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Faculdade Maurício de Nassau Curso de Enfermagem PROFESSORA: KARLA FERRAZ Salvador - BA 2016 FINANCIAMENTO DO SUS FINANCIAMENTO ? FINANCIAMENTO Há déficit de conhecimentos sobre funcionamento do financiamento; Gestores, usuários do SUS, prestadores e trabalhadores; Gastos em saúde – considerar como INVESTIMENTOS em cidadania, prolongamento de vida e direito de todos os brasileiros. GASTOS EM SAÚDE OU DESPESAS COM SAÚDE Todos os gastos efetuados com a finalidade de recuperar, promover e manter a saúde dos indivíduos de certa população durante um período definido. Prevenção? Proteção? ? O QUE É DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE? SÃO CONSIDERADAS DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE Ações de promoção, prevenção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, incluindo: Vigilância em saúde, incluindo a Epidemiológica e a Sanitária; Assistência à saúde em todos os níveis de complexidade; Capacitação de recursos humanos do SUS; Ações de controle de doenças; Educação para a saúde; SÃO CONSIDERADAS DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE Pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde, promovidos por entidades do SUS; Produção, aquisição e distribuição de insumos específicos dos serviços de saúde do SUS, tais como: imunobiológicos, sangue e hemoderivados, medicamentos e equipamentos médico-hospitalares; SÃO CONSIDERADAS DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE Saneamento básico de domicílios, pequenas comunidades, distritos sanitários indígenas e de comunidades quilombolas (aprovado pelo Conselho de Saúde); Investimento da Rede física do SUS; Remuneração do pessoal ativo da área da saúde; NÃO SÃO CONSIDERADAS DESPESAS COM A SAÚDE Pagamento de aposentadorias e pensões, inclusive dos servidores da saúde; Limpeza urbana e remoção de resíduos; Obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde; NÃO SÃO CONSIDERADAS DESPESAS COM A SAÚDE Merenda escolar e outros programas de alimentação, ainda que execultadas em unidades do SUS; Pagamento de pessoal ativo da área da saúde quando em atividade alheia à referida área. Assistência à saúde que não atenda ao princípio de acesso universal. ORIGENS DOS RECURSOS FINANCEIROS DE ONDE VEM O DINHEIRO QUE CUSTEIA AS ATIVIDADES DE SAÚDE? ORIGENS DOS RECURSOS FINANCEIROS O financiamento do SUS se insere no âmbito da Seguridade Social; Seguridade Social – consiste num conjuntos de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Tesouro Nacional – “é o caixa do governo” Formas de financiamento da seguridade social A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta; Contribuições: Do empregador - a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos; Trabalhadores - folha de salários; Formas de financiamento da seguridade social Contribuições: Sobre a receita de concursos. Do importador de bens ou serviços do exterior. Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) Tributação da sociedade - impostos pagos pela população; Contribuinte individual; ORIGENS DOS RECURSOS FINANCEIROS Á SAÚDE Famílias, empresas e Estado (municípios, estados, distrito federal e União); Desembolso direto – pessoa paga uma consulta médica; Desembolso indireto - contrata um seguro privado; SUFICIÊNCIA DOS RECURSOS: MUITO OU POUCO? Há insuficiência de recursos financeiros para se construir um sistema público universal. Financiamento - dificuldades a ser superada no SUS; DESAFIO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL O baixo financiamento do SUS é fator que mais impossibilita os gestores municipais e estaduais de organizarem a oferta dos serviços com qualidade, em consonância com as necessidades e os direitos da população. DESAFIO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL É verdade que se gasta pouco em Saúde no Brasil, especialmente no que concerne ao gasto público. Também, gasta-se mal com a saúde. Há necessidade de aumentar os gastos públicos em Saúde no Brasil Também há necessidade de melhorar a qualidade do gasto. DESAFIO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL QUANTIDADE X QUALIDADE DESAFIO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL Melhorar a gestão (recursos públicos para a saúde são mal geridos); Cerca de 20% a 40% dos gastos em saúde são desperdiçados por ineficiência; Uso inteligente dos recursos em saúde poderá fazer com o sistema alcance 100% de cobertura. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) PMAQ-AB - criado em 2011, tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos do território. Propõe um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde; Aumenta o repasse de recursos do incentivo federal para os municípios participantes que atingirem melhora no padrão de qualidade no atendimento. Os serviços de saúde são caros e os gastos em Saúde são altos e crescentes. Segundo OMS (1997) os serviços de saúde representaram um gasto global de 3 trilhões de dólares, 8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. DESAFIO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL Os gastos em Saúde crescem constantemente e estes podem estar relacionados a: Problemas estruturais do próprio sistema de saúde; Transição demográfica - as populações envelhecem e aumentam sua longevidade e os gastos em Saúde são maiores nos mais velhos. Transição epidemiológica - incrementa doenças crônicas em relação às quais os gastos são maiores. DESAFIO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL Uso de maneira excessiva e inadequada os serviços de saúde; Há incerteza dos usuários quanto a NECESSIDADES de uso ou não do serviço (déficit de conhecimento); Uso excessivo no Brasil - 24% de consultas médicas e 22% de internação. DESAFIO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL USO CONSCIÊNTE DOS RECURSOS FINANCEIROS DESPERDÍCIOS ? Há um processo de incorporação tecnológica constante que se faz, cada vez mais, por meio de tecnologias de maior densidade (tecnologia dura) e de maiores custos. É preciso maior Investimento na atenção Primária à Saúde (APS). DESAFIO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL APS aumenta inicialmente – demanda reprimida; Redução – atenção alta e média complexidade; Pode ocorrer também por: Aversão ao “risco”; Medo de adoecer; Problemas psicológicos/mentais; Planos de saúde DESAFIO DO FINANCIAMENTO: USO ABUSIVO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE Angelina Jolie Mastectomia preventiva. Retirada de ovários ? ? OS GASTOS EM SAÚDE NO BRASIL Constituição Federal (1988) – traz que o SUS será financiado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos estados, do distrito federal e dos municípios, além de outras fontes; OS GASTOS EM SAÚDE NO BRASIL UNIÃO – valor empenhado em 1999, acrescido de 5%, com variação Produto Interno Bruto - PIB (média 6% ou 7% de sua receita própria); ESTADOS – mínimo de 12% das receitas próprias; DISTRITO FEDERAL - mínimo de 12% das receitas próprias; MUNICÍPIOS - mínimo de 15% das receitas próprias; PERCENTUAL DO GASTO PÚBLICO EM RELAÇÃO AO GASTO TOTAL EM SAÚDE EM PAÍSES SELECIONADOS, 2003 PAÍS DESENVOLVIDO GASTOS EM SAÚDE EM PAÍSES SELECIONADOS, 2003 Em comparações internacionais, o Brasil gasta pouco em Saúde e gastamuito pouco com o sistema público de saúde; Tendência declinante dos gastos (US$); GASTOS PER CAPITA EM SAÚDE NO BRASIL. PERÍODO 1999/2003 GASTOS ESTIMADOS EM SAÚDE, POR SEGMENTOS. BRASIL, 2005 Gasto do governo em saúde BRASIL - o gasto do poder público em saúde por habitante é de R3,89, por dia. Ao ano, pouco mais de R$1.419,84. O gasto médio na capital baiana (Salvador), por pessoa, é de R$ 0,59 por dia - equivalente a R$ 215,35 por ano Campo Grande (MS) - R$ 3,15. Pará - R$ 0,74. Maranhão - R$ 0,77 Mato Grosso do Sul - R$ 0,80 Distrito Federal - R$ 3,27; Acre - R$ 2,92; Tocantins - R$ 2,50. PORTARIA Nº. 204, DE 29 DE JANEIRO DE 2007. Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. Blocos de financiamento são constituídos por componentes, conforme as especificidades de suas ações e dos serviços de saúde pactuados. BLOCOS DE FINANCIAMENTO - PORTARIA nº 204/2007 BLOCOS DE FINANCIAMENTO Os recursos federais que compõem cada bloco de financiamento serão transferidos aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, fundo a fundo, em conta única e específica para cada bloco de financiamento. TRANSFERÊNCIA REGULAR E AUTOMÁTICA Fundo a Fundo - consiste na transferência de valores diretamente do Fundo Nacional de Saúde (FNS) aos fundos estaduais e municipais. BLOCO DE ATENÇÃO BÁSICA O bloco da Atenção Básica é constituído por dois componentes: I- Piso da Atenção Básica Fixo - PAB Fixo; e II - Componente Piso da Atenção Básica Variável - PABVariável. Piso da Atenção Básica (PAB) PAB - consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente municipal. Normas Operacionais Básicas (NOB-96) PISO DA ATENÇÃO BÁSICA FIXO - PAB FIXO PAB Fixo - financiamento de ações de atenção básica, cujos recursos são transferidos mensalmente; definido pelo número de habitantes do município. Municípios habilitados => transferência regular e automática do Fundo Nacional de Saúde; Municípios não habilitados => pagamento por serviços produzidos (tabela de procedimentos) Normas Operacionais Básicas (NOB-96) Remuneração por Serviços Produzidos Pagamento direto aos prestadores estatais ou privados contratados e conveniados, contra apresentação de faturas, referente a serviços realizados; Pagamento é feito conforme programação e mediante prévia autorização do gestor - valores fixados em tabelas editadas pelo Ministério da Saúde. ADMINISTRAÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS Orçamento deve ser aprovado pelos conselhos de saúde (relatórios anual/trimestral); Orçamento de saúde – estabelecer anualmente, os recursos previstos no plano de saúde (quatriênio); Os gestores do SUS (secretarias e conselhos) são os responsáveis pelos recursos financeiros a serem gastos com a saúde; Cabe aos fundos de saúde a gestão financeira dos recursos PISO DA ATENÇÃO BÁSICA VARIÁVEL – PAB VARIÁVEL PAB variável – constituído de recursos destinados ao financiamento de estratégias, realizadas no âmbito da atenção básica em saúde “Variável” porque o repasse de recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) depende da implantação de estratégias/programa pelo município. Transferida exclusivamente aos municípios habilitados; Normas Operacionais Básicas (NOB-96) PISO DA ATENÇÃO BÁSICA VARIÁVEL – PAB VARIÁVEL PAB variável – financiamento de estratégias: 1. Saúde da Família (SF); 2. Agentes Comunitários de Saúde (ACS); 3. Saúde Bucal; 4. Compensação de Especificidades Regionais; 5. Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas; 6. Incentivo para a Atenção à Saúde no Sistema Penitenciário; 7. Incentivo para a Atenção Integral à Saúde do Adolescente em conflito com a lei, em regime de internação e internação provisória; e 8. outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico. PORTARIA Nº. 204, DE 29 DE JANEIRO DE 2007 DO BLOCO DE ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE AMBULATORIAL E HOSPITALAR • Será constituído por dois componentes: PORTARIA Nº. 204, DE 29 DE JANEIRO DE 2007 • I - Componente Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar - MAC; • II - Componente Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC. PORTARIA Nº. 204, DE 29 DE JANEIRO DE 2007 Componente Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade - MAC; MAC – os recursos de custeio da esfera federal destinados à assistência hospitalar e ambulatorial, Transferência Regular mensalmente e Automática (Fundo a Fundo ); Pagamento às secretarias estaduais e municipais de saúde pela execução de ações, contra a apresentação de demonstrativo de atividades realizadas ao MS. PORTARIA Nº. 204, DE 29 DE JANEIRO DE 2007 Componente Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade - MAC; Os incentivos financeiros do MAC incluem: I - Centro de Especialidades Odontológicas - CEO; II - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU; III - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador; IV - Adesão à contratualização dos Hospitais de Ensino, dos Hospitais de Pequeno Porte e dos Hospitais Filantrópicos; V - Programa de Incentivo de Assistência à População Indígena; Componente Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC Os procedimentos ambulatoriais e hospitalares de média e alta complexidade, atualmente financiados pelo FAEC, serão gradativamente incorporados ao Componente MAC dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; PORTARIA Nº. 204, DE 29 DE JANEIRO DE 2007 Componente Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC Os incentivos financeiros do FAEC incluem: I – Procedimentos regulados pela Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade - CNRAC; II - Transplantes e procedimentos vinculados; III - Ações estratégicas ou emergenciais, de caráter temporário, e implementadas com prazo pré-definido; e IV - Projetos de Cirurgia Eletiva de Média Complexidade PACTO PELA VIDA O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. Os estados/municípios devem PACTUAR as ações necessárias para o alcance das metas e dos objetivos propostos. Pactuação no SUS- pactos intergestores para garantia de acesso da população aos serviços de saúde. PACTO PELA VIDA São seis as prioridades pactuadas: 1. Saúde do Idoso; 2. Controle do câncer do colo do útero e da mama; 3. Redução da mortalidade infantil e materna; 4. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; 5. Promoção da Saúde; 6. Fortalecimento da Atenção Básica; REFERÊNCIAS BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. SUS: avanços e desafios. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2006. BRASIL. Gabinete do Ministro. Portaria nº. 204, de 29 de Janeiro de 2007. PAIM, Jairnilson Silva; ALMEIDA FILHO, Naomar de. Saúde Coletiva: teoria e prática. Rio de Janeiro: MEDBOOK, 2014.
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