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sofistas e a relação com a Psicanalise

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Os Sofistas:
 Suas Práticas e a Psicanalise.
 *Alexandre Cardoso
Resumo
Este artigo pretende mostrar a proximidade entre as práticas da escola Sofista da Grécia antiga com a pratica psicanalítica na sociedade contemporânea, e dessa forma, desmistificar o conceito negativo do termo sofista.
Diante disso será observado que o psicanalista é um sofista no que se refere a sua técnica linguística, e suas habilidades discursivas, tornando-o competente em suas atividades, portanto assim como os Sofistas, o psicanalista dominam a técnica retórica.
Palavras-chave: Escola Sofista. Técnicas linguísticas. Retórica. Pratica psicanalitica. 
Abstract
This article aims to show the proximity between the practices of the school Sophist of Ancient Greece with the practice psychoanalytic in contemporary society, and thus, demystify the negative concept of the term sophist. In addition, you will notice that the psychoanalyst is a sophist in relation to their linguistic technique, and their skills, making it responsible in their activities, so just as the Sophists, the psychoanalyst mastering the technique of rhetoric.
Keywords: School Sophist. Linguistic techniques. Rhetoric. Practice psicanalitica.
_______________________________________________________________
* Graduando em Licenciatura em Filosofia, Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, São Paulo- SP – Brasil.
1- Quem eram os Sofistas?
Os Sofistas eram sábios que atuavam como professores e viajavam de cidade em cidade ensinando seus conhecimentos mediante o pagamento dos jovens dispostos a adquirir em conhecimento. Os sofistas eram considerados mestres na retórica e faziam uso da polimatia, que significa se posicionar sobre qualquer assunto.
Os principais Sofistas foram: Protágoras, Híppias, Górgias, Isócrates.
O termo Sofista significava sábio, pois esta palavra deriva das palavras Sophia e Sophos, que significa sabedoria ou sábio, porém com as oposições de Platão e Aristóteles o termo Sofista adquiriu um significado de desonestidade intelectual, pois, definiu a sofística como "a sabedoria (sapientia) aparente, mas não real”. 
Para Platão, os sofistas ensinavam a argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo que os argumentos não fossem válidos, ou seja, não estavam interessados pela procura da verdade e sim pelo refinamento da arte de vencer discussões.
2- As Práticas Sofistas e a Psicanalise.
Oposição entre natureza (phýsis¹) e cultura (nómos²).
A Maior parte dos Sofistas, tinha o interesse filosófico concentrado nas questões do homem e da Natureza, isso significa que para eles o que é dado para o homem por Natureza, não pode ser mudado, como por exemplo a necessidade de se relacionar sexualmente, ou se alimentar. 
O que é dado por cultura pode ser mudado, como por exemplo a escolha do parceiro ou parceira, ou a escolha de que alimento vai lhe satisfazer.
Partindo desses dois pontos pode-se observar que para Sigmund Freud, o que o homem tem por Natureza são seus impulsos naturais do inconsciente batizado por ele de “ID”, no qual se busca da satisfação ou descarga de acordo com o princípio do prazer, o “Ego” e Superego que recebe interagem, satisfazendo, transformando ou reprimindo de acordo com o princípio da realidade, que é a parte moral do psique e representa os valores da sociedade.
Relativismo.
Para os Sofistas, tudo que se refere a vida pratica é cultura, portanto pode ser mudado, colocando em dúvidas normas e leis quanto a necessidade, pois para eles algumas leis podiam ser ou não pertinentes a uma determinada sociedade. Para Freud a personalidade cresceria saudável mediante a liberdade das satisfações dos instintos. Afirmavam não haver uma verdade absoluta, diziam que o que existia eram opiniões. Segundo o pensamento de Protágoras “o homem é a medida de todas as coisas”, significa que, para ele cada homem seria a medida de sua própria verdade.
Dessa forma Freud considerava a Consciência moral, noção geral da Ética clássica um mero dispositivo de segurança, criado coletivamente para proteger a ordem civilizada. 
_______________________________________________________________
¹ O princípio da evolução ou do progresso, na natureza, a natureza enquanto fonte de progresso e evolução.
² Relação com o que era adquirido pelo costume.
No livro the closing of the american mind, o autor Norte Americano Alan Bloom, destaca que Freud considerava que:
“Os homens aceitam o princípio da realidade como algo áspero, desagradável e, essencialmente, pouco atraente, uma mera necessidade” (BLOON, Alan,1987, p.81).
 
3- A habilidade de argumentar mesmo que as teses fossem contraditórias a Polimatia¹ Sofista.
Com o desenvolvimento da democracia na Grécia antiga, os Sofistas inevitavelmente desenvolveram a habilidade de discursar a respeito de qualquer assunto, que chamamos de polimatia, com a finalidade de convencer a maior parte da Assembleia, e conseguir benefícios, mesmo que o discurso fosse contraditório, ou suas ideias fossem contraditórias a alguma lei ou princípio. Nem tão pouco se o que discursavam era verdadeiro, pois a intenção era conquistar o maior número de pessoas, mesmo por que a verdade para eles era relativa.
Dessa forma podemos observar essa característica natural dos sofistas em Sigmund Freud, pois ele mesmo ao desenvolver e utilizar algumas teses que revolucionaram as crenças cientificas ao estabelecer um entendimento especial as motivações do ser humano. Como Freud foi um revolucionário nessa área, suas teses exigiram muita habilidade retórica para convencer a comunidade cientifica.
O que faz Freud se aproximar do estilo Sofista é que ele parecia ter uma explicação sugestiva para tudo, possuía um grande talento literário e muita imaginação.
Por exemplo, como provar o uso da Hipnose nos tratamentos de pacientes com histeria? Freud faz então uso de suas teorias e pesquisas até descobrir que essa neurose era causada por lembranças reprimidas, de grande intensidade emocional, e com sua habilidade retórica buscou convencer a eficácia de sua descoberta.
_______________________________________________________________
¹ Cultura pessoal, extensa e variada; erudição.
4- O Psicanalista é a presença do Sofista em nossa época.
Conforme declaração de Jacques Lacan 
O psicanalista é a presença do sofista em nossa época, mas com um estatuto outro, cuja razão que saiu, que veio à luz, sabe-se porque os sofistas ao mesmo tempo operavam com tanta força e tão sem saber porque. O tanto de força repousa. Nisso que nos ensina a análise, que na raiz de toda ida (LACAN, Jacques,1965, p 345)
Jacques Lacan destaca a habilidade dos sofistas em saberem argumentar, mesmo diante do desconhecido, é nesse sentido que Lacan compara o psicanalista com os Sofistas, Lacan menciona que 
O sofista é um magico, um ilusionista que fabrica Simulacros, que são construções que incluem o ângulo do observador, para que a ilusão se produza no ponto mesmo que o observador se encontra (LACAN, Jacques,1965, p 371).
Com essa declaração Lacan destaca a habilidade de construir argumentos capazes de convencer. O Sofista então nessa visão comparada com o Psicanalista, é aquele que domina a linguagem.
Portanto Lacan seria o único a levar em conta a quilo que teria sido uma teoria da linguagem desenvolvido pelos Sofistas.
Referências Bibliográficas
LACAN, Jacques. O Seminário, livro 12 Problemas cruciais
para a psicanálise, Rio de Janeiro , Editora ZAHAR, 1965
BLOOM Allan, The Closing of the American Mind, New York, NY, Simon & Schuster Paperbacks.
https://www.youtube.com/watch?v=CCEAdyewJbA

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