Buscar

UNIDADE V - ATO CONSTITUTIVO - REGISTROS NOS ÓRGÃOS COMPETENTES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A sabedoria é a arma invencível de um povo 
1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE 
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE 
DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA E COMERCIAL 
PROFESSOR: ALBERTO SOARES 
 
UNIDADE V - ATO CONSTITUTIVO - REGISTROS NOS ÓRGÃOS COMPETENTES 
 
ATO CONSTITUTIVO 
O ato constitutivo pode ser considerado o mesmo que contrato social ou estatuto. É o documento 
redigido de acordo com determinadas normas, suscetível de produzir consequências jurídicas. O ato 
constitutivo diz respeito ao ato de cons-tituir, de estabelecer, de firmar o contrato ou o estatuto social. 
 
Fases do ato constitutivo 
Primeira fase 
O ato constitutivo da pessoa jurídica deve ser escrito, dividindo-se em: 
 ato jurídico unilateral intervivos ou causa mortis: nas fundações; 
 ato jurídico bilateral ou plurilateral intervivos: nas associações e sociedades. 
 
Segunda fase 
Para que a pessoa jurídica de direito privado exista legalmente é necessário inscrever o ato 
constitutivo: contrato ou estatuto social no órgão competente, conforme abaixo: 
 sociedades empresárias vinculam-se ao registro público de empresas mercantis, a cargo das 
Juntas Comerciais; 
 sociedades simples vinculam-se ao registro civil das pessoas jurídicas a cargo dos cartórios de 
registro de pessoas jurídicas, inclusive as fundações e as associações. 
 
Adequação do ato constitutivo 
Em se tratando de registro de empresas, têm-se os seguintes instrumentos de constituição: 
 para o empresário individual, o instrumento denomina-se “requerimento”; 
 para o empresário individual de responsabilidade limitada, tem-se o instrumento de constituição; 
 para as sociedades de pessoas: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, 
sociedade em conta de participação e sociedade limitada, o instrumento denomina-se “contrato social”; 
 para as sociedades de capitais: sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações, o 
instrumento de constituição denomina-se “ata da assembleia geral e o estatuto social”; 
 para outros tipos de pessoas jurídicas como fundações, associações, sociedade de economia 
mista e sociedade cooperativa, o instrumento de constituição denomina-se também “ata da 
assembleia geral e o estatuto social”. 
 
Registro do ato constitutivo 
Os atos das organizações destinadas à exploração de qualquer atividade econô-mica com fins 
lucrativos, compreendidos os empresários individuais e as sociedades empresárias, 
independentemente de seu objeto, serão arquivados no Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins, salvo as exceções previstas em lei. 
 
As organizações constituem-se mediante a formalização dos atos constitutivos, representados por 
documentos que serão arquivados: 
 no Registro Público das Empresas Mercantis a cargo da Junta Comercial; 
 no Registro Civil das Pessoas Jurídicas a cargo dos cartórios de títulos e documentos; 
 em repartições responsáveis pela arrecadação tributária, preservação da ordem, do ambiente 
ecológico etc. 
 
De acordo com a Lei nº 8.934/94, o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins 
será exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, 
com as seguintes finalidades: 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
2 
 dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas 
mercantis, submetidos a registro na forma da lei; 
 cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas 
as informações pertinentes; 
 proceder à matrícula dos agentes auxiliares do empresário, bem como ao seu cancelamento. 
 
O registro serve para determinar a regularidade do empresário; daí se sabe se ele é ou não regular. 
Logo, a qualidade de empresário advém da prática da atividade empresarial, e não do registro. O 
empresário sem registro, não obstante ser considerado empresário, não poderá ingressar em juízo 
com o pedido de recuperação judicial nem requerer a homologação da recuperação extrajudicial 
(Lei Falências – Lei nº 11.101/05, arts. 48 e 161). 
 
A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo-
se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 
966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que 
forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário. 
 
A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e 
não da sua caracterização. O Código Civil criou uma diferença com relação ao produtor rural, que 
tem a opção de ser ou não empresário. Mas se houver optado por ser empresário deverá registrar-
se na Junta Comercial (art. 971). Logo, em relação ao empresário rural o registro é constitutivo e não 
existe empresário rural pessoa física irregular. 
 
O registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza 
constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime ao empresário 
ou sociedade rural que não exercer tal opção. 
 
Fica instituído o Número de Identificação do Registro de Empresas – Nire, o qual será atribuído a 
todo ato constitutivo de empresa, devendo ser compatibilizado com os números adotados pelos 
demais cadastros federais, na forma de regulamentação do Poder Executivo. 
 
Composição do Nire 
O Número de Identificação do Registro de Empresas, mais conhecido como Nire, é composto de 
onze dígitos, dos quais os dois primeiros significam a unidade da federação (UF), sendo 06, por 
exemplo, a representação do Ceará. 
 
O terceiro dígito corresponde ao tipo jurídico da sociedade. Em síntese, o detalhamento ficaria 
assim: 
1  para empresário individual (antiga Firma Individual); 
2  para sociedade limitada; 
3  para sociedade anônima; 
4  para cooperativa; 
5  para outros tipos societários, como, por exemplo, consórcio; 
 
8  em determinada época para alguns microempreendedores individuais (MEI), mas que, na 
verdade, por não deixarem de ser empresários individuais, têm tido o mesmo modificado, no 
primeiro registro após a inscrição pelo Portal do Empreendedor, para 1; 
 
9  para filiais ou demais estabelecimentos, não importando, nesse caso, o tipo jurídico da 
sociedade. 
 
Do quarto ao décimo dígito, tem-se um sequencial numérico de registro. E, por fim, o décimo 
primeiro dígito, que é o dígito verificador da autenticidade do Nire. 
 
Órgãos do registro público das empresas mercantis 
Órgão público é uma unidade com atribuição específica dentro da organização do Estado. É 
composto por agentes públicos que dirigem e compõem o órgão, voltado para o cumprimento de 
uma atividade estatal. 
 
Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas não têm personalidade jurídica, uma vez 
que são apenas parte de uma estrutura maior, que é a detentora de personalidade. Como parte da 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
3 
estrutura maior, o órgão público não tem vontade própria, limitando-se a cumprir suas 
finalidadades dentro da competência funcional que lhes foi determinada pela organização estatal. 
 
Os serviços do registro público de empresas mercantis e atividades afins são exercidos, em todo o 
território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdepende pelo Sistema Nacional de 
Registro de Empresas Mercantis - Sinrem, o qual é composto por órgãos de dois níveis de governo: 
 o federal – em que atua o Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei), órgão 
central do Sinrem, com funções: supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano 
técnico; e supletiva, no plano administrativo; 
 o estadual– em que atuam as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora 
e administradora dos serviços de registro. 
 
A Figura 1 evidencia a estrutura do Sistema Nacional de Registro das Empresas Mercantis 
 
Departamento de Registro Empresarial e Integração 
O antigo DNRC - Departamento Nacional do Registro do Comércio que centralizava o sistema 
de Juntas Comerciais passou a ser denominado como Departamento de Registro Empresarial e 
Integração passou a ser o órgão central do Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis - 
Sinrem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura1 – Sistema Nacional de Registro das Empresas Mercantis 
Fonte: Junta Comercial do Estado do Ceará 
 
Art. 8º, do Decreto nº 8001/13 - Ao Departamento de Registro Empresarial e Integração compete: 
I - assessorar o Secretário na articulação e supervisão dos órgãos e entidades envolvidos na 
integração para o registro e legalização de empresas; 
II - em relação à integração para o registro e legalização de empresas: 
a) propor planos de ação, políticas, diretrizes e implementar as medidas decorrentes, em 
articulação com outros órgãos e entidades públicas, inclusive estaduais e municipais; 
b) especificar os sistemas de informação, propondo as normas e executando os treinamentos 
decorrentes, em articulação e observadas as competências de outros órgãos, inclusive 
estaduais e municipais; 
c) implementar e executar sistemática de coleta e tratamento de informações e estatísticas; e 
DEPARTAMENTO DE 
REGISTRO 
EMPRESARIAL E 
INTEGRAÇÃO 
ÓRGÃO CENTRAL 
ÓRGÃOS LOCAIS 
JUNTAS COMERCIAIS 
DOS ESTADOS E DO 
DISTRITO FEDERAL (EM 
NÚMERO DE 27) 
D E L E G A C I A S 
OUTRAS UNIDADES 
DESCONCENTRADAS 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
4 
d) propor e implementar projetos, ações, convênios e programas de cooperação, em articulação 
com o setor privado, entidades e organismos, nacionais e internacionais; 
III - propor os planos de ação, políticas, diretrizes, normas e implementar as medidas decorrentes, 
relativas ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
IV - coordenar a ação dos órgãos incumbidos da execução dos serviços do Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
V - coordenar a manutenção e a atualização do Cadastro Nacional de Empresas Mercantis; 
VI - exercer as demais atribuições decorrentes do Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996; e 
VII - desenvolver, implantar, manter e operar os sistemas de informação relativos aos assuntos 
previstos no inciso II, em articulação e observadas as competências de outros órgãos. 
 
De forma breve, diz-se que Departamento de Registro Empresarial e Integração é o órgão central 
do Sinrem, com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e 
supletiva, no plano administrativo; 
 
Juntas Comerciais 
Junta Comercial é a autarquia responsável pelo registro de atividades ligadas a sociedades 
empresariais. Há uma Junta Comercial em cada Estado brasileiro. 
 
É feito o registro da empresa na Junta Comercial no livro de Registro Público de Empresas 
Mercantis. Aqui, a empresa recebe um código específico denominado Nire – Número de 
Identificação de Registro de Empresas. 
 
Haverá uma Junta Comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área 
da circunscrição territorial respectiva. 
 
As Juntas Comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua 
jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos da Lei nº 8.934/94. 
 
A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao DNRC. 
 
Compete às Juntas Comerciais: 
 executar os serviços previstos no art. 32 da Lei acima, adiante elencados; 
 elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes; 
 processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais; 
 elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de 
caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e 
regimentais; 
 expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público 
de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
 o assentamento dos usos e práticas mercantis. 
 
A estrutura básica das Juntas Comerciais será integrada pelos seguintes órgãos: 
 a presidência, como órgão diretivo e representativo; 
 o plenário, como órgão deliberativo superior; 
 as turmas, como órgãos deliberativos inferiores; 
 a secretaria-geral, como órgão administrativo; 
 a procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica. 
 
O Plenário poderá ser constituído por oito, onze, quatorze, dezessete ou vinte Vogais e igual 
número de suplentes, conforme determinar a legislação da unidade federativa a que pertencer a 
Junta Comercial. 
 
As Juntas Comerciais poderão descentralizar os seus serviços, mediante convênios com órgãos 
públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservada a competência das atuais 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
5 
Delegacias. No caso da Junta Comercial do Estado do Ceará, verifica-se a existência de sete 
núcleos regionais além da região da sede. 
Ressalta-se o fato de esses núcleos se constituírem de vários postos de atendimento. A Figura 2 
estampa os núcleos de apoio regional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2 – Núcleos e escritórios regionais da Jucec 
 Fonte: Revista da Junta Comercial 
 
Matrícula 
A matrícula é o ato de registro de paraempresários. São categorias de paraempresários: interprete 
comercial, leiloeiro, trapicheiro, tradutores públicos, despachantes aduaneiros, administradores de 
armazéns gerais. A baixa da matrícula se processa com o seu cancelamento. 
 
Arquivamento 
É o ato de registro do empresário individual e de constituição, alteração e dissolução das atividades 
empresárias. O sujeito tem 30 (trinta) dias para realizar o arquivamento, contados a partir da prática 
do ato. 
 
O Código Civil vinculou expressamente a existência legal da personalidade jurídica ao 
arquivamento no órgão competente do ato de constituição, bem como das alterações que dele 
decorrerem: “Art. 45 Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro [...], averbando-se no registro todas as 
alterações por que passar o ato constitutivo.” 
 
Tanto o artigo 36 da Lei nº 8.934/94 como o parágrafo 1° do artigo 1.151 do Código Civil, contêm 
disposição idêntica no que diz respeito ao prazo de registro do ato sujeito a arquivamento. Os 
registros intempestivos provocam efeitos de importância considerável relacionados à 
responsabilidade dos sócios. 
 
Art. 1.151 - O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente (art.1.150) será 
requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer 
interessado. 
 
§ 1º - Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, 
contado da lavratura dos atos respectivos. 
 
§ 2º - Requerido além do prazo previsto nesse artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da 
data de sua concessão. 
 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
6 
Isso significa dizer que, procedendo-se ao arquivamento nos trinta dias subsequentes, à 
celebração do contrato constitutivo, a eficácia do registro é ex tunc, retroagindo à data do contrato. 
Por outro lado, se for efetivado após os referidos trinta dias, a eficácia será ex nunc, ou seja, a 
partir da data do despacho que deferir o arquivamentodo contrato. 
 
Nesse último caso, no período decorrido entre a constituição de fato da sociedade e o efetivo 
arquivamento do ato perante os órgãos registradores competentes, vigerá regime de 
responsabilidade solidária e ilimitada dos sócios pelas obrigações sociais, já que nesse ínterim 
operou irregularmente. 
 
Em outras palavras, os sócios estarão agindo ao desabrigo da limitação da responsabilidade que 
decorre da regular constituição da sociedade limitada. 
 
O Código Civil é expresso ao dispor acerca da inoponibilidade a terceiros do Contrato Social não 
registrado, salvo prova de que este o conhecia: “Art. 1.154 - O ato sujeito a registro, ressalvadas 
disposições especiais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser 
oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia.” 
 
Por fim, vale colocar que o § 3°, do artigo 1.151 do Código Civil ainda estabelece responsabilidade 
na reparação de perdas e danos daquele, obrigado por proceder ao registro do ato sujeito a 
arquivamento, in verbis: “§ 3° - As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e 
danos, em caso de omissão ou demora.” 
 
É, portanto, imprescindível o arquivamento do contrato de constituição de sociedades limitadas 
dentro do prazo legalmente estabelecido, se se desejar que os mais importantes efeitos 
concernentes à responsabilidade dos sócios na sociedade limitada sejam respeitados no período 
de sua constituição. 
 
É feito o arquivamento: 
 dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de empresários 
individuais, sociedades empresárias e sociedades cooperativas; 
 dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404/76; 
 dos atos concernentes a empresas estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; 
 das declarações de microempresa; 
 de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às 
sociedades empresárias. 
 
Não podem ser arquivados: 
a) os documentos que não obedecerem às prescrições legais ou regulamentares ou que 
contiverem matéria contrária aos bons costumes ou à ordem pública, bem como os que 
colidirem com o respectivo estatuto ou contrato não modificado anteriormente; 
 
b) os documentos de constituição ou alteração de empresas mercantis de qualquer espécie ou 
modalidade em que figure como titular ou administrador pessoa que esteja condenada pela 
prática de crime cuja pena vede o acesso à atividade mercantil; 
 
c) os atos constitutivos de empresas mercantis que, além das cláusulas exigidas em lei, não 
designarem o respectivo capital, bem como a declaração precisa de seu objeto, cuja indicação 
no nome empresarial é facultativa; 
 
d) a prorrogação do contrato social, depois de findo o prazo nele fixado; 
 
e) os atos de empresas mercantis com nome idêntico ou semelhante a outro já existente; 
 
f) a alteração contratual, por deliberação majoritária do capital social, quando houver cláusula 
restritiva; 
 
g) os contratos ou estatutos de sociedades mercantis, ainda não aprovados pelo Governo, nos 
casos em que for necessária essa aprovação, bem como as posteriores alterações, antes de 
igualmente aprovadas. 
 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
7 
Parágrafo único. A junta não dará andamento a qualquer documento de alteração de firmas 
individuais ou sociedades, sem que dos respectivos requerimentos e instrumentos conste o 
Número de Identificação de Registro de Empresas (Nire). 
 
Autenticação 
Autenticação é o ato de estabelecer ou confirmar algo (ou alguém) como autêntico, isto é, que 
reivindica a autoria ou a veracidade de alguma coisa. A autenticação também remete à confirmação 
da procedência de um objeto ou pessoa, nesse caso, frequentemente relacionada com a verificação 
da sua identidade. A autenticação é o processo que verifica a identidade de uma pessoa. 
 
Autenticar, juridicamente, consiste no procedimento legal relativo de tornar autêntico - ou 
verdadeiro - algo que seja cópia ou cuja autoria e veracidade necessitam ser comprovadas. Uma 
vez autenticada a cópia do documento, esta passa ter a mesma validade que seu original. 
 
A autenticação dos instrumentos de escrituração das sociedades empresárias, das sociedades 
cooperativas registradas e dos agentes auxiliares do empresário, na forma de lei própria, possui 
duas funções básicas: a de veracidade e regularidade. 
 
Regularidade - para que um livro comercial seja considerado regular, deve estar autenticado em 
todas as páginas. 
 
Os instrumentos autenticados, não retirados no prazo de 30 (trinta) dias, contados da sua 
apresentação, poderão ser eliminados. 
 
Assentamento 
Cabe à Junta Comercial assentar os usos e costumes que preencham os requisitos legais, 
conforme preceitua a Lei nº 8.934/94. 
 
Estrutura do processo do ato constitutivo 
Além do contrato ou estatuto social abordados na unidade anterior, têm-se os seguintes 
documentos pertinentes ao registro de empresas na Junta Comercial: 
 pedido de busca de nome; 
 protocolo de documentos; 
 requerimento padrão: capa verde do processo; 
 requerimento de empresário; 
 registro especial de microempresa – declaração; 
 registro especial de microempresa – comunicação; 
 registro especial de empresa de pequeno porte – declaração; 
 registro especial de empresa de pequeno porte – comunicação; 
 ficha de cadastro nacional – folhas 1 e 2; 
 declaração de desimpedimento; 
 guia Darf – documento de arrecadação de receitas federais. 
 
Pedido de busca de nome 
Para a constituição de uma pessoa jurídica, deve-se fazer uma consulta à Junta Comercial do 
Estado, a fim de certificar-se da existência ou não de alguma empresa já registrada com o mesmo 
nome empresarial. Esse procedimento é importante pelo fato de evitar a elaboração e o 
preenchimento de papéis, cujo nome empresarial já exista, impedindo assim, que o referido 
processo seja homologado. 
 
Protocolo de documentos 
Trata-se de um ato regulador do trâmite do serviço público. O protocolo pode ser expresso mediante: 
a) um formulário com um número específico que identifica o serviço que está em andamento; 
b) a assinatura ordenada de alguém que represente o signatário. Onde o serviço deve ser 
processado no todo ou em parte. 
 
Requerimento padrão 
É o invólucro dos atos constitutivos. É uma espécie de capa que põe em destaque o nome 
empresarial, o tipo de serviço que está sendo solicitado e o nome do sócio ou titular que representa 
a empresa junto às instituições. 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
8 
 
Requerimento empresário 
Trata-se de um formulário que evidencia todos os dados do titular de empresa individual, incluindo-
se os dados pertinentes à atividade que se pretende explorar. 
 
Registro especial de microemepresa - declaração 
Trata-se de um requerimento, que é utilizado para fazer o registro de uma empresa nova como 
microempresa, no qual se afirma que a receita bruta anual não excederá o limite previsto em lei. 
 
Registro especial de microemepresa - comunicação 
É um tipo de requerimento que é utilizado para fazer o registro de uma empresa antiga como 
microempresa, no qual se afirma que a receita bruta anual não excedeu o limite previsto em lei. 
 
Registro especial de empresa de pequeno porte – declaração e comunicação 
Por analogia das duas definições imediatamente anteriores, compreende-se perfeitamente o 
significado da formalizaçào desses dois últimos documentos: 
 um, afirmado que a receita bruta não excedeu o limite fixado em , ou 
 outro afirmando que a receita bruta não excederá o limite previsto. 
 
Ficha de cadastro nacional - FCN 
A ficha de cadastro nacionalé um documento que tem por finalidade atualizar, complementar e 
uniformizar o instrumento de coleta de dados destinados à formação e manutenção do cadastro 
nacional de empresas mercantis (CNE), conforme IN-DNRC nº 67/98. 
 
Declaração de desimpedimento 
As declarações de desimpedimento ou de incriminalidade deverão constar do texto do contrato 
social ou em suas alterações, admitindo-se a declaração em separado, conforme modelo próprio. 
 
Nas sociedades anônimas, fica dispensada essa declaração, quer para administradores, quer para 
os membros do conselho fiscal, por se tratar de matéria de responsabilidade das assembleias 
gerais, a quem compete verificar as condições de ilegibilidade daquelas pessoas, conforme IN-
DNRC nº 6/86. 
 
Adquirida a personalidade jurídica, cabe à empresa providenciar os registros nas áreas tributárias. 
Conforme as características de suas atividades, deve a empresa inscrever-se nas áreas federal, 
estadual e municipal, sem prejuízo de inscrição em órgãos gerais e específicos. 
 
ÁREAS DE REGISTRO TRIBUTÁRIO 
As principais inscrições tributárias da pessoa jurídica se processam junto aos seguintes órgãos da 
 área federal; 
 área estadual; 
 área municipal. 
 
Área federal – Secretaria da Receita Federal 
Essa área é representada pela Secretaria da Receita Federal. Nela é feita a inscrição no Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, o qual serve de identificação da pessoa jurídica junto aos 
órgãos tributários federais: Receita Federal, Previdência Social etc. 
 
Deve ser preenchido um formulário de CNPJ, via internet, disponível no site da Receita Federal e 
enviado à mesma, e depois, deverá ser impresso, assinado pelo administrador e reconhecido firma 
do DBE (documento básico de entrada) que anexado a uma cópia do contrato social autenticado 
deverá ser entregue à Receita Federal, para obtenção do CNPJ. 
 
Cadastro nacional da pessoa jurídica - CNPJ 
De acordo com a IN SRF n.º 2/01, o CNPJ compreende as informações cadastrais das pessoas 
jurídicas, de interesse das administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e 
dos municípios, bem como da seguridade social. Os documentos relativos ao CNPJ são agrupados 
em documentos de entrada e de saída. Assim, têm-se os seguintes documentos de entrada, os 
quais são apresentados em meio magnético: 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
9 
 ficha cadastral da pessoa jurídica – FCPJ; 
 quadro de sócios e administradores – QSA; 
 ficha complementar – FC; 
 
Como documentos de saída, têm-se: 
 comprovante provisório de inscrição – CPI; 
 cartão de identificação da pessoa jurí-dica – CIPJ; 
 certidão de baixa – CB; 
 
O cartão de identificação da pessoa júri-dica – CIPJ é emitido em uma única via, em papel ofset, 
com fundo de segurança numismático, nas cores marrom e sépia. Esse cartão, na verdade, é o 
CNPJ da pessoa jurídica, cujas normas são editadas exclusivamente pela Secretaria da Receita 
Federal – SRF, a quem compete a administração desse cartão. 
 
Obrigatoriedade da inscrição no CNPJ 
A inscrição no CNPJ é obrigatória para todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas. 
Assim, são obrigados a se inscrever no CNPJ, mesmo não possuindo personalidade jurídica: 
 os condomínios que aufiram ou paguem rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda 
na fonte; 
 os consórcios constituídos na forma dos artigos 278 e 279 da Lei nº 6.404/76 – (grupo de 
sociedades), que são empresas que se reúnem para executar determinado empreendimento; 
 os clubes de investimentos registrados em Bolsa de Valores, segundo as normas fixadas pela 
Comissão de Valores Mobiliários – (CVM); 
 os fundos mútuos de investimento, sujeitos às normas do Banco Central do Brasil ou CVM; 
 as missões diplomáticas e repartições consulares de caráter permanente; 
 as repartições de caráter permanente de órgãos internacionais; 
 serviços notariais e registrais (cartórios), exceto aqueles vinculados à vara de justiça dos 
tribunais. 
 
Devem-se inscrever no CNPJ, pessoas jurídicas, domiciliadas no exterior, que possuam no Brasil, 
bens e direitos sujeitos a registro público, inclusive: imóveis, veículos, embarcações, aeronaves, 
participações societárias, contas correntes bancárias, aplicações no mercado financeiro ou 
mercado de capitais. 
 
A pessoa jurídica deve inscrever no CNPJ cada um de seus estabelecimentos, inclusive os 
situados no exterior. 
 
Estabelecimento: é a unidade autônoma móvel ou imóvel em que a pessoa jurídica exerce em 
caráter permanente ou temporário, atividade econômica ou social geradora de obrigação tributária, 
principal ou acessória. 
 
Na hipótese de a pessoa jurídica possuir mais de um estabelecimento, a matriz terá o número de 
ordem igual a 0001 e os demais denominados de filiais serão enumerados em ordem sequencial a 
partir de 0002. Observe-se a seguinte estrutura do número do CNPJ: 
 
 
Número antes da 
barra (constante) 
Número sequencial 
(depois da barra) 
controle 
matriz xx.xxx.xxx / 0001 - xy 
Filial-1 xx.xxx.xxx / 0002 - pq 
Filial-2 xx.xxx.xxx / 0003 - rs 
Filial-3 xx.xxx.xxx / 0004 - ab 
Filial-4 xx.xxx.xxx / 0005 - cd 
 
A unidade móvel somente será considerada estabelecimento se a pessoa jurídica não dispuser de 
unidade imóvel, sendo o seu endereço o da pessoa física responsável perante o CNPJ. 
 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
10 
A unidade móvel ou imóvel não será considerada estabelecimento quando representar mera 
extensão da atividade de um outro, assim entendida a que for desenvolvida em: 
 veículos pertencentes a estabelecimento cadastrado; 
 dependências como torres, casas-de-força, depósitos de material e assemelhados, desde que 
vinculadas a estabelecimento cadastrado; 
 templo onde se desenvolva, exclusivamente, oração comunitária ou administração de 
sacramentos, desde que subordinado a entidade nacional ou regional cadastrada; 
 canteiros de obras, vinculados a estabelecimento cadastrado, desde que nos mesmos não se 
desenvolva atividade geradora de obrigação tributária principal do imposto sobre produtos 
industrializados – IPI ou do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS. 
 
O depósito fechado constitui uma exceção, pois deve ser inscrito no CNPJ na condição de filial. 
 
No caso de órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, somente serão cadastradas no 
CNPJ as unidades gestoras do orçamento, que são aquelas autorizadas a executar parcela do 
orçamento da União dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. 
 
Faculta-se às pessoas jurídicas requererem a unificação de inscrição do CNPJ, desde que 
localizados no mesmo município, para: 
 o estabelecimento e suas dependências externas de natureza meramente administrativa; 
 a agência bancária e seus postos e subagências; 
 o estabelecimento de concessionária ou permissionária de serviço público e seus postos de 
serviços. 
 
No caso de unificação, cabe aos estabelecimentos, exceto o unificador, solicitar baixa de sua 
inscrição no CNPJ. 
 
Obrigam-se ao CNPJ, os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que sejam 
considerados “unidades gestoras” do orçamento da União, ou seja, aquelas instituições autorizadas 
a executar parcela do orçamento da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. 
 
Em se tratando de partidos políticos, tanto a direção nacional como as comissões provisórias e os 
diretórios regionais, municipais e zonais serão cadastrados no CNPJ com números distintos de 
inscrição, não cabendo inscrição a coligações e a comitê de partidos. 
 
Seguindo as mesmas determinações dos partidos políticos, têm-se as entidadesregulamentadoras 
do exercício profissional de âmbito federal e regional. 
 
Os órgãos regionais do Sesc, do Sesi, do Senai, do Senac, do Sebrae e de demais entidades 
congêneres poderão ser cadastrados com números distintos de inscrição, por solicitação do 
respectivo órgão nacional. 
 
Inscrição de partidos políticos 
Para a inscrição de partidos políticos devem ser apresentados os seguintes documentos: 
I. no caso de comissão provisória nacional: 
 cópia autenticada do estatuto do partido registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas de Brasília; 
 cópia autenticada de documento que indique o nome do presidente e o endereço da sede do 
partido na Capital Federal, registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de 
Brasília; 
 
II. na hipótese das demais comissões provisórias previstas no estatuto: 
 cópia autenticada da resolução do órgão interno do partido que designou os membros da 
comissão provisória registrada no Cartório de Títulos e Documentos; 
 
III. em se tratando de diretório nacional: 
 cópia autenticada da ata da reunião do órgão interno do partido que elegeu os membros do 
diretório, registrada no Cartório de Títulos e Documentos. 
 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
11 
Inscrição de entidade sindical 
Ao pedido de inscrição de entidade sindical de trabalhadores e patronais deverá ser juntado cópia 
autenticada do estatuto, devidamente registrado no Ministério do Trabalho, ou certidão emitida pela 
Secretaria de Relações do Trabalho, publicada no Diário Oficial da União, caso a prova de registro 
naquele Ministério não conste no próprio estatuto, e da ata da assembleia que elegeu o presidente, 
devidamente registrada no órgão competente. 
 
Inscrição de sociedades de advogados 
Ao pedido de inscrição de sociedade de advogados deverá ser juntada cópia autenticada do 
contrato social devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
 
Inscrição de condomínio 
Ao pedido de inscrição de condomínio em edifício, deverá ser juntada cópia autenticada de sua 
convenção, devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis, e da ata da assembleia 
que elegeu o síndico, devidamente registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
 
Inscrição de órgão público 
O pedido de inscrição de órgão público, autarquia ou fundação pública deverá ser acompanhado de 
cópia autenticada do ato legal de sua constituição, da prova da data inicial da vigência do ato legal 
e do ato de nomeação de seu titular. 
 
Pessoa física responsável perante o CNPJ 
A pessoa física responsável perante o CNPJ é o dirigente máximo da pessoa jurídica, observado o 
constante do Anexo A. 
 
Para fins de prática dos atos perante o CNPJ, exceto o da inscrição da matriz, a pessoa física 
responsável perante o CNPJ poderá indicar outra pessoa física, na qualidade de seu preposto, 
apesar de essa indicação não elidir a competência originária do dirigente máximo da pessoa 
jurídica. 
 
Em se tratando de fundos e clubes de investimento, a pessoa física responsável perante o CNPJ 
será a pessoa jurídica administradora daqueles. 
 
No caso de embaixadas, consulados ou de representação do governo brasileiro no exterior, a 
pessoa física responsável perante o CNPJ será o titular da unidade ou o Ministro de Estado das 
Relações Exteriores. 
 
Emissão e revalidação do cartão CNPJ 
A emissão do cartão CNPJ será efetuada, exclusivamente, pela SRF que o remeterá à pessoa 
jurídica. Esse cartão será emitido após o deferimento do pedido de inscrição e, quando for o caso, 
da alteração de dados cadastrais, bem assim nas hipóteses de solicitação de segunda via ou de 
revalidação. 
 
Os cartões CNPJ terão validade até o dia 30 de junho do segundo ano após o de sua emissão 
exceto quando se tratar de segunda via ou de cartão emitido em decorrência de alteração de dados 
cadastrais. Expirado o prazo de validade, o cartão CNPJ será revalidado automaticamente, desde 
que não existam pendências impeditivas. 
 
Na prática de quaisquer atos perante o CNPJ serão observadas exclusivamente as instruções 
emanadas da SRF, destacando-se, atualmente, a IN-SRF n.º 2/01. 
 
Area federal – Instituto Nacional do Seguro Social 
(Lei nº 8.212/91 e Decreto nº 2.172,/97) 
 
Matrícula da empresa 
É a identificação dos sujeitos passivos perante a RFB – Receita Federal do Brasil, podendo ser o 
número do: 
 Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para empresas e equiparados a ele obrigados, 
ocorrendo simultaneamente com a inscrição da empresa na Secretaria da Receita Federal; ou 
 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
12 
 Cadastro Específico do INSS (CEI) para empresas e equiparados desobrigados de inscrição 
no CNPJ ou que ainda não a tenham efetuado e toda obra de construção civil. 
 
Matrícula no CEI 
A matrícula será efetuada no Cadastro Específico do INSS (CEI), no prazo de trinta dias contados 
do inicio de suas atividades, para: 
I) o equiparado a empresa isento de inscrição no CNPJ; 
II) o proprietário do imóvel, o dono da obra ou o incorporador de construção civil, pessoa física ou 
pessoa jurídica; 
III) o empregador doméstico optante pelo pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 
– FGTS ou quando do parcelamento de valores previdenciários devidos; 
IV) o produtor rural pessoa física e o segurado especial, quando comercializarem sua produção 
com adquirente domiciliado no exterior (até 11/12/01, EC nº 33/01), diretamente, no varejo, a 
consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial; 
V) o consórcio simplificado de produtores rurais; 
VI) a empresa ou sujeito passivo ainda não cadastrado no CNPJ, embora esteja obrigada a esse 
procedimento; 
VII) a empresa construtora, quando contratada para execução de obra por empreitada total; 
VIII) a empresa líder, na contratação de obra de construção civil a ser realizada por consórcio, 
mediante empreitada total de obra de construção civil; 
IX) o titular de cartório, sendo a matrícula emitida em nome do titular, ainda que a respectiva 
serventia seja registrada no CNPJ, devendo ser considerada como início de atividade a data 
da vigência da IN SRP nº 20/07. 
 
A data do início da atividade corresponderá à data do arquivamento do ato constitutivo na Junta 
Comercial ou Cartório de Registro Civil ou a data do início da obra. 
 
Independentemente das condições acima, o INSS procederá à matrícula: 
a) de ofício, quando ocorrer omissão; 
b) de obra de construção civil, mediante comunicação obrigatória do responsável por sua execução, 
no prazo de 30 (trinta) dias. 
 
A unidade matriculada diretamente no INSS receberá o Certificado de Matrícula – CM, com número 
cadastral básico, de caráter permanente. 
 
O Departamento Nacional de Registro do Comércio – DNRC, através das Junta Comerciais, bem 
como Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas pres-tarão obrigatoriamente, ao INSS, todas 
as informações referentes aos atos consti-tutivos e alterações posteriores relativas a pessoas 
jurídicas ou equiparadas a pessoas jurídicas neles registradas, sem ônus para o INSS. 
 
São válidos perante o INSS, os atos de constituição, alteração e extinção de empresas registrados 
nas Juntas Comer-ciais. 
 
Área estadual – Secretaria da Fazenda 
A inscrição estadual é obrigatória para empresas dos setores do comércio, indústria e serviços de 
transporte intermunicipal e interestadual. Também estão incluídos os serviços de comunicação e 
energia. 
 
Documentação necessária à inscrição: 
 ficha de atualização cadastral – FAC; 
 certidão negativa de débitos da Secretaria da Fazenda; 
 documento de arrecadação – DAE; 
 requerimento de solicitação de inscrição no ICMS; 
 cópia do contrato social ou do documento de empresárioindividual; 
 cópia do CNPJ; 
 comprovante de endereço do(s) titular (es). 
 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
13 
Cadastro geral da fazenda - CGF 
O cadastro geral da fazenda (CGF) é o registro centralizado e sistematizado no qual se inscreverão 
todas as pessoas físicas ou jurídicas definidas em lei como contribuintes do ICMS, através do 
Núcleo de Execução de Cadastro (Necad) ou do Núcleo de Execução da Administração Tributária 
(Nexat) da respectiva circunscrição fiscal, antes de iniciarem suas atividades. Esses núcleos 
contêm ou acumulam dados e informações que os identificará, localizará e classificará segundo a 
sua natureza jurídica, atividade econômica, tipo de contribuinte e regime de recolhimento, em: 
I. quanto à natureza jurídica: 
II. quanto ao tipo de contribuinte: 
III. quanto à atividade econômica, mediante o detalhamento do tipo de contribuinte em seu subsetor 
de atividade; 
IV. quanto ao regime de recolhimento: 
 
Quanto à natureza jurídica 
 empresa individual; 
 sociedade em nome coletivo; 
 sociedade limitada; 
 sociedade em comandita por ações; 
 sociedade em comandita simples; 
 sociedade anônima; 
 sociedade simples; 
 órgão público; 
 cooperativa; 
 pessoa física. 
 
Quanto ao tipo de contribuinte 
 comerciante: é a pessoa natural ou jurídica de direito público ou privado, que pratique a 
intermediação de mercadoria, incluído como tal o fornecimento desta com os serviços nos 
casos de prestação de serviços; 
 industrial: a pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realize operações de 
que resulte alteração da natureza, funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do 
produto, tais como transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, bem assim 
as de conserto, reparo ou restauração; 
 prestador de serviços: a pessoa natural ou jurídica de direito público ou privado que preste 
serviços descritos como fato gerador do ICMS; 
 produtor agropecuário; a pessoa jurídica, de direito público ou privado, que se dedique à 
produção agrícola, animal ou extrativa, em estado natural ou com beneficiamento primário; 
 produtor rural: a pessoa física ou natural, de direito privado, que se dedique à produção 
agrícola, animal ou extrativa, em estado natural ou com beneficiamento primário. 
 
Quanto ao regime de recolhimento 
 normal; 
 substituição interna; 
 substituição interestadual; 
 empresa de pequeno porte; 
 microempresa; 
 especial; 
 outros. 
 
A imunidade, a não incidência e a isenção não desobrigam as pessoas acima da obrigação de se 
inscreverem no CGF. Caso essas pessoas mantenham mais de um estabelecimento, seja filial, 
sucursal, agência, depósito, fábrica seja outro qualquer, para cada um deles será exigida a 
inscrição no CGF. 
 
 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
14 
Não se obrigam à inscrição no CGF 
 o representante e o mandatário que se limitem a angariar pedido de mercadoria a ser remetida 
diretamente do estabelecimento representado para o respectivo adquirente; 
 o agenciador e corretor que se limitem a intermediar a prestação de serviço; 
 o canteiro de obra da empresa de construção civil; 
 o ambulante e a pessoa que se dediquem a atividades comerciais de natureza transitória, 
limitada ao período de realização em feira de amostra, exposição, parque de diversão, 
quermesse, leilão e afins; 
 
Entretanto, poderá ser concedida, a critério do fisco, inscrição de pessoa jurídica e de empresa 
individual devidamente estabelecida e não obrigadas ao cadastramento, desde que justifiquem dela 
necessitar para o exercício de suas atividades, sendo a elas aplicadas, no que couber, as normas 
relativas ao cadastro. 
 
A inscrição não será concedida nos seguintes casos: 
 quando o endereço não estiver plenamente identificado; 
 quando no endereço pleiteado, já se encontrar outro contribuinte com situação cadastral ativa; 
 quando as instalações físicas do estabelecimento do contribuinte forem incompatíveis com a 
atividade econômica pretendida, salvo se, pela tipicidade da natureza não devam as 
mercadorias por ali transitar; 
 quando o titular ou sócio da empresa pleiteante estiver inscrito na dívida ativa do Estado ou 
participe de outra que esteja cassada, suspensa ou baixada de ofício; 
 quando não comprovada a capacidade econômica e financeira do titular ou sócios em relação 
ao capital social declarado ou atividade pretendida. 
 
Não será permitido o uso de uma mesma inscrição para contribuinte que tencione instalar-se em 
endereços distintos, salvo se forem contíguos e se houver interligação física entre os mesmos. 
 
Será obrigatório o uso do número de inscrição do contribuinte: 
 mediante impressão por clichê, ou pelo próprio equipamento de uso fiscal, nos documentos 
fiscais por ele emitidos; 
 mediante impressão tipográfica; 
 nos demais documentos fiscais; 
 nas faturas e duplicatas; 
 por qualquer meio gráfico indelével, em invólucros, rótulos, etiquetas e embalagens de produtos 
industrializados; 
 por carimbo do CGF, nas cópias de balanços, de inventário de mercadorias e demais 
documentos fiscais remetidos aos órgãos locais, e nos termos de abertura e encerramento de 
livros fiscais. 
 
Área municipal – Secretaria de Finanças do Município 
Para obter alvará de funcionamento deve o pleiteante: 
 fazer requerimento (modelo próprio – 1º via); 
 anexar cópia do IPTU; 
 anexar cópia do contrato social ou do documento de firma individual; 
 cópia do CNPJ; 
 taxa de expediente. 
 
Cadastramento junto a prefeitura (ISS) 
 cópia do contrato social ou documento de firma individual; 
 cópia do CNPJ; 
 Cópia do IPTU; 
 ficha própria da prefeitura assinada por um dos sócios e pelo contador; 
 comprovação de endereço do(s) titular(es). 
 
 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
15 
OUTROS ÓRGÃOS DE REGISTRO E LEGALIZAÇÃO 
Além dos registros acima, existem outras inscrições que serão obrigatórias, de acordo com a 
atividade que a empresa pretende desenvolver, por exemplo, as profissões de nível superior devem 
ter um registro do conselho de classe; uma atividade que venha modificar o meio ambiente, deve 
ter cadastro no Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. 
 
Sendo assim, dependendo das peculiaridades do tipo de empresa que será aberta, outros órgãos 
podem ser incluídos no processo de formalização. 
 
Departamento de Higiene e Segurança do Trabalho - DHST 
Antes de o estabelecimento entrar em funcionamento, é necessário requerer a sua vistoria ao 
DHST, na Delegacia Regional do Ministério do Trabalho. 
 
Os principais serviços oferecidos por esse departamento são: 
a) diagnósticos e auditorias de higiene e segurança no trabalho: 
 organização dos serviços de HST das empresas; 
 planos de segurança e saúde; 
 organização e planejamento da emergência (planos de emergência e de evacuação); 
 avaliação de riscos; 
 avaliação da segurança contra incêndio pelo Método de Gretener1; 
 conformidade legal de máquinas e equipamentos; 
 
b) determinações analíticas: 
 formação e sensibilização; 
 coordenação de segurança em obra; 
 implementação de sistemas de gestão de segurança, higiene e saúde no trabalho 
 
Corpo de Bombeiros 
A inscrição nessa instituição tem por objetivo a avaliação das condições de segurança e proteção 
contra incêndios. 
 
Alvará de licença - Corpo de Bombeiros 
Normalmente, as prefeituras exigem, para funcionamento da empresa, a competente inspeção e 
vistoria técnica, bem como o respectivo Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros. O empresário 
deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiro do seu município, informar a metragem de área 
construída e efetuar o pagamento dataxa no banco indicado. Depois, ele deve entregar o 
formulário no Corpo de Bombeiros devidamente preenchido e anexado ao comprovante de 
pagamento da taxa pertinente. 
 
Denota-se o fato de que esse procedimento pode variar de acordo com as exigências de cada 
município. 
 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - Ibama 
É uma autarquia federal que tem por finalidade: 
 o controle e monitoramento das atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, 
produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio 
ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora; 
 identificação, com caráter obrigatório, de pessoas físicas e jurídicas que se dediquem à 
consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de 
equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetivas ou 
potencialmente poluidoras. 
 
Cadastramento obrigatório 
Nos termos da Lei nº 6938/81 - Art.17 incisos I e II é obrigatório o registro de todas as pessoas 
 
1
 Engenheiro suíço que idealizou o método sobre higiene e segurança do trabalho.. 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
16 
físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, 
produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, 
assim como de minerais, produtos e subprodutos da fauna e flora, indicadas na IN Ibama nº 06/13. 
O CTA (cadastro técnico federal) deve ser efetuado pelas pessoas que exercerem as atividades 
elencadas nessa instrução (Anexo B). 
 
Cadastram-se também as pessoas físicas ou jurídicas que se dediquem a prestação de serviços de 
consultoria sobre problemas ecológicos ou ambientais, bem como a elaboração do projeto, 
fabricação, comercialização, instalação ou manutenção de equipamentos, aparelhos e instrumentos 
destinados ao controle de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras. 
 
O cadastro florestal estadual tem como objetivo efetuar o registro obrigatório das pessoas físicas 
ou jurídicas com atividades de produção, consumo ou comércio de matéria-prima, produtos e 
subprodutos florestais de espécies nativas e exóticas. 
 
Alguns exemplos de atividades poluidoras: 
 perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural; 
 experimentação com agroquímicos; 
 duto; 
 beneficiamento de borracha natural; 
 fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada; 
 serraria e desdobramento de madeira; 
 usina hidroelétrica; 
 fabricação de papel e papelão; 
 produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação; 
 fabricação de pólvora, explosivos, detonantes, munição para caça e esporte, fósforo de 
Segurança e artigos pirotécnicos; 
 fabricação de sabões, detergentes e velas; 
 transposição de bacias hidrográficas; 
 geração de energia hidrelétrica; 
 atividade agrícola e pecuária; 
 criador com fins científicos de fauna silvestre nativa e exótica. 
 
Superintendência Estadual do Meio Ambiente - Semace 
É uma autarquia estadual que tem por finalidade dar continuidade ao cumprimento das normas 
estaduais e federais de proteção, controle e de utilização racional dos recursos ambientais, bem 
como fiscalizar a sua execução. 
 
A títulos de ilustração, fez-se um breve estudo sobre agrotóxicos, enfocando o papel da Semace. 
 
Para o cadastramento dos agrotóxicos, os fabricantes, para comercializar seus produtos no Estado, 
dirigirão regulamento à Superintendência Estadual do Meio Ambiente - Semace, acompanhado, 
obrigatoriamente, dos seguintes documentos: 
I. cópia do registro do produto, expedida pelo Ministério da Agricultura e Reforma Agrária ou 
Ministério da Saúde; 
II. cópia do Relatório Técnico aprovado pelo Ministério da Agricultura e Reforma Agrária ou 
Ministério da Saúde; 
III. descrição do método de análise de resíduo de cada produto. 
 
O cadastramento dos agrotóxicos, perante a Semace, terá validade de 5 (cinco) anos, renováveis por 
idêntico período. 
 
Os empresários que transacionem Agrotóxicos diretamente com os usuários, deverão ser 
registrados na Superintendência Estadual do Meio Ambiente - Semace, para o que deverão 
apresentar os seguintes documentos: 
I. requerimento do registro dirigido ao superintende da Semace; 
II. cópia do alvará de funcionamento fornecido pelo órgão competente do Estado ou do Município; 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
17 
III. relação dos produtos comercializados; 
IV. termo de responsabilidade técnica pela firma, assinado por profissional devidamente habilitado 
pelo respectivo Conselho Profissional. 
 
Deverão ser registradas na Semace as empresas prestadoras de serviços, empresas 
agropecuárias e empresas de armazenamento e expurgos de sementes, que utilizam agrotóxicos, 
para fins fitossanitários, munidos dos seguintes documentos: 
I. requerimento do registro dirigido ao superintendente da Semace; 
II. cópia do registro da empresa no órgão federal competente ou similar, quando se tratar de 
empresa sediada em outro Estado; 
III. descrição do método de aplicação e/ou utilização dos agrotóxicos; 
IV. termo de responsabilidade técnica pela firma, assinado por profissional devidamente habilitado 
pelo respectivo Conselho Profissional; 
V. prova de constituição de empresa; 
VI. comprovante de pagamento da taxa, através de DAE – documento de arrecadação estadual. 
 
As empresas aplicadoras de agrotóxicos com finalidade domissanitária, para fins de licenciamento 
junto à Secretaria de Saúde do Estado ou Município, deverão apresentar requerimento instruído 
com a documentação constantes da seção anterior. 
 
As empresas aplicadoras de agrotóxicos e afins terão obrigatoriamente instalações independentes, 
sendo vedado o aproveitamento de suas dependências para residência ou moradia. 
Os serviços de fiscalização, objeto dessa Lei, quando executados pelos órgãos de Agricultura, 
Saúde e Meio Ambiente, no exercício regular do Poder de Polícia2, ensejarão a cobrança de taxas. 
 
Instituto de Fermentação 
Órgão vinculado ao Departamento de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
 
Os fabricantes e os importadores de bebidas alcoólicas devem requerer a esse instituto o seu 
registro como fabricante ou como importador de bebidas. 
 
Delegacia Especializada em Explosivos, Armas e Munições 
Os estabelecimentos destinados à fabricação de produtos químicos, quando sujeitos a fiscalização, 
deverão requerer “alvará” junto a esse órgão. O documento requerido terá validade anual. 
 
Ministério da Defesa 
As empresas de comércio e fabricação de armas e munições, além do alvará do item anterior, 
necessitam para o seu funcionamento de autorização do Ministério da Defesa Nacional, 
representado pelo Exército, Marinha e Aeronáutica. 
 
Secretaria de Vigilância Sanitária - Prefeitura 
Os estabelecimentos industriais e comerciais de produtos alimentícios e bebidas (mercearias, 
bares, restaurantes, fábricas de conservas, destilarias, depósitos etc.), antes de entrarem em 
funcionamento, devem requerer a licença de funcionamento na regional da prefeitura, no bairro a 
que pertencem. 
 
Departamento Nacional de Mão-de-obra do Ministério do 
Trabalho e Emprego 
As empresas de trabalho temporário têm seu funcionamento condicionado ao prévio registro nesse 
departamento, conforme Lei nº 6.019/74. 
 
O pedido de registro deve ser acompanhado dos seguintes documentos: 
 
2
 Poder de polícia é o poder e o dever que tem o Estado de, por intermédio de seus agentes, manter 
coercitivamentea ordem interna, social, política, econômica, legal ou sanitária e preservá-la e defendê-la 
de quaisquer ofensas a sua estabilidade 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
18 
 prova de existência da empresa individual ou da constituição da pessoa jurídica, com o 
competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenham sede; 
 prova de nacionalidade brasileira do titular ou dos sócios; 
 prova de possuir capital social integralizado de, no mínimo, 500 (quinhentas) vezes o valor do 
maior salário-mínimo vigente no País, à época do pedido do registro; 
 prova de propriedade do imóvel sede ou recibo referente ao último mês de aluguel; 
 prova de entrega da relação de trabalhadores a que se refere o art. 360 da Consolidação das 
Leis do Trabalho; 
 prova de recolhimento da contribuição sindical; 
 prova de inscrição no cadastro geral de contribuintes do Ministério da Fazenda; 
 Certificado de Regularidade de Situação, fornecido pelo Instituto Nacional de Previdência Social. 
 
Conselhos de Classe 
As empresas que desenvolvem atividades que exigem profissionais, sócios, ou empregados com 
conhecimento de nível superior ou específico, antes do seu funcionamento devem inscrever-se no 
respectivo conselho de classe. 
 
Delegacia Regional do Trabalho 
Sempre que houver admissão ou demissão de empregado, deverá ser feita comunicação à DRT, 
em formulário próprio (cadastro geral de empregados e desempregados) até o dia 15 do mês 
subsequente. 
 
PARTICULARIDADES NO REGISTRO DE CERTOS RAMOS DE ATIVIDADE 
Sociedade cooperativa 
A sociedade cooperativa reger-se-á pelos artigos 1.093 a 1096 da Lei nº 10.404/02, ressalvada a 
legislação especial expressa nas seguintes dispositivos: 
 Lei nº 5.764/71; 
 Lei nº 7.231/84; 
 Decreto nº 90.393/84. 
 
Uma cooperativa de crédito, por exemplo, deve submeter-se aos dispositivos da Lei nº 4.595/64 e 
determinações do Banco Central do Brasil. 
 
É uma sociedade de pessoas, organizadas em bases democráticas, que visa não só suprir seus 
membros de bens e serviços, como também realizar determinados programas educativos e sociais. 
Ë um organismo técnico, econômico e financeiro sob a administração coletiva que mantém nas 
mãos dos trabalhadores toda a gestão e risco destinados ao fator trabalho, e para sociedade global 
todo o valor agregado, depois de pago o juro (ou taxa de arrendamento do fator capital). É uma 
sociedade constituída por membros de determinado grupo econômico ou social, e que objetiva 
desempenhar, em benefício comum, determinada atividade econômica. 
 
São organizações voluntárias abertas a todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a 
aceitar as responsabilidades de sócios, sem discriminação social, racial, política ou religiosa e de 
gênero. São sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não 
sujeitas à falência, constituída para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais 
sociedades pelas seguintes características: 
 adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de 
prestação de serviços; 
 variabilidade de capital social, representado por quotas-partes, ou dispensa do capital social; 
 concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, 
sem limitação de número máximo; 
 limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar; 
 intransferibilidade ou inacessibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, 
ainda que por herança; 
 quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes 
à reunião, e não no capital social representado; 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
19 
 direito de cada sócio a um voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e 
qualquer que seja o valor de sua participação – (singularidade de voto); 
 distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio 
com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; 
 indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da 
sociedade; 
 prestação de assistência aos associados, e, quando prevista nos estatutos, aos seus 
empregados; 
 neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social. 
 
Enfim, celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir com bens e serviços para a execução de uma atividade econômica, de proveito comum, 
sem objetivo de lucro. Pelo novo Código Civil, a sociedade cooperativa é uma sociedade simples e 
não empresária, podendo seus sócios ter responsabilidade limitada ou ilimitada. 
 
Sociedade cooperativa: simples ou empresária? 
As cooperativas sempre tiveram seus estatutos e atos societários registrados na Junta Comercial. 
De acordo com o novo Código Civil, são consideradas sociedades simples, independentemente de 
seu objeto e porte, e portanto, devem ter seus estatutos registrados em cartório. Essa é mais uma 
questão polêmica. Os cartórios entendem que todas as cooperativas devem registrar seus atos no 
Registro Público das Pessoas Jurídicas em conformidade com o Código Civil. A Junta Comercial 
informa que continuará a registrar os atos das cooperativas. 
 
A Receita Federal não está entrando no mérito da questão, fornecendo o CNPJ tanto para os atos 
constitutivos de cooperativas registradas em Cartório ou na Junta Comercial. Mais uma vez, quem 
decide e arca com a responsabilidade da escolha são os sócios. Até que haja um pronunciamento 
oficial dos referidos órgãos e uma posição mais uniforme da doutrina, as cooperativas constituídas 
a partir da vigência do novo Código Civil devem usar dos mesmos critérios utilizados para as 
sociedades limitadas. Se tiverem uma estrutura mais empresarial devem registrar seus atos na 
Junta Comercial, do contrário, são registradas em Cartório. 
 
Segmentos do cooperativismo 
O cooperativismo no Brasil desempenha suas atividades econômicas de acordo com segmentos 
específicos, destacando-se os seguintes: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, 
habitacional, mineração, produção, serviços e trabalho. 
 
Segmento agropecuário 
Composto pelas cooperativas de produtores rurais, destacando-se um ou mais dos seguintes 
produtos: abacaxi, abelhas e derivados, açúcar e álcool, algodão, alho, arroz, aveia, aves e 
derivados, banana, batata, bicho-da-seda e derivados, borracha, bovinos e derivados, café, cana 
de açúcar, caprinos e derivados, carnaúba e derivados, cevada, coelhos e derivados, peixes e 
derivados, feijão, fumo, hortaliças, jacarés e derivados, juta, laranja e derivados, leite e derivados, 
maçã, madeira, malva, mandioca, mate, milho, ovinos e derivados, rãs e derivados, sementes em 
geral, sisal, soja, suínos e derivados, trigo, urucum, uva e derivados, e atividades similares além das 
cooperativas de fornecimento de insumos agropecuários. 
 
Segmento de consumo 
Composto pelas cooperativas de consumo abertas ou fechadas para compra em escala de produtos, 
insumos e serviços nas diferentes modalidades de derivados de petróleo, eletrodomésticos, planos 
de saúde e seguros, cestas-básicas, farmácias, lazer, entretenimentos, automóveis, utilidades gerais 
e outros bens de consumo. 
 
Segmento de crédito 
Composto de instituições destinadas a captar recursos e a assistir financeiramente os seus 
associados. Essas instituições deverão manter encaixe em moeda corrente e em depósito de livre 
retirada, em proporção necessária à condução de suas operações, vedada a manutenção de 
depósitos voluntários em outro estabelecimento, a não ser no Banco do Brasil, salvo em localidades 
onde este não possuir agência. 
 
A sabedoria a arma invencível de umpovo! 
20 
 
Segmento educacional 
Composto pelas cooperativas de alunos de escolas de diversos graus e pelas cooperativas de pais 
de alunos. 
 
Segmento especial 
Composto pelas cooperativas de deficientes mentais, escolares, de menores de 16 anos, de índios 
não aculturados, deficientes físicos e de outras pessoas relativamente capazes. 
 
Segmento habitacional 
Composto pelas cooperativas de construção, de manutenção e de administração de conjuntos 
habitacionais e condomínios. 
 
Segmento mineração 
Composto pelas cooperativas mineradoras de minerais, metais, pedras preciosas, sal, areias 
especiais, calcário etc. 
 
Segmento de produção 
Composto pelas cooperativas de bens de consumo, tais como eletrodomésticos, tecidos, móveis, 
produtos de autopeças, produtos mecânico e metalúrgicos e outros bens de consumo nas quais os 
meios de produção pertencem à pessoa jurídica e os cooperados formam o seu quadro diretivo, 
técnico e funcional. 
 
Segmento de serviço 
Composto pelas cooperativas de eletrificação rural, mecanização agrícola, limpeza pública, 
telefonia rural e outros serviços comunitários. 
 
Segmento de trabalho 
Composto pelas cooperativas de arquitetos, artesãos, artistas, auditores e consultores, aviadores, 
cabeleireiros, carpinteiros, catadores de lixo, contadores, costureiras, dentistas, doceiras, engenheiros, 
escritores, estivadores, garçons, gráficos, profissionais de informática, inspetores, jornalistas, 
mecânicos, médicos, enfermeiras, mergulhadores, produção cultural, professores, psicólogos, 
secretárias, trabalhadores da construção civil, trabalhadores rurais, trabalhadores em transportes 
de cargas, trabalhadores de trans-porte de passageiros, vigilantes, projetistas, designers, outras 
atividades de ofício sejam técnicas e profissionais. 
 
Classificação das sociedades cooperativas 
As sociedades cooperativas se classificam em: 
 Cooperativas Singulares 
São aquelas constituídas pelo número mínimo de pessoas físicas, sendo permitida, 
excepcionalmente, a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objetivo as mesmas ou 
correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. 
Essas cooperativas caracterizam-se pela prestação direta de serviços aos associados. 
 
 Cooperativas Centrais 
As federações de cooperativas são constituídas de, no mínimo, 3 (três) cooperativas singulares, 
podendo excepcionalmente, admitir associados individuais. 
 
 Confederação de Cooperativas 
São as constituídas, pelo menos, de 3 (três) federações de cooperativas ou cooperativas 
centrais, da mesma ou de diferentes modalidades. Essas confederações têm por objetivo 
orientar e coordenar as atividades das filiadas. 
 
As cooperativas podem ser também classificadas, considerando-se a natureza das atividades 
desenvolvidas por elas ou por seus associados. Assim, têm-se as cooperativas mistas – aquelas 
que apresentam mais de um objetivo de atividades. 
 
Procedimentos básicos para a constituição de uma cooperativa 
Para a instalação de uma cooperativa, deve os seus fundadores, atentar aos seguintes passos: 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
21 
 determinar os objetivos da cooperativa; 
 escolher uma comissão para tratar das providências necessárias à criação da cooperativa, com a 
indicação de um coordenador dos trabalhos; 
 a comissão elaborará uma proposta de estatuto da cooperativa; 
 a comissão convocará as pessoas interessadas para a assembleia geral de constituição ou 
fundação da cooperativa, determinando, hora e local da reunião, com antecedência; 
 realização da assembleia geral de constituição da cooperativa, com a participação de todos os 
interessados. 
 
Constituição 
As sociedades cooperativas podem constituir-se: 
 por deliberação da assembleia geral dos fundadores, constante da respectiva ata; 
 por escritura pública. 
 
Conforme o artigo 14 da Lei nº 5.764/71, o ato constitutivo de uma cooperativa deverá conter: 
 a denominação, sede e objeto social – a sociedade cooperativa se obriga ao uso exclusivo da 
expressão “cooperativa” em sua denominação; 
 o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos associados fundadores que o 
assinarem e bem assim, se a sociedade tiver capital, o valor da quota-parte de cada um; 
 a aprovação do estatuto da sociedade; 
 o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos associados eleitos para os 
órgãos de administração e fiscalização e outros eventualmente criados. 
 
Na condição de sociedades simples, devem ter seus atos constitutivos arquivados no Registro Civil 
das Pessoas Jurídicas, adquirindo, assim, sua personalidade jurídica. No entanto, continuam 
sendo registradas na Junta Comercial O estatuto social da sociedade cooperativa deverá conter: 
 a denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da sociedade, fixação do 
exercício social e da data do levantamento do balanço geral; 
 os direitos e deveres dos associados, a natureza de suas responsabilidades e as condições de 
admissão, demissão e eliminação e exclusão e as normas para sua representação nas 
assembleias gerais; 
 o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de quotas-partes a ser subscrito pelo 
associado, o modo de integralização das quotas-partes, bem como as condições de sua 
retirada nos casos de demissão, eliminação ou de exclusão do associado; 
 a forma de devolução das sobras registradas, aos associados, ou do rateio das perdas 
apuradas por insuficiência de contribuição para cobertura das despesas da sociedade; 
 o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos, com definição de 
suas atribuições, poderes e funcionamento, a representação ativa e passiva da sociedade em 
juízo ou fora dele, o prazo do mandato, bem como o processo de substituição dos 
administradores e conselheiros ficais; 
 as formalidades de convocação das assembleias gerais e a maioria requerida para sua 
inscrição e validade de suas deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas tiveram 
interesse particular sem privá-los da participação nos debates; 
 os casos de dissolução voluntária da sociedade; 
 o modo e o processo de alienação ou oneração de bens imóveis da sociedade; 
 o modo de reformar o estatuto; 
 o número mínimo de associados. 
 
Denominação 
As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto qualquer gênero de serviço, operação ou 
atividade, assegurando-lhes o direito exclusivo e exigindo-se-lhes a obrigação do uso da expressão 
“cooperativa” em sua denominação, conforme artigo 5o. da Lei nº 5.764/71. 
 
A expressão “Limitada” ou “Ltda” indica um tipo societário. Essa expressão deve ser entendida 
como exclusiva das sociedades limitadas, não podendo ser utilizada na denominação social de 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
22 
outros tipos societários para indicar a responsabilidade dos sócios. A Lei nº 5.764/71 obriga as 
sociedades por ela disciplinadas a usarem a expressão “cooperativa”. Esse dispositivo legal não 
prevê a possibilidade de as cooperativas utilizarem o vocábulo “Limitada”. Assim se manifestou a 
Procuradoria da Jucesp através do Parecer CJ/Jucesp nº. 78/04. 
 
Responsabilidade dos sócios 
O art. 1.095 do Código Civil estabelece a responsabilidade dos sócios da cooperativa, que pode ser 
limitada ao valor de suas quotas no capital social ou ilimitada. Note-se que, em ambas as 
hipóteses, a responsabilização do cooperado será sempre subsidiária, nos termos do que prevê o 
art. 13 da Lei nº 5.764/71 (“A responsabilidade do associado para com terceiros, como membro da 
sociedade, somente poderá ser invocada depois de judicialmente exigida a da cooperativa”). É 
limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo valor de suasquotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a proporção de sua participação 
nas mesmas operações. É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde 
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
 
Responsabilidade limitada 
Com relação à cooperativa de responsabilidade limitada, desde sua origem se admitia que os 
sócios respondessem apenas pelo valor de sua contribuição para a formação do capital social. No 
entanto, o Decreto-Lei nº 59/66 ampliou os limites da responsabilidade do cooperado, prevendo em 
caráter subsidiário sua responsabilização também por eventuais prejuízos da cooperativa, na 
proporção das operações por ele praticadas. 
 
Essa norma legal provocou uma crise no setor, uma vez que onerava em demasia o patrimônio dos 
cooperados. Com a promulgação da Lei nº 5.764/71 os efeitos danosos dessa norma foram 
atenuados, na medida em que seu art. 11 estabeleceu que nas cooperativas limitadas a 
responsabilidade do cooperado corresponde somente ao valor do capital subscrito. Contudo, o 
Código Civil restabeleceu a sistemática das cooperativas de responsabilidade limitada do Decreto-
Lei nº 59/66. 
 
Em decorrência da expressa previsão do art. 1.095, o sócio de cooperativa de responsabilidade 
limitada passa a responder não somente pela parcela de sua contribuição ao capital social, 
correspondente às quotas por ele integralizadas, mas também pelos prejuízos porventura 
verificados, na proporção das operações que tiver realizado. Com isso, foi revogado o art. 11 da Lei 
nº 5.764/71. 
 
É aconselhável constar no Estatuto, explicitamente, a responsabilidade dos sócios. Deverá constar 
que o sócio responde subsidiariamente pelas obrigações contraídas pela cooperativa perante 
terceiros, e limitadamente à parcela de sua contribuição ao capital social, correspondente às quotas 
por ele integralizadas, bem como pelos prejuízos porventura verificados, na proporção das 
operações que tiver realizado. 
 
Responsabilidade Ilimitada 
As cooperativas de responsabilidade ilimitadas constituem-se sem capital social, respondendo os 
cooperados ilimitadamente pelas obrigações sociais. Nessa espécie de cooperativa, dificilmente 
encontrada na prática nos dias atuais, os eventuais credores da sociedade terão como garantia o 
patrimônio pessoal dos cooperados. 
 
Conforme o inciso I do art. 1.094 do Código Civil, é facultado às cooperativas constituir-se sem 
capital social, ou dispensá-lo, se existente, devendo nessa hipótese, transformar-se em cooperativa 
de responsabilidade ilimitada (§ 2o. do art. 1.095). 
 
Livros sociais 
A sociedade cooperativa deverá possuir os seguintes livros: 
 livro de matrícula: no qual os associados serão inscritos por ordem cronológica de admissão, 
dele constando; 
 o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profissão e residência do associado; 
 data de sua admissão e, quando for o caso, de sua demissão a pedido, eliminação ou 
exclusão; 
 
A sabedoria é a arma invencível de um povo 
23 
 livro de atas das assembleias gerais; 
 livro de atas dos órgãos de administração; 
 livro de atas do conselho fiscal; 
 livro de presença dos associados nas assembleias gerais; 
 outros livros fiscais e contábeis. 
 
Capital social 
O capital social será dividido em quotas-partes, cujo valor unitário não poderá ser superior ao maior 
salário mínimo vigente no País, não podendo nenhum associado subscrever mais de 1/3 (um terço) 
do total das quotas-partes, salvo nas sociedades em que a subscrição deva ser direta-mente 
proporcional ao movimento financeiro da cooperação ou ao quantitativo dos produtos a serem 
comercializados, beneficiados ou transformados, ou ainda, em relação à área cultivada ou ao 
número de plantas e animais em exploração. 
 
É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital ou 
estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados 
ou terceiros, excetuando-se os juros até o máximo de 12% (doze por cento) ao ano que incidirão 
sobre a parte integralizada. Nas sociedades cooperativas em que a subscrição do capital for 
diretamente proporcional ao movimento ou à expressão econômica de cada associado, o estatuto 
deverá prever sua revisão periódica para ajustamento às condições vigentes. 
 
Constituição de fundos 
As cooperativas são obrigadas a constituir: 
 fundo de reserva - destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades, 
constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício; esse fundo 
é indivisível entre os sócios; 
 fundo de assistência técnica, educacional e social – destinado à prestação de assistência aos 
associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, 
constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício. 
 
Associados 
O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar os serviços prestados pela 
sociedade, desde que adiram aos propósitos sociais e preencham as condições estabelecidas no 
estatuto. No entanto, a admissão dos associados poderá ser restrita, a critério do órgão normativo 
respectivo, às pessoas que exerçam determinada atividade ou profissão ou estejam vinculadas a 
determinada entidade. 
 
O associado que aceitar e estabelecer relação empregatícia com a cooperativa perde o direito de 
votar e ser votado, até que sejam aprovadas as contas do exercício em que ele deixou o emprego. 
A demissão do associado será unicamente a seu pedido. A exclusão do associado será feita: 
 por dissolução da pessoa jurídica; 
 por morte da pessoa física; 
 por incapacidade civil não suprida; 
 por deixar de atender aos requisitos estatutários de ingresso ou permanência na cooperativa. 
 
Assembleia geral 
A assembleia geral dos associados é o órgão supremo da sociedade, dentro dos limites legais e 
estatutários, tendo poderes para decidir os negócios relativos ao objeto da sociedade e tomar as 
resoluções convenientes ao desenvolvimento e defesa desta, e suas deliberações vinculam a 
todos, ainda que ausentes ou discordantes. Essas assembleias devem ser convocadas com 
antecedência mínima de 10 (dez) dias, e as suas deliberações são tomadas por maioria de voto 
dos associados presentes com direito a votar. O quorum de instalação das assembleias gerais 
será de: 
 2/3 (dois terços) do número de associados, em primeira convocação; 
 metade mais 1 (um) dos associados em segunda convocação; 
 
A sabedoria a arma invencível de um povo! 
24 
 mínimo de 10 (dez) associados na terceira convocação, ressalvado o caso de cooperativas 
centrais e federações de cooperativas, que se instalarão com qualquer número. 
 
A sociedade será administrada por uma diretoria ou um conselho de administração, composto 
exclusivamente de associados eleitos pela assembleia geral, com mandato nunca superior a 4 
(quatro) anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) do conselho de 
administração. 
 
A administração será fiscalizada, assídua e minuciosamente, por um conselho fiscal constituído de 
3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, todos associados eleitos anualmente pela 
assembleia geral, sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus componentes. 
 
As cooperativas permanecerão subordinadas, na parte normativa, ao Conselho Nacional de 
Cooperativismo, com exceção das de crédito, das seções de crédito das agrícolas mistas e das de 
habitação, cujas normas continuarão a ser baixadas pelo Conselho Monetário Nacional. A 
representação do sistema cooperativista nacional cabe à Organização das Cooperativas Brasileiras 
– OCB, sociedade simples com sede na capital federal, órgão técnico consultivo do governo, 
estruturado

Outros materiais