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Aula 7 O papel do psicólogo mediante o viver e morrer no hospital

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Aula 7: O papel do psicólogo mediante o viver e morrer no hospital
Dificilmente nos preparamos para morte, mas para quem atua com pacientes terminais terá um contato constante com ela e enquanto profissionais poderemos trazer através da escuta psicológica proporcionar um alívio tanto para os pacientes quanto para seus familiares e a equipe de saúde.
Início da Medicina como ciência
Na Idade Média, muitas epidemias se instalaram, levando a um declínio da Medicina leiga, já que houve um descrédito por parte da população, em função dessas grandes epidemias que se instalaram. A Medicina passa então para a Igreja, sendo praticada pelos monges, dentro de seus mosteiros. 
O título de “médico” era nesta época dado a quem possuía, além da formação acadêmica, uma posição social de prestígio. Esses médicos, em vez de cuidar dos doentes, ficavam especulando sobre as doenças.
 
Esporadicamente, prestavam consultorias a preços elevados, mas não acompanhavam os casos, já que este trabalho “braçal” era considerado inferior, comparado ao seu papel intelectual.
 
Este modelo de exercício da Medicina perdurou por mais de 500 anos, até que a Medicina leiga foi restabelecida, a partir da proibição aos monges de exercê-la, pois estes infligiam as normas e saíam dos mosteiros para atender aos doentes.
A Medicina, que entrara em decadência, só volta a ressurgir a partir do Renascimento (séculos XV e XVI). As principais contribuições do Renascimento para a Medicina foi a liberação da dissecação de cadáveres, e consequentemente, inúmeras descobertas sobre a anatomia humana. No início do século XVII, a Medicina foi marcada pela descoberta de Harvey (1578-1657) sobre a circulação sanguínea e pelo descobrimento do microscópio por Leeuwenhork. Os avanços não foram muitos neste século.
 
Os ensinamentos ainda seguiam os modelos clássicos, e os professores, bem como os médicos, eram em sua maioria arrogantes, guiados pela vaidade e grandiosidade.No século XVIII, em função do conservadorismo, houve o ápice do charlatanismo na Medicina. Este também foi um século em que não ocorreram grandes avanços. As principais conquistas deste século foram relacionadas à publicação de Morgagni (1682-1771) sobre a anatomia patológica, relacionando anormalidades anatômicas às doenças. Foi também neste século que Jenner (1749-1823) descobriu a vacina da varíola.
Já o século XIX foi marcado pelos rápidos avanços na Medicina, tais como a identificação de 21 novos tecidos e o nascimento do estetoscópio, que é um instrumento muito utilizado até hoje nos exames clínicos.
Além disso, houve conflitos vocacionais de vários médicos renomados da época, que questionaram sua escolha. Muitos abandonaram o exercício da Medicina.
Cabe destacar ainda, sobre o século XIX, a descoberta da anestesia e da necessidade de higienização como forma de evitar infecções. Este século termina com a publicação de Freud, a interpretação dos sonhos, como tentativa de dar conta não mais só do corpo, mas também da alma humana.
O século XX tem como destaques:
 
O médico de família;
O investimento do Estado na área de saúde, criando sistemas que garantem acesso gratuito ao médico;
A criação dos planos de saúde.
Início dos estudos científicos de Psicologia
Ainda no início do século XIX, o médico e fisiologista W. Wundt funda o primeiro Instituto de Psicologia Experimental do mundo, dando início aos estudos científicos da Psicologia.
 
Após esse movimento, surgem outras escolas de pensamento na Psicologia, como o Funcionalismo representado por W. James. Em seguida, o Behaviorismo, que tem como marca o comportamento como objeto de estudo, sendo até hoje uma das grandes escolas da Psicologia.
 
Na área clínica, os métodos foram se ampliando, e novas correntes foram surgindo, como a Gestalt e o Humanismo, que se opunham tanto à Psicanálise quanto ao Behaviorismo. Assim, a Psicologia clínica foi se desenhando até a contemporaneidade.
Tanto a Medicina quanto a Psicologia ampliaram seu modo de entender a saúde, deixando de lado o olhar limitado de corpo e doença, e desenvolvendo modos de levar em consideração não só a doença, mas aquele que está por trás dela.
 
A Psicologia passou a ter uma prática dentro da instituição hospitalar, em conjunto com toda uma equipe multidisciplinar.
Em consequência dessa nova forma de atuação, a prática do psicólogo hospitalar enfatiza o sofrimento humano em situação de crise e, pode até ter um caráter preventivo quando se dedica ao diagnóstico precoce dos transtornos emocionais dos pacientes e seus familiares, decodificando as dificuldades encontradas por eles em função da hospitalização e suas consequências.
 
O profissional de psicologia passa, então, a adequar sua intervenção, já que não se trata de psicoterapia, mas sim de uma atenção psicológica. Sua atuação envolve o paciente, a família e os profissionais de saúde, intervindo nas dimensões biopsicossociais do enfermo.
O limite entre a vida e morte.
É na doença, no limite entre a vida e a morte, que a condição de finitude humana se revela e que (re)tira, como profissionais de saúde, do lugar de suposto saber.
O hospital, por outro lado, é um lugar em que se está cuidado, acolhido e favorece nas pessoas adoecidas a potencialização de todos os seus recursos para lutar e, se possível, recuperar-se. Quem trabalha com pacientes com doenças graves, terminais, assiste ao extremo do sofrimento humano trazido pela doença aguda, em que a dor e a morte são ameaças constantes. A doença, assim como o trauma quando ocorre de forma abrupta, pode afastar e dificultar a capacidade do paciente para lidar com o problema. É nesse momento que a atenção psicológica pode favorecer, facilitando a reflexão acerca da experiência vivida. Ela pode ajudá-lo a encontrar algumas respostas, ressignificando sua experiência e tornando-o mais confiante, participativo e colaborativo com seu tratamento.
Angústia como mecanismo de defesa
Freud também afirma que a angústia não só como a transformação da libido, mas também poderia servir como mecanismo de defesa, em função dos perigos de ameaça à vida, e a considerou um dos problemas mais difíceis da existência humana.
 
Outro pensador, médico e psicoterapeuta existencialista, Viktor Frankl enfatiza a busca do sentido diante do sofrimento extremo, acreditando ser o sofrimento um modo de crescimento e amadurecimento.
Frankl desenvolve sua perspectiva a partir de sua experiência no campo de concentração de Auschwitz, onde suportou o sofrimento e encontrou nele um sentido. Frankl acredita que o homem pode encontrar caminhos e respostas diante das situações, sendo responsável por essas escolhas e por sua vida.
 
Ele ressalta três possibilidades fundamentais que dão sentido à vida: o trabalho, o amor e o sofrimento. O conceito de otimismo trágico de Frankl se baseia na ideia que o ser humano é capaz de permanecer otimista diante das adversidades da existência, modificando de forma criativa as situações de sofrimento em algo positivo ou construtivo.
 
Essa ideia de Frankl está diretamente relacionada ao conceito de resiliência, que vem sendo muito discutida na Psicologia.

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