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Estesiologia Completo (Anatomia)

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ESTESIOLOGIA   –   ANATOMIA   DO   OLHO   ­   Aula   1   
Estudo   dos   sentidos:   órgão   da   visão,   órgão   da   audição   e   anexos   cutâneos. 
 
ÓRGÃO   DA   VISÃO:      há   estruturas   acessórias   e   estruturas   essenciais. 
Estruturas acessórias : pálpebras superior e inferior, que são pregas móveis de pele que servem para proteção do                                 
bulbo. Nos bordos livres das pálpebras tem os cílios inseridos (chamados pestanas nos animais domésticos).                             
Músculos bulbares, fáscia orbitária (que envolve tais músculos), conjuntiva e aparelho Lacrimal (responsável                         
pela   secreção   e   transporte   da   lágrima). 
Estruturas essenciais : globo ocular. É formado de 3 túnicas, descritas de externa para internamente – córnea                               
(bem transparente em condições normais), esclera (branco dos olhos), pupila (orifício elíptico e central na íris) e                                 
íris   (colorido   dos   olhos). 
 
PARTES   ACESSÓRIAS:   denominadas   partes   de   “proteção   do   órgão   da   visão” 
PÁLPEBRAS:   pregas   móveis   de   pele   (para   proteção   do   bulbo   ou   globo   ocular,   ou   órgão   da   visão) 
A   pálpebra   superior   é   mais   extensa,   móvel   e   côncava   que   a   inferior. 
 
Fissura palpebral: espaço ou intervalo entre as duas pálpebras. Com o olho fechado, tem o formato de Fenda                                   
Oblíqua e com o olho aberto, biconvexa. Os extremos da fissura palpebral são chamados de ângulos ou cantos,                                   
são    regiões . 
­ Ângulo\canto   Lateral   ou   Temporal:   canto   mais   arredondado   quando   o   olho   está   aberto 
­ Medial   ou   Nasal   (próximo   ao   osso   Nasal):   canto   mais   estreito   do   bulbo. 
 
Lago lacrimal: região mais avermelhada na região do ângulo nasal. Armazena as lágrimas, está normalmente                             
bem umedecido por elas. Dentro dele há a  Carúncula lacrimal : estrutura arredondada e pigmentada (escura) que                               
auxilia   na   canalização   das   lágrimas   até   o   saco   lacrimal. 
 
Comissura palpebral:  Pontos em que as pálpebras se unem ou encontram de cada lado (Há comissura lateral e                                   
medial) 
 
Face   anterior   das   pálpebras:   convexa   e   apresenta   pelos   curtos   nos   animais   domésticos; 
Face   posterior:   adaptada   à   superfície   do   globo   ocular; 
Bordos   livres   das   pálpebras:   região   onde   estão   inseridas   pestanas   ou   cílios. 
 
Pontos lacrimais: nas pálpebras superior e inferior, na transição entre a pele e mucosa palpebrais (conjuntiva                               
palpebral), no canto medial dos olhos, nos bordos livres das pálpebras, próx ao ângulo medial ou nasal.                                 
Representam o ponto de entrada da lágrima para os Condutos Lacrimais (ou excretores), os quais chegarão no                                 
saco   lacrimal,   ducto   nasolacrimal   e   se   abrir   no   nariz.   Servem   para   o   escoamento   da   lágrima. 
 
Glândulas tarsais: localizam­se internamente em relação ao bordo livre das palpebras, não visualizadas ao puxar                             
a pálpebra, pois estão entre a pele e a mucosa, recobertas. Se abrem através de orifícios puntiformes e produzem                                     
secreção importante para o Bulbo. Pálpebra superior: 45­50; pálpebra inferior: 30­35; (não precisa saber a                             
quantidade   de   orifícios).  
São responsáveis pela produção do Sebo Palpebral, que lubrifica o olho e impede a efusão (evaporação) das                                 
lágrimas.   Saem   ductos   das   glândulas   para   lançar   o   sebo   na   superfície   ocular. 
 
CONJUNTIVA   =   MEMBRANA   MUCOSA   DOS   OLHOS,   é   dividida   em   duas: 
● Conjuntiva Palpebral: reveste internamente as pálpebras. A conj palpebral superior é perfurada pelos                         
orifícios dos ductos excretores da gl lacrimal (de 12 a 16 orifícios). Visualizada ao puxar a pálpebra                                 
inferior,   observando   uma   coloração   mais   vermelha,   rósea   ou   pálido. 
OBS.: A Palpebral sai da pálpebra, se reflete na linha de reflexão, sobre a parte anterior do globo ocular e                                       
reveste a esclerótica ou esclera (branco dos olhos), parando na córnea, a qual está na frente da Íris, visando                                     
formar   a   Bulbar.   Existe   uma   linha   de   transição   entre   a   pálpebra   e   a   esclera   (linha   de   reflexão   da   palpebral).  
● Conjuntiva Bulbar: Para formar a conjuntiva bulbar, a conjuntiva palpebral se reflete sobre a parte                             
anterior do globo ocular e reveste a esclerótica. Ao puxar a pálpebra inferior e observar internamente, o                                 
que se vê é a conjuntiva palpebral, que é a membrana mucosa que reveste as pálpebras internamente.                                 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
Depois, essa palpebral se reflete na região anterior do globo ocular (linha de transição entre a pálpebra e                                   
o olho), e reveste a esclera. Quando a conjuntiva reveste a esclerótica ela é chamada de conj bulbar. Ao                                     
encostar no branco do olho, encosto na conjuntiva bulbar e não na esclerótica. Para chegar até ela, seria                                   
preciso furar a bulbar. OBS.: Se encosto no colorido dos olhos, estou encostando na córnea, acima da                                 
Íris.   Local   onde    não    há   conjuntiva   bulbar. 
 
Fórnice ou fundo de saco conjuntival: linha de reflexão da conjuntiva palpebral para a bulbar ou vice­versa.                                 
Visualizado   ao   puxar   a   pálpebra   inferior. 
 
Membrana nictitante (3ª pálpebra): presente no canto medial ou nasal. É uma prega semilunar de conjuntiva, por                                 
isso é descrita junto. Circunda e recobre uma placa de cartilagem hialina. Fecha­se longitudinalmente, sendo                             
mais desenvolvida em felinos e répteis. Tem função de proteger mecanicamente e imunologicamente o globo                             
ocular.  É uma gl lacrimal , produz cerca de 30% das lágrimas e contém tecido linfóide (já que é glandular)                                     
antigamente achava­se que o olho não tinha defesa, porém, o tecido linfoide para a proteção do bulbo encontra­se                                   
nela. 
➢ Prolapso de M. nictitante: ocorre principalmente por doenças sistêmicas (ex: raiva, tétano e                         
desidratação) e enfermidades oftálmicas. Antigamente retirava­se a membrana na cirurgia, porém, hoje                       
reposiciona­se a membrana anatomicamente, visto que sem essa membrana o animal ficava predisposto                         
a outras doenças oftálmicas, como a seratoconjuntivite seca, já que este deixava de produzir 30% das                               
lágrimas   no   olho   afetado. 
 
Ainda   a   respeito   das   porções   acessórias: 
 
APARELHO   LACRIMAL:   divide­se   em   5.  
Glândula lacrimal : início do aparelho. Dorsolateralmente ao globo ocular, aplanada, oval e apresenta relação                           
direta com a face ventral côncava do processo supraorbitário (acidente anatômico do osso frontal), na “Fossa da                                 
Glândula   Lacrimal”.   Responsável   pela   secreção   de   cerca   de   70%   das   lágrimas.   (outros   30%   pela   M.   Nictitante). 
Da glândula saem de 12 a 16 ductos excretores (condizentes com os orifícios provenientes da gl lacrimal), que                                   
são   pequenos   ese   abrem   na   parte   lateral   do   saco   conjuntival   (na   conj   palpebral   superior). 
A lágrima proveniente dos ductos vai escoar e banhar a superfície do bulbo, vai para o canto medial dos olhos,                                       
onde tem os pontos lacrimais e, posteriormente, vai para os canalículos. Os canalículos (condutos excretores das                               
lágrimas)   são   superior   (sai   do   ponto   superior)   e   inferior   (sai   do   ponto   inferior),   e   convergem   até   o   saco   lacrimal. 
 
Saco lacrimal : É a origem dilatada do ducto nasolacrimal (tubo musculomembranoso), aloja­se na fossa do saco                               
lacrimal   no   osso   lacrimal. 
 
Ducto nasolacrimal : É um tubulo musculomembranoso. Percorre e localiza­se no sulco lacrimal do osso maxilar                             
e se abre no assoalho da cavidade nasal na transição entre a pele e mucosa do nariz, numa região chamada                                       
vestíbulo   nasal.   Por   isso   quando   se   chora   demais,   sai   água   pelo   nariz   (transporte   da   lágrima   vai   até   a   cav   nasal). 
 
Composição da lágrima : é um material aquoso, lipídico e mucoproteico, possuindo a mesma quantidade de sal do                                 
plasma   sanguíneo,   aproximadamente   7%   (de   NaCl).   O   pH   da   lágrima   é   de   7   –   7,4. 
 
Ainda   partes   essenciais: 
MÚSCULOS   BULBARES:   movimentação   do   globo   ocular.   São   em   número   de   7,   sendo   4   retos   e   3   oblíquos 
 
4   retos: 
1.   Reto   Dorsal 
2.   Reto   Ventral 
Dirigem o vértice da córnea para cima e para baixo,                   
respectivamente. 
 
3.   Reto   lateral 
4.   Reto   medial 
Dirigem o vértice da córnea para fora e para dentro,                   
respectivamente. 
➢ Os quatro retos, quando agem juntos, retraem caudalmente o globo ocular levemente. Em situações de                             
pânico,   fecha   a   pálpebra   e   retrai   para   proteger. 
 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
2   Oblíquos: 
5.   Oblíquo   Dorsal 
6.   Oblíquo   Ventral 
Fazem com que o olho gire ao redor de um eixo                     
longitudinal   (fazem   volta   dorsal   ou   ventral) 
 
7. Retrator do Bulbo: sozinho faz a retração caudal do globo ocular. Ao redor do nervo existem fibras musculares                                     
que   vêm   da   órbita   e   se   inserem   na   esclera,   formando   este   músculo   único. 
 
➢ São todos Mm estriados esqueléticos, portanto, todos SE ORIGINAM NA ÓRBITA (ou cavidade                         
orbitária que aloja e protege o Globo ocular) e se INSEREM NA ESCLERA por tendões de inserção. A                                   
órbita   é   formada   dos   ossos   frontal,   lacrimal,   zigomático   e   osso   temporal. 
 
OBS.:   O   Nervo   Óptico   compõe   o   2º   par   de   nervos   cranianos. 
 
2º PARTE ESSENCIAL: Globo ocular, órgão da visão ou bulbo ocular propriamente dito, sempre descrito                             
externa   para   internamente,   dividido   em   3   túnicas: 
 
TÚNICA   FIBROSA:   é   a   mais   externa,   formada   por   duas   estruturas:  
 
Esclera: constitui a maior parte da túnica, é extremamente fibrosa, resistente, perfaz 4/5 da túnica fibrosa em                                 
extensão, é branca e externamente presta inserção aos Mm Bulbares (já que os 7 bulbares se inserem na                                   
esclerótica). Na porção caudal possui a  área crivosa (orifícios para a  entrada do nervo óptico ­ perfura). Possui                                   
irrigação   limitada.   Nos   animais   observamos   para   a   córnea   e   a   íris. 
➢ A esclera também reveste o bulbo por trás, pois é um elemento essencial!! Tanto dorsal, ventral, lateral,                                 
medial   e   caudal. 
 
Córnea: constitui a porção anterior da túnica fibrosa, é avascular, exceto em sua periferia, apenas em seu bordo                                   
há vasos sanguíneos. É transparente ou incolor em condições normais, por isso se observa a cor dos olhos através                                     
da   córnea   (reveste   a   íris   externamente). 
­ Externamente:   convexa,   sendo   que   a   face   externa   contém   lágrimas   e   sebo   palpebral; 
­ Internamente:   côncava,   sendo   que   a   face   interna   possui   contato   direto   com   o   humor   aquoso. 
O humor aquoso é um dos conteúdos do bulbo ocular e é composto 98% água+2% albumina e sais, é produzido                                       
pelos processos ciliares (corpo ciliar), que são componentes da túnica vascular (rica em vasos sg), sendo                               
lançados   nas   câmaras   anterior   e   posterior   do   olho.   Se   perfurar   a   córnea,   vaza   o   humor   aquoso. 
 
AULA   2   ­   continuação 
TÚNICA VASCULAR/OCULAR MÉDIA/ÚVEA: Localizada internamente em relação à túnica fibrosa,                   
composta por vasos sanguíneos e musculatura lisa, sendo formada por três estruturas: coroide, corpo ciliar e a                                 
íris.   A   coroide   compõe   a   maior   parte. 
 
Coroide : é uma membrana delgada formada de vasos sanguíneos (capilares venosos e arteriais) e musculatura                             
lisa entre a esclera (faz parte da túnica fibrosa ­ branco dos olhos­ é recoberta pela conjuntiva bulbar) e a retina.                                         
A   face   interna   da   coroide   está   sempre   unida   à   capa   de   células   pigmentadas   da   retina. 
 
Tapete lucidum: presente na coroide dos animais domésticos,  com exceção dos suínos . É uma área na  região                                 
dorsal ao ponto de entrada do nervo óptico , SEM PIGMENTAÇÃO (já na coroide e na retina há pigmento de                                     
melanina e no tapete não). As células do tapete lucidum compõem a coroide e a retina (na porção óptica da                                       
retina)   e   são   compostas   por   um   pigmento   cintilante   e   metálico,   diferente   da   melanina.  
➢ O tapete aparece na coroide E na retina, que constitui já a túnica nervosa ou ocular interna, descrita na                                     
coroide. 
É responsável por causar um brilho metálico variável na visão dos animais em ambiente escuro, quando o feixe                                   
de luz entra pela pupila e bate no fundo do olho (olhos do crepúsculo), sendo que a coloração varia de acordo                                         
com a espécie: em equinos e ruminantes é verde azulado, no cão é verde dourado e no gato é verde azulado ou                                           
amarelo dourado. Porém, a coloração pode variar individualmente, dentro da mesma espécie. A coloração serve                             
para   sinalizar   o   animal,   por   ex,   em   uma   rodovia   escura,   sendo   um   sistema   de   proteção. 
 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
Coroa ou corpo ciliar : depois da coroide, é a continuação rostral da coroide, conecta a coroide à periferia da íris,                                       
é uma região escura. Na parte interna do corpo ciliar encontramos estriações chamadas processos ciliares, que                               
são um círculo de pregas radiais que circundam o cristalino ou lente, que é descrito separadamente, junto do                                   
globo   ocular.      Para   analisar   o   corpo   ciliar,   é   preciso   adentrar   na   túnica   vascular. 
­ Os processos ciliares produzem um dos conteúdos do globo ocular: humor aquoso. O globo ocular tem 2                                 
conteúdos, um menor em menos quantidade que é o humor aquoso e um maior que é o corpo vítreo.                                     
Quem produz ohumor aquoso é a parte interna do corpo ciliar que são os processos ciliares, e produzem                                     
constantemente,   necessitando   ser   drenado   pelo   canal   de   Schelmes,   ao   redor   do   globo   ocular.  
Dentro do globo ocular há estruturas avasculares, como o cristalino e a córnea, a qual é avascular centralmente,                                   
por isso o humor aquoso tem função de nutrir a córnea e o cristalino, além de remover substâncias (até                                     
medicamentosas   que   possam   atingir   a   região). 
Canal de Schelmes: encaminha­se para a Veia Episcleral, que passa na região mais dorsal do bulbo. Se a                                   
drenagem não for adequada pelo canal e, consequentemente, pela veia, ocorre o aumento da pressão intra ocular,                                 
visto que começa a ficar repleto de líquido nas câmaras oculares, passando a pressionar o nervo óptico                                 
(localizado caudalmente), causando Glaucoma, que tem como causas a idade avançada, predisposição para                         
humanos asiáticos e afro­descendentes, diabetes, traumas (lesões oftálmicas), exagero no uso de corticoides. 10                           
a   20   mmHg   é   o   valor   normal   de   pressão   intraocular. 
 
MÚSCULO CILIAR: localiza­se na porção externa do corpo ciliar, entre a esclera e os processo ciliares. É                                 
muito   importante,   pois   a   sua   contração   ou   distensão   vai   promover   a   acomodação   do   cristalino   (lente). 
ÍRIS: 3ª parte da túnica vascular, representando a porção colorida dos olhos. É um diafragma muscular, sendo                                 
uma musculatura pigmentada geneticamente, possui dois tipos de músculos, encontra­se rostral ao cristalino, e é                             
visível através da transparência da córnea. Regula a entrada de luz no globo ocular. Possui um orifício elíptico e                                     
central   chamado   de   pupila. 
PUPILA: regula a entrada de luz no fundo do olho através da musculatura (contração ou dilatação) orifício                                 
elíptico e central que controla a quantidade de luz que incide na porção óptica da retina. Em todas as espécies é                                         
desse formato, porém, em algumas é uma elipse horizontal e, em outras, vertical, nos felinos, por exemplo. No                                   
pequeno ruminante, é uma elipse mais irregular, ou seja, suas pontas não se encontram, sendo mais                               
arredondadas,   semelhante   a   um   retângulo,   porém   é   também   considerada   uma   elipse. 
 
A   íris   apresenta   dois   bordos: 
CILIAR:  é o maior é e se continua com o corpo ciliar, estabelecendo conexão com a junção corneoesclerótica                                   
(no   bordo,   onde   há   conexão   entre   a   esclera,   o   branco,   e   a   córnea,   por   cima   da   íris). 
PUPILAR: está ao redor da pupila, é o bordo menor. Dorsalmente podem existir massas enegrecidas de                               
tamanho variável,  com exceção dos suínos , são chamados “grânulos da íris” ou “Córpuras Nigras” e é de                                 
função   desconhecida.   É   independente   da   cor   dos   olhos,   de   variação   individual,   podendo   existir   ou   não. 
 
A   íris   é   formada   por   dois   Mm: 
ESFÍNCTER   DA   PUPILA:    apresenta   fibras   circulares,   como   todos   os   músculos   esfinctéricos; 
DILATADOR DA PUPILA: fibras radiais, formando raios em torno da pupila, sendo que conseguimos                           
observar   o   dilatador   da   pupila   no   espelho. 
 
A face externa da íris é recoberta pelo endotélio da córnea, enquanto a face interna é sempre negra, visto que é                                         
revestida   por   células   pigmentadas   da   retina. 
A retina passa por cima do corpo ciliar (por isso os processos ciliares são escuros), e por cima da face interna da                                           
íris, que são duas porções da túnica vascular. Portanto, a íris será sempre enegrecida internamente, independente                               
de   sua   coloração   externa   da   musculatura. 
 
TÚNICA OCULAR INTERNA/NERVOSA/RETINA: é a mais interna de todas. Reveste a face interna da                           
túnica vascular, desde o ponto de entrada do nervo óptico (que forma uma área clara e ovalada ao entrar, a papila                                         
óptica), passa sobre o corpo ciliar e vai até o bordo pupilar da íris. Estende­se até o corpo ciliar e vai formar uma                                             
linha sinuosa chamada de  ora ciliar/ora serrata da retina . Como os corpos ciliares são estriações, forma­se                               
essa   linha   sinuosa   entre   os   processos   ciliares   e   a   retina. 
 
Em   corte   histológico   a   retina   tem   cerca   de   10   camadas   e   se   divide   em   duas   partes: 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
PORÇÃO ÓPTICA: presença das ramificações do nervo óptico. É a porção mais caudal, se localiza no fundo do                                   
olho descansando sob a coroide, sendo nessa porção que se encontram os neurônios, pois é ali que o nervo óptico                                       
adentra e se ramifica, no fundo olho. Apresenta a  Papila Óptica , que é o local de entrada do nervo óptico,                                       
formando   uma   área   clara   e   oval. 
PORÇÃO CEGA: rostralmente. Aqui a retina perde os elementos nervosos, não havendo mais neurônios nem                             
ramificações do nervo óptico, é mais delgada, apresenta células pigmentadas com melanina, se continuando                           
sobre   o   corpo   ciliar   e   sobre   a   face   posterior   ou   interna   da   íris. 
Subdivide­se   em   duas   partes: 
­   PORÇÃO   CILIAR:   é   a   que   está   sobre   o   corpo   ciliar. 
­   PORÇÃO   IRÍDICA:   reveste   a   face   interna   da   íris. 
➢ Corpo ciliar e íris são porções da túnica vascular, porém, a retina ainda passa sobre os dois, formando                                   
suas   duas   porções,   revestindo­os   com   células   pigmentadas   com   melanina. 
  
O nervo se ramifica somente na porção mais caudal e nas laterais da retina. É na porção óptica que encontramos                                       
o   tapete   lucidum   dorsalmente   na   retina.   Já   ao   entrar   na   esclera,   o   nervo   faz   a   área   crivosa. 
 
CONTEÚDOS   DO   BULBO   OCULAR: 
CÂMARAS   OCULARES: 
Câmara anterior: humor aquoso preenche­a completamente, e a mesma apresenta os seguintes limites: córnea,                           
rostralmente,   íris   e   cristalino   caudalmente,   sendo   a   maior   câmara.   Se   a   córnea   for   furada,   vazará   humor   aquoso. 
Câmara posterior: é menor, delimitada pela íris rostramente, cristalino e ligamentos caudalmente, e processos                           
ciliares   (por   fora).   É   considerada   um   pequeno   espaço   anelar. 
 
Ambas as câmaras estão completamente preenchidas e se comunicam através da pupila, já que os processos                               
ciliares estão por fora e produzindo o humor aquoso, onde já lançam e preenchem a câmara posterior e lançam                                     
através dela para a câmara anterior. Relembrando a presença do canal de schelmes e a drenagem para a veia,                                     
auxiliando   na   manutenção   da   pressão   intraocular. 
 
Corpo vítreo (estrutura): apresenta dentro de si o humor vítreo e preenche a maior parte do globo ocular. Vai                                     
desde o cristalino , que se acomoda rostralmente a ele,  até a retina , encostando na porçãoóptica e cega. É                                     
gelatinoso, incolor, avascular , apresenta um volume constante . É produzido no período embrionário. Possui                         
como funções a manutenção da pressão intraocular normal e manter a retina em seu posicionamento normal, pois                                 
encosta   em   toda   ela,   prendendo­a. 
O corpo vítreo é nutrido pela  lâmina basilar da coroide que apresenta pequenos vasos sg. Encosta na membrana                                   
vítrea   e   auxilia   na   nutrição   do   corpo   vítreo. 
 
O   corpo     é   formado   por   três   estruturas: 
MEMBRANA VÍTREA: quando rompida, observa­se o estroma vítreo, o qual constitui uma armação de                           
delicadas fibrilas, como o entrelaçar de canudinhos transparentes de gelatina, e vaza ao abrir o olho. Este                                 
estroma se condensa na periferia, formando uma membrana vítrea e lá dentro, correndo entre um ‘canudinho’ e                                 
outro há o humor vítreo. O corpo vítreo é considerado uma substância amorfa (sem formato, por isso vaza ao                                     
abrir),   semi­fluida   (consistência   de   gelatina),   formado   por   fibras   e   células.  
 
CRISTALINO OU LENTE: avascular, sem nervos, transparente e biconvexo (convexidade anterior e posterior,                         
sendo a posterior mais acentuada). É rostral ao corpo vítreo, encostando nele, e fica em contato com a face                                     
posterior (interna) da íris. Sua face anterior é convexa, banhada pelo humor aquoso, visto que ali há a câmara                                     
posterior,   apresenta   contato   com   a   íris   que   está   rostralmente,   através   da   pupila. 
Sua face posterior (convexidade posterior) causa no corpo vítreo uma fossa, por isso ele não é bem redondo,                                   
devido à“Fossa Hialóidea”. Essa fossa não se encontra exatamente no cristalino, mas sim, é o que a convexidade                                   
posterior   deste   causa   no   corpo   vítreo   ao   se   encaixarem. 
­ Ligamento Suspensório ou Lig. Ciliar ou Zônula Ciliar : presente no Cristalino, são delicadas fibras de                             
lig,   desde   o   corpo   ciliar   até   a   cápsula   do   cristalino.   Prende   o   cristalino   no   corpo   ciliar   (dentro   do   olho) 
­ Cápsula Elástica : presente também no cristalino, encerra o líquido do cristalino. Esse líquido possui uma                             
região   mais   condensada   que   é   o   núcleo   do   cristalino. 
 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
O cristalino é formado no período embrionário, constituído por células que se organizam longitudinalmente, como                             
se fossem uma casca de cebola, cheia de gomos. Quando terminam de se organizar para dar origem à lente                                     
biconvexa, perdem todas as suas organelas, sobrando apenas o citoplasma das células que se organizaram, sendo                               
que no núcleo do cristalino é um citoplasma mais firme, condensado. Por fora ficam as membranas plasmáticas                                 
das   células,   com   deposição   de   tecido   elástico,   constituindo   a    cápsula   elástica . 
Quando o cristalino é formolizado, ele aparenta ser uma cebola em conserva, constituindo o arranjo longitudinal.                               
*O   cristalino   é   nutrido   pelo   humor   aquoso. 
 
ANATOMIA COMPARADA: suínos têm o saco lacrimal ausente com relação ao aparelho lacrimal, então a                             
lágrima oriunda da gl lacrimal passa pelos ductos excretores, se abre na conjuntiva palpebral superior, escorre na                                 
superfície do globo, é captada pelos pontos lacrimais, condutos lacrimais, e cai direto no ducto nasolacrimal, não                                 
havendo o armazenamento. O ducto nasolacrimal dos suínos é também mais curto devido à morfologia da face,                                 
com   o   focinho   mais   curto,   não   apresentam   tapete   lucidum   e   sua   íris   é   sem   grânulos   ou   corpora   nigrans. 
 
ÓRGÃO   DA   AUDIÇÃO   –   ORELHA 
Antigamente chamado de “ouvido”. É o órgão responsável pela audição e equilíbrio, dividido em orelha externa,                               
média   e   interna. 
 
ORELHA EXTERNA: é formada por duas partes, o pavilhão auricular e o conduto auditivo externo (ou meato                                 
acústico   externo). 
 
PAVILHÃO AURICULAR: tem sua base ao redor do meato acústico externo e apresenta movimentos bastantes                             
extensos nos animais domésticos relacionados a atenção destes animais. A morfologia varia muito nas diferentes                             
espécies   e,   dentro   de   uma   mesma   espécie,   nas   diferentes   raças.   É   formado   por   três   cartilagens: 
Cartilagem auricular/conchal: é a cartilagem visualizada que apresenta diferentes morfologias e forma a parte                           
externa   do   pavilhão   auricular. 
Cartilagem anular: é uma lâmina quadrilátera em formato de anel, porém, as extremidades deste anel são                               
unidas com tecido elástico. Está localizada ao redor do meato acústico externo, encaixando nesse acidente                             
anatômico,   e   forma   (com   a   base   da   cartilagem   conchal)   a   porção   cartilaginosa   do   meato   acústico   externo. 
Cartilagem escutiforme: é uma lâmina quadrilátera de formato irregular, localizada sobre o músculo temporal,                           
rostralmente   à   base   da   cartilagem   conchal,   é   semelhante   a   uma   meia. 
 
➢ A base da concha + cartilagem anular, são consideradas a porção cartilaginosa do conduto auditivo                             
externo. E a porção óssea é constituída pelo acidente anatômico do temporal (meato acústico externo). O                               
som entra na cavidade da concha, passa através da cartilagem anular, e entra no meato acústico externo,                                 
até   bater   na   membrana   do   tímpano. 
 
As cartilagens da orelha externa são recobertas por uma pele, que na face convexa não apresenta características                                 
especiais, apenas pelo. Já a pele da face côncava apresenta cristas, pelos curtos (nem sempre) e finos, além de                                     
glândulas   sebáceas. 
 
MEATO ACÚSTICO EXTERNO: responsável pela condução do som desde a cavidade da concha até                           
membrana timpânica (membrana de tecido elástico). Possui uma parte óssea (meato acústico externo) e a parte                               
cartilaginosa sobre ele, lateralmente, que é a base da cartilagem conchal + cartilagem anular, que encaixa nele e                                   
apresenta formato de anel. A parte óssea e cartilaginosa se unem por membranas elásticas, sendo que a                                 
cartilagem anular fecha o anel com membrana elástica e encaixa no meato ac externo, unindo meato ósseo e                                   
cartilaginoso através de membranas elásticas. Ambas as partes geram um tubo por onde o som é conduzido,                                 
sendo que, a medida que se adentra o som medialmente, em direção a membrana timpânica, a luz do corredor                                     
diminui. 
Tanto a parte cartilaginosa quanto a óssea do meato encontram­se revestidas por uma pele delgada. Na pele da                                   
parte cartilaginosa (mais lateral) encontram­se pelos finos e glândulas ceruminosas, já a pele da parte óssea                               
(medialmente)   possui   glândulas   ceruminosas   pequenas   ou   inexistentes   e   sem   pelos.AULA   3  
 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
ORELHA MÉDIA: apresenta­se em sentido medial à orelha externa, vai desde a membrana timpânica até a                               
orelha interna e possui a cavidade timpânica, um espaço na orelha média que possui sempre um conteúdo (os                                   
ossículos   do   ouvido).   Nos   Equídeos,   na   orelha   média   há   uma   grande   dilatação,   os    sacos   ou   bolsas   guturais .  
 
CAVIDADE TIMPÂNICA: espaço da orelha média sempre com conteúdo (ossículos, os quais são articulados) e                             
sempre   apresenta   3   paredes: 
Parede Membranosa : parede mais lateral da orelha média. Nada mais é do que a face interna da membrana do                                     
tímpano e é o tabique de separação entre a orelha externa e média. Essa parede membranosa (tímpano) transmite                                   
os sons para os ossículos do ouvido, pois o tímpano é elástico e o cabo do martelo se insere na membrana do                                           
tímpano,   que   é   a   parede   membranosa   da   orelha   média. 
➢ O som entra pela cartilagem conchal, percorre o meato acústico externo, bate na membrana do tímpano                               
(elástica) fazendo com que a mesma vibre, vibrando junto os ossículos articulados (conectados),                         
auxiliando a transmitir os sons para o interior da cav timpânica, e o mesmo vai passando da orelha média                                     
para   a   interna,   passando   pela   Cóclea,   e   o   impulso   será   levado   pelo   nervo   coclear. 
 
Parede   Labiríntica :   é   +   medial,   separa   a   cavidade   timpânica   (orelha   média)   da   orelha   interna. 
Parede Tubárica ou Anterior : é mais ventral e mais estreita. Nela se encontra o  óstio ou orifício timpânico da                                     
tuba auditiva (conduto que comunica a orelha média com a faringe\garganta). Promove a comunicação entre a                               
tuba   auditiva   e   a   orelha   média   (cav   timpânica   propriamente   dita) 
 
OSSOS DO OUVIDO: estendem­se desde a parede lateral (membrana do tímpano) até a medial (parede                             
labiríntica)   da   cavidade   timpânica. 
 
Martelo : é o primeiro osso, a morfologia é               
semelhante a um martelo (cabeça e cabo). É o                 
maior dentre os demais ossículos. Seu cabo se               
insere   na   membrana   do   tímpano. 
Bigorna : encontra­se acima do nível da membrana             
do   tímpano. 
Osso Lenticular : pequeno nódulo (dilatação) ao           
final da bigorna, que se articula com a cabeça do                   
estribo. 
Estribo : morfologia semelhante a um estribo. Uma             
cabeça, ramas anterior e posterior, base, e com o                 
espaço   central   fechado   por   uma   membrana   delgada. 
 
➢ Todos   os   ossículos   apresentam   ligamentos,   líquido   sinovial,   bolsa   sinovial,   etc. 
 
TUBAS AUDITIVAS: estruturas que fazem a comunicação da orelha média com a faringe. Há uma abertura                               
(óstio) na parede tubárica\anterior da cavidade timpânica que a comunica à faringe (passagem de alimento e ar –                                   
direciona   bolo   alimentar   para   esôfago,   e   o   ar   para   a   laringe   e,   posteriormente,   traqueia). 
 
Funções: 
1. A tuba permite a chegada de ar na orelha média e iguala a pressão nas duas faces da membrana                                     
timpânica. O tímpano apresenta uma face externa (voltada para fora ­ orelha externa), sendo que o ar                                 
entra pela orelha externa (cartilagem conchal e meato acústico externo). Apresenta também uma face                           
interna, voltada para dentro da orelha média, sendo que o ar que chega na mesma provém da faringe,                                   
sobe na tuba auditiva, vai até a orelha média e encosta na face interna da membrana, igualando a                                   
pressão   nas   duas   faces   da   memb   do   tímpano. 
2. Auxilia na excreção de secreções na orelha média (assim como há na orelha externa), as quais são                                 
produzidas na cavidade timpânica, excretadas através da tuba, e direcionadas para a faringe, sendo                           
excretadas   junto   às   excreções   de   garganta. 
 
Essa   tuba   possui   2   orifícios: 
Óstio   timpânico   da   tuba   auditiva :   orifício   de   abertura   na   cavidade   timpânica 
Óstio   faríngeo   da   tuba   auditiva :   abertura   da   tuba   na   faringe 
 
No   caso   dos   equídeos   há   formações   especiais   chamadas: 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
BOLSAS ou SACOS GUTURAIS (EQUÍDEOS): são grandes dilatações da tuba auditiva, visto que as duas                             
tubas se dilatam, existem duas bolsas (esquerda e direita). São grandes sacos mucosos, constituídas por um                               
grande divertículo da tuba auditiva correspondente. Tem como função  promover a termorregulação encefálica ,                         
pois a temperatura corporal normal dos equídeos: 37,5ºC a 38,5ºC e não é ideal que o sangue irrigue o encéfalo                                       
estando muito quente. Portanto, antes do sangue irrigar as estruturas encefálicas, passa pelas bolsas guturais e                               
levemente   o   resfria. 
 
Localização : dorsalmente a faringe. Apresentam relações dorsalmente com a base do crânio, ventralmente com                           
a faringe e o esôfago e, lateralmente com os Mm da região, gl salivares (parótida e mandibular), artérias, veias,                                     
nervos   e   linfonodos   faríngeos 
➢ Não   há   comunicação   das   bolsas   uma   com   a   outra,   elas   são   individualizadas. 
 
ORELHA INTERNA (LABIRINTO): é a porção mais medial da orelha, a última delas. Contém os epitélios                               
sensitivos do órgão acústico e estático (responsável pela audição e equilíbrio nos animais domésticos).                           
Localiza­se   no   interior   do   osso   temporal   e   se   divide   em   2   partes:   labirinto   ósseo   e   labirinto   membranoso.  
Este último é um saco com células auditivas e ramificações do nervo auditivo e está repleto\preenchido de                                 
endolinfa , um líquido que é secretado pelo periósteo da cóclea (parte do labirinto ósseo). A endolinfa é                                 
semelhante aos líquidos intracelulares, rica em K e pobre em Na, e tem a função de amplificar o som para as                                         
células   receptoras   deste   som. 
 
LABIRINTO ÓSSEO: é o mais externo. Representado por escavações na porção petrosa do osso temporal (pois                               
o osso temporal é dividido em 3 porções: petrosa, escamosa e timpânica). O labirinto ósseo encerra o labirinto                                   
membranoso   (ou   seja,   o   segundo   está   dentro   do   primeiro).   É   um   “canudão”,   grande   e   calibroso. 
 
Ambos os labirintos estão separados pelo  espaço perilinfático , que é repleto de  perilinfa . A perilinfa é o líquor:                                   
incolor, alcalino, semelhante aos líqs extracelulares, não­coagulável. Composição semelhante ao plasma sg,                       
porém   possui   maior   teor   de   água.   É   produzido   pelos   plexos   coroides   dos   ventrículos. 
➢ Formado quando coloco o canudinho centro do canudão (labirinto ósseo com o membranoso por dentro).                             
Há trabéculas que fixam os labirintos um no outro (“pedacinhos de plástico” ligam o canudinho ao                               
canudão),   por   dentro. 
Está localizadomedialmente à cavidade timpânica (depois da orelha média) e também está revestido por                             
periósteo. É dividido em 3 partes, todas ossos (ac anatômicos da porção petrosa do Temporal): o vestíbulo, canais                                   
semicirculares   e   cóclea. 
Vestíbulo : porção central do lab ósseo, comunica­se com a cóclea (à frente dele) e com os canais semicirculares.                                   
É uma pequena cavidade ovóide. Por ser um ac anatômico da parte petrosa do temporal, possui vários acidentes                                   
dentro   dele: 
­ Crista do vestíbulo: crista oblíqua na parede medial do vestíbulo, que divide esse vestíbulo em 2                               
divertículos   anterior\esférico    e    posterior\elíptico .  
­ O esférico é o menor, visto que a crista é mais dorsal, e aloja o sáculo (estrutura do lab membranoso).                                       
No divertículo esférico há 12 orifícios para a passagem dos ligamentos do nervo vestibular, por isso o                                 
nome   de   vestíbulo. 
­ Utrículo ,   estrutura   interna   localizada   no   divertículo   elítico,   que   representa   o   labirinto   membranoso. 
 
Canais Semicirculares : sempre em número de 3. Canais em forma de arcos, com 2 ramos em cada arco, sendo                                     
que cada canal tem uma dilatação em uma das extremidades. Localizam­se atrás e em cima do vestíbulo, que é                                     
onde se abrem. São denominados  dorsal, posterior (ambos com posicionamento vertical), e  lateral                         
(posicionamento   horizontal). 
Cada canal semicircular apresenta uma  ampola óssea , que é uma pequena dilatação em uma das extremidades                               
do   canal,   sendo   que   cada   canal   semicircular   possui   uma,   capazes   de   amplificar   o   som. 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
 
Cóclea/Caracol : porção final do lab ósseo. É um canal ósseo em espiral (lâmina óssea em caracol) que dá 2.5                                     
voltas ao redor de uma coluna central denominada  modíolo , um tubo ósseo. Além disso, do modíolo se projeta                                   
uma lâmina espiral óssea, que é uma delgada membrana óssea (tudo dentro do caracol), dividindo a cóclea em 2                                     
compartimentos:  
­ Escala   do   vestíbulo :   compartimento   superior 
­ Escala do tímpano : compartimento inferior com um pequeno canal denominado  aqueduto coclear , que                         
comunica a escala do tímpano com o espaço subaracnóideo, permitindo o extravasamento do líquor e o                               
preenchimento   do   espaço   perilinfático   com   a   perilinfa   (igual   ao   líquor). 
 
Meato acústico interno/conduto auditivo interno : acidente anatômico da orelha interna, sendo um tubo condutor                           
que   permite   a   passagem   de   vasos   e   nervos   para   a   orelha   interna. 
 
LABIRINTO MEMBRANOSO (APARELHO VESTIBULAR ou APARELHO DO EQUILÍBRIO):. É mais                   
interno (canudinho, fininho, bem no centro do canudão). É um saco com células auditivas e ramificações do                                 
nervo   auditivo   e   preenchido   totalmente   pela    endolinfa .  
Contém a  Porção Estática e Auditiva . É um órgão membranoso oco, situado no interior do labirinto ósseo,                                 
inserindo­se   nele   por   delicadas   trabéculas,   para   não   ficar   solto   dentro   do   osso. 
 
Divide­se   em   4   partes: 
Sáculo :   saco   membranoso   esférico   e   menor,   localizado   no   interior   do   divertículo   esférico   ou   anterior   do  
vestíbulo. 
Utrículo : no saco membranoso oval, que se localiza no interior do divertículo elíptico\posterior do vestíbulo.                             
Recebe   os   orifícios   (3)   dos   condutos   semicirculares. 
Condutos semicirculares : correspondem aos canais ósseos, localizados dentro dos canais semicirculares. Por                       
fora os canais semicirculares do lab ósseo e revestindo internamento, pertencentes ao lab membranoso, os 3                               
condutos   semicirculares. 
Conduto coclear : porção do lab membranoso que reveste internamente a cóclea (lab ósseo). É a porção auditiva                                 
do labirinto membranoso e é um tubo de membrana delgada espiralada como a cóclea no interior da mesma (é o                                       
canudo   fino,   membrana   dentro   da   cóclea). 
­ Órgão espiral de corti: é uma eminência epitelial, situada na parte interna da lâmina espiral                             
membranosa, portanto dentro do conduto coclear (de labirinto membranoso), que se estende ao longo do                             
conduto   coclear   e   contém   células   auditivas. 
 
NERVOS:   N.   Vestibulococlear   (8º   par   de   N   craniano),   que   é   sensorial   puro   e   apresenta   duas   porções: 
Porção vestibular : se ramifica no utrículo, sáculo e condutos semicirculares. Portanto, a porção vestibular se                             
ramifica   no   lab   membranoso   e   é   responsável   pelo   equilíbrio.  
Porção coclear : penetra no canal central da cóclea (modíolo) e se ramifica no órgão espiral de corti (no conduto                                     
coclear – lab membranoso), sendo responsável pela captação de impulsos auditivos. Ou seja, penetra no lab                               
ósseo e se ramifica no órgão espiral de corti (que contém cels aditivas) que tá no conduto coclear, que é do lab                                           
membranoso.  
 
Aula   4   ­   SISTEMA   CUTÂNEO 
 
CARNÍVOROS 
Estesiologia   ‑   Blenda   Fernandes 
COXINS OU TÓRUS OU TÓRULOS: na base encontra­se tecido fibroelástico e adiposo. A epiderme é                             
bastante   grossa   e   queratinizada.   São   as   almofadinhas.   Existem   3   tipos   de   tórus: 
­ Tórus   cárpico :   distal   e   medialmente   ao   carpo   acessório; 
­ Tórus   metacárpico   e\ou   metatársico :   na   extremidade   distal.   É   a   almofadinha   maior. 
­ Tórus digitais : pequeno no 1ºdedo do MT e inconstante no 1º dedo do MP. Encontra­se glândulas écrinas                                 
nos   cães   e   gatos   (glandulas   sudoríparas   verdadeiras). 
 
GLÂNDULA AD­ANAL: formação cutânea encontrada nos carnívoros domésticos na região perineal. Tem 2,                         
uma de cada lado do ânus, recobertas pelo músculo esfincter anal externo. Está relacionada com o sistema de                                   
demarcação territorial, produz uma secreção de amarelo até amarronzada, que no momento da defecação é                             
lançada   sobre   as   fezes,   demarcando   o   território   com   seu   odor   característico. 
 
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS: São chamadas de  gl. Écrinas . Produzem uma secreção muito fluida conhecida                         
como suor, e são as verdadeiras gl. sudoríparas, e está relacionada com o controle da temperatura corporal. Nos                                   
carnívoros as gl. Écrinas são as dos coxins. Nas outras espécies, animais de grande porte, a secreção é de                                     
pelagem   é   da   gl   apócrina,   já   as   gl.   Écrinas   (verdadeiras)   encontram­se   na   região   inguinal,   de   virilha. 
­ Gl. apócrinas : secretam secreção aquosa e odorífera, tendo importância na reprodução dos animais                         
domésticos. Serve como um atrativo sexual. Seu ducto excretor sempre se abre no folículo piloso ou                               
próximo   a   ele,   e   não   existe   glândulas   apócrinas   nos   pelos   sinusais   (pelos   táteis,   como   bigodes). 
➢ O Dyce é diferentão e diz que as gl écrinas tempouca importância no controle da temperatura corporal,                                   
já   as   apócrinas   tem   importância   no   metabolismo   salino   e   regulação   térmica. 
 
RUMINANTES 
CORNOS: é diferente de chifre, pois estes são decíduos, caem e crescem anualmente. São estruturas                             
queratinizadas que se formam ao redor dos  processos cornuais , acidente anatômico localizado do seio frontal                             
(cavidade interna com ar para dar leveza) no osso frontal, que se estende até o ápice do processo cornual.                                     
Variam   em   tamanho,   forma   e   curvatura   de   acordo   com   a   idade,   sexo   e   raça   dos   ruminantes. 
­ Raiz : a borda da raiz dos cornos é bastante fina e se continua com a epiderme, com a pele da cabeça do                                           
animal. É recoberta por uma fina camada córnea macia. Próximo a raiz dos cornos encontra­se anéis                               
circulares,   que   no   caso   das   fêmeas   (bovinos)   tem   a   ver   com   o   número   de   gestações. 
­ Ápice :   a   espessura   aumenta   até   que   se   torna   uma   massa   sólida. 
 
MORFOLOGIA DOS CORNOS: nos bovinos tem um formato de circular até oval, nos ovinos, triangular, nos                               
caprino é oval. Nos caprinos encontramos outro anexo cutâneo, as  glândulas sebáceas do corno , que se                               
encontram caudomediais à base. Tem tanto no macho quanto na fêmea, mas o odor é mais forte nos machos,                                     
serve como um atrativo sexual. Nos pequenos ruminantes, toda a parte queratinizada dos cornos sempre                             
apresenta   anéis   característicos,   que   dão   aspecto   ondulado   em   ambos   os   sexos. 
Dentro   dos   cornos   há   3   tipos   de   tecidos,   sendo   estes   tecido   conjuntivo   fibroso,   adiposo   e   cartilaginoso. 
 
OVINOS: 
SEIO INFRAORBITÁRIO\LACRIMAL: é uma invaginação de pele de mais ou menos 1,5cm, rostral ao ângulo                             
medial do olho. Dentro dessa invaginação de pele encontramos pelos finos, gl sudoríparas e gl sebáceas, que                                 
produzem   uma   secreção   oleosa.   Servem   como   marcadores   territoriais. 
SEIO INGUINAL\MAMÁRIO: nos machos é chamado só de inguinal, na fêmea se tem as 2 nomenclaturas.                               
Nas femeas se localiza a cada lado das gl mamária e nos machos próximo ao escroto. Também é uma                                     
invaginação de pele. Dentro dele se encontra gl sebáceas e sudoríparas produzindo uma secreção oleosa e                               
marrom, que serve como marcação territorial. No caso das fêmeas também ajuda o filhote a encontrar a gl                                   
mamária   através   do   odor   da   secreção. 
SEIO INTERDIGITAL: invaginação tubular de pele (que nem todos) que se abre na parte dorsal da fenda                                 
interdigital. Os ruminantes são biungulados, então nessa fenda é onde tem o seio interdigital, dentro do casco.                                 
Dentro da bolsa de pele tem também pelos finos, gl sebáceas e gl sudoríparas que vão produzir uma secreção                                     
sebácea   que   ajuda   na   lubrificação   da   parede   do   casco   e   como   marcador   de   trilhas. 
 
EQUINO,   SUÍNO   E   RUMINANTE: 
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ÚNGULA OU CASCO: é uma adaptação dos artiodáctilos (apresentam nº par de digitos, nesse caso os suínos e                                   
ruminantes)   e   perissodáctilos   (impar.   Equinos)   aos   deslocamentos   apoiados   nos   dígitos.  
O casco é formado por um envoltório córneo de queratina e pouco elástico. Encontra­se, dentro do casco as                                   
seguintes estruturas: derme, coxim digital, falange distal, extremidade distal da falange média, sesamoide distal,                           
bursa   do   navicular,   ligamentos,   tendões   (extensor   digital   comum   e   flexor   digital   profundo),   vasos   e   nervos. 
➢ Bursa do navicular: anexo muscular. Bolsa sinovial bem pequena, derivada de periósteo, dentro tem                           
líquido   sinovial   q    impede   o   atrito   entre   o   tendão   do   flexor   dig   prof   e   o   sesamóide   distal    (osso   navicular). 
 
CASCO   DO   EQUINO:  
 
Se diferencia em  3 partes : a parede, a sola e a                     
ranilha.   Rumin.   e   suínos   só   tem   a   parede   e   a   sola. 
PAREDE: parte visível na fase de apoio do membro                 
no   solo.   Se   divide   em    3   partes : 
­ Parte dorsal\ponta\pinça : porção mais alta         
da   parede   do   casco. 
­ Parte colateral\quartos (lateral e medial) :         
quando a altura da parede decresce, são as               
laterais   do   casco. 
­ Ângulos\talões\calcanhares : parte posterior     
do   casco,   são   arredondados. 
A face externa da parte do casco, no MT, tem de 45 a 50º, e no MP, 50 a 55º. Já a face interna é despigmentada                                                   
e   possui   cerca   de   600   lamelas   epidérmicas,   que   marcam   a   parede   região   do   casco. 
 
SOLA: tecido córneo de superfície côncava, junto à borda solear, internamente. Preenche o espaço entre a                               
parede e a ranilha e forma a maior parte da superfície interior do casco. Por ser côncava, participa apenas com                                       
sua margem externa no apoio ao solo. Não apresenta tela subcutânea. Com relação ao formato, a sola do MT                                     
tem formato circular, já a do MP, elíptica. Existe uma linha de transição entre a parede e a sola, chamada de                                         
linha   branca ,   de   queratina. 
 
RANILHA\CUNHA DA ÚNGULA: tem forma de           
cunha, projeta­se na sola, possui base larga e fecha o                   
espaço entre os talões (calcanhares da parede), é a                 
estrutura amortecedora mais importante do órgão           
digital, sendo exclusiva dos equinos. Apresenta uma             
tela subcutânea bastante espessa, o coxim digital, e é                 
limitada por dois sulcos: os  sulcos paracuneais             
lateral e medial . Em corte transversal a ranilha tem                 
formato   da   letra   W.  
É formada por algumas estruturas anatômicas: o  sulco               
central da ralinha (ou  sulco médio ),  pedúnculos             
paracuneais lateral e medial , e uma última estrutura,               
o    ápice   da   ranilha . 
 
 
➢ A ranilha é mais macia que o restante do casco, pois possui o coxim bastante desenvolvido com tec                                   
adiposo e fibroelástico. Possui gl apócrinas em sua superfície, que dão 50% a mais de umidade nessa                                 
parte   do   casco,   além   de   servirem   como   marcador   de   trilha   nos   equídeos. 
 
REGIÕES DO CASCO: Após a exungulação (retirada do casco), no lado interno do estojo córneo, tirando esse                                 
estojo, encontram­se 3 segmentos: limbo, coroa e parede do casco. Entre o limbo e a coroa encontra­se um sulco,                                     
o    sulco   do   limbo .   Que   circunda   em   faixa   e   em   forma   de   semicircunferência. 
­ Limbo : faixa de poucos milímetros, abaixo da inserção dos pelos. Para ser visualizado não precisa de                               
exungulação, só levantar os pelos próximos ao casco (é uma faixa de pele antes da queratinização). Tem                                 
função de reservatório de umidade (pro casco não ficar seco) e uma função seladora, pois suas células                                 
produzem   um   aglutinante   lipídico,que   conserva   a   umidade   da   região   e   lubrifica   a   parede   do   casco. 
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­ Coroa : faixa de aprox 15mm de largura, que se localiza distalmente ao limbo. Também chamada de                               
camada de proteção , pois possui céls muito forte e unidas, faz com que o casco tenha resistência                                 
mecânica   às   forças   de   pressão   e   tração. 
­ Parede :   porção   interna   ao   estojo   córneo,   parte   da   parede.   É   coberta   no   terço   proximal   pelo   limbo. 
 
CASCOS ACESSÓRIOS: os dedos atrofiados em ruminantes e suínos apresentam esses cascos. No caso dos                             
suínos, os cascos possuem uma base óssea completa, enquanto nos ruminantes, pelo fato do dedo ser mais                                 
proximal, o casco sai da ponta do dedo. Os cascos acessórios laterais são mais compridos (V dedo), e os do MP                                         
posicionam­se   mais   altos   que   os   do   MT.   Funções:   apoio   em   solos   muito   macios. 
 
CASTANHAS: anexos de pele que ocorrem nos equinos, é como se fosse uma calosidade, tem um formato oval                                   
e   alongado.   Localiza­se   no   palmo   proximal   ao   carpo\tarso,   pela   face   medial. 
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