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Juiz Federal/ 2016 CURSO PREPARATÓRIO Concurso para JUIZ FEDERAL Prova escrita Alexandre Rossato da S. Avila 2016 AULA DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Professor Mateus Silveira Facebook: Mateus Silveira mateussilveira.adv@gmail.com PERISCOPE: @profMateusSilveira Twitter: @profMateusCF Canal no YouTube: Professor Mateus Silveira Dir. Internacional: É o conjunto de princípios e normas, positivas e costumeiras, representativos dos direitos e deveres aplicáveis no âmbito da sociedade internacional. Dir. Inter. Público: regula ou regra a relação entre os Estados, os Estados e organismos internacionais intergovernamentais (ONU, BIRD, FMI) e os Estados e Particulares. Deste modo, podemos dizer que o DIPub regula as relações em que o Estado é parte ou outro ente com personalidade jurídica de direito internacional. DIR. INTERNACIONAL PÚBLICO O Direito Internacional Público tem como características fundamentais: a inexistência de uma autoridade superior, a falta de coercibilidade para o cumprimento dos regramentos estabelecidos, sistema de sanções frágeis, descentralização das decisões e o dever do respeito à soberania dos Estados. E tem com fonte mais importante os tratados internacionais. O q fundamenta o DIP é a soberania estatal (art. 1, I da CF/88), manifestação da vontade ou consentimento e o pacta sunt servanda. SOBERANIA: é a qualidade que caracteriza o poder supremo de um Estado (independência, autoridade dentro e fora do seu território); Art. 1º, I; Art. 4º, I, III e V; Art. 170, I, todos da CF/88; PACTA SUNT SERVANDA: liberdade de contrair obrigações (direitos e deveres), compromissos livremente firmados devem ser cumpridos. FONTES DE DIREITO INTERNACIONAL PRIMÁRIAS: tratados internacionais, o costume internacional e os princípios gerais de direito. SECUNDÁRIAS: doutrina, jurisprudência da Corte Internacional de Justiça de 1945 – Corte de Haia – art. 38 (decisões da corte, convenções e tratados, costumes e princípios gerais de direito). Os costumes reconhecidos e praticados nas relações exteriores vinculam as partes, sem necessitar que esta norma esteja escrita. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO: são os valores que apontam um caminho a seguir e que servem de base para as decisões internacionais. AS JURISPRUDÊNCIAS das cortes internacionais (CIJ (corte internacional de justiça) E TPI (tribunal penal internacional)) fazem fonte de direito intencional, no entanto as jurisprudências dos Tribunais Constitucionais internos de cada nação não), apesar de terem relevância do dir. internacional privado, não são fontes de DIP. OS ATOS UNILATERAIS dos Estados fazem fonte de DIP??? POPULAÇÃO: é o conjunto de habitantes que mantêm ligação estável com um determinado Estado, por meio de um vínculo jurídico, o vínculo da nacionalidade. Inclui os nacionais residentes dentro e fora do território. Não inclui os estrangeiros residentes no território do Estado. NACIONALIDADE: é o vínculo jurídico-político de fidelidade entre o Estado e o indivíduo, atribuído pelo Estado, na exercício de seu poder soberano. TERRITÓRIO: é o espaço onde se exerce a soberania estatal. Ele determina os limites do exercício do poder do estado. Delimitar um território significa estabelecer seus limites, o que é feito por tratados ou costumes. Demarcar um território significa implantar marcos físicos sobre o território. Limite não se confunde com fronteira. Limite é um ponto que determina com certa precisão até onde vai o território do Estado. Fronteira é uma região em torno do limite territorial, sobre o qual o Estado tem interesse de zelar para garantir sua segurança nacional. PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO INTERNACIONAL Os Estados e organizações internacionais intergovernamentais e os particulares ou indivíduos tem personalidade jurídica internacional ou seja, são sujeitos do Direito Internacional. Atenção: A Anistia Internacional e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha não são organizações internacionais, mas sim ONGs de atuação internacional, por este motivo não celebram tratados, e por este motivo não são considerados sujeitos de direito internacional. ESTADOS: para que sejam sujeitos de direito internacional devem reunir 4 elementos constitutivos em sua formação: População Permanente; Território determinado; Governo e Soberania. RECONHECIMENTO DE UM ESTADO: é o surgimento de um novo sujeito de direito internacional, atestado pelos demais Estados por meio de um ato discricionário, unilateral, irrevogável e incondicional; Cuja importância é fundamental para que o novo Estado se relacione com os seus pares na comunidade internacional. RECONHECIMENTO DE GOVERNO: é todo o governo que exerce a sua autoridade como sendo a única no Estado. Tem as seguintes FORMALIDADES: efetividade (controle da máquina e obediência civil), cumprimento das obrigações internacionais, Constituição própria e ser democrático. EFEITOS DO RECONHECIMENTO DE UM GOVERNO: estabelecimento de relações diplomáticas; imunidade de jurisdição; capacidade para demanda em tribunal estrangeiro; admissão da validade das leis e atos governamentais. CHEFE DE ESTADO X CHEFE DE GOVERNO No Brasil cabe Privativamente ao Chefe de Estado art. 84, VII e VIII da CF/88 manter relações com outros Estados, acreditar seus representantes diplomáticos e celebrar tratados internacionais “ad referendum” do Congresso Nacional. O Chefe de Estado goza de imunidade plena que é uma restrição ao direito fundamental dos Estados soberanos que se veem impedidos de sujeitar representantes de outros Estados presentes em seu território ao seu ordenamento jurídico. No Brasil o Ministro das Relações Exteriores ou chanceler tem como principal função auxiliar o chefe de Estado na formulação e execução da política externa. PESSOA JURÍDICA DE DIR. PUB. EXTERNO – República Federativa do Brasil; PESSOA JURÍDICA DE DIR. PUB. INTERNO – UNIÃO FEDERAL; ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS INTERGOVERNAMENTAIS: são pessoas de direito público externo formadas pela reunião de Estados que têm uma finalidade em comum. Após serem constituídas adquirem personalidade internacional independente da de seus membros constituintes (ONU, OIT, FAO, UNESCO (educação, ciência e cultura), OTAN E FMI). SANTA SÉ: é a aliança da Cúria Romana com o Papa, o Tratado de Latrão firmado em 1929 pela Itália e a Santa Sé, reconhece a personalidade internacional da Santa Sé, reconheceu a propriedade e a jurisdição soberana sobre o Vaticano e atribuiu ao Vaticano neutralidade permanente. ESTADO DA CIDADE DO VATICANO possui personalidade jurídica própria que não se confunde com a da santa sé, nacionalidade própria (nacionalidade funcional ou jus domicilli + jus laboris); quem reside no Vaticano está submetido a soberania da Santa Sé que também tem direito a representação diplomática ativa e passiva (núncio apostólico); o Papa é chefe de Estado e da Igreja Católica; TRATADOS INTERNACIONAIS É o acordo internacional celebrado por escrito entre dois ou mais Estados ou outros sujeitos sob égide do Direito Internacional. Requisitos de Validade: CAPACIDADE DAS PARTES, HABILITAÇÃO DO AGENTE SIGNATÁRIO (representatividade derivada carta de plenos poderes),CONSENTIMENTO MÚTUO, OBJETO LÍCITO E POSSÍVEL. NO BRASIL assinam e negociam tratados o Chefe de Estado e o Ministro das relações Exteriores e também o PLENIPOTENCIÁRIO (pessoa escolhida pelo Presidente com a confirmação do Min das rel. Exteriores) e Delegação nacional, ambos necessitam de “CARTA DE PLENOS PODERES”. Que significa que é um doc. expedido por autoridade competente dando os poderes necessários, para firmar, negociar e alterar acordos em nome da nação. TRATADOS são normas de direito externo até serem internalizados pelos ordenamentos jurídicos de cada nação. O Brasil adotou a teoria da incorporação no art. 5º, §s 2º, 3º e 4º da CF/88. No Brasil, assinado o tratado, o mesmo é enviado com uma carta ao Congresso Nacional e deve ser aprovado nas duas casas, sendo aprovado é emitido pelo Presidente do Congresso Nacional um Decreto Legislativo autorizando o presidente a ratificar o acordo, uma vez ratificado por Decreto presidencial, o tratado será promulgado e publicado passando a valer no território nacional. Conflito entre o tratado e norma interna, a doutrina majoritária prega a prevalência do direito internacional sobre o direito interno. No entanto, nenhum tratado internacional poderá contrariar a CF/88, para ser incorporado no ordenamento legislativo brasileiro. “Reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado. A “Denúncia” é um ato unilateral, de efeito jurídico inverso ao da ratificação e da adesão, manifestando, o Estado, sua vontade de deixar de ser parte no acordo internacional. AGENTES DIPLOMÁTICOS: são responsáveis pela represen-tação do próprio Estado em território estrangeiro, perante o governo. Missão Diplomática: é formada pelo conj. De diplomatas que representam os Estados ou organizações intergovernamentais. OS EMBAIXADORES são a própria representação da nação no estado estrangeiro ou no organismo internacional, são responsáveis pela representação política. Os prédios das embaixadas são invioláveis. DIREITO DE LEGAÇÃO: consiste na prerrogativa dos Estados de enviar (ativa) e receber (passiva) agentes diplomáticos (Embaixadores) de outros Estados. O Chefe da Missão Diplomática é chamado de embaixador ou núncio. Também em missões sem embaixadas o chefe poderá ser chamado de enviado ou ministro ou encarregado de negócios. Embaixador é uma função ocupada e não uma classe da carreira diplomática, o último nível da carreira diplomática é ministro de primeira classe. As Embaixadas, que são o local onde funciona a missão diplomática compreendendo o conjunto de suas instalações físicas, são invioláveis segundo a Convenção de Viena. AGENTES CONSULARES: são funcionários públicos enviados pelo Estado para a proteção de seus interesses e de seus nacionais; CONSULADOS são repartições públicas estabelecidas pelos Estados em portos ou cidades de outros Estados. São responsáveis pela representação comercial, administrativa e a de caráter notarial. Espécies de cônsul: Honorário eleito entre os nacionais do país onde está o consulado; de Carreira funcionário público do país que o consulado representa; Nomeação do Cônsul depende de aceitação prévia do nome indicado (feito mediante o exequatur que é a autorização concedida pelo Estado receptor que admite o agente consular para o exercício de suas funções), competindo tal função a cada Estado individualmente, nos termos de sua legislação específica. CARTA PATENTE: é o documento que representa a investidura do agente consular; OS LOCAIS DA MISSÃO DIPLOMÁTICA NÃO PODEM SER VIOLADOS; O AGENTE DIPLOMÁTICO GOZA DE ISENÇÃO DE IMPOSTOS E TAXAS, HAVENDO EXCEÇÕES A ESSE RESPEITO; OS BENS DA EMBAIXADA SÃO INVIOLÁVEIS E NÃO PODEM SER OBJETOS DE PENHORA. A CORRESPONDÊNCIA E A COMUNICAÇÃO OFICIAL DA MISSÃO DIPLOMÁTICA É INVIOLÁVEL. A MALA DIPLOMÁTICA NÃO PODERÁ SER ABERTA OU RETIDA. Imunidade Em razão do desempenho das suas funções, o agente diplomático goza de privilégios e imunidades. Esses privilégios e imunidades podem ser classificados em: inviolabilidade, imunidade de jurisdição civil, administrativa e criminal e isenção fiscal. A inviolabilidade abrange o local da Missão diplomática e as residências particulares dos agentes diplomáticos. Nesses locais, o Estado acreditado não pode exercer qualquer tipo de coação (invasão pela polícia), a não ser que haja autorização do Chefe da Missão. Do mesmo modo, não pode haver uma citação dentro da Missão. A inviolabilidade cessa se os locais da Missão forem utilizados de modo incompatível com as funções da Missão. Cessa ainda em caso de emergência (incêndio). É inviolável também a correspondência. A inviolabilidade também significa que os agentes diplomáticos não podem ser presos. O Estado acreditado deverá proteger os imóveis da Missão, bem como a própria pessoa dos Agentes Diplomáticos. Os atos da Missão, praticados como representante do Estado acreditante (assinatura de Tratado) não podem ser apreciados pelos tribunais do Estado acreditado. O Agente Diplomático goza de imunidade de jurisdição criminal. É absoluta e aplica-se a qualquer delito. Ele tem ainda imunidade de jurisdição civil e administrativa. A imunidade de jurisdição não significa que ele esteja acima da lei, mas significa apenas que ele deverá ser processado no Estado acreditante. Poderá haver renúncia à imunidade de jurisdição do agente diplomático ou de qualquer pessoa que dela se beneficie. De um modo geral, tem sido sustentado que a imunidade penal cessa em caso de flagrante delito que não esteja ligado ao exercício de suas funções. A imunidade fiscal abrange o Estado acreditante e o Chefe da Missão. ATENÇÃO AOS arts. 31 e 32 da Convenção de Viena de 1961 dobre o Direito Diplomático: Artigo 31 1. O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado. Gozará também da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não ser que se trate de: a) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditado para os fins da missão. b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a titulo privado e não em nome do Estado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário. c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente diplomático no Estado acreditado fora de suas funções oficiais. 2. O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha. 3. O agente diplomático não esta sujeito a nenhuma medida de execução a não ser nos casos previstos nas alíneas " a", " b " e " c " do parágrafo 1 deste artigo e desde que a execução possa realizar-se sem afetar a inviolabilidade de sua pessoa ou residência. 4. A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o isenta da jurisdição do Estado acreditante. Artigo 32 1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticose das pessoas que gozam de imunidade nos termos do artigo 37. 2. A renuncia será sempre expressa. 3. Se um agente diplomático ou uma pessoa que goza de imunidade de jurisdição nos termos do artigo 37 inicia uma ação judicial, não lhe será permitido invocar a imunidade de jurisdição no tocante a uma reconvenção ligada à ação principal. 4. A renuncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações civis ou administrativas não implica renúncia a imunidade quanto as medidas de execução da sentença, para as quais nova renúncia é necessária. Da isenção de impostos ao representante diplomático: Artigo 34 O agente diplomático gozará de isenção de todos os impostos e taxas, pessoais ou reais, nacionais, regionais ou municipais, com as exceções seguintes: a) os impostos indiretos que estejam normalmente incluídos no preço das mercadorias ou dos serviços; b) os impostos e taxas sobre bens imóveis privados situados no território do Estado acreditado, a não ser que o agente diplomático os possua em nome do Estado acreditante e para os fins da missão; c) os direitos de sucessão percebidos pelo Estado acreditado, salvo o disposto no parágrafo 4 do artigo 39; d) os impostos e taxas sobre rendimentos privados que tenham a sua origem no Estado acreditado e os impostos sobre o capital referentes a investimentos em empresas comerciais no Estado acreditado. e) os impostos e taxas que incidem sobre a remuneração relativa a serviços específicos; f) os direitos de registro, de hipoteca, custas judiciais e imposto de selo relativos a bens imóveis, salvo o disposto no artigo 23. DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL TERRITÓRIO NACIONAL; pode incluir Navios, com a bandeira do país e aeronaves militares. Mar Territorial compreende uma faixa de 12 milhas marítimas de largura, medidas da linha base. Zona Contígua brasileira compreende uma faixa de 12 a 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. A finalidade é delimitar o exercício da fiscalização para evitar infrações às leis e reprimir infrações às leis. LEI Nº 8.617/93 -O MAR TERRITORIAL Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil. Parágrafo único. Nos locais em que a costa apresente recorte profundos e reentrâncias ou em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata, será adotado o método das linhas de base retas, ligando pontos apropriados, para o traçado da linha de base, a partir da qual será medida a extensão do mar territorial. Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao seu leito e subsolo. ZONA CONTÍGUA Art. 5º Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias para: I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no seu territórios, ou no seu mar territorial; II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar territorial. ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA: uma faixa de 200 milhas marítimas contadas a partir da linha base, onde há o direito exclusivo do BRASIL de investigação e exploração científica econômica. PLATAFORMA CONTINENTAL CORRESPONDE AO LEITO E AO SUBSOLO DAS ÁREAS SUBMARINAS que se estendem além do mar territorial. Navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente. -ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA Art. 7º Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos. Art. 8º Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. Parágrafo único. A investigação científica marinha na zona econômica exclusiva só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. Art. 9º A realização por outros Estados, na zona econômica exclusiva, de exercícios ou manobras militares, em particular as que impliquem o uso de armas ou explosivas, somente poderá ocorrer com o consentimento do Governo brasileiro. Art. 10. É reconhecidos a todos os Estados o gozo, na zona econômica exclusiva, das liberdades de navegação e sobrevôo, bem como de outros usos do mar internacionalmente lícitos, relacionados com as referidas liberdades, tais como os ligados à operação de navios e aeronaves. PLATAFORMA CONTINENTAL Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. Parágrafo único. O limite exterior da plataforma continental será fixado de conformidade com os critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de 1982. Art. 12. O Brasil exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos de exploração dos recursos naturais. Parágrafo único. Os recursos naturais a que se refere o caput são os recursos minerais e outros não-vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes a espécies sedentárias, isto é, àquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com esse leito ou subsolo. Art. 13. Na plataforma continental, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marinho, bem como a construção, operação e o uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. § 1º A investigação científica marinha, na plataforma continental, só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. § 2º O Governo brasileiro tem o direito exclusivo de autorizar e regulamentar as perfurações na plataforma continental, quaisquer que sejam os seus fins. Art. 14. É reconhecido a todos os Estados o direito de colocar cabos e dutos na plataforma continental. § 1º O traçado da linha para a colocação de tais cabos e dutos na plataforma continental dependerá do consentimento do Governo brasileiro. § 2º O Governo brasileiro poderá estabelecer condições para a colocação dos cabos e dutos que penetrem seu território ou seu mar territorial. NACIONALIDADE Art. 12 da CF/88. ORIGINÁRIA – Jus soli e jus sanguinis; DERIVADA – ius domicilli (domicílio), ius laboris (trabalho), ius comumunicatio(casamento) Art. 112, da Lei nº 6.815/80, trata das condições para a naturalização. Art. 12, §1º, da CF/88 - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. O Decreto nº 3.927/01 promulgou o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000. Nos arts. 12 ao 22 temos o que o tratado denominou como Estatuto de Igualdade entre Brasileiros e Portugueses. Artigo 12 - Os brasileiros em Portugal e os portugueses no Brasil, beneficiários do estatuto de igualdade, gozarão dos mesmos direitos e estarão sujeitos aos mesmos deveres dos nacionais desses Estados, nos termos e condições dos Artigos seguintes. Artigo 15 - O estatuto de igualdade será atribuído mediante decisão do Ministério da Justiça, no Brasil, e do Ministério da Administração Interna, em Portugal, aos brasileiros e portugueses que o requeiram, desde que civilmente capazes e com residência habitual no país em que ele é requerido. Artigo 17 1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à autoridade competente. 2. A igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de direitos equivalentes. 3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade. Artigo 21 Os Governos do Brasil e de Portugal comunicarão reciprocamente, por via diplomática, a aquisição e perda do estatuto de igualdade regulado no presente Tratado. Artigo 22 Aos brasileiros em Portugal e aos portugueses no Brasil, beneficiários do estatuto de igualdade, serão fornecidos, para uso interno, documentos de identidade de modelos iguais aos dos respectivos nacionais, com a menção da nacionalidade do portador e referência ao presente Tratado. DA PERDA DA NACIONALIDADE Art. 12, §4º, da CF/88 - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; ESTRANGEIROS Lei nº 6.815/80 Estatuto do estrangeiro; Art. 5º, caput da CF/88; Atenção que apenas os cidadãos brasileiros e os portugueses equiparados pelo estatuto da igualdade têm direitos políticos. A entrada de um estrangeiro no BR depende de um visto de entrada. Visto é uma autorização dada pela autoridade brasileira para a permanência no país, por um determinado período de tempo (concedido pela autoridade consular no exterior ou DPF no BR). Há diversas modalidade de vistos no Brasil: Turista – 90 dias prorrogáveis por igual período , não pode ser excedido no prazo de 12 meses; Temporário – prazos variados para estudantes, negócios, esportes, cientistas, jornalistas e religiosos; Permanente; Outros concedidos pelo Min. Das Rel. Exteriores, visto de cortesia e diplomático. Enquanto o visto é o ato administrativo de competência do Ministério das Relações Exteriores que se traduz por autorização consular registrada no passaporte de estrangeiros que lhes permite entrar e permanecer no País, após satisfazerem as condições previstas na legislação de imigração. A Autorização de trabalho a estrangeiros é o ato administrativo de competência do Ministério do Trabalho exigido pelas autoridades consulares brasileiras, em conformidade com a legislação em vigor, para efeito de concessão de vistos permanentes e/ou temporário a estrangeiros que desejem permanecer no Brasil a trabalho. (art. 100, Lei nº 6.815/80) Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) nos seus art. 4º, III e art. 15, V e VI da mesma lei, fala sobre a questão que envolve a mudança do motivo de permanência da pessoa no Brasil, se impõem a mudança do tipo de visto também. “VI - Jornalista: (Lei nº 6.815/80, art. 13, inciso VI) Para correspondentes de jornais, revistas, rádio, televisão ou agência noticiosa estrangeira, remunerados por empresa estrangeira. O visto autoriza a estada por, no máximo, 4 (quatro) anos, podendo ser prorrogada por igual período, mediante requerimento ao Ministério da Justiça, antes do vencimento.” “V - Trabalho: (Lei nº 6.815/80, art. 13, inciso V) Destinado àqueles que venham ao Brasil para exercer atividades laborais junto a empresas, com ou sem vínculo empregatício no Brasil. A empresa responsável pelo ingresso e estada do estrangeiro no Brasil deve solicitar previamente junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, a autorização de trabalho correspondente, observadas as Resoluções do Conselho Nacional de Imigração – CNIg. O visto de trabalho é concedido por até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado por igual período e transformado em permanente. Em ambos os casos devem ser observadas as disposições da legislação em vigor.” “V - Trabalho: (Lei nº 6.815/80, art. 13, inciso V) Destinado àqueles que venham ao Brasil para exercer atividades laborais junto a empresas, com ou sem vínculo empregatício no Brasil. A empresa responsável pelo ingresso e estada do estrangeiro no Brasil deve solicitar previamente junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, a autorização de trabalho correspondente, observadas as Resoluções do Conselho Nacional de Imigração – CNIg. O visto de trabalho é concedido por até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado por igual período e transformado em permanente. Em ambos os casos devem ser observadas as disposições da legislação em vigor.” Asilo Político e o Refúgio: O asilo político é a proteção concedida pelo Estado nacional ao estrangeiro perseguido por suas opiniões políticas, religiosas ou raciais. A proteção pode inclusive admitir o uso de apoio e força policial e a ajuda financeira do Estado receptor (perseguição a um indivíduo). No Brasil, o asilo político se constituiu como garantia constitucional (art. 4º, X, da CF/88). Existem duas modalidades: o asilo diplomático e o asilo territorial. O Refúgio é fundamentado em uma perseguição a um grupo de indivíduos, em função de sua raça, religião, nacionalidade ou opção política. O refugiado deve ter fundado temor de perseguição em seu país, onde não encontrará um julgamento justo, com o devido processo legal. É concedido mediante solicitação ao Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) ligado ao Ministério da Justiça. Não poderão ser considerados refugiados aqueles que praticaram crimes contra a paz, crimes hediondos, crimes contra a humanidade, tráfico internacional de entorpecentes ou crimes comuns, fora do país que o acolhe, antes de serem aceitos como refugiados. Saída Compulsória de Estrangeiro. Fixação! Seus olhos no retrato. Extradição! Tem crime ou processo penal. Deportação! Tem problema administrativo. Expulsão! Tem crime ou interessenacional. As três são... Meios de retirada de estrangeiro. Deportação: É a retirada do território nacional do estrangeiro irregular no país. A irregularidade pode ocorrer em decorrência de diversas causas, como: entrada irregular no território nacional; circulação por municípios para os quais o estrangeiro não tem autorização de ir, o que ocorre com aqueles habitantes de municípios fronteiriços e que podem circular por determinados municípios brasileiros sem visto; expiração do visto; exercício de atividade remunerada pelo detentor de visto de turista, de trânsito ou temporário; não comunicação ao Ministério da Justiça da mudança de endereço, até 30 dias após a efetivação da mudança. O estrangeiro arca com os custos da deportação, se não tiver recurso o Tesouro nacional arcará com os custos, contudo o estrangeiro não poderá retornar ao Brasil sem ressarcir ao Tesouro Nacional as despesas realizadas por sua deportação. Deste modo, a deportação consiste em processo de devolução de estrangeiro irregular no BR ou que incorra nos casos do art. 57 da Lei nº 6.815/80. O estrangeiro deve retornar ou para o seu Estado ou para aquele de onde proveio. Expulsão: É a retirada forçada do estrangeiro do território nacional, por questões de ordem criminal ou de interesse nacional. A razão não é apenas administrativa, como na deportação, mas criminal ou política. É ato unilateral do governo brasileiro e o Estatuto do Estrangeiro prevê as seguintes hipóteses: atentar contra a ordem política ou social, a tranquilidade ou a moralidade pública e a economia popular. Consiste em medida coercitiva de caráter discricionário de um Estado. Compete ao Diretor do Departamento de Estrangeiros, da Secretaria Nacional de Justiça, determinar a instauração de Inquérito de Expulsão em que são assegurados ao estrangeiro a ampla defesa e o contraditório e que irá compor o processo administrativo para fins de expulsão como peça instrutória, dentre outras. A decisão sobre a expulsão e sua revogação, desde maio de 2000, é de competência do Ministro de Estado da Justiça, delegada pelo Presidente da República por meio do Decreto nº 3.447, de 5 de maio de 2000, vedada subdelegação. O Estado possui direito soberano de expulsar os estrangeiros que desafiam a sua ordem pública. A expulsão não é uma pena, mas sim medida administrativa. Trata-se de ato discricionário (jurídico-político) do Presidente da República (mediante decreto). Uma vez expulso, o estrangeiro é impedido de reingressar no território nacional, sob pena de configurar-se o delito tipificado no artigo 338, do CP, tratando-se de crime permanente cuja pena, de reclusão, é de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento daquela. Trata- se de crime que se consuma com o reingresso no território nacional, e cuja ação penal é pública incondicionada, de competência da Justiça Federal (art. 109, X, da CF). Extradição: É o envio do estrangeiro que cometeu um crime no exterior, para ser processado ou julgado, ou então para lá cumprir sua pena, depois de ter sido condenado. É um ato bilateral que depende da solicitação do Estado interessado na extradição e também da manifestação de vontade do Brasil. A extradição não atinge brasileiros natos e os naturalizados atinge em casos específicos. É instrumento típico de cooperação internacional em matéria penal. Requisitos: especialidade, dupla incriminação e existência de tratado ou promessa de reciprocidade. ATENÇÃO AO ART. 5º, LI E LII, DA CF/88. Atinge brasileiros naturalizados, por crime cometido antes da naturalização ou por tráfico ilícito de entorpecentes. A concordância do estrangeiro com a extradição não é relevante, bem como, não pode haver extradição por crimes políticos ou de opinião. Os pedidos de extradição com base em promessa de reciprocidade de tratamento encontram respaldo legal e são instruídos, no País, na forma da Lei 6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, bem assim nos compromissos internacionais firmados com vistas ao combate à impunidade. Tal promessa constitui declaração de Governo em que, ocorrendo situação análoga no país requerido, o país requerente compromete-se a conceder a extradição nos mesmos moldes. O primeiro princípio fundamental da extradição é o Princípio da Especialidade, ou seja, o extraditando não poderá ser processado e/ ou julgado por crimes que não embasaram o pedido de cooperação e que tenham sido cometidos antes de sua extradição, podendo o Estado requerente solicitar ao Estado requerido a extensão ou ampliação da extradição ou extradição supletiva. Outro princípio basilar da extradição é o da Dupla Tipicidade, também conhecido como Princípio da Identidade ou da Dupla Incriminação do Fato ou Incriminação Recíproca. Sob a égide deste, impõe-se que somente seja concedida uma extradição para um fato típico e antijurídico, assim considerado tanto no país requerente quanto no requerido. No tocante aos pedidos de extradição passiva, o Estado brasileiro segue o Sistema de Contenciosidade Limitada. De acordo com este, a ação para julgamento do pedido de extradição junto ao Supremo Tribunal Federal não consiste na repetição do litígio penal que lhe deu origem. A Suprema Corte possui limitações que a impedem de reexaminar o quadro probatório ou a discussão sobre o mérito tanto da acusação quanto da condenação emanadas pela autoridade competente do Estado estrangeiro. O Sistema de Contenciosidade Limitada não impede, contudo, que o Supremo Tribunal Federal analise os aspectos formais do processo criminal que embasa o pedido de extradição, garantias e direitos básicos da pessoa reclamada. ESQUEMA EXTRADIÇÃO PASSIVA DO BRASIL– SISTEMA JUDICIÁRIO 1º Fase – Administrativa (Poder Executivo); 2º Fase – Judiciária – STF examina a legalidade; 3º Fase – Administrativa – entrega o extraditando ou comunica a recusa. Súmula 421 do STF Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira ou ter filho brasileiro. A Entrega de nacionais ou estrangeiros: é o envio de um indivíduo para ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Pode ocorrer com brasileiros natos, naturalizados ou estrangeiros. A CF/88 proíbe a extradição de brasileiros natos, porém quanto à entrega nada menciona, além disso, é importante salientar que o Brasil integra o TPI, fazendo parte do órgão, conforme dispõe o art. 5º, § 4º da CF/88. A entrega é promovida pela autoridade brasileira e deve ter a concordância do acusado. FIM! BOM ESTUDO E BOA PROVA PARA TODOS! SUCESSO!!!
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