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Trabalho Final Direito Privado Internacional I

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
ICM – FACULDADE DE DIREITO 
Direito Internacional Privado I - Giovana Frisso 
ALUNO: Luidgi Silva Almeida – 112084023 
 
Limitações Sistemáticas às normas internacionais 
No território brasileiro sob a égide do direito brasileiro temos vedações legais e 
limitadoras de leis e sentenças estrangeiras para que causem efeitos no Brasil. O 
exemplo maior seria o art. 17 da Lei de introdução as normas do direito brasileiro que 
diz: “As leis, atos e sentenças de outro país, bem como qualquer declarações de 
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem 
pública e os bons costumes”1. A limitação legal citada anteriormente é uma defesa as 
normas estrangeiras que poderiam colocar em xeque a soberania nacional. Os “bons 
costumes” de acordo com a resolução n.9 do STJ, de 4 de maio de 2005 é 
desconsiderado por se enquadrar na ordem pública
2
. A ordem pública tem o papel de 
limitar as leis estrangeiras e não deixarem exercerem medidas de caráter soberano em 
território nacional. Maristela Basso em seu Curso de direito internacional privado (cap.6 
pg. 288) faz algumas conclusões acerca dessas limitações práticas da ordem pública, 
dentre elas: 
I) Em nenhum diploma legal encontraremos formulado o que venha 
ser “ordem pública”, isto é, o básico e fundamental na filosofia, na 
política, na moral e na economia de um país; 
II) A ordem pública se afere pela mentalidade e sensibilidade médias de 
determinada época; 
III) O intérprete e aplicador da lei não dispõe de uma bússola para 
distinguir, dentro do sistema jurídico de seu país, o que seja 
fundamental – de ordem pública; 
 
1
 Vide pg. 202, cap.6 – Preceitos Básicos do Direito Internacional Privado. 
2
 Vide pg. 202, cap 6 – Preceitos Básicos do Direito Internacional Privado. 4ª nota de rodapé. 
IV) Deve ser rejeitado pelos tribunais o que vier do direito estrangeiro 
que seja chocante à mentalidade e sensibilidade médias de uma 
sociedade, em determinada época. 
 
Quando existe divergência de qual lei aplicar, sãos usadas as normas da lex fori, por 
serem absolutamente difundidas no cenário mundial. O modo de aplicação das normas 
de lex fori é absoluto, porém o conceito de ordem pública é relativo pois “aquilo que 
fere os princípios básicos da ordem jurídica de um Estado pode ser juridicamente válido 
em um outro”3 
Existem duas variedades de ordem pública, a interna e a internacional. A primeira 
regula o plano nacional, e a segunda o direito estrangeiro. Cabe ao STJ a decisão de tais 
ordens públicas (interna ou externa), dentre elas destacam-se:
4
 
I) Se o direito estrangeiro indicado pela norma de direito internacional 
privado brasileira é ou não admissível no Brasil; 
II) Se o ato realizado no exterior, a declaração de vontade ou o contrato 
firmado no exterior pode ou não ser executado no Brasil; 
III) Se a sentença estrangeira pode ou não ser executada no Brasil. 
Dentro do contexto internacional podem ocorrer as chamadas “fraudes à lei” que se 
caracterizam por abusos ao direito, tendenciosamente querendo escolher um foro 
diferente ao seu para obter vantagens das quais não teriam se mantivesse o mesmo foro. 
Um exemplo seria a separação no exterior, casos relativamente comuns antes da lei do 
divórcio. Era de atribuição do STF na época e ele sempre recusava as sentenças 
estrangeiras devido à fraude. Nestes casos a ordem pública servia para limitar 
legalmente os atos de vontade ocorridos no exterior, pois tais atos violavam as normas 
vigentes no país e consequentemente sua soberania em ditar os ordenamentos válidos. 
Os casos de divórcios antes da criação da Lei n.6515, de 26 de dezembro de 1977
5
 é um 
exemplo de divergência de ordem pública, não tendo um sentido cogente como o da lex 
fori, a ordem pública é critério exclusivo de cada Estado, “alternando-se conforme a 
evolução dos fenômenos sócias e adaptando-se às circunstancias e exigências de cada 
 
3
 Pg.205, cap.6 – Preceitos básicos do direito internacional privado. Fazendo menção a nota de rodapé 
13. 
4
 BASSO, Maristela – curso de Direito Internacional Privado – Cap. 6. Pg. 293 
5
 Vide pg.208, cap.6 – Preceitos básicos do direito internacional privado. Relacionado a nota de rodapé 
n.24 
época”6 pois cada Estado vê a conveniência de vigência de suas leis em território 
nacional, ocasionalmente ocorrendo tais fraudes devido ao interesse privado, inerente a 
individualidade de cada caso. Vale ressaltar que tal interpretação da ordem pública deve 
ser feita de maneira sistemática e nunca agindo casuisticamente, para não abrir 
precedentes na jurisprudência dos órgãos competentes. 
O direito internacional privado estabelece qual norma será usada durante uma 
divergência entre a aplicabilidade da norma interna ou exterior, ou o uso da lex fori. 
Como o jurista brasileiro tem a competência de saber apenas as leis vigentes em seu 
país, cabe ao jurista pedir a envio das leis específicas do país em questão para resolver o 
problema da competência de foro. No caso da aplicação da norma estrangeira, ou a 
norma sendo aplicada no Brasil, cabe a conclusão do tribunal de cada país decidir quem 
é competente para julgar o processo. Existem 4 casos, dentre eles:
7
 
A) O direito internacional privado do país B, por seu lado, 
indica o direito substantivo ou material. do país B como o 
aplicável. Neste caso, inexistem problemas para o juiz do 
país A na aplicação do direito. Aplicável é o direito 
substantivo ou material do país A. 
B) O direito internacional privado do país A designa o direito 
do país B como o aplicável. O direito internacional 
privado do país B, por sua vez, indica o direito substantivo 
ou material do país A na aplicação do direito. Aplicável é 
o direito substantivo ou material do país A. 
C) O direito internacional privado do país A designa o direito 
do país B como o aplicável. O direito internacional 
privado do país B, por seu lado, indica o direito 
internacional privado do país A como o aplicável. Neste 
caso surge o problema do reenvio, porque a ordem jurídica 
designada, que é o direito internacional privado do país B, 
devolve a decisão e indica como aplicável o direito 
internacional privado do país A, exsurgindo desse fato o 
que a doutrina denomina renvoi (reenvio de primeiro grau, 
devolução, retorno) 
 
6
 BASSO, Maristela – curso de Direito Internacional Privado – Cap. 6. Pg. 295 
7
 capítulo 6 – Preceitos básicos do direito internacional privado- pg.212-213 
D) O direito internacional privado do país A designa o direito 
do país B como o aplicável. O direito internacional 
privado do país B, por seu lado, indica o direito 
internacional privado do país C como o aplicável (reenvio 
de segundo grau). A situação torna-se problemática nesses 
casos, quando também o direito do país C não se declara 
aplicável. Tais casos são raros na prática. Para resolvê-los, 
as diversas legislações e a doutrina defendem soluções. 
Atribuído a competência, fica a encargo do respectivo país julgar tais decisões. Vale 
ressaltar que tais atribuições de competências nem sempre são harmônicas, quando 
acontece tal fato a decisão se dá pela lex fori, demonstrando clara desarmonia entre os 
sistemas jurídicos. 
A dependência do juiz em relação a um julgamento anterior para manifestar sua 
sentença é a “questão prévia”. Essa espécie causa dificuldade para o juiz, pois um país 
pode não ter uma regra definida e tal fato prejudicar a celeridade do processo. O mesmo 
acontecequando as decisões estão divergentes, teria de decidir, através da lex fori qual 
seria o melhor modo de proceder com tal ação. Quando ocorre um resultado indesejado 
pela dependência dos juízes, tem de haver uma adaptação ou aproximação, tal artifício 
foi um modo que o legislador encontrou para resolver os eventuais conflitos, além das 
aplicações diretas e indiretas que a lex fori não for capaz de atender. 
O conflito móvel se caracteriza pela mudança do estatuto a ser seguido, este fato ocorre 
em casos em que o uma pessoa se muda para o exterior, “a norma de direito privado não 
muda, mas sim o direito aplicável, em virtude da mudança de domicílio.”8 A mudança 
do estatuto ocorre de forma extraordinária, não ocorrendo ao bel prazer do interessado, 
tem de atender requisitos básicos, como a mudança de foro. Quando não está presente 
na legislação qual atitude o juiz deve tomar, ele terá de usar jurisprudência e se basear 
em casos parecidos. A mudança do ordenamento jurídico de cada país reflete a situação 
política e social vigente, a consequência disso é não termos uma uniformidade em 
determinados segmentos de leis, além do princípio da liberdade de criação do legislador 
em criar e adequar as leis da melhor forma possível. A consequência disto é que “O 
legislador de cada país possui a faculdade de prescrever, mediante normas específicas 
 
8
 Cap.6, pg.222 – Preceitos básicos do Direito Internacional Privado. 
de direito internacional privado, como será o regime jurídico de direitos já constituídos 
no estrangeiro dentro do próprio país”9. 
O direito adquirido no ordenamento jurídico brasileiro se cerca de defesas legais. Um 
tratado para ser vigente no Brasil, é necessário o aceite por parte de três quintos dos 
votos do congresso nacional, em dois turnos e será equivalente às emendas 
constitucionais.
10
 Essa preocupação acerca do direito adquirido se dá pela desconfiança 
do legislador em relação aos danos causados por um acordo firmado de forma 
precipitada, sem a devida atenção, podendo, através de uma interpretação sistemática, ir 
contra os interesses nacionais e, por conseguinte, proteger os indivíduos de seus efeitos, 
para não necessitar acionar o STF para declará-la mais adiante inconstitucional. 
 
 
 
9
 Cap.6, pg.225 – Preceitos básicos do Direito Internacional Privado. 
 
10
 Art.5º, §3, CF/88

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