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Semântica e Lexicologia: Significado e Seleção Vocabular

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Semântica e Lexicologia
Definição
A semântica trata da significação das palavras, que podem estar isoladas ou contextualizadas. A diferença entre significado e sentido mais clássica é esta:
o SIGNIFICADO diz respeito à noção que a palavra apresenta (Um cachorro atravessou a rua.
Comprei um cachorro lindo.); 
O SENTIDO diz respeito à noção que a palavra pode apresentar: 
(Ele é chato pra cachorro). 
Já que tive um sonho, amanhã vou jogar no cachorro.
As palavras não só podem ter uma acepção primária, mas também diversas acepções; tudo dependerá do contexto. 
A princípio, quando pensamos em cachorro, imediatamente vem uma imagem à nossa cabeça: a de um cão, qualquer cão, um animal doméstico. Só que a semântica trata de todas as possibilidades de significação, envolvendo nosso conhecimento de mundo, experiência de vida e outros fatores extralinguísticos, como a região em que vivemos, a idade que temos, o grupo social ou profissional a que pertencemos etc. Tudo isso vai influenciar os
matizes da palavra. 
A palavra isolada tem um significado primário; no entanto, tem vários sentidos secundários dentro de contextos específicos.
Vale dizer também que, em nossa língua, gramaticalmente falando, há inúmeros fatores que podem alterar o significado das palavras, como:
– a acentuação gráfica/prosódia: sábia (mulher culta) e sabiá (ave);
– a posição da sílaba tônica: fabrica (paroxítona; forma do verbo fabricar) e fábrica (proparoxítona);
– o timbre: molho (/ô/; caldo) e molho (/ó/; conjunto de objetos unidos);
– o gênero: a rádio (emissora) e o rádio (aparelho);
– o acento grave (crase): “Chegou a noite.” (A noite chegou.) e “Chegou à noite.” (Alguém chegou à noite.);
– a posição de certas palavras: qualquer mulher (alguma mulher) e mulher qualquer (mulher sem valor) 
“Eu preciso aprender a ser só, e não a só ser.” (sozinho/somente);
– o contexto da conjunção: “Nós estudamos, mas não passamos.” (adversidade, oposição) e
“Não só jogo vôlei, mas faço natação.” (adição).
– o contexto da preposição: “Para mim, ele é um canalha.” (opinião) e “Não dá para sair hoje.” (possibilidade);
– o contexto do advérbio: “Fale mais!” (intensidade) e “Não fale mais!” (tempo).
– a pontuação: “Ele voltou logo, fiquei feliz.” (vírgula depois de logo, ideia de tempo) e “Ele voltou, logo fiquei feliz.” (vírgula antes de logo, ideia de conclusão);
– a regência: “João sempre implica com ela.” (zombar) e 
“Ela implicou em um assalto o namorado.” (envolver).
Mas... e a tal da lexicologia?”
A lexicologia trata do estudo do léxico vocábulo/palavra), basicamente quanto a sua formação e seu sentido, portanto esta parte da gramática está intrinsecamente ligada à
morfologia e à semântica. 
A formação de uma palavra começa a partir de “pedaços”
(chamados de morfemas) que a compõem, como radical, prefixo, sufixo e desinências. Esses morfemas se unem formando palavras. Existem vários processos de formação das palavras, como Derivação e Composição, mas deixaremos para ver isso melhor em Morfologia.
Ao conjunto de palavras damos o nome de vocabulário. O dicionário se ocupa exatamente disso. Fora dele, entretanto, as palavras passam a adquirir “vida própria”, afinal, elas não são vazias de significado. Portanto, a lexicologia se ocupa também das palavras em si e de seus sentidos. 
Apegando-se a isso, muitas questões são criadas para avaliar a capacidade de intelecção dos candidatos. O que se espera de você, muitas vezes, é a percepção da
seleção/adequação vocabular dentro de um contexto. 
Safo?
Veremos neste capítulo o cruzamento entre semântica e lexicologia, que andam lado a lado.
Está claro isso? Então, vamos lá!
Sinonímia
Trata de palavras diferentes na forma, mas com sentidos iguais ou aproximados, ou seja, sinônimos. Não se iluda: não existe sinônimo perfeito. Tudo depende do contexto e da intenção do falante.
Por exemplo, se você encontrasse uma pessoa querida na rua, que não o vê há muito tempo, você iria falar isto: 
“Nossa! Você está com a cara “photoshopeada”, hein!”? 
Dificilmente, não é?! Provavelmente, devido ao contexto, você vai falar isto: 
“Nossa! Você está com um rosto lindo, hein!”. 
Eu não consigo visualizar os imortais da Academia Brasileira de Letras dizendo: 
“Você está com a cara amarrada hoje. Rolou alguma parada? Posso te dar uma moral?”. Creio que eles devam falar assim, no mínimo: 
“Você está com o semblante sério. Algo sucedeu? Posso acudi-lo?”.
Numa calorosa discussão, por exemplo, você não vai dizer: “Vou agredi-lo, malédico!”,
mas sim “Vou te encher de porrada, seu #@$%*!”. 
O uso de um léxico em substituição de outro raramente será perfeito. O contexto é tudo. Portanto, só o contexto e a intenção vão determinar qual é a escolha adequada do vocabulário (seleção vocabular).
Vale lembrar também que muitas palavras são sinônimas, se levarmos em conta as variações geográficas 
(aipim = macaxeira; 
mexerica = tangerina; 
pipa = papagaio; 
aipo = salsão...).
A sinonímia não trata apenas do léxico (palavra ou expressão), mas da frase também. 
Neste sentido, o uso de sinônimos é muito importante dentro de um texto – com eles, evitamos a repetição de vocábulos, porque eles servem para substituir palavras. 
Veremos mais sobre isso no capítulo de Coesão e Coerência.
Vejamos agora os exemplos de sinonímia vocabular:
– A multidão teve de clamar em protesto. Ela só bradou devido ao descaso dos políticos.
– Graças a Deus conseguimos extinguir nossas dívidas. Se não as saldássemos, não sei o que faríamos.
– O jogo vai atrasar em virtude do temporal. Devido a isso, teremos de aguardar.
Ademais, como já foi dito, existe sinonímia frasal, ou seja, uma frase pode ser reescrita com outras palavras sem alteração de sentido.
– Ela construiu esta casa. = Esta residência foi edificada por ela.
– Parece que tu estás certo sobre o assunto. = Aparentemente a verdade sobre a questão está contigo.
Antonímia
Trata de palavras, expressões ou frases diferentes na forma e com significações opostas, excludentes, ou seja, antônimos. 
Normalmente ocorre por meio de palavras de radicais
diferentes, com prefixo negativo ou com prefixos de significação contrária. Veja estes exemplos:
– O chegar e o partir são dois lados cruciais da vida.
– Você é meu amigo ou meu inimigo?
– Há menos imigrantes do que emigrantes no Brasil.
– Ela se molhou de cima a baixo.
Só de curiosidade: qual é o antônimo de verde? Seria amarelo? “Antônimo de cor existe, Pestana?” Até onde se sabe, não! Como nem tudo é preto ou branco na língua portuguesa, os vocábulos preto (ausência de todas as cores) e branco (união de todas as cores) são
antônimos. 
Verde só tem antônimo em sentido figurado. 
Exemplo: 
Esta fruta está verde. /Está fruta está madura (antônimo). 
Na verdade, o registro literário cria relações antonímicas
interessantes! Por isso questão envolvendo poema é sempre perigosa...
Há antonímia frasal, desde que o conteúdo de uma frase ou oração esteja em conflito com o de outra:
Exemplo:
– Por ter ficado calado durante anos, aturando todos os tipos de maus-tratos, resolveu berrar sem parar em ataque a tudo e a todos.
Homonímia
Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas com significados diferentes, ou seja, homônimos. Veja:
– São Jorge já foi cantado por muitos artistas.
– Os alunos daqui são estudiosos.
– Finalmente o garoto ficou são.
Existem três tipos de vocábulos homônimos: 
homófonos, homógrafos e perfeitos. Veja:
Homófonos: apresentam som igual e grafia diferente.
2)Homógrafos: tem escrita igual e pronúncia diferente.
3)Perfeitos: apresentam grafia e pronúncia iguais.
Como são mais de 380.000 vocábulos na língua portuguesa, obviamente não foi possível colocar todos aqui. Nem me dei o trabalho, afinal, meu/minhanobre, você vai se lembrar de todos? Seria bom... mas o que importa, geralmente, no dia da prova, é a aplicação do conceito de homônimo homófono, homógrafo e perfeito. Beleza?
Paronímia
Trata de pares de palavras parecidas tanto na grafia quanto na pronúncia, mas com sentidos diferentes. Veja:
Não fique louco de tanto decorar estes parônimos. Entenda o que é um parônimo! Na hora da prova, o que importa é se você consegue se lembrar do conceito de paronímia, e não a
decoreba. Ok?
Saiba que principalmente a FCC “se amarra” em trabalhar questões de paronímia junto de flexão verbal. 
Veja esta questão:
Polissemia
Trata da pluralidade significativa de um mesmo vocábulo, que, a depender do contexto, teráuma significação diversa. Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é aquela que,
dependendo do contexto, muda de sentido (mas não muda de classe gramatical!).
Por exemplo, veja os sentidos de “peça”: 
“peça de automóvel”, 
“peça de teatro”, 
“peça de bronze”, 
“és uma boa peça”, 
“uma peça de carne” etc. 
Só de curiosidade: a palavra ponto é a mais polissêmica da nossa língua! Consulte o dicionário e veja.
Agora, observe mais estes exemplos:
– Desculpe o bolo que te dei ontem.
– Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica.
– Tenho um bolo de revistas lá em casa.
Cuidado!!!
Não confundir homônimos perfeitos com vocábulos polissêmicos. Uma boa maneira de resolver a situação, normalmente, é perceber se há mudança na classe gramatical do vocábulo; se houver, a palavra não é polissêmica! Às vezes, é preciso analisar a homonímia e a polissemia partindo de uma descrição semântica mais profunda, pois há uma questão histórica nos significados das palavras. 
Por exemplo, manga (fruta) e manga (parte da camisa) não têm a mesma origem (o mesmo radical) e não pertencem ao mesmo campo de sentido, por isso são homônimas perfeitas.
Veja estas frases:
– O peso está muito leve para mim. (adjetivo)
– Bateram leve à porta. (advérbio)
– Por favor, leve isso para ela. (verbo)
Nestes casos, portanto, constatamos que “leve” não é vocábulo polissêmico, mas sim homônimos perfeitos (mesma grafia e pronúncia, mas classes gramaticais diferentes).
Perceba nos exemplos do “‘bolo” que a classe gramatical não mudou, ou seja, ”bolo” é substantivo em todos os casos, o que muda é só o sentido. Mesma classe gramatical,
diferente contexto, diferente sentido: palavra polissêmica. Ficou claro agora, não?
Curiosidade: a palavra “ponto” é uma das mais polissêmicas (senão “a mais”) da língua portuguesa.
Hiponímia e Hiperonímia
Se você teve infância, com certeza já brincou de “adedaaaaaanha”! Você se lembra de que a gente colocava no alto da folha assim:
E, em baixo de cada um desses, colocamos nomes de homens, mulheres, cores, frutas, animais, objetos etc. Bem, voltamos à infância, não? O que eu quero falar com tudo isso? Em linguagem séria, estou falando de hipônimos e hiperônimos; você já brincou com hipônimos e hiperônimos na sua vida, sabia disso?
É o seguinte: o hiperônimo é uma palavra cuja significação inclui o sentido de diversas outras palavras, é uma palavra que se refere a todos os seres de uma “espécie”:
Animal é hiperônimo de gato, tartaruga, burro, boi etc.
Fruta é hiperônimo de laranja, uva, maçã, morango etc.
Já o hipônimo é uma palavra de significação específica dentro de um campo de sentido:
Fernando, José, Saulo são hipônimos de homem.
Azul, amarelo, branco são hipônimos de cor.
Portanto, o hiperônimo é uma palavra que abarca o sentido de outras palavras, é mais abrangente; o hipônimo, por sua vez, tem o sentido mais restrito em relação a um vocábulo
de sentido mais genérico. Há entre esses conceitos, portanto, uma relação de hierarquia.
Meronímia e Holonímia
Este assunto não cai em prova (pelo menos eu nunca vi), mas meus dedos coçam. Se quiser “passar batido” por ele, fique à vontade! Caso contrário, aprenda mais um pouquinho.
O conceito de meronímia trata de palavras que representam a parte de um todo, ou seja, a palavra pneu mantém uma relação de sentido com a palavra carro, pois aquele constitui este.
Portanto, assim como pneu é um merônimo de carro, dedo é de mão, braço é de corpo, tecla é de computador etc.
Adivinha quais são os holônimos! A holonímia trata de palavras que apresentam uma ideia de todo em relação a suas partes. Por exemplo, a palavra porta é holônima de maçaneta, que, por sua vez, é merônima.
Acronímia, Estrangeirismos, Toponímia, Antroponímia, Axionímia e Oneonímia
Desses conceitos, o que eu já vi em prova foi o estrangeirismo, portanto não se preocupe com os demais.
Só para começar, saiba que existem inúmeras nomenclaturas relativas a grupos de palavras; 
Vejamos as mais conhecidas.
A acronímia, ou sigla, trata de palavras criadas a partir das iniciais de uma expressão:
Petrobras (petróleo brasileiro), e-mail (“electronic mail”), Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) etc. Alguns estudiosos dizem que há uma diferença entre sigla e acrônimo: este é pronunciado como uma palavra só, respeitando a estrutura silábica da língua, aquela é pronunciada em soletração.
Os estrangeirismos são palavras de origem estrangeira, que podem ou não ser aportuguesadas, o que significa que tais palavras se submetem à ortografia e morfologia do
português, por meio de leve adaptação ou tradução literal; 
checar (“check”), estresse (“stress”), banda (“band”), toalete (“toillet”) etc.; alta costura (“haute couture”), centroavante (“center-forward”), cachorro-quente (“hot dog”) etc. 
A recomendação é que grafemos entre aspas ou em itálico as palavras estrangeiras em sua forma original: “mouse”, “drive-in”, “personal trainer”, “show” etc. 
Conhece o Samba do Approach, de Zeca Baleiro? Não?!
Escute assim que puder!
A axionímia trata de palavras que constituem formas corteses de tratamento, expressões de reverência, títulos honoríficos etc.: Excelência, Doutor, Dom, Meritíssimo, senhor(a), Vossa Majestade, Sua Santidade etc.
A oneonímia diz respeito a palavras referentes a marcas ou artigos comerciais: Melhoral, Gelol, Anador, Nescafé, Bombril, Ricardo Eletro, Café Pilão etc.
Campo Lexical e Campo Semântico
Alguns estudiosos não fazem a distinção entre um conceito e outro, mas muitos (e consagrados!) o fazem, logo é o que farei aqui.
Campo semântico
É um conceito que trata de um conjunto de palavras que mantêm uma familiaridade de sentido por pertencerem à mesma área. Nosso conhecimento de mundo nos norteia quanto à escolha de palavras que se correlacionam.
Na informática, por exemplo, as seguintes palavras pertencem ao mesmo campo semântico:
computador, monitor, impressora, teclado e tecnologia. 
Já na área do futebol, podemos dizer que as palavras árbitro, bola, gol, equipe, estádio, torcida, cartão, craque etc. 
pertencem ao mesmo campo. Como já disse, muitos estudiosos entendem que tais grupos de palavras ou expressões pertencem ao mesmo campo semântico. Campo semântico em torno do conceito de morte: falecer, bater as botas, ir desta para melhor, apagar-se etc.
Campo lexical
É um conceito que trata de um conjunto de palavras que mantêm uma familiaridade de sentido por terem o mesmo radical (também chamado de família de palavras ou vocábulos cognatos): mar, marinho, marinheiro, marítimo, maresia, amarar, amerissar, amaragem,amerissagem...
Ambiguidade
Trata da duplicidade de sentidos que pode haver em uma palavra, em uma expressão, em uma frase ou em um texto inteiro, em razão do contexto linguístico. 
A ambiguidade ou anfibologia pode ser causada por vários fatores. Veja alguns casos:
Distinção entre agente (adjunto adnominal) e paciente (complemento nominal)
– A demissão do ministro causou celeuma. (Ele demitiu ou foi demitido?)
Mau uso do pronome
– Pedro e Marina vão desquitar-se. (Um do outro ou de seus cônjuges?)
Má colocação de palavras
– A professoradeixou a turma entusiasmada. (Ela ou a turma?)
Mau uso de pronomes relativos (dois antecedentes expressos)
– Encontrei a menina e o menino de que lhe falei. (Falou de quem?)
Não distinção entre pronome relativo e conjunção integrante
– O cliente falou com a advogada que mora perto daqui. (Quem mora perto?)
Indefinição de complementos
– O pai quer o casamento logo, mas a filha não quer. (Não quer casar ou não quer que seja logo?)
Mau uso das formas verbo-nominais
– O advogado encontrou o réu entrando no tribunal. (Quem entrava no tribunal?)
Mau uso dos possessivos
– Chegaram João, Maria e seu filho. (Filho de quem?)
Inversão sintática
– Venceram os flamenguistas os vascaínos. (Quem perdeu?)
Mau uso dos adjuntos adverbiais
– Depois de difícil disputa, São Paulo vence o Avaí em casa.
(Na casa de quem?)
Polissemia
– O xadrez está na moda. (O jogo ou a roupa?)
Locução prepositiva ou preposição seguida de substantivo
– Fui ao encontro das turmas. 
(Fui em direção às turmas ou fui a uma reunião na qual se encontravam as turmas?)
Intertextualidade
Sugiro que você leia as sábias palavras de Platão e Fiorin, autores do excelente livro
Lições de texto: leitura e redação:
“Com muita frequência um texto retoma passagens de outro. Quando um texto de caráter científico cita outros textos, isto é feito de maneira explícita. O texto citado vem entre aspas e em nota indica-se o autor e o livro donde se extraiu a citação.
Num texto literário, a citação de outros textos é implícita, ou seja, um poeta ou romancista não indica o autor e a obra donde retira as passagens citadas, pois pressupõe que o leitor compartilhe com ele um mesmo conjunto de informações a respeito de obras que compõem um
determinado universo cultural.
 Os dados a respeito dos textos literários, mitológicos,
históricos são necessários, muitas vezes, para a compreensão global de um texto.”
Em suma, a intertextualidade trata da relação de identidade e semelhança entre dois textos em que um cita o outro com referência implícita ou explícita. Um texto B faz menção, de algum modo, a um texto A.
A intertextualidade se apresenta, normalmente, nas provas de concursos públicos, pela paráfrase ou pela paródia.
 Alguns exemplos e suas explicações a seguir são baseados em algumas questão feitas pela banca do vestibular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Paráfrase
É uma reescritura em que se ratifica, positivamente, a ideologia do texto original, ou seja, é dizer o mesmo com outras palavras:
A escola, embora não tenha plena consciência do processo que desencadeia, é a base para a evolução profissional do ser humano.
As instituições de ensino, apesar de não se darem conta da interferência na psique alheia, são o alicerce do desenvolvimento secular do homem.
Paródia
É a intertextualidade em que se subverte ou se distorce a ideologia do texto original, normalmente com objetivo irônico:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá
(Gonçalves Dias)
Minha casa tem goteiras,
Pingam daqui pingam de lá;
Quando chove é uma tristeza,
Pegue um balde para ajudar.
(Abraão S. Dias)
Há outros tipos de intertextualidade, como a citação, o plágio e a alusão:
Citação
Como de costume, muitas definições dessa gramática se basearão no sensacional dicionário Caldas Aulete. Segundo ele, “é uma frase ou passagem de obra escrita, reproduzida geralmente com indicação do autor original, como complementação, exemplo, ilustração, reforço ou abonação daquilo que quer dizer”. Os dois-pontos e as aspas
simples ou duplas (principalmente) costumam aparecer nas citações.
Concordo com Machado de Assis quando disse: “A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal”.
Plágio
É a apresentação de imitação ou cópia de obra intelectual ou artística alheia como sendo de própria autoria. As aspas são ignoradas, como se as palavras fossem autênticas e de sua autoria.
Segundo penso, a vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.
Alusão
É uma referência vaga, breve e indireta que se faz a/de alguma pessoa ou coisa. Às vezes é difícil perceber. É preciso que haja um bom conhecimento de mundo, uma boa “mina” cultural.
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
 (Cazuza e Frejat)
Este verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac.
Para que eu não fique com a consciência pesada, cito mais três tipos de intertextualidade:
estilização, epígrafe e pastiche.
Estilização
Um texto, ao dialogar com outras manifestações culturais, pode estabelecer com elas diferentes relações de sentido.
 Esse tipo de intertextualidade complementa o sentido do texto original. Veja este texto de Rubem Alves, que amplia o lamento de Ravel:
Terminando a minha crônica do último domingo eu me referi a Ravel que, ao final da vida, dizia, como um lamento: “Mas há tantas músicas esperando ser escritas!”. E acrescentei um comentário meu: “Com certeza o tempo não se detém para esperar que a beleza aconteça...” (...) A vida é como a vela: para iluminar é preciso queimar. A vela que ilumina é uma vela alegre. A luz é alegre. Mas a vela que ilumina é uma vela que morre.
É preciso morrer para iluminar. Há uma tristeza na luz da vela. Razão por que ela, a vela, ao iluminar, chora. Chora lágrimas quentes que escorrem da sua chama. Há velas felizes cuja chama só se apaga quando toda a cera foi derretida. Mas há velas cuja chama é subitamente apagada por um golpe de vento... (...)
Epígrafe
Literariamente falando, trata-se de um pequeno texto no início de um livro, conto, capítulo ou poema, para lhe dar apoio temático, ou resumir-lhe o sentido ou a motivação. Veja:
“Sou do tamanho daquilo que vejo e não do tamanho da minha altura.”
 (Carlos Drummond de Andrade)
Após esse pequeno texto (epígrafe), segue-se um texto qualquer, que pode ser um conto, uma crônica, um poema, uma resenha etc.
Pastiche
É um trabalho literário ou artístico grosseiramente copiado de outro, normalmente feito de colagens, com viés cômico e, às vezes, crítico. O limite entre pastiche e paródia é tênue.
Muitos estudiosos apresentam definições “supersemelhantes” a um e a outro tipo de intertextualidade. Veja um exemplo de pastiche, em que se mistura o Seu Madruga (Madruga é
um clássico!) com o cantor da banda The Doors, Jim Morrison:
Denotação e Conotação
A essa altura do campeonato, você já percebeu que o contexto é determinante para que atribuamos este ou aquele sentido a uma palavra, certo? É por aí que os conceitos de
denotação e conotação passeiam (usei o verbo passear com sentido conotativo, percebeu?).
DENOTAÇÃO
A denotação trata do significado básico e objetivo de uma palavra; uma palavra com sentido denotativo está no seu sentido literal, primário, real.
– Gosto de estudar à noite.
CONOTAÇÃO
A conotação é o avesso, pois trata do sentido figurado, simbólico, não literal das palavras.
– Há dias que amanhecem noite.
Note que o verbo amanhecer também está no sentido figurado, porque dias não amanhecem.
O ato de amanhecer não depende de ser algum, pois amanhecer é um fenômeno natural.
Fatos e Dificuldades da Língua Culta
Fatos e Dificuldades da Língua Culta
Há muitos pares (ou trios, ou quartetos) de palavras ou expressões cultas que nos deixam “de cabelo em pé”, não é verdade? Quando usar uma ou outra forma? Sublinho que tudo
abaixo cai todo ano em concursos diversos, principalmente os números 1, 2, 3 e 4.
Seus problemas acabaram agora!
1) Por que / Porque / Por quê / Porquê
A forma por que pode ser uma locução adverbial interrogativade causa quando equivale a
“por qual razão/motivo’ ou ‘a razão pela qual”. 
Pode aparecer em frases interrogativas diretas
(com o sinal “?”) e indiretas (sem o sinal “?”).
– Por que você fez isso?
– Juro que eu não sei por que eu fiz isso.
A forma por que pode ser apenas a combinação da preposição “por” + o pronome indefinido “que”, equivale a “por qual”.
– Começo a entender por que motivo você fez isso.
A forma por que pode ser apenas a combinação da preposição ‘por’, exigida por um termo + a conjunção integrante “que”.
– Eu sempre ansiei por que você me explicasse o motivo.
A forma por que também pode ser a combinação da preposição “por” + o pronome relativo “que”, equivalendo a 
“pelo qual” (e variações).
– O motivo por que você fez isso não é mais surpresa para ninguém.
A forma porque pode ser uma conjunção explicativa ou causal (equivalendo a pois, visto que, já que, etc.); para alguns gramáticos, pode ser também uma conjunção final (equivalendo a “para que”).
– Você fez isso porque (pois) queria dinheiro, não é?
– Só fiz isso porque (para que) conseguisse dar-me bem, até porque (pois; ignore o “até”) sou merecedor.
A forma por quê pode ser usada antes de pausa representada por sinal de pontuação, em fim de frase ou isolada.
– Agora você soube por quê, certo?
– Sem seu esclarecimento, nunca entenderia por quê.
– Por quê?
A forma porquê é um substantivo e vem comumente acompanhada de um determinante (artigo, pronome, numeral ou adjetivo/locução adjetiva). 
Esta “regrinha” anula a anterior, ou seja, por mais que a expressão esteja em fim de frase ou antes de pontuação, se vier acompanhada de determinante, será escrita “junto com acento”. Pode ir ao plural, uma vez que se trata de um substantivo.
– Preciso que você me explique pelo menos mais dois porquês, ok?
– Só vou dar este porquê a você; já o porquê de verdade não lhe cabe saber.
Há / A
A forma verbal há, para não ser confundida com a preposição a, precisa ser entendida como indicadora de tempo passado pode-se substituir por “faz”.
A preposição a, por sua vez, indica tempo futuro ou distância.
– Há meses venho fazendo provas de concurso.
– É por isso que você está a anos luz de mim.
Se não / Senão
A forma se não é constituída de conjunção condicional se + o advérbio de negação não (iniciando orações subordinadas adverbiais condicionais – normalmente os verbos dessa
oração estão no modo subjuntivo e/ou indicando hipótese).
A forma se não é constituída de pronome oblíquo átono se (reflexivo, apassivador ou indeterminador do sujeito) + o advérbio de negação não. Tal caso ocorre em apossínclise, ou seja, quando o pronome fica, normalmente, entre o que e o não antes do verbo. Esse caso é raro; normalmente encontrado em escritos literários.
– Existem pessoas que se não penteiam.
 (Normalmente dizemos: ... que não se penteiam; pronome reflexivo.)
– Há coisas que se não dizem. (Normalmente dizemos: ... que não se dizem; pronome apassivador.)
– Ele só mora em lugares onde se não vive tranquilamente. (Normalmente dizemos: ...onde não se vive tranquilamente; pronome indeterminador do sujeito.)
A forma senão é usada nos seguintes casos: 
quando é uma preposição acidental indicando exceção (pode ser substituído por afora, exceto, salvo, a não ser); quando é uma conjunção adversativa (pode ser substituído por mas, mas sim; normalmente a oração introduzida por
esta forma apresenta verbo implícito); quando é uma conjunção aditiva (vem depois de não só/não apenas/não somente, equivalendo a mas também); substantivo (com sentido de problema, falha, erro); quando vem depois de verbo no imperativo ou verbo indicando opinião, sugestão, recomendação (neste caso, o senão pode ser interpretado de duas maneiras:
conjunção condicional “se” aglutinada ao advérbio de negação “não” (seguido de verbo da oração anterior implícito + outro verbo; equivalendo a do contrário) ou conjunção alternativa (seguido de verbo da oração anterior implícito, mas sem verbo algum depois; equivalendo a ou). 
Vejamos, respectivamente, os exemplos:
– Nada pode derrubar minha confiança senão as palavras de minha amada, pois que coisa sou eu senão seu escravo? (= exceto, salvo, a não ser)
– Não quero seu amor, senão sua amizade. (= mas sim)
– Meu amigo, não só estudo, senão trabalho; não tenho esta vida fácil. (= mas também)
– Ele apontou não só um senão, mas vários senões na tramitação do processo. (= problema, falha)
– Estude, senão será reprovado! (= do contrário; Estude, se não estudar, será reprovado)
– Fala três línguas, senão quatro. (= ou; Fala três línguas, se não falar quatro)
Onde / Aonde / Donde
As formas onde, aonde e donde podem ser classificadas como advérbio de lugar ou pronome relativo (quando retoma um termo anterior). As duas últimas só ocorrem se houver as
combinações das preposições a e de (exigidas por um verbo ou por um nome) + onde. Veja:
– Estou onde quero na empresa. (advérbio de lugar)
– O Exército, para onde fui, é minha casa. (Pronome relativo. Quem vai (no sentido de ir e permanecer), vai para algum lugar.)
– Donde você saiu para chegar aonde se encontra? (Advérbios de lugar. Quem sai, sai de algum lugar e quem chega, chega a algum lugar.)
– A cidade donde venho é muito pequena. (Pronome relativo. Quem vem, vem de algum lugar.)
– Meu coração, aonde a ida não é nada fácil, abriu-lhe a guarda. (Pronome Relativo. O substantivo “ida” exige a preposição a.)
Cuidado!!!
1) Lembre-se de que a combinação da preposição de com onde é opcional, ou seja,podemos dizer (ou escrever): “O presídio de onde (ou donde) João Augusto saiu ficava
bem distante de sua nova residência.”.
2) Uma maneira prática para saber usar onde ou aonde é perceber se o verbo indica noção estática ou noção dinâmica. Veja:
 Aonde você mora? (errado) quem mora, mora em 
Onde você mora? (certo; noção estática) 
 
Aonde você está? (errado)quem esta, esta em 
Onde você está?(certo; noção estática)
 
Onde você foi? (errado), quem vai, vai a
 Aonde você foi? (certo; noção dinâmica). 
Onde você pretende chegar com essa atitude? (errado) quem pretende, pretende a 
 Aonde você pretende chegar com essa atitude? (certo; noção dinâmica)
3) A noção de lugar vale para espaços físicos, virtuais ou figurados. Portanto o onde (aonde ou donde), normalmente como pronome relativo em provas de concursos públicos, pode retomar palavras ou expressões que indiquem “colocação numa classificação, escala ou hierarquia; emprego, cargo; posição social; momento, ocasião, oportunidade; trecho dentro de um livro ou filme; direção, caminho, destino, espaço físico, emocional ou
filosófico”. Veja alguns exemplos:
– O primeiro lugar do vestibular, onde ninguém esperava que eu ficasse, é meu!
– Você está onde na empresa? Eu estou na vice-presidência.
– Finalmente conseguimos entrar na classe B, onde todos um dia desejam, no mínimo, estar.
– Em seu ego, onde nunca dera oportunidades a sentimentos negativos, muita coisa mudou.
– No capítulo 24 do livro de Mateus, onde Jesus fala sobre os últimos dias, muitas profecias são anunciadas. 
– Quanto a seu estado mental, atualmente não mais sabemos onde ele se encontra.
– O Budismo, de onde eu nunca deveria ter saído, me trazia paz de espírito.
Mal / Mau
A forma mal pode ser antônimo de “bem” ou uma conjunção
subordinativa temporal equivalendo a “logo que, assim que”).
 Já mau pode ser um substantivo ou um adjetivo equivalendo a “bom”.
– O mal de Parkinson é uma doença incômoda. (substantivo)
– A pessoa anda mal, fala mal etc. (advérbio, advérbio)
– Engraçado, mal toquei no assunto, eu me lembrei de uma coisa: os maus da humanidade sofreram disso, sabia? (conjunção subordinativa temporal, substantivo)
– Tenho um amigo que é muito mau, será que...?(adjetivo)
Mais / Mas
A forma mais (normalmente advérbio ou pronome indefinido) está ligada à ideia de quantidade, intensidade ou tempo (neste caso, quando vem depois de uma negação). Mas é
uma conjunção coordenativa adversativa, quando equivale a porém; é uma conjunção coordenativa aditiva, quando antes vêm as expressões “não só/não apenas/não somente”. 
Só de curiosidade: a pronúncia é a mesma.
– Sou mais feliz quando estou com você, mas você nunca está aqui. (advérbio de intensidade, conjunção coordenativa adversativa)
– Dedique mais tempo a sua esposa, e ela não vai mais cobrar nada de você. (pronome indefinido – quantidade –, advérbio de tempo)
– Não só fiquei mais contente, mas também extremamente realizado. (advérbio de intensidade, conjunção coordenativa aditiva)
Afim / A fim de
A forma afim é um adjetivo que significa afinidade, semelhança, parentesco; a fim de é uma locução prepositiva que indica finalidade, propósito, intenção.
– Apesar de ele ser meu parente afim, nós não temos ideias afins.
– Comecei a estudar a fim de fazer aquela famigerada prova.
– Está a fim de namorar comigo? (frase própria do registro coloquial)
Em vez de / Ao invés de
A forma ao invés de é usada com termos antônimos na frase em que aparece; já em vez de equivale a no lugar de.
– Em vez de estudar para a prova do TSE, estudou para a do AFT.
– Ao invés de ser elogiado pelo que disse, foi vaiado efusivamente.
Acerca de / Há cerca de / (a) cerca de
Acerca de Equivale a sobre (assunto);
há cerca de indica número aproximado ou
tempo decorrido aproximado;
 (a) cerca de indica distância aproximada, tempo futuro aproximado ou quantidade aproximada.
– Falamos acerca de futebol e de política.
– Há cerca de vinte mil pessoas habitando aquele bairro.
– Há cerca de uns anos venho estudando com vontade.
– Estou (a) cerca de um mês para a prova.
– Cerca de cem amigos presentearam-no quando se casou.
Malgrado / (De) mau grado
A forma malgrado (preposição acidental: antes de verbo no infinitivo; ou conjunção subordinativa concessiva: antes de verbo no subjuntivo) equivale a “apesar de, embora”; já
(de) mau grado é uma expressão formada por “(preposição) + adjetivo + substantivo” e indica má vontade, contra a vontade.
– Malgrado não ter estudado suficientemente, passei em terceiro lugar.
– Malgrado não tenha estudado suficientemente, passei em terceiro lugar.
– O advogado fez as tarefas diárias de mau grado.
– Mau grado meu, trouxe o amigo consigo.
Porventura / Por ventura
A forma porventura é um advérbio de dúvida e equivale a por acaso; já por ventura, a por sorte. Observe o diálogo:
– “Porventura já fui desonesto com você ou com qualquer outro amigo nosso?”
– “Por ventura ainda não, pois, se fosse, iria arrepender-se amargamente.”
A baixo / Abaixo
Usa-se a forma a baixo quando, na frase, vem acompanhada da expressão de cima. Em outros casos, usa-se o abaixo.
– Ela sempre me olha de cima a baixo.
– Abaixo dela não há mais ninguém na lista.
De encontro a / Ao encontro de
A forma de encontro a está ligada à ideia de “choque, colisão, divergência, oposição”. 
A segunda forma (ao encontro de) está relacionada à ideia de “algo favorável, aproximação positiva, pensamento convergente”.
– Nunca fui de encontro às ideias dele, pois são ótimas.
– Resolvi ir ao encontro dela, uma vez que valia a pena.
– Seu plano é excelente, pois vem ao encontro do que pensamos.
– O carro atravessou a pista e foi de encontro à mureta.
A par de / Ao par de
A forma a par de é o mesmo que “estar ciente de”; 
ao par de equivale a “pareado”, na área da economia.
– Por que nunca fico a par dos assuntos desta empresa?
– Um dia, o Real estará, de fato, ao par do Dólar?
Com quanto / Conquanto
Com quanto refere-se à quantidade, valor; 
conquanto é uma conjunção subordinativa
concessiva e equivale a “embora”.
– Com quanto dinheiro você pretende viajar para os EUA?
– Conquanto consiga boas notas nas provas mais difíceis, ele nunca fica satisfeito.
Por quanto / Porquanto
Por quanto refere-se à quantidade, valor; 
porquanto é uma conjunção explicativa ou causal
e equivale o mesmo que pois.
– Por quanto vocês me venderiam este livro?
– Estudo cinco horas por dia, porquanto me é suficiente.
De mais / Demais
De mais é uma locução adjetiva; normalmente essa expressão se liga a um substantivo. Já demais é um advérbio de intensidade ou um pronome indefinido.
– Eles têm dinheiro de mais.
– O professor fala demais.
– Precisamos explicar os demais assuntos.
Tampouco / Tão pouco
Tampouco é, tradicionalmente, um advérbio e equivale a “também não, nem”; tão pouco é uma expressão formada por advérbio de intensidade + advérbio de intensidade/pronome
indefinido, indicando quantidade, normalmente.
– O que você fez não foi certo, tampouco justo.
– Estudei tão pouco, mesmo assim, por sorte, me classifiquei.
– Seu aluno faz tão pouco exercício por quê?
Nem um / Nenhum
Nem um equivale normalmente a sequer um; 
já nenhum é um pronome indefinido.
– Ela não me deixou expor nem um pensamento.
– Nenhum homem será capaz de me dissuadir
20) Com tudo / Contudo
Com tudo indica quantidade; contudo é uma conjunção adversativa, equivale a porém.
– Procuro um portal de notícias com tudo que acontece no país.
– O filme não me agrada, contudo, por ser crítico de cinema, preciso assistir.
A princípio / Em princípio
A princípio equivale a “no início, inicialmente”. 
Em princípio equivale a “em tese, conceitualmente”. 
Em alguns momentos, uma ou outra expressão dará conta daquilo que se quer transmitir, portanto, nas duas últimas frases abaixo, o propósito do falante no discurso
vai determinar o uso da expressão. Nenhuma delas, pois, estará equivocada. Dependerá do contexto.
– Vou abordar apenas questões gramaticais a princípio.
– Em princípio, as gramáticas de ensino médio não deveriam polemizar.
– Em princípio não estamos interessados em vender este imóvel.
– A princípio não estamos interessados em vender este imóvel.
Por tanto / Portanto
Por tanto indica causa e quantidade; 
portanto é uma conjunção coordenativa conclusiva,
equivale a “então, por isso, logo” etc.
– Por tanto que eu já te fiz, eu mereço uma chance de novo.
– Voltei a estudar como antes, portanto vou passar.
Sobre tudo / Sobretudo
Sobre tudo equivale a “a respeito de tudo”; 
Sobretudo é o mesmo que “especialmente, principalmente”; pode ser uma vestimenta (casacão) também.
– Eles conversam sobre tudo de que gostam.
– Estudamos muito nesta Gramática, sobretudo porque aspiramos à excelência.
– Comprei um sobretudo sensacional para a viagem de fim de ano à Europa.
Ao nível de / Em nível de
Ao nível de tem a ideia de “à mesma altura”; 
em nível de) exprime “hierarquia”.
 A expressão “a nível de” é um equívoco.
– Este artigo está ao nível dos melhores.
– Isto foi resolvido em nível de governo estadual.
– Isto foi resolvido a nível de governo estadual (errado!)
25) Por ora / Por hora
A expressão por ora significa “por enquanto, por agora, até então, até agora”. 
Já por hora é o mesmo que “a cada sessenta minutos, pelo tempo de uma hora”.
– Por ora, não acredito nos políticos brasileiros.
– Não dispomos de policiais eficientes e honestos, por ora.
– Os cientistas, por ora, não conseguiram chegar à cura definitiva da AIDS.
– O professor particular de Português me cobrava R$111 por hora.
– Você viu que o carro passou a duzentos quilômetros por hora?
26) O mais das vezes / As mais das vezes / No mais das vezes
Todas indicam “a maior parte das vezes”, sendo a primeira expressão mais usual na língua culta. Veja um exemplo do gramático Pasquale C. Neto:
– Suas palavras são, o mais das vezes (ou as maisdas vezes), meras repetições de discursos vazios, nos quais nem ele mesmo crê.
27) À medida que / Na medida em que
A locução conjuntiva à medida que indica proporção e equivale a “à proporção que, ao passo que”. 
.Por outro lado, na medida em que indica causa e equivale a “visto que, já que, tendo em vista que”.
– À medida que o líder russo crescia no palco político, o mundo ia se habituando à sua personalidade descomunal.
– Do ponto de vista político, este ato é desastrado, na medida em que exprime um conflito entre o Estado e a Igreja.
28) Sequer / Se quer
Sobre sequer, é uma palavra que significa “ao menos, pelo menos”. Muito usada em frases negativas, mas não substitui o “não” ou “nem”, que devem aparecer antes de “sequer” em
frases negativas; às vezes é precedida pela preposição “sem”.
– Não havia sequer um aluno em sala de aula.
– O homem nem sequer se dignou de responder a minha solicitação.
– Tudo se arranjaria se ambos tivessem sequer um pouco de boa vontade.
– Não deixou cair uma lágrima sequer.
– Sem sequer ter atravessado a rua direito, foi atropelado.
– Sequer um carro de polícia funcionava naquela maldita cidade. (errado!) / Nem sequer um carro de polícia funcionava naquela maldita cidade. (agora sim!)
– O pseudomédico sequer possuía diploma de ensino médio. (errado!) /
 O pseudomédico nem sequer possuía diploma de ensino médio. (agora sim!)
Já se quer é a união da conjunção subordinativa condicional se + quer (3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo querer), equivalendo a 
“se desejar”.
– Se quer tanto aquela sonhada vaga, empenhe-se... e gaste dinheiro.
– Eu comprei aquele suco de que você falou; se quer, basta me avisar.
29) A domicílio / Em domicílio
Segundo José Maria da Costa, o melhor, em realidade, parece ser distinguir, de modo efetivo, entre verbos ou vocábulos de significação estática ou dinâmica. 
Com os primeiros, que não exigem a preposição A, 
usa-se em domicílio; 
com os segundos, que exigem a preposição A, a domicílio.
– Levam-se encomendas a domicílio.
– Leciona-se piano em domicílio.
– “Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é obrigado a dar aviso ao destinatário, se assim não foi convencionado, dependendo também de ajuste a entrega a domicílio...” 
(CC/2002, art. 752, “caput”). 
Corrija-se: ... entrega em domicílio...
30) Fazer com que / Fazer que
Tanto faz. Vasco Botelho de Amaral, Domingos Paschoal Cegalla, e muitos outros defendem ambas as formas como cultas, no sentido de “provocar, acarretar, influir, conseguir”. A preposição é expletiva ao iniciar
objeto direto.
– A minha boa sorte fez (com) que não perdesse o avião...
– A presidenta do país fez (com) que os demais políticos mudassem de opinião.
– Esta postura só fará (com) que seus pais briguem com você.
– O professor fazia (com) que toda a matéria fosse fácil se assimilar.
A banca esta falando de sentido figurado, ou seja, algumas palavras dependendo do contexto vão ter sentido simbólico, sentidos figurados.
Exemplo:
Se passar uma bela moça na rua e eu falar:
Nossa que coisa linda, veja que neste caso eu não usei o sentido figurado mas sim o sentido denotativo, sentido literal, sentido real.
Mas agora se eu digo:
Nossa moça, você é o chuchuzinho da minha plantação.
Veja que a pessoa não é um vegetal.
Ela não pertence a minha plantação.
Então isto é uma linguagem figurada, é uma linguagem conotativa, é uma linguagem figurada é uma metáfora.
Alternativa é a letra A
O que esta sendo dito aqui é que existe uma porção de milhares de informações, que ocorreu tanta mas tanta informação que foi associada a ideia a uma avalanche, é uma metáfora hiperbólica, existe um exagero de informação.
Não existe nada de irreal nesta linguagem, temos aqui uma linguagem real, é uma linguagem DENOTATIVA, linguagem literal, do dicionário, informativa, assim como no restante das outras letras que são também denotativas.
A banca esta dizendo que é possível usar palavras que fazem referencia ao tema espaço sideral, então se eu usar termos como marciano, estrela, lua, constelação, estão falando a respeito de espaço sideral e eu não vou estar errado se eu escrever estas palavras.
Mas o que é Campo de significação ou campo semântico? é o tema que algumas palavras remetem a este tema.
Exemplo se eu falar campo de futebol como meu mais novo campo semântico, então quais são as palavras que eu poderei usar?
Bandeirinha, bola, trave, etc... todas elas estão no campo semântico
Impossibilidade não tem relação com espaço sideral.
Anulação não tem relação com espaço sideral
Testemunho não tem relação com o espaço sideral
Colóquio não tem relação com o espaço sideral.
Constelado,tem relação com espaço sideral é esta a alternativa. 
O recurso linguístico que evidencia isto o quê?
evidência que “o fato da cronista expressar seu ponto de vista em relação a terapia”
para responder isto precisamos aprender saber sobre modalização:
modalização é a capacidade que o autor tem de expressar o seu ponto de vista, de dar sua opinião a respeito daquilo que ele esta falando.
Exemplo: a caneta é preta.
Preta é um adjetivo literal (incontestável) pois eu estou de fato segurando uma caneta preta.
Então quando eu uso este adjetivo preta eu estou expressando o meu ponto de vista em relação a caneta? Não porque a caneta é realmente preta, isto não é um ponto de vista mas sim uma constatação.
Mas se eu emito a seguinte opinião sobre a mesma caneta veja:
Esta caneta é excelente.
Veja que o adjetivo excelente esta carregado de juízo de valor, esta carregado do ponto de vista de quem esta falando algo sobre esta caneta preta que sou eu, então neste caso o adjetivo excelente esta expressando uma opinião minha, esta expressando um ponto de vista meu sobre a caneta e quando isto ocorre vamos determinar que este adjetivo é um modalizador. 
Então a resposta da questão só pode ser a letra C “refinado”
A banca esta pedindo é trabalhar com as sinonímias, radicais diferentes com sentidos semelhantes.
Severo= duro, inflexível, forte...
Salientar = ressaltar, dar relevo, destacar...
Severo não tem relação com acidentais.
Severo não tem nada haver com duradora, ser severo não tem relação com tempo.
 
Mas severo pode ser forte, intensas, violentas.
Salientar não tem relação com propor
Salientar tem relação com ressaltar.
Gabarito letra D.
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