quea 
corrente direta é uma corrente cuja intensidade se mantém constante em 
função do tempo. O exemplo mais comum é o da bateria de uma carro. 
 O que é a corrente galvânica? Na prática, esta corrente é a mesma 
corrente direta. No entanto, existem alguns equipamentos (que não são muito 
comuns) que produzem uma corrente chamada EGAV (estimulação galvânica de 
alta voltagem) e que pelo fato de ser pulsátil, não tem nada a ver com a 
corrente direta. 
 Os equipamentos que dispomos hoje no mercado são bastante simples, de 
forma que os controles que temos de operar, geralmente não passam do: 
controle de intensidade (mA) e controle de tempo (min). 
 
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- Eletrólise produzida pela corrente galvânica no tecido 
 Vamos observar o desenho abaixo: 
 Vemos que quando colocamos eletrodos para aplicar uma corrente polar 
forte sobre o tecido, provocamos embaixo destes eletrodos a formação de 
ácido embaixo do positivo e uma base embaixo do negativo. É sabido também 
que essa base é mais irritante que o ácido e conseqüentemente o eletrodo 
negativo é mais irritante que o positivo. 
 
- Teoria de Cohen e a Osmose 
 A teoria de Cohen é uma das teorias que justificam o deslocamento da 
água no sentido do pólo positivo para o pólo negativo. Esta teoria afirma que 
quando fazemos circular água por uma rede de cavidades (como ocorre em 
nosso organismo), essa água começa a apresentar uma carga, esta carga é tão 
positiva quanto maior for sua constante dielétrica (que é o caso da água). Em 
outras palavras, a água é apolar, mas apresenta características positivas em 
nosso organismo, e isso faz ela ser atraída pelo pólo negativo. 
 A presença da força osmótica, deve-se ao fato de em geral, as cargas 
positivas presentes em nosso organismo estarem associadas a estruturas mais 
leves do que aquelas de cargas negativas. Devido a este fator, haverá um 
acúmulo de moléculas mais rapidamente no pólo positivo do que no pólo positivo, 
já que é mais fácil deslocar as moléculas positivas do que as negativas. Isso faz 
a água ir de encontro a região de maior concentração de soluto: pólo negativo. 
 
 
 
 
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- Indicações da Corrente Galvânica 
 A corrente Galvânica embora não seja muito utilizada atualmente, tem 
várias indicações em áreas bem específicas: Eletroendosmose, Iontoforese, 
Eletrólise capilar e analgesia. Vale também lembrar que as correntes polares, e 
esta principalmente, devem ser utilizadas com eletrodos esponjosos. 
 
 Eletroendosmose: 
 É o uso da corrente galvânica com o objetivo de promover o 
deslocamento de líquido de uma região para outra no tecido. Ou em outras 
palavras, facilitar a drenagem de edema. O uso desta corrente para facilitar a 
drenagem está apoiado nas duas teorias vistas anteriormente (teoria de Cohen 
e a osmose). 
 A técnica de aplicação consta do seguinte: com a utilização de eletrodos 
especiais (esponjoso embebido em água), colocamos o eletrodo positivo em cima 
do edema e o eletrodo negativo em uma região bastante vascularizada e mais 
proximal. O eletrodo deve ser de preferência, maior ou igual à área a ser 
drenada. A intensidade da corrente é aquela suficiente para promover um 
formigamento na pele do paciente (não ultrapassando 3mA), e deve durar de 10 
a 15 minutos. 
 Esta técnica não deve ser utilizada com o objetivo de resolver a situação 
de edema do paciente, mas com o objetivo de facilitar uma drenagem. 
 
 Iontoforese: 
 Este termo refere-se a utilização da corrente direta com o objetivo de 
facilitar a introdução de drogas via tecido cutâneo. A justificativa é que com a 
utilização de drogas polares, conseguimos aumentar sua penetração devido a 
presença da corrente elétrica, e também, relata-se que a corrente utilizada 
aumenta a permeabilidade cutânea. 
 Existem três vias pelas quais a droga vai penetrar: (1) – folículos pilosos; 
(2) – extrato córneo e (3) – os poros das glândulas sudoríparas. Esta terceira 
via é a principal delas, pois as outras apresentam uma impedância elevada á 
passagem da corrente. 
 A dose utilizada para introdução da droga na iontoforese, varia 
conforme alguns fatores: o tempo de aplicação, a intensidade da corrente e a 
carga do íon. A dose sugerida é de 80mA/min. Isto quer dizer que para passar 
20min, usaria no máximo 4mA. Já a densidade de corrente mais indicada fica 
em torno de 0,3 a 0,5 mA/cm2. 
 
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 Outros fatores como: as propriedades da droga, as características do 
equipamento utilizado para aplicação e as características do local da aplicação, 
são fatores que influenciam na penetração. A concentração utilizada é 
conseguida com uma diluição entre 1% e 10%. Os eletrodos devem ser do tipo 
esponjoso. 
A técnica para aplicação no entanto não é tão complicada, pois estes 
valores geralmente vêm determinados quando se adquire a droga para uso na 
iontoforese. Encontramos informações como: carga iônica, tempo de aplicação, 
corrente utilizada, diluição recomendada. Bastando a partir daí, colocar o 
medicamento em um dos pólos: se a carga do medicamento for positiva, 
colocamos junto com o pólo positivo, para que ele seja atraído pelo outro pólo e 
assim penetre na pele. Veja exemplo de aplicação de um medicamento com 
carga positiva, na figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eletrólise capilar: 
 Existem pêlos que são uns verdadeiros incômodos para algumas pessoas, 
seja por uma foliculite, seja por uma questão de estética, como é o caso da 
presença de pêlos em mulheres, na região do queixo, buço, pescoço, mamilos 
etc. 
 A depilação definitiva é bem conhecida através do laser, no entanto, a 
eletrólise capilar também é um recurso bastante eficiente. É um tratamento 
que pode demorar de 10 a 20 sessões e que consiste na cauterização do 
folículo piloso. Isso ocorre devido ao aquecimento provocado pela passagem da 
corrente, como também devido a presença de NaOH formado devido a 
presença de uma carga negativa constante dentro do bulbo. 
 
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 A técnica consta da utilização de um equipamento de corrente galvânica 
que contém um eletrodo (-) em forma de agulha sem ponta, de espessura 
aproximada ao do fio de cabelo, e um eletrodo (+) em forma de placa, que 
servirá como referência. Após a colocação do eletrodo de agulha dentro do 
folículo piloso (com a ajuda de uma pinça), regulamos a corrente para que 
provoque apenas um pequeno formigamento que vai durar em torno de 5s. Se o 
pêlo não sair com facilidade, é feita outra aplicação. 
 Após a retirada dos pêlos, o paciente voltará a outras sessões, cujo 
intervalo varia geralmente de 15 a 30 dias, para fazer uma nova retirada até a 
depilação definitiva. 
 É importante que antes de cada sessão, haja uma avaliação dos pelos; 
uma assepsia da região a ser tratada, e após a sessão, deve-se evitar a 
exposição ao sol e não deve utilizar outro método de depilação. Veja na figura 
abaixo a introdução da agulha no folículo piloso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Analgesia: 
 A função da corrente galvânica como analgésica não é bem explorada por 
não se saber seu mecanismo de ação, embora encontramos explicações que 
relatem duas explicações para este fenômeno: primeiro, se afirma que a 
corrente galvânica promove analgesia devido à hiperemia provocada por esta 
corrente, o que induz ao aumento da absorção de substâncias que poderiam 
estar causando esta dor; segundo, afirma-se também que esta corrente 
aumenta o limiar dos receptores. 
 A técnica de aplicação consta da colocação de dois eletrodos esponjosos 
embebido em água,sendo o eletrodo negativo colocado em cima do local da dor. 
 
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Colocamos uma corrente suficiente para provocar um formigamento leve. O 
tempo de aplicação fica em torno de 10 minutos. 
 
 
2.5 Corrente Farádica 
- Características da corrente 
 A corrente farádica é um tipo de corrente alternada que devido a 
algumas características, tem a propriedade de produzir contrações musculares. 
Observando a figura abaixo, vemos uma comparação entre a corrente 
alternada e a corrente contínua. A corrente alternada apresenta uma variação 
em sua intensidade, em função do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A corrente Farádica apresenta o mesmo comportamento da corrente 
alternada, sendo que sua largura de pulso tem menos de 10ms. Desde que este 
critério seja obedecido, podemos considerar corrente farádica qualquer forma 
de apresentação da corrente alternada, como vemos na figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Em nosso arsenal Fisioterápico, o que chamamos classicamente de 
corrente farádica, é um sinal retangular, ou 
trapezóide, como podemos ver na figura ao 
lado. Os equipamentos utilizados para aplicação 
destas correntes fornecem uma freqüência que 
geralmente não ultrapassam os 30Hz. 
 
 Esta corrente é uma das primeiras 
correntes utilizadas na fisioterapia com o objetivo de produzir contração 
muscular. Embora já tenhamos em mãos recursos mais avançados, que provocam 
menos incômodo e são bem mais eficiente quando se fala de contração 
muscular, ainda é bastante utilizada na eletroestimulação para manutenção de 
tônus; principalmente quando se trata de grupos musculares pequenos. 
 
 Método de Aplicação: 
 O método de aplicação é bem simples. Primeiro, o eletrodo utilizado pode 
ser tanto o de borracha de silicone com gel, quanto o eletrodo esponjoso 
embebido em soro fisiológico, já que a corrente farádica geralmente tem uma 
polaridade fraca. No entanto, se utilizarmos o eletrodo esponjoso; poderemos 
obter um resultado mais satisfatório. 
 A aplicação deve ser feita utilizando o eletrodo negativo no ponto motor 
do músculo a ser trabalhado e o eletrodo positivo o mais próximo possível, e no 
mesmo grupo muscular que se pretende trabalhar, conforme vimos no capítulo 
2.3, sobre eletrodos. 
 
- Indicações da corrente Farádica 
 As indicações desta corrente são bastante limitadas, já que podemos 
usá-la para produzir contração muscular apenas em pequenos grupos 
musculares, do contrário, não iremos conseguir um resultado satisfatório. 
 Sendo assim, uma utilização satisfatória é o uso desta corrente na 
paralisia facial periférica; outro uso é quando queremos fazer estimulação em 
grupos da mão (flexores dos dedos, extensores, adutores e abdutores). O uso 
desta corrente em grandes grupos musculares não é satisfatório porque o 
tecido apresenta uma alta impedância a esta corrente e conseqüentemente, o 
recrutamento das fibras fica diminuído, comprometendo a eficiência da 
contração. 
 
 
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2.6 Correntes Diadnâmicas 
Características da Corrente 
 Estas correntes criadas por Bernard desde 1929, foram criadas após a 
observação de que a corrente elétrica havia proporcionado benefícios em 
alguns casos, como a melhora de pacientes com problemas psiquiátricos; a 
diminuição da dor em caso de gota, quando o paciente era submetido a 
estimulação elétrica com o chamado “peixe elétrico” etc. 
 Sendo assim, Bernard decidiu utilizar a corrente da rede elétrica e 
através de uma técnica chamada retificação, produziu cinco tipos de correntes 
que ficaram conhecidas como: “correntes diadinâmicas de Bernard”. 
 Observe as figuras abaixo: 
 
 
 Primeiro vemos representado graficamente uma corrente senoidal. Na 
rede elétrica, essa corrente tem uma ddp de 220V e uma freqüência de 60Hz, 
embora em alguns locais ela tenha 50Hz. Após Bernard tratar essa corrente 
com um circuito retificador (como mostra as duas figuras seguintes) ele 
obteve os dois primeiros tipos das correntes de Bernard: A chamada Difásica 
DF, e a chamada Monofásica MF. 
 A partir destas duas correntes, Bernard deu origem a mais três 
correntes, que são apenas uma combinação destas duas, e são conhecidas como: 
CP, LP e RS, que veremos mais adiante. Antes vamos fazer alguns comentários 
sobre o que vimos. 
 Observando esta corrente, o que ela tem de características? Dá pra 
deduzir quais os efeitos fisiológicos mais prováveis? Vejamos: 
 
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 Vimos no capítulo 2.1, que quanto mais aumentamos a freqüência de uma 
corrente eletroestimuladora, maior é a força muscular. No entanto, quando 
passamos dos 100Hz, isso começa a diminuir, já que com freqüências muito 
elevadas, começamos a colocar pulsos no período relativo e depois no período 
absoluto de uma despolarização muscular. Sendo assim, consideramos que de 1 
a 100Hz, obtemos um aumento da força muscular, mas a partir disto, essa 
força vai diminuindo. 
 Vimos também que pulsos cujo tempo de subida seja muito elevado, da 
possibilidade de a célula nervosa sofrer um processo de adaptação cada vez 
mais eficiente, a ponto de larguras de pulsos grandes, não provocar 
despolarização nervosa. 
 Ainda fazendo mais uma observação, vimos quando falamos na corrente 
galvânica, que as correntes polares provocam eletrólise embaixo dos eletrodos 
e que quanto maior esta polaridade, maior é a eletrólise. 
 Agora vamos analisar as correntes diadinâmicas: 
 
Efeitos Fisiolóticos 
 
A corrente DF 
 
A corrente DF apresenta uma freqüência de 120Hz; tempo de subida de 
5mS e um sinal senoidal, além disso, é fácil ver que é uma corrente polar 
bastante forte. 
Com estas informações podemos dizer que dois efeitos fisiológicos são 
bastante significativos: aumento da irrigação sanguínea e analgesia. O motivo 
deve-se à sua polaridade forte, e a explicação porque este efeito ocorre é o 
mesmo utilizado para a corrente galvânica. A ação desta corrente sobre o 
músculo não é significativa, pois com esta freqüência, largura de pulso e 
formato do sinal, temos três fatores desfavoráveis para uma 
eletroestimulação muscular. 
 
 
A corrente MF 
 
 A corrente MF apresenta uma freqüência de 60Hz; tempo de subida de 
5mS e um sinal senoidal, além disso, é fácil ver que é uma corrente polar, 
embora não seja muito forte. 
 
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 Com estas informações podemos dizer que um efeito fisiológico é 
significativo: aumento do tônus. Embora a polaridade desta corrente não seja 
forte, podemos também considerar como efeito, um leve aumento da irrigação 
sanguínea. O aumento de tônus nesta corrente é possível porque a freqüência é 
60Hz, diferente da DF. 
 
 
A Corrente Curto Período CP: 
 
 Algumas pessoas que passaram a utilizar as correntes MF como terapias 
para aumento de tônus, indicaram como uma boa conduta a utilização 
antecipada da corrente DF para promover um aumento da irrigação sanguínea e 
analgesia local. É com esse objetivo que se utiliza a corrente CP: Promover os 
mesmos efeitos das correntes DF e MF juntos. 
 
 
 
A Corrente Longo Período LP: 
 
 Esta corrente tem os seus efeitos fisiológicos exatamente iguais ao da 
CP. No entanto, a tolerância a esta é maior do que com a CP, já que a mudança 
entre as correntes MF e DF é feita de forma gradual nesta corrente. 
 
 
 
Ritmo Sincopado: 
 
 Como as Correntes Diadnâmicas não são indicadas para a contração 
muscular, Bernard criou uma corrente chamada RS que é aplicada emmodo 
Burst, e dessa forma é possível promover um certo nível de contração 
muscular. Atualmente esta corrente não é a indicação correta para promover 
contração, mas esse é o efeito fisiológico dessa corrente. 
 
 
 
 
 
 
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2.7 O Eletrodiagnóstico 
 
Introdução 
 Existem várias doenças, vários distúrbios que culminam com uma 
fraqueza muscular e podem chegar à total atrofia destes músculos. Podendo 
estar associado também, a uma perda das sensibilidades. A avaliação do 
distúrbio apresentado é composta de várias opções, e uma delas é o 
eletrodiagnóstico. O Eletrodiagnóstico é um recurso de avaliação que tem como 
objetivo, captar os sinais elétricos produzidos pelos nervos e músculos; 
registrar, analisar e interpretar estes sinais e a partir dos resultados, concluir 
sobre a integridade do sistema neuromuscular. 
 O que será discutido neste capítulo não é exatamente um 
eletrodiagnóstico, e sim uma avaliação que podemos chamá-la de avaliação 
eletroterápica. Esta tem dois objetivos: (1) o primeiro é o de colher 
parâmetros para poder tratar o paciente, (2) e o segundo é poder verificar a 
evolução do paciente. Antes de falar em como realizar a avaliação 
eletroterápica, vamos ver uma classificação das lesões dos nervos periféricos. 
 
Lesões dos Nervos Periféricos 
 Vamos usar a classificação de Seddon para analisar os graus de lesões 
de um nervo periférico. Ver Tabela 2.7.1. 
 
Sunderland Primeiro grau Segundo 
grau 
Terceiro grau Quarto grau Quinto grau 
 
Seddon Neuropraxia Axonotmese Neurotmese Neurotmese Neurotmese 
Eletrofisiologia Bloqueio de 
condução 
Perda do 
axônio 
Perda do 
axônio 
Perda do 
axônio 
Perda do 
axônio 
Patologia Desmielinização 
segmentar 
Perda do 
axônio, 
estruturas de 
sustentação 
intactas 
Perda do 
axônio, com 
ruptura do 
endoneuro 
Perda do 
axônio, com 
ruptura do 
endoneuro e 
perineuro 
Perda do 
axônio, 
ruptura das 
estruturas de 
sustentação 
Prognóstico Excelente, 
recupera 
completamente 
em 2 ou 3 
meses 
Recuperação 
lenta. Tem 
que brotar e 
reinervar 
Protraída. Se 
o broto 
axonal for 
mau 
direcionado, 
a 
recuperação 
falha. 
Recupera 
provavelmente 
só com 
cirurgia. 
Só recupera 
com cirurgia. 
Tabela 2.7.1: classificação e graus de lesão de nervos periféricos 
 
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 A partir da análise da tabela 2.7.1, vemos que as lesões nervosas 
precisam de um tempo prolongado, a depender da lesão, para que volte a 
funcionar normalmente. Nesse tempo em que o nervo não está transmitindo os 
pulsos nervosos, e conseqüentemente não está mantendo a atividade muscular 
dentro dos padrões normais, é preciso que atuemos, no intuído de conservar o 
sistema músculo-esquelético nas melhores condições possíveis. É por isso que 
necessitamos da avaliação eletroterápica. 
 
Avaliação Eletroterápica 
 
Objetivos: 
 Reavaliações. Para acompanhar uma lesão nervosa e saber se está 
havendo ou não melhora do caso, podemos utilizar a avaliação eletroterápica. 
Para isso faremos estímulos nas regiões proximais dos nervos e observamos se 
existe estímulo muscular, que intensidade de estímulo, e que largura de pulso 
são necessárias para produzir este estímulo. A melhora de uma lesão pode ser 
constatada a partir do momento em que passamos a utilizar menos intensidade 
da corrente para produzirmos o mesmo estímulo. 
 Coleta de parâmetros. Para tratar o paciente com algum recurso 
eletroterápico, necessitamos saber de algumas características da corrente que 
será utilizada. Por exemplo, se for preciso promover uma eletroestimulação em 
algum músculo da face, e este músculo estiver acometido por uma lesão 
periférica do nervo facial, qual a intensidade que devemos utilizar para 
estimular o músculo? Na realidade não sabemos. Você pode dizer: estimulo até 
a contração! Mas e se a intensidade necessária neste caso for muito elevada, 
você não vai terminar danificando outro tecido? Aí você pode responder: 
quando o paciente começar a sentir dor eu paro! Mas será que a sensibilidade 
deste paciente está normal? 
 Não adianta. É preciso fazer a coleta de parâmetros. Esta coleta é feita 
na hemiface sadia. Utilizamos uma corrente para estimular a face sadia e 
anotamos todos os parâmetros necessários para isso: Intensidade, Largura de 
pulso, tipo de corrente. A partir daí, vamos para a hemiface acometida e 
utilizamos os parâmetros encontrados na hemiface sadia para tratar o 
paciente. Assim temos garantia que não iremos provocar nenhum dano ao 
paciente. 
 
 
 
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A Corrente Utilizada 
 Na realidade existem equipamentos específicos para se fazer uma 
avaliação eletroterápica, no entanto, podemos utilizar recursos mais comuns. 
Se o objetivo da avaliação for de acompanhar o paciente através de 
reavaliações, podemos utilizar um equipamento de corrente farádica. Se o 
objetivo for coleta de parâmetro, então a corrente utilizada deve ser a mesma 
que será utilizada para fazer o tratamento do paciente. Pode ser a própria 
farádica, FES, Russa etc. 
 
 
 
2.8 O BiofeedBack 
 
Introdução 
 Esta é uma palavra composta: 
Bio que está relacionado ao organismo, pois se trata do uso de um 
recurso no organismo humano e: 
Feedback. Este termo, na realidade, é a resposta proveniente de 
qualquer ação. Existe até uma classificação em feedback positivo e feedback 
negativo. Vamos dar dois exemplos: 
 
Ex1.: Se fizermos um experimento com um camundongo em uma gaiola e todas 
as vezes que ele pisar em uma plataforma, ele receber alimento, isso fará com 
que ele volte a pisar na plataforma. Essa resposta (o alimento) é chamada de 
feedback positivo, pois estimula o camundongo a repetir a ação. 
 
Ex2.: Se fizermos um experimento com um camundongo em uma gaiola e todas 
as vezes que ele pisar em uma plataforma, ele receber um pequeno choque, isso 
irá inibi-lo de voltar a pisar na plataforma. Essa resposta (o choque) é chamada 
de feedback negativo, pois inibe o camundongo a repetir a ação. 
 
 Podemos definir Biofeedback como sendo o mecanismo ou o recurso 
utilizado para dar condições ao indivíduo de aprender, ou reaprender 
determinada atividade através do autoestímulo. Vamos dar um exemplo 
simples de um mecanismo de Biofeedback: 
 Vamos pedir a um paciente que se encontra em um alto nível de 
ansiosidade, que tente controlar essa condição. Para isso, colocamos um sensor 
 
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no punho do paciente para medir a freqüência cardíaca e essa freqüência será 
mostrada em um monitor. Dizemos ao paciente que o objetivo dele é diminuir 
aquela freqüência cardíaca a níveis de 60 a 70 bpm. É claro que para isso o 
paciente vai acabar se desligando dos principais fatores responsáveis pela 
ansiedade e vai se concentrar na freqüência cardíaca e vai conseguir diminuir 
os batimentos. Esse mecanismo que acabamos de utilizar é chamado de 
Biofeedback. 
 
 Podemos utilizar esse recurso em várias ocasiões: 
a) ansiedade 
b) depressão 
c) dor de cabeça 
d) relaxamento muscular 
e) incontinência urinária 
f) incontinência fecal 
g) outros. 
 
 
A cima e à esquerda, temos um exemplo de um aparelho de Biofeedback. 
À direita, temos uma amostragem de um eletrodo na entrada da vagina 
com o objetivo de reeducação do assoalho pélvico. 
 
2.9 O F.E.S 
 
Introdução 
 Sempre que por algum motivo o paciente tem a função muscular 
comprometida, o destino desta musculatura é: encurtar, atrofiar e adquirir 
fibrose. Ou então, alongar, atrofiar. Isso vai dependerse esta musculatura é 
 
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agonista ou antagonista. Num quadro de hemiplegia, por exemplo, temos os 
flexores de punho encurtados e os extensores alongados. 
 Além do quadro muscular apresentado acima, o paciente que por um 
comprometimento muscular apresentar uma falta de mobilidade articular, vai 
adquirir também um quadro de rigidez articular, diminuindo o arco de 
movimento e dificultando a melhora do quadro. 
 Foi exatamente mediante esse problema, que foi criada a FES 
(Estimulação Elétrica Funcional). Ou seja, seria importante que um paciente 
que por perda parcial ou total da função muscular de agonistas e antagonistas 
de um determinado membro, tivesse uma eletroestimulação elétrica 
neuromuscular, não de forma isolada, e sim em agonistas e em antagonistas, de 
forma que não só garantisse a estimulação muscular, como a mobilidade 
articular. E esse foi o objetivo de se criar uma forma de eletroestimulação 
muscular: garantir uma estimulação funcional. 
 Hoje em dia existem outras correntes que conseguem realizar essa 
estimulação funcional, como é o caso da corrente russa, e outras. 
 
Características 
 A corrente conhecida como FES, não difere muito da corrente farádica 
ou outro tipo de corrente que possa promover contração muscular. Na 
realidade, o que caracterizou o FES, foi o fato do equipamento produzido 
conseguir aplicar uma corrente no músculo de forma que se pudesse fazer 
flexão e extensão dos músculos de forma alternada. Essa propriedade do 
equipamento deu a ele o nome FES, por ser uma estimulação funcional. Sendo 
assim, vamos mostrar como podem ser as correntes encontradas no FES. 
 
 
 
 
 
 
 Estas formas de correntes já foram mostradas no capítulo 2.5 e estão 
sendo mostradas novamente porque o recurso FES pode usar qualquer uma 
destas correntes, inclusive uma de forma retangular, que não está sendo 
demonstrada nas figuras. O importante é que haja a opção de poder controlar a 
freqüência desta corrente num intervalo de 1 a 100 Hz, pois é nesse intervalo 
onde podemos obter contrações desde um abalo até a tetania. 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
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 Bom, nesse caso, parece que estamos diante de uma corrente farádica 
comum? Isso mesmo! Não há diferença. No entanto, vamos falar de mais 
algumas características: 
 Vamos supor que você queira aplicar um estímulo no quadríceps para 
ganho de força. Você programa dez minutos de aplicação, mas sabe que durante 
esse tempo, vai ter que dar algumas pausas para o músculo readquirir condições 
de funcionamento, ou então você lesiona a fibra muscular. O FES tem esse 
recurso. Ou seja, você pode determinar dez minutos de tratamento e 
programar quantas pausas terá durante o tratamento. Isso é feito através da 
chamada Rampa. 
 
 
 A figura acima mostra a Rampa. A rampa representa graficamente como 
a corrente se comporta durante todo o tempo de tratamento. Esta rampa 
apresenta características importantes. Vamos descrevê-las em parágrafos: 
 
1. O tempo de subida; sustentação e descida; juntos representam o 
trabalho muscular, ou seja, o tempo em que o músculo está sendo 
submetido à ação da corrente. 
2. A pausa representa o tempo em que o equipamento ficará desligado, 
permitindo a recuperação do músculo. É importante lembrar que esse 
ciclo ocorrerá várias vezes durante o tempo de tratamento. 
3. A pausa nunca deve ser menor do que o tempo de sustentação. 
4. Se quisermos fazer uma sobrecarga grande em um músculo, fazemos o 
trabalho maior do que a pausa. 
5. Se quisermos fazer uma sobrecarga pequena, fazemos uma pausa 
grande e um trabalho pequeno. 
 
 Essas regras são básicas. Precisam ser obedecidas sempre! Mas quais os 
tempos que daremos para cada parte da rampa? Na verdade, não existe uma 
tabela para cada patologia, mas existem condições que nos permitem 
determinar para cada caso, o tempo ideal das partes da rampa. Vejamos: 
 Um determinado paciente vai passar por uma eletroestimulação para 
obter aumento de tônus. Vamos dizer que este paciente é hemiplégico. Não 
 
Prof. Alberto Monteiro Peixoto Apostila do Curso de Eletroterapia Versão 1.0 
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podemos determinar o tempo de cada parte da rampa em função da patologia. 
Precisamos analisar a condição muscular; vascular; emocional; da impedância da 
pele etc. Ou seja, para cada caso, mesmo com a mesma patologia, pode ser 
necessário parâmetros totalmente diferentes. É necessário então, que seja 
feita uma avaliação com a aplicação do estímulo para determinarmos o tempo 
ideal para aquele músculo. Pode ser que um trabalho de 20 seg. seja pouco pra 
um determinado músculo em boas condições, ou seja muito, para um outro 
músculo mais debilitado, mesmo em pacientes com a mesma patologia. 
 Por isso, o melhor procedimento a seguir é: faça uma avaliação da 
condição muscular do paciente, aplique a corrente respeitando os 5 parágrafos 
apresentados acima, não deixe o músculo fadigar. 
 Agora vamos falar de uma outra característica do FES: O modo Síncrono 
e o modo Recíproco. São estes dois modos que tornam este recurso funcional. 
 Estes modos têm haver com o modo em que os canais estão atuando: 
quando todos os canais estão atuando ao mesmo tempo, estamos usando o modo 
Síncrono e quando estão atuando de forma alternada, um de cada vez, estamos 
usando o modo Ressíproco. Mas quando usamos um ou outro? Vejamos a tabela 
abaixo: 
 
Modo aplicação Síncrono Recíproco 
2 canais no Agonista Contração Isotônica Não Indicado 
1 canal no Agonista e 1 
canal no antagonista 
Contração Isométrica Contração Isotônica com 
mobilidade articular 
 
 Como observamos na tabela acima, o modo recíproco só é indicado quando 
queremos fazer uma eletroestimulação funcional. Enquanto o modo síncrono é 
indicado tanto para uma eletroestimulação em músculos que precisam ser 
estimulados sem que haja uma mobilização articular (de forma isométrica) 
quanto em grupos musculares isolados. 
 
Indicação 
 A indicação da FES são os casos em que há necessidade de uma 
eletroestimulação muscular. E principalmente aqueles em que a 
eletroestimulação irá auxiliar num movimento. É o caso do paciente com 
hemiplegia. 
 E no caso de espasticidade, o FES é antiespasmódico? Na realidade, não. 
O que o FES pode fazer num caso de espasticidade é: se houver uma 
 
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musculatura antagonista que possa ser estimulada, e o estímulo produzir um 
aumento do tônus com conseqüente diminuição da espasticidade da musculatura 
agonista, o FES é um recurso que trará vantagens. 
 
 
2.10 TENS 
 
Introdução 
 O TENS é um recurso utilizado para promover analgesia. O uso deste 
recurso não é a solução da dor nem é eficiente em todos os casos, no entanto, 
se for aplicado de forma correta, durante o tempo necessário, trará analgesia 
para uma parte bastante significativa dos pacientes. 
 As características do sinal da corrente utilizada no TENS para promover 
analgesia é comumente similar ao que está sendo mostrado abaixo: 
 
 Esta figura não mostra um formato de pulso único utilizado pelo TENS, 
mas mostra que são bifásicos e assimétricos. Estas características dão ao 
TENS a vantagem de poder ser aplicado por períodos prolongados, sem que isto 
traga danos teciduais, devido à eletrólise. 
 Este recurso é bem conhecido e suas propriedades analgésicas vêm 
sendo estudada há bastante tempo. A estimulação elétrica vem sendo testada 
em camundongos inclusive para produzir anestesia geral, de forma que já 
sabemos que os principais mecanismos utilizados pelo TENS para produzir 
analgesia são através da “comporta da dor” e da liberação dos opióides. Ver 
capítulo 1.2

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