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A sabedoria é a arma invencível de um povo 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA E COMERCIAL PROFESSOR: ALBERTO SOARES UNIDADE V - ATO CONSTITUTIVO - REGISTROS NOS ÓRGÃOS COMPETENTES ATO CONSTITUTIVO O ato constitutivo pode ser considerado o mesmo que contrato social ou estatuto. É o documento redigido de acordo com determinadas normas, suscetível de produzir consequências jurídicas. O ato constitutivo diz respeito ao ato de cons-tituir, de estabelecer, de firmar o contrato ou o estatuto social. Fases do ato constitutivo Primeira fase O ato constitutivo da pessoa jurídica deve ser escrito, dividindo-se em: ato jurídico unilateral intervivos ou causa mortis: nas fundações; ato jurídico bilateral ou plurilateral intervivos: nas associações e sociedades. Segunda fase Para que a pessoa jurídica de direito privado exista legalmente é necessário inscrever o ato constitutivo: contrato ou estatuto social no órgão competente, conforme abaixo: sociedades empresárias vinculam-se ao registro público de empresas mercantis, a cargo das Juntas Comerciais; sociedades simples vinculam-se ao registro civil das pessoas jurídicas a cargo dos cartórios de registro de pessoas jurídicas, inclusive as fundações e as associações. Adequação do ato constitutivo Em se tratando de registro de empresas, têm-se os seguintes instrumentos de constituição: para o empresário individual, o instrumento denomina-se “requerimento”; para o empresário individual de responsabilidade limitada, tem-se o instrumento de constituição; para as sociedades de pessoas: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade em conta de participação e sociedade limitada, o instrumento denomina-se “contrato social”; para as sociedades de capitais: sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações, o instrumento de constituição denomina-se “ata da assembleia geral e o estatuto social”; para outros tipos de pessoas jurídicas como fundações, associações, sociedade de economia mista e sociedade cooperativa, o instrumento de constituição denomina-se também “ata da assembleia geral e o estatuto social”. Registro do ato constitutivo Os atos das organizações destinadas à exploração de qualquer atividade econô-mica com fins lucrativos, compreendidos os empresários individuais e as sociedades empresárias, independentemente de seu objeto, serão arquivados no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, salvo as exceções previstas em lei. As organizações constituem-se mediante a formalização dos atos constitutivos, representados por documentos que serão arquivados: no Registro Público das Empresas Mercantis a cargo da Junta Comercial; no Registro Civil das Pessoas Jurídicas a cargo dos cartórios de títulos e documentos; em repartições responsáveis pela arrecadação tributária, preservação da ordem, do ambiente ecológico etc. De acordo com a Lei nº 8.934/94, o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins será exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com as seguintes finalidades: A sabedoria a arma invencível de um povo! 2 dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma da lei; cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; proceder à matrícula dos agentes auxiliares do empresário, bem como ao seu cancelamento. O registro serve para determinar a regularidade do empresário; daí se sabe se ele é ou não regular. Logo, a qualidade de empresário advém da prática da atividade empresarial, e não do registro. O empresário sem registro, não obstante ser considerado empresário, não poderá ingressar em juízo com o pedido de recuperação judicial nem requerer a homologação da recuperação extrajudicial (Lei Falências – Lei nº 11.101/05, arts. 48 e 161). A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo- se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário. A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização. O Código Civil criou uma diferença com relação ao produtor rural, que tem a opção de ser ou não empresário. Mas se houver optado por ser empresário deverá registrar- se na Junta Comercial (art. 971). Logo, em relação ao empresário rural o registro é constitutivo e não existe empresário rural pessoa física irregular. O registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção. Fica instituído o Número de Identificação do Registro de Empresas – Nire, o qual será atribuído a todo ato constitutivo de empresa, devendo ser compatibilizado com os números adotados pelos demais cadastros federais, na forma de regulamentação do Poder Executivo. Composição do Nire O Número de Identificação do Registro de Empresas, mais conhecido como Nire, é composto de onze dígitos, dos quais os dois primeiros significam a unidade da federação (UF), sendo 06, por exemplo, a representação do Ceará. O terceiro dígito corresponde ao tipo jurídico da sociedade. Em síntese, o detalhamento ficaria assim: 1 para empresário individual (antiga Firma Individual); 2 para sociedade limitada; 3 para sociedade anônima; 4 para cooperativa; 5 para outros tipos societários, como, por exemplo, consórcio; 8 em determinada época para alguns microempreendedores individuais (MEI), mas que, na verdade, por não deixarem de ser empresários individuais, têm tido o mesmo modificado, no primeiro registro após a inscrição pelo Portal do Empreendedor, para 1; 9 para filiais ou demais estabelecimentos, não importando, nesse caso, o tipo jurídico da sociedade. Do quarto ao décimo dígito, tem-se um sequencial numérico de registro. E, por fim, o décimo primeiro dígito, que é o dígito verificador da autenticidade do Nire. Órgãos do registro público das empresas mercantis Órgão público é uma unidade com atribuição específica dentro da organização do Estado. É composto por agentes públicos que dirigem e compõem o órgão, voltado para o cumprimento de uma atividade estatal. Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas não têm personalidade jurídica, uma vez que são apenas parte de uma estrutura maior, que é a detentora de personalidade. Como parte da A sabedoria é a arma invencível de um povo 3 estrutura maior, o órgão público não tem vontade própria, limitando-se a cumprir suas finalidadades dentro da competência funcional que lhes foi determinada pela organização estatal. Os serviços do registro público de empresas mercantis e atividades afins são exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdepende pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis - Sinrem, o qual é composto por órgãos de dois níveis de governo: o federal – em que atua o Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei), órgão central do Sinrem, com funções: supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo; o estadual– em que atuam as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de registro. A Figura 1 evidencia a estrutura do Sistema Nacional de Registro das Empresas Mercantis Departamento de Registro Empresarial e Integração O antigo DNRC - Departamento Nacional do Registro do Comércio que centralizava o sistema de Juntas Comerciais passou a ser denominado como Departamento de Registro Empresarial e Integração passou a ser o órgão central do Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis - Sinrem. Figura1 – Sistema Nacional de Registro das Empresas Mercantis Fonte: Junta Comercial do Estado do Ceará Art. 8º, do Decreto nº 8001/13 - Ao Departamento de Registro Empresarial e Integração compete: I - assessorar o Secretário na articulação e supervisão dos órgãos e entidades envolvidos na integração para o registro e legalização de empresas; II - em relação à integração para o registro e legalização de empresas: a) propor planos de ação, políticas, diretrizes e implementar as medidas decorrentes, em articulação com outros órgãos e entidades públicas, inclusive estaduais e municipais; b) especificar os sistemas de informação, propondo as normas e executando os treinamentos decorrentes, em articulação e observadas as competências de outros órgãos, inclusive estaduais e municipais; c) implementar e executar sistemática de coleta e tratamento de informações e estatísticas; e DEPARTAMENTO DE REGISTRO EMPRESARIAL E INTEGRAÇÃO ÓRGÃO CENTRAL ÓRGÃOS LOCAIS JUNTAS COMERCIAIS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL (EM NÚMERO DE 27) D E L E G A C I A S OUTRAS UNIDADES DESCONCENTRADAS A sabedoria a arma invencível de um povo! 4 d) propor e implementar projetos, ações, convênios e programas de cooperação, em articulação com o setor privado, entidades e organismos, nacionais e internacionais; III - propor os planos de ação, políticas, diretrizes, normas e implementar as medidas decorrentes, relativas ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; IV - coordenar a ação dos órgãos incumbidos da execução dos serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; V - coordenar a manutenção e a atualização do Cadastro Nacional de Empresas Mercantis; VI - exercer as demais atribuições decorrentes do Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996; e VII - desenvolver, implantar, manter e operar os sistemas de informação relativos aos assuntos previstos no inciso II, em articulação e observadas as competências de outros órgãos. De forma breve, diz-se que Departamento de Registro Empresarial e Integração é o órgão central do Sinrem, com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo; Juntas Comerciais Junta Comercial é a autarquia responsável pelo registro de atividades ligadas a sociedades empresariais. Há uma Junta Comercial em cada Estado brasileiro. É feito o registro da empresa na Junta Comercial no livro de Registro Público de Empresas Mercantis. Aqui, a empresa recebe um código específico denominado Nire – Número de Identificação de Registro de Empresas. Haverá uma Junta Comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva. As Juntas Comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos da Lei nº 8.934/94. A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao DNRC. Compete às Juntas Comerciais: executar os serviços previstos no art. 32 da Lei acima, adiante elencados; elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes; processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais; elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais; expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; o assentamento dos usos e práticas mercantis. A estrutura básica das Juntas Comerciais será integrada pelos seguintes órgãos: a presidência, como órgão diretivo e representativo; o plenário, como órgão deliberativo superior; as turmas, como órgãos deliberativos inferiores; a secretaria-geral, como órgão administrativo; a procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica. O Plenário poderá ser constituído por oito, onze, quatorze, dezessete ou vinte Vogais e igual número de suplentes, conforme determinar a legislação da unidade federativa a que pertencer a Junta Comercial. As Juntas Comerciais poderão descentralizar os seus serviços, mediante convênios com órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservada a competência das atuais A sabedoria é a arma invencível de um povo 5 Delegacias. No caso da Junta Comercial do Estado do Ceará, verifica-se a existência de sete núcleos regionais além da região da sede. Ressalta-se o fato de esses núcleos se constituírem de vários postos de atendimento. A Figura 2 estampa os núcleos de apoio regional. Figura 2 – Núcleos e escritórios regionais da Jucec Fonte: Revista da Junta Comercial Matrícula A matrícula é o ato de registro de paraempresários. São categorias de paraempresários: interprete comercial, leiloeiro, trapicheiro, tradutores públicos, despachantes aduaneiros, administradores de armazéns gerais. A baixa da matrícula se processa com o seu cancelamento. Arquivamento É o ato de registro do empresário individual e de constituição, alteração e dissolução das atividades empresárias. O sujeito tem 30 (trinta) dias para realizar o arquivamento, contados a partir da prática do ato. O Código Civil vinculou expressamente a existência legal da personalidade jurídica ao arquivamento no órgão competente do ato de constituição, bem como das alterações que dele decorrerem: “Art. 45 Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro [...], averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.” Tanto o artigo 36 da Lei nº 8.934/94 como o parágrafo 1° do artigo 1.151 do Código Civil, contêm disposição idêntica no que diz respeito ao prazo de registro do ato sujeito a arquivamento. Os registros intempestivos provocam efeitos de importância considerável relacionados à responsabilidade dos sócios. Art. 1.151 - O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente (art.1.150) será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado. § 1º - Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos. § 2º - Requerido além do prazo previsto nesse artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da data de sua concessão. A sabedoria a arma invencível de um povo! 6 Isso significa dizer que, procedendo-se ao arquivamento nos trinta dias subsequentes, à celebração do contrato constitutivo, a eficácia do registro é ex tunc, retroagindo à data do contrato. Por outro lado, se for efetivado após os referidos trinta dias, a eficácia será ex nunc, ou seja, a partir da data do despacho que deferir o arquivamentodo contrato. Nesse último caso, no período decorrido entre a constituição de fato da sociedade e o efetivo arquivamento do ato perante os órgãos registradores competentes, vigerá regime de responsabilidade solidária e ilimitada dos sócios pelas obrigações sociais, já que nesse ínterim operou irregularmente. Em outras palavras, os sócios estarão agindo ao desabrigo da limitação da responsabilidade que decorre da regular constituição da sociedade limitada. O Código Civil é expresso ao dispor acerca da inoponibilidade a terceiros do Contrato Social não registrado, salvo prova de que este o conhecia: “Art. 1.154 - O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições especiais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia.” Por fim, vale colocar que o § 3°, do artigo 1.151 do Código Civil ainda estabelece responsabilidade na reparação de perdas e danos daquele, obrigado por proceder ao registro do ato sujeito a arquivamento, in verbis: “§ 3° - As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e danos, em caso de omissão ou demora.” É, portanto, imprescindível o arquivamento do contrato de constituição de sociedades limitadas dentro do prazo legalmente estabelecido, se se desejar que os mais importantes efeitos concernentes à responsabilidade dos sócios na sociedade limitada sejam respeitados no período de sua constituição. É feito o arquivamento: dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de empresários individuais, sociedades empresárias e sociedades cooperativas; dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404/76; dos atos concernentes a empresas estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; das declarações de microempresa; de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às sociedades empresárias. Não podem ser arquivados: a) os documentos que não obedecerem às prescrições legais ou regulamentares ou que contiverem matéria contrária aos bons costumes ou à ordem pública, bem como os que colidirem com o respectivo estatuto ou contrato não modificado anteriormente; b) os documentos de constituição ou alteração de empresas mercantis de qualquer espécie ou modalidade em que figure como titular ou administrador pessoa que esteja condenada pela prática de crime cuja pena vede o acesso à atividade mercantil; c) os atos constitutivos de empresas mercantis que, além das cláusulas exigidas em lei, não designarem o respectivo capital, bem como a declaração precisa de seu objeto, cuja indicação no nome empresarial é facultativa; d) a prorrogação do contrato social, depois de findo o prazo nele fixado; e) os atos de empresas mercantis com nome idêntico ou semelhante a outro já existente; f) a alteração contratual, por deliberação majoritária do capital social, quando houver cláusula restritiva; g) os contratos ou estatutos de sociedades mercantis, ainda não aprovados pelo Governo, nos casos em que for necessária essa aprovação, bem como as posteriores alterações, antes de igualmente aprovadas. A sabedoria é a arma invencível de um povo 7 Parágrafo único. A junta não dará andamento a qualquer documento de alteração de firmas individuais ou sociedades, sem que dos respectivos requerimentos e instrumentos conste o Número de Identificação de Registro de Empresas (Nire). Autenticação Autenticação é o ato de estabelecer ou confirmar algo (ou alguém) como autêntico, isto é, que reivindica a autoria ou a veracidade de alguma coisa. A autenticação também remete à confirmação da procedência de um objeto ou pessoa, nesse caso, frequentemente relacionada com a verificação da sua identidade. A autenticação é o processo que verifica a identidade de uma pessoa. Autenticar, juridicamente, consiste no procedimento legal relativo de tornar autêntico - ou verdadeiro - algo que seja cópia ou cuja autoria e veracidade necessitam ser comprovadas. Uma vez autenticada a cópia do documento, esta passa ter a mesma validade que seu original. A autenticação dos instrumentos de escrituração das sociedades empresárias, das sociedades cooperativas registradas e dos agentes auxiliares do empresário, na forma de lei própria, possui duas funções básicas: a de veracidade e regularidade. Regularidade - para que um livro comercial seja considerado regular, deve estar autenticado em todas as páginas. Os instrumentos autenticados, não retirados no prazo de 30 (trinta) dias, contados da sua apresentação, poderão ser eliminados. Assentamento Cabe à Junta Comercial assentar os usos e costumes que preencham os requisitos legais, conforme preceitua a Lei nº 8.934/94. Estrutura do processo do ato constitutivo Além do contrato ou estatuto social abordados na unidade anterior, têm-se os seguintes documentos pertinentes ao registro de empresas na Junta Comercial: pedido de busca de nome; protocolo de documentos; requerimento padrão: capa verde do processo; requerimento de empresário; registro especial de microempresa – declaração; registro especial de microempresa – comunicação; registro especial de empresa de pequeno porte – declaração; registro especial de empresa de pequeno porte – comunicação; ficha de cadastro nacional – folhas 1 e 2; declaração de desimpedimento; guia Darf – documento de arrecadação de receitas federais. Pedido de busca de nome Para a constituição de uma pessoa jurídica, deve-se fazer uma consulta à Junta Comercial do Estado, a fim de certificar-se da existência ou não de alguma empresa já registrada com o mesmo nome empresarial. Esse procedimento é importante pelo fato de evitar a elaboração e o preenchimento de papéis, cujo nome empresarial já exista, impedindo assim, que o referido processo seja homologado. Protocolo de documentos Trata-se de um ato regulador do trâmite do serviço público. O protocolo pode ser expresso mediante: a) um formulário com um número específico que identifica o serviço que está em andamento; b) a assinatura ordenada de alguém que represente o signatário. Onde o serviço deve ser processado no todo ou em parte. Requerimento padrão É o invólucro dos atos constitutivos. É uma espécie de capa que põe em destaque o nome empresarial, o tipo de serviço que está sendo solicitado e o nome do sócio ou titular que representa a empresa junto às instituições. A sabedoria a arma invencível de um povo! 8 Requerimento empresário Trata-se de um formulário que evidencia todos os dados do titular de empresa individual, incluindo- se os dados pertinentes à atividade que se pretende explorar. Registro especial de microemepresa - declaração Trata-se de um requerimento, que é utilizado para fazer o registro de uma empresa nova como microempresa, no qual se afirma que a receita bruta anual não excederá o limite previsto em lei. Registro especial de microemepresa - comunicação É um tipo de requerimento que é utilizado para fazer o registro de uma empresa antiga como microempresa, no qual se afirma que a receita bruta anual não excedeu o limite previsto em lei. Registro especial de empresa de pequeno porte – declaração e comunicação Por analogia das duas definições imediatamente anteriores, compreende-se perfeitamente o significado da formalizaçào desses dois últimos documentos: um, afirmado que a receita bruta não excedeu o limite fixado em , ou outro afirmando que a receita bruta não excederá o limite previsto. Ficha de cadastro nacional - FCN A ficha de cadastro nacionalé um documento que tem por finalidade atualizar, complementar e uniformizar o instrumento de coleta de dados destinados à formação e manutenção do cadastro nacional de empresas mercantis (CNE), conforme IN-DNRC nº 67/98. Declaração de desimpedimento As declarações de desimpedimento ou de incriminalidade deverão constar do texto do contrato social ou em suas alterações, admitindo-se a declaração em separado, conforme modelo próprio. Nas sociedades anônimas, fica dispensada essa declaração, quer para administradores, quer para os membros do conselho fiscal, por se tratar de matéria de responsabilidade das assembleias gerais, a quem compete verificar as condições de ilegibilidade daquelas pessoas, conforme IN- DNRC nº 6/86. Adquirida a personalidade jurídica, cabe à empresa providenciar os registros nas áreas tributárias. Conforme as características de suas atividades, deve a empresa inscrever-se nas áreas federal, estadual e municipal, sem prejuízo de inscrição em órgãos gerais e específicos. ÁREAS DE REGISTRO TRIBUTÁRIO As principais inscrições tributárias da pessoa jurídica se processam junto aos seguintes órgãos da área federal; área estadual; área municipal. Área federal – Secretaria da Receita Federal Essa área é representada pela Secretaria da Receita Federal. Nela é feita a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, o qual serve de identificação da pessoa jurídica junto aos órgãos tributários federais: Receita Federal, Previdência Social etc. Deve ser preenchido um formulário de CNPJ, via internet, disponível no site da Receita Federal e enviado à mesma, e depois, deverá ser impresso, assinado pelo administrador e reconhecido firma do DBE (documento básico de entrada) que anexado a uma cópia do contrato social autenticado deverá ser entregue à Receita Federal, para obtenção do CNPJ. Cadastro nacional da pessoa jurídica - CNPJ De acordo com a IN SRF n.º 2/01, o CNPJ compreende as informações cadastrais das pessoas jurídicas, de interesse das administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como da seguridade social. Os documentos relativos ao CNPJ são agrupados em documentos de entrada e de saída. Assim, têm-se os seguintes documentos de entrada, os quais são apresentados em meio magnético: A sabedoria é a arma invencível de um povo 9 ficha cadastral da pessoa jurídica – FCPJ; quadro de sócios e administradores – QSA; ficha complementar – FC; Como documentos de saída, têm-se: comprovante provisório de inscrição – CPI; cartão de identificação da pessoa jurí-dica – CIPJ; certidão de baixa – CB; O cartão de identificação da pessoa júri-dica – CIPJ é emitido em uma única via, em papel ofset, com fundo de segurança numismático, nas cores marrom e sépia. Esse cartão, na verdade, é o CNPJ da pessoa jurídica, cujas normas são editadas exclusivamente pela Secretaria da Receita Federal – SRF, a quem compete a administração desse cartão. Obrigatoriedade da inscrição no CNPJ A inscrição no CNPJ é obrigatória para todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas. Assim, são obrigados a se inscrever no CNPJ, mesmo não possuindo personalidade jurídica: os condomínios que aufiram ou paguem rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte; os consórcios constituídos na forma dos artigos 278 e 279 da Lei nº 6.404/76 – (grupo de sociedades), que são empresas que se reúnem para executar determinado empreendimento; os clubes de investimentos registrados em Bolsa de Valores, segundo as normas fixadas pela Comissão de Valores Mobiliários – (CVM); os fundos mútuos de investimento, sujeitos às normas do Banco Central do Brasil ou CVM; as missões diplomáticas e repartições consulares de caráter permanente; as repartições de caráter permanente de órgãos internacionais; serviços notariais e registrais (cartórios), exceto aqueles vinculados à vara de justiça dos tribunais. Devem-se inscrever no CNPJ, pessoas jurídicas, domiciliadas no exterior, que possuam no Brasil, bens e direitos sujeitos a registro público, inclusive: imóveis, veículos, embarcações, aeronaves, participações societárias, contas correntes bancárias, aplicações no mercado financeiro ou mercado de capitais. A pessoa jurídica deve inscrever no CNPJ cada um de seus estabelecimentos, inclusive os situados no exterior. Estabelecimento: é a unidade autônoma móvel ou imóvel em que a pessoa jurídica exerce em caráter permanente ou temporário, atividade econômica ou social geradora de obrigação tributária, principal ou acessória. Na hipótese de a pessoa jurídica possuir mais de um estabelecimento, a matriz terá o número de ordem igual a 0001 e os demais denominados de filiais serão enumerados em ordem sequencial a partir de 0002. Observe-se a seguinte estrutura do número do CNPJ: Número antes da barra (constante) Número sequencial (depois da barra) controle matriz xx.xxx.xxx / 0001 - xy Filial-1 xx.xxx.xxx / 0002 - pq Filial-2 xx.xxx.xxx / 0003 - rs Filial-3 xx.xxx.xxx / 0004 - ab Filial-4 xx.xxx.xxx / 0005 - cd A unidade móvel somente será considerada estabelecimento se a pessoa jurídica não dispuser de unidade imóvel, sendo o seu endereço o da pessoa física responsável perante o CNPJ. A sabedoria a arma invencível de um povo! 10 A unidade móvel ou imóvel não será considerada estabelecimento quando representar mera extensão da atividade de um outro, assim entendida a que for desenvolvida em: veículos pertencentes a estabelecimento cadastrado; dependências como torres, casas-de-força, depósitos de material e assemelhados, desde que vinculadas a estabelecimento cadastrado; templo onde se desenvolva, exclusivamente, oração comunitária ou administração de sacramentos, desde que subordinado a entidade nacional ou regional cadastrada; canteiros de obras, vinculados a estabelecimento cadastrado, desde que nos mesmos não se desenvolva atividade geradora de obrigação tributária principal do imposto sobre produtos industrializados – IPI ou do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS. O depósito fechado constitui uma exceção, pois deve ser inscrito no CNPJ na condição de filial. No caso de órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, somente serão cadastradas no CNPJ as unidades gestoras do orçamento, que são aquelas autorizadas a executar parcela do orçamento da União dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Faculta-se às pessoas jurídicas requererem a unificação de inscrição do CNPJ, desde que localizados no mesmo município, para: o estabelecimento e suas dependências externas de natureza meramente administrativa; a agência bancária e seus postos e subagências; o estabelecimento de concessionária ou permissionária de serviço público e seus postos de serviços. No caso de unificação, cabe aos estabelecimentos, exceto o unificador, solicitar baixa de sua inscrição no CNPJ. Obrigam-se ao CNPJ, os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que sejam considerados “unidades gestoras” do orçamento da União, ou seja, aquelas instituições autorizadas a executar parcela do orçamento da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Em se tratando de partidos políticos, tanto a direção nacional como as comissões provisórias e os diretórios regionais, municipais e zonais serão cadastrados no CNPJ com números distintos de inscrição, não cabendo inscrição a coligações e a comitê de partidos. Seguindo as mesmas determinações dos partidos políticos, têm-se as entidadesregulamentadoras do exercício profissional de âmbito federal e regional. Os órgãos regionais do Sesc, do Sesi, do Senai, do Senac, do Sebrae e de demais entidades congêneres poderão ser cadastrados com números distintos de inscrição, por solicitação do respectivo órgão nacional. Inscrição de partidos políticos Para a inscrição de partidos políticos devem ser apresentados os seguintes documentos: I. no caso de comissão provisória nacional: cópia autenticada do estatuto do partido registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de Brasília; cópia autenticada de documento que indique o nome do presidente e o endereço da sede do partido na Capital Federal, registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de Brasília; II. na hipótese das demais comissões provisórias previstas no estatuto: cópia autenticada da resolução do órgão interno do partido que designou os membros da comissão provisória registrada no Cartório de Títulos e Documentos; III. em se tratando de diretório nacional: cópia autenticada da ata da reunião do órgão interno do partido que elegeu os membros do diretório, registrada no Cartório de Títulos e Documentos. A sabedoria é a arma invencível de um povo 11 Inscrição de entidade sindical Ao pedido de inscrição de entidade sindical de trabalhadores e patronais deverá ser juntado cópia autenticada do estatuto, devidamente registrado no Ministério do Trabalho, ou certidão emitida pela Secretaria de Relações do Trabalho, publicada no Diário Oficial da União, caso a prova de registro naquele Ministério não conste no próprio estatuto, e da ata da assembleia que elegeu o presidente, devidamente registrada no órgão competente. Inscrição de sociedades de advogados Ao pedido de inscrição de sociedade de advogados deverá ser juntada cópia autenticada do contrato social devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Inscrição de condomínio Ao pedido de inscrição de condomínio em edifício, deverá ser juntada cópia autenticada de sua convenção, devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis, e da ata da assembleia que elegeu o síndico, devidamente registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Inscrição de órgão público O pedido de inscrição de órgão público, autarquia ou fundação pública deverá ser acompanhado de cópia autenticada do ato legal de sua constituição, da prova da data inicial da vigência do ato legal e do ato de nomeação de seu titular. Pessoa física responsável perante o CNPJ A pessoa física responsável perante o CNPJ é o dirigente máximo da pessoa jurídica, observado o constante do Anexo A. Para fins de prática dos atos perante o CNPJ, exceto o da inscrição da matriz, a pessoa física responsável perante o CNPJ poderá indicar outra pessoa física, na qualidade de seu preposto, apesar de essa indicação não elidir a competência originária do dirigente máximo da pessoa jurídica. Em se tratando de fundos e clubes de investimento, a pessoa física responsável perante o CNPJ será a pessoa jurídica administradora daqueles. No caso de embaixadas, consulados ou de representação do governo brasileiro no exterior, a pessoa física responsável perante o CNPJ será o titular da unidade ou o Ministro de Estado das Relações Exteriores. Emissão e revalidação do cartão CNPJ A emissão do cartão CNPJ será efetuada, exclusivamente, pela SRF que o remeterá à pessoa jurídica. Esse cartão será emitido após o deferimento do pedido de inscrição e, quando for o caso, da alteração de dados cadastrais, bem assim nas hipóteses de solicitação de segunda via ou de revalidação. Os cartões CNPJ terão validade até o dia 30 de junho do segundo ano após o de sua emissão exceto quando se tratar de segunda via ou de cartão emitido em decorrência de alteração de dados cadastrais. Expirado o prazo de validade, o cartão CNPJ será revalidado automaticamente, desde que não existam pendências impeditivas. Na prática de quaisquer atos perante o CNPJ serão observadas exclusivamente as instruções emanadas da SRF, destacando-se, atualmente, a IN-SRF n.º 2/01. Area federal – Instituto Nacional do Seguro Social (Lei nº 8.212/91 e Decreto nº 2.172,/97) Matrícula da empresa É a identificação dos sujeitos passivos perante a RFB – Receita Federal do Brasil, podendo ser o número do: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para empresas e equiparados a ele obrigados, ocorrendo simultaneamente com a inscrição da empresa na Secretaria da Receita Federal; ou A sabedoria a arma invencível de um povo! 12 Cadastro Específico do INSS (CEI) para empresas e equiparados desobrigados de inscrição no CNPJ ou que ainda não a tenham efetuado e toda obra de construção civil. Matrícula no CEI A matrícula será efetuada no Cadastro Específico do INSS (CEI), no prazo de trinta dias contados do inicio de suas atividades, para: I) o equiparado a empresa isento de inscrição no CNPJ; II) o proprietário do imóvel, o dono da obra ou o incorporador de construção civil, pessoa física ou pessoa jurídica; III) o empregador doméstico optante pelo pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS ou quando do parcelamento de valores previdenciários devidos; IV) o produtor rural pessoa física e o segurado especial, quando comercializarem sua produção com adquirente domiciliado no exterior (até 11/12/01, EC nº 33/01), diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial; V) o consórcio simplificado de produtores rurais; VI) a empresa ou sujeito passivo ainda não cadastrado no CNPJ, embora esteja obrigada a esse procedimento; VII) a empresa construtora, quando contratada para execução de obra por empreitada total; VIII) a empresa líder, na contratação de obra de construção civil a ser realizada por consórcio, mediante empreitada total de obra de construção civil; IX) o titular de cartório, sendo a matrícula emitida em nome do titular, ainda que a respectiva serventia seja registrada no CNPJ, devendo ser considerada como início de atividade a data da vigência da IN SRP nº 20/07. A data do início da atividade corresponderá à data do arquivamento do ato constitutivo na Junta Comercial ou Cartório de Registro Civil ou a data do início da obra. Independentemente das condições acima, o INSS procederá à matrícula: a) de ofício, quando ocorrer omissão; b) de obra de construção civil, mediante comunicação obrigatória do responsável por sua execução, no prazo de 30 (trinta) dias. A unidade matriculada diretamente no INSS receberá o Certificado de Matrícula – CM, com número cadastral básico, de caráter permanente. O Departamento Nacional de Registro do Comércio – DNRC, através das Junta Comerciais, bem como Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas pres-tarão obrigatoriamente, ao INSS, todas as informações referentes aos atos consti-tutivos e alterações posteriores relativas a pessoas jurídicas ou equiparadas a pessoas jurídicas neles registradas, sem ônus para o INSS. São válidos perante o INSS, os atos de constituição, alteração e extinção de empresas registrados nas Juntas Comer-ciais. Área estadual – Secretaria da Fazenda A inscrição estadual é obrigatória para empresas dos setores do comércio, indústria e serviços de transporte intermunicipal e interestadual. Também estão incluídos os serviços de comunicação e energia. Documentação necessária à inscrição: ficha de atualização cadastral – FAC; certidão negativa de débitos da Secretaria da Fazenda; documento de arrecadação – DAE; requerimento de solicitação de inscrição no ICMS; cópia do contrato social ou do documento de empresárioindividual; cópia do CNPJ; comprovante de endereço do(s) titular (es). A sabedoria é a arma invencível de um povo 13 Cadastro geral da fazenda - CGF O cadastro geral da fazenda (CGF) é o registro centralizado e sistematizado no qual se inscreverão todas as pessoas físicas ou jurídicas definidas em lei como contribuintes do ICMS, através do Núcleo de Execução de Cadastro (Necad) ou do Núcleo de Execução da Administração Tributária (Nexat) da respectiva circunscrição fiscal, antes de iniciarem suas atividades. Esses núcleos contêm ou acumulam dados e informações que os identificará, localizará e classificará segundo a sua natureza jurídica, atividade econômica, tipo de contribuinte e regime de recolhimento, em: I. quanto à natureza jurídica: II. quanto ao tipo de contribuinte: III. quanto à atividade econômica, mediante o detalhamento do tipo de contribuinte em seu subsetor de atividade; IV. quanto ao regime de recolhimento: Quanto à natureza jurídica empresa individual; sociedade em nome coletivo; sociedade limitada; sociedade em comandita por ações; sociedade em comandita simples; sociedade anônima; sociedade simples; órgão público; cooperativa; pessoa física. Quanto ao tipo de contribuinte comerciante: é a pessoa natural ou jurídica de direito público ou privado, que pratique a intermediação de mercadoria, incluído como tal o fornecimento desta com os serviços nos casos de prestação de serviços; industrial: a pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realize operações de que resulte alteração da natureza, funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do produto, tais como transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, bem assim as de conserto, reparo ou restauração; prestador de serviços: a pessoa natural ou jurídica de direito público ou privado que preste serviços descritos como fato gerador do ICMS; produtor agropecuário; a pessoa jurídica, de direito público ou privado, que se dedique à produção agrícola, animal ou extrativa, em estado natural ou com beneficiamento primário; produtor rural: a pessoa física ou natural, de direito privado, que se dedique à produção agrícola, animal ou extrativa, em estado natural ou com beneficiamento primário. Quanto ao regime de recolhimento normal; substituição interna; substituição interestadual; empresa de pequeno porte; microempresa; especial; outros. A imunidade, a não incidência e a isenção não desobrigam as pessoas acima da obrigação de se inscreverem no CGF. Caso essas pessoas mantenham mais de um estabelecimento, seja filial, sucursal, agência, depósito, fábrica seja outro qualquer, para cada um deles será exigida a inscrição no CGF. A sabedoria a arma invencível de um povo! 14 Não se obrigam à inscrição no CGF o representante e o mandatário que se limitem a angariar pedido de mercadoria a ser remetida diretamente do estabelecimento representado para o respectivo adquirente; o agenciador e corretor que se limitem a intermediar a prestação de serviço; o canteiro de obra da empresa de construção civil; o ambulante e a pessoa que se dediquem a atividades comerciais de natureza transitória, limitada ao período de realização em feira de amostra, exposição, parque de diversão, quermesse, leilão e afins; Entretanto, poderá ser concedida, a critério do fisco, inscrição de pessoa jurídica e de empresa individual devidamente estabelecida e não obrigadas ao cadastramento, desde que justifiquem dela necessitar para o exercício de suas atividades, sendo a elas aplicadas, no que couber, as normas relativas ao cadastro. A inscrição não será concedida nos seguintes casos: quando o endereço não estiver plenamente identificado; quando no endereço pleiteado, já se encontrar outro contribuinte com situação cadastral ativa; quando as instalações físicas do estabelecimento do contribuinte forem incompatíveis com a atividade econômica pretendida, salvo se, pela tipicidade da natureza não devam as mercadorias por ali transitar; quando o titular ou sócio da empresa pleiteante estiver inscrito na dívida ativa do Estado ou participe de outra que esteja cassada, suspensa ou baixada de ofício; quando não comprovada a capacidade econômica e financeira do titular ou sócios em relação ao capital social declarado ou atividade pretendida. Não será permitido o uso de uma mesma inscrição para contribuinte que tencione instalar-se em endereços distintos, salvo se forem contíguos e se houver interligação física entre os mesmos. Será obrigatório o uso do número de inscrição do contribuinte: mediante impressão por clichê, ou pelo próprio equipamento de uso fiscal, nos documentos fiscais por ele emitidos; mediante impressão tipográfica; nos demais documentos fiscais; nas faturas e duplicatas; por qualquer meio gráfico indelével, em invólucros, rótulos, etiquetas e embalagens de produtos industrializados; por carimbo do CGF, nas cópias de balanços, de inventário de mercadorias e demais documentos fiscais remetidos aos órgãos locais, e nos termos de abertura e encerramento de livros fiscais. Área municipal – Secretaria de Finanças do Município Para obter alvará de funcionamento deve o pleiteante: fazer requerimento (modelo próprio – 1º via); anexar cópia do IPTU; anexar cópia do contrato social ou do documento de firma individual; cópia do CNPJ; taxa de expediente. Cadastramento junto a prefeitura (ISS) cópia do contrato social ou documento de firma individual; cópia do CNPJ; Cópia do IPTU; ficha própria da prefeitura assinada por um dos sócios e pelo contador; comprovação de endereço do(s) titular(es). A sabedoria é a arma invencível de um povo 15 OUTROS ÓRGÃOS DE REGISTRO E LEGALIZAÇÃO Além dos registros acima, existem outras inscrições que serão obrigatórias, de acordo com a atividade que a empresa pretende desenvolver, por exemplo, as profissões de nível superior devem ter um registro do conselho de classe; uma atividade que venha modificar o meio ambiente, deve ter cadastro no Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. Sendo assim, dependendo das peculiaridades do tipo de empresa que será aberta, outros órgãos podem ser incluídos no processo de formalização. Departamento de Higiene e Segurança do Trabalho - DHST Antes de o estabelecimento entrar em funcionamento, é necessário requerer a sua vistoria ao DHST, na Delegacia Regional do Ministério do Trabalho. Os principais serviços oferecidos por esse departamento são: a) diagnósticos e auditorias de higiene e segurança no trabalho: organização dos serviços de HST das empresas; planos de segurança e saúde; organização e planejamento da emergência (planos de emergência e de evacuação); avaliação de riscos; avaliação da segurança contra incêndio pelo Método de Gretener1; conformidade legal de máquinas e equipamentos; b) determinações analíticas: formação e sensibilização; coordenação de segurança em obra; implementação de sistemas de gestão de segurança, higiene e saúde no trabalho Corpo de Bombeiros A inscrição nessa instituição tem por objetivo a avaliação das condições de segurança e proteção contra incêndios. Alvará de licença - Corpo de Bombeiros Normalmente, as prefeituras exigem, para funcionamento da empresa, a competente inspeção e vistoria técnica, bem como o respectivo Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros. O empresário deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiro do seu município, informar a metragem de área construída e efetuar o pagamento dataxa no banco indicado. Depois, ele deve entregar o formulário no Corpo de Bombeiros devidamente preenchido e anexado ao comprovante de pagamento da taxa pertinente. Denota-se o fato de que esse procedimento pode variar de acordo com as exigências de cada município. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama É uma autarquia federal que tem por finalidade: o controle e monitoramento das atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora; identificação, com caráter obrigatório, de pessoas físicas e jurídicas que se dediquem à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras. Cadastramento obrigatório Nos termos da Lei nº 6938/81 - Art.17 incisos I e II é obrigatório o registro de todas as pessoas 1 Engenheiro suíço que idealizou o método sobre higiene e segurança do trabalho.. A sabedoria a arma invencível de um povo! 16 físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de minerais, produtos e subprodutos da fauna e flora, indicadas na IN Ibama nº 06/13. O CTA (cadastro técnico federal) deve ser efetuado pelas pessoas que exercerem as atividades elencadas nessa instrução (Anexo B). Cadastram-se também as pessoas físicas ou jurídicas que se dediquem a prestação de serviços de consultoria sobre problemas ecológicos ou ambientais, bem como a elaboração do projeto, fabricação, comercialização, instalação ou manutenção de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras. O cadastro florestal estadual tem como objetivo efetuar o registro obrigatório das pessoas físicas ou jurídicas com atividades de produção, consumo ou comércio de matéria-prima, produtos e subprodutos florestais de espécies nativas e exóticas. Alguns exemplos de atividades poluidoras: perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural; experimentação com agroquímicos; duto; beneficiamento de borracha natural; fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada; serraria e desdobramento de madeira; usina hidroelétrica; fabricação de papel e papelão; produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação; fabricação de pólvora, explosivos, detonantes, munição para caça e esporte, fósforo de Segurança e artigos pirotécnicos; fabricação de sabões, detergentes e velas; transposição de bacias hidrográficas; geração de energia hidrelétrica; atividade agrícola e pecuária; criador com fins científicos de fauna silvestre nativa e exótica. Superintendência Estadual do Meio Ambiente - Semace É uma autarquia estadual que tem por finalidade dar continuidade ao cumprimento das normas estaduais e federais de proteção, controle e de utilização racional dos recursos ambientais, bem como fiscalizar a sua execução. A títulos de ilustração, fez-se um breve estudo sobre agrotóxicos, enfocando o papel da Semace. Para o cadastramento dos agrotóxicos, os fabricantes, para comercializar seus produtos no Estado, dirigirão regulamento à Superintendência Estadual do Meio Ambiente - Semace, acompanhado, obrigatoriamente, dos seguintes documentos: I. cópia do registro do produto, expedida pelo Ministério da Agricultura e Reforma Agrária ou Ministério da Saúde; II. cópia do Relatório Técnico aprovado pelo Ministério da Agricultura e Reforma Agrária ou Ministério da Saúde; III. descrição do método de análise de resíduo de cada produto. O cadastramento dos agrotóxicos, perante a Semace, terá validade de 5 (cinco) anos, renováveis por idêntico período. Os empresários que transacionem Agrotóxicos diretamente com os usuários, deverão ser registrados na Superintendência Estadual do Meio Ambiente - Semace, para o que deverão apresentar os seguintes documentos: I. requerimento do registro dirigido ao superintende da Semace; II. cópia do alvará de funcionamento fornecido pelo órgão competente do Estado ou do Município; A sabedoria é a arma invencível de um povo 17 III. relação dos produtos comercializados; IV. termo de responsabilidade técnica pela firma, assinado por profissional devidamente habilitado pelo respectivo Conselho Profissional. Deverão ser registradas na Semace as empresas prestadoras de serviços, empresas agropecuárias e empresas de armazenamento e expurgos de sementes, que utilizam agrotóxicos, para fins fitossanitários, munidos dos seguintes documentos: I. requerimento do registro dirigido ao superintendente da Semace; II. cópia do registro da empresa no órgão federal competente ou similar, quando se tratar de empresa sediada em outro Estado; III. descrição do método de aplicação e/ou utilização dos agrotóxicos; IV. termo de responsabilidade técnica pela firma, assinado por profissional devidamente habilitado pelo respectivo Conselho Profissional; V. prova de constituição de empresa; VI. comprovante de pagamento da taxa, através de DAE – documento de arrecadação estadual. As empresas aplicadoras de agrotóxicos com finalidade domissanitária, para fins de licenciamento junto à Secretaria de Saúde do Estado ou Município, deverão apresentar requerimento instruído com a documentação constantes da seção anterior. As empresas aplicadoras de agrotóxicos e afins terão obrigatoriamente instalações independentes, sendo vedado o aproveitamento de suas dependências para residência ou moradia. Os serviços de fiscalização, objeto dessa Lei, quando executados pelos órgãos de Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, no exercício regular do Poder de Polícia2, ensejarão a cobrança de taxas. Instituto de Fermentação Órgão vinculado ao Departamento de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os fabricantes e os importadores de bebidas alcoólicas devem requerer a esse instituto o seu registro como fabricante ou como importador de bebidas. Delegacia Especializada em Explosivos, Armas e Munições Os estabelecimentos destinados à fabricação de produtos químicos, quando sujeitos a fiscalização, deverão requerer “alvará” junto a esse órgão. O documento requerido terá validade anual. Ministério da Defesa As empresas de comércio e fabricação de armas e munições, além do alvará do item anterior, necessitam para o seu funcionamento de autorização do Ministério da Defesa Nacional, representado pelo Exército, Marinha e Aeronáutica. Secretaria de Vigilância Sanitária - Prefeitura Os estabelecimentos industriais e comerciais de produtos alimentícios e bebidas (mercearias, bares, restaurantes, fábricas de conservas, destilarias, depósitos etc.), antes de entrarem em funcionamento, devem requerer a licença de funcionamento na regional da prefeitura, no bairro a que pertencem. Departamento Nacional de Mão-de-obra do Ministério do Trabalho e Emprego As empresas de trabalho temporário têm seu funcionamento condicionado ao prévio registro nesse departamento, conforme Lei nº 6.019/74. O pedido de registro deve ser acompanhado dos seguintes documentos: 2 Poder de polícia é o poder e o dever que tem o Estado de, por intermédio de seus agentes, manter coercitivamentea ordem interna, social, política, econômica, legal ou sanitária e preservá-la e defendê-la de quaisquer ofensas a sua estabilidade A sabedoria a arma invencível de um povo! 18 prova de existência da empresa individual ou da constituição da pessoa jurídica, com o competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenham sede; prova de nacionalidade brasileira do titular ou dos sócios; prova de possuir capital social integralizado de, no mínimo, 500 (quinhentas) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País, à época do pedido do registro; prova de propriedade do imóvel sede ou recibo referente ao último mês de aluguel; prova de entrega da relação de trabalhadores a que se refere o art. 360 da Consolidação das Leis do Trabalho; prova de recolhimento da contribuição sindical; prova de inscrição no cadastro geral de contribuintes do Ministério da Fazenda; Certificado de Regularidade de Situação, fornecido pelo Instituto Nacional de Previdência Social. Conselhos de Classe As empresas que desenvolvem atividades que exigem profissionais, sócios, ou empregados com conhecimento de nível superior ou específico, antes do seu funcionamento devem inscrever-se no respectivo conselho de classe. Delegacia Regional do Trabalho Sempre que houver admissão ou demissão de empregado, deverá ser feita comunicação à DRT, em formulário próprio (cadastro geral de empregados e desempregados) até o dia 15 do mês subsequente. PARTICULARIDADES NO REGISTRO DE CERTOS RAMOS DE ATIVIDADE Sociedade cooperativa A sociedade cooperativa reger-se-á pelos artigos 1.093 a 1096 da Lei nº 10.404/02, ressalvada a legislação especial expressa nas seguintes dispositivos: Lei nº 5.764/71; Lei nº 7.231/84; Decreto nº 90.393/84. Uma cooperativa de crédito, por exemplo, deve submeter-se aos dispositivos da Lei nº 4.595/64 e determinações do Banco Central do Brasil. É uma sociedade de pessoas, organizadas em bases democráticas, que visa não só suprir seus membros de bens e serviços, como também realizar determinados programas educativos e sociais. Ë um organismo técnico, econômico e financeiro sob a administração coletiva que mantém nas mãos dos trabalhadores toda a gestão e risco destinados ao fator trabalho, e para sociedade global todo o valor agregado, depois de pago o juro (ou taxa de arrendamento do fator capital). É uma sociedade constituída por membros de determinado grupo econômico ou social, e que objetiva desempenhar, em benefício comum, determinada atividade econômica. São organizações voluntárias abertas a todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócios, sem discriminação social, racial, política ou religiosa e de gênero. São sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituída para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características: adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de prestação de serviços; variabilidade de capital social, representado por quotas-partes, ou dispensa do capital social; concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo; limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar; intransferibilidade ou inacessibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança; quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado; A sabedoria é a arma invencível de um povo 19 direito de cada sócio a um voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação – (singularidade de voto); distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade; prestação de assistência aos associados, e, quando prevista nos estatutos, aos seus empregados; neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social. Enfim, celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens e serviços para a execução de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. Pelo novo Código Civil, a sociedade cooperativa é uma sociedade simples e não empresária, podendo seus sócios ter responsabilidade limitada ou ilimitada. Sociedade cooperativa: simples ou empresária? As cooperativas sempre tiveram seus estatutos e atos societários registrados na Junta Comercial. De acordo com o novo Código Civil, são consideradas sociedades simples, independentemente de seu objeto e porte, e portanto, devem ter seus estatutos registrados em cartório. Essa é mais uma questão polêmica. Os cartórios entendem que todas as cooperativas devem registrar seus atos no Registro Público das Pessoas Jurídicas em conformidade com o Código Civil. A Junta Comercial informa que continuará a registrar os atos das cooperativas. A Receita Federal não está entrando no mérito da questão, fornecendo o CNPJ tanto para os atos constitutivos de cooperativas registradas em Cartório ou na Junta Comercial. Mais uma vez, quem decide e arca com a responsabilidade da escolha são os sócios. Até que haja um pronunciamento oficial dos referidos órgãos e uma posição mais uniforme da doutrina, as cooperativas constituídas a partir da vigência do novo Código Civil devem usar dos mesmos critérios utilizados para as sociedades limitadas. Se tiverem uma estrutura mais empresarial devem registrar seus atos na Junta Comercial, do contrário, são registradas em Cartório. Segmentos do cooperativismo O cooperativismo no Brasil desempenha suas atividades econômicas de acordo com segmentos específicos, destacando-se os seguintes: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, mineração, produção, serviços e trabalho. Segmento agropecuário Composto pelas cooperativas de produtores rurais, destacando-se um ou mais dos seguintes produtos: abacaxi, abelhas e derivados, açúcar e álcool, algodão, alho, arroz, aveia, aves e derivados, banana, batata, bicho-da-seda e derivados, borracha, bovinos e derivados, café, cana de açúcar, caprinos e derivados, carnaúba e derivados, cevada, coelhos e derivados, peixes e derivados, feijão, fumo, hortaliças, jacarés e derivados, juta, laranja e derivados, leite e derivados, maçã, madeira, malva, mandioca, mate, milho, ovinos e derivados, rãs e derivados, sementes em geral, sisal, soja, suínos e derivados, trigo, urucum, uva e derivados, e atividades similares além das cooperativas de fornecimento de insumos agropecuários. Segmento de consumo Composto pelas cooperativas de consumo abertas ou fechadas para compra em escala de produtos, insumos e serviços nas diferentes modalidades de derivados de petróleo, eletrodomésticos, planos de saúde e seguros, cestas-básicas, farmácias, lazer, entretenimentos, automóveis, utilidades gerais e outros bens de consumo. Segmento de crédito Composto de instituições destinadas a captar recursos e a assistir financeiramente os seus associados. Essas instituições deverão manter encaixe em moeda corrente e em depósito de livre retirada, em proporção necessária à condução de suas operações, vedada a manutenção de depósitos voluntários em outro estabelecimento, a não ser no Banco do Brasil, salvo em localidades onde este não possuir agência. A sabedoria a arma invencível de umpovo! 20 Segmento educacional Composto pelas cooperativas de alunos de escolas de diversos graus e pelas cooperativas de pais de alunos. Segmento especial Composto pelas cooperativas de deficientes mentais, escolares, de menores de 16 anos, de índios não aculturados, deficientes físicos e de outras pessoas relativamente capazes. Segmento habitacional Composto pelas cooperativas de construção, de manutenção e de administração de conjuntos habitacionais e condomínios. Segmento mineração Composto pelas cooperativas mineradoras de minerais, metais, pedras preciosas, sal, areias especiais, calcário etc. Segmento de produção Composto pelas cooperativas de bens de consumo, tais como eletrodomésticos, tecidos, móveis, produtos de autopeças, produtos mecânico e metalúrgicos e outros bens de consumo nas quais os meios de produção pertencem à pessoa jurídica e os cooperados formam o seu quadro diretivo, técnico e funcional. Segmento de serviço Composto pelas cooperativas de eletrificação rural, mecanização agrícola, limpeza pública, telefonia rural e outros serviços comunitários. Segmento de trabalho Composto pelas cooperativas de arquitetos, artesãos, artistas, auditores e consultores, aviadores, cabeleireiros, carpinteiros, catadores de lixo, contadores, costureiras, dentistas, doceiras, engenheiros, escritores, estivadores, garçons, gráficos, profissionais de informática, inspetores, jornalistas, mecânicos, médicos, enfermeiras, mergulhadores, produção cultural, professores, psicólogos, secretárias, trabalhadores da construção civil, trabalhadores rurais, trabalhadores em transportes de cargas, trabalhadores de trans-porte de passageiros, vigilantes, projetistas, designers, outras atividades de ofício sejam técnicas e profissionais. Classificação das sociedades cooperativas As sociedades cooperativas se classificam em: Cooperativas Singulares São aquelas constituídas pelo número mínimo de pessoas físicas, sendo permitida, excepcionalmente, a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objetivo as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. Essas cooperativas caracterizam-se pela prestação direta de serviços aos associados. Cooperativas Centrais As federações de cooperativas são constituídas de, no mínimo, 3 (três) cooperativas singulares, podendo excepcionalmente, admitir associados individuais. Confederação de Cooperativas São as constituídas, pelo menos, de 3 (três) federações de cooperativas ou cooperativas centrais, da mesma ou de diferentes modalidades. Essas confederações têm por objetivo orientar e coordenar as atividades das filiadas. As cooperativas podem ser também classificadas, considerando-se a natureza das atividades desenvolvidas por elas ou por seus associados. Assim, têm-se as cooperativas mistas – aquelas que apresentam mais de um objetivo de atividades. Procedimentos básicos para a constituição de uma cooperativa Para a instalação de uma cooperativa, deve os seus fundadores, atentar aos seguintes passos: A sabedoria é a arma invencível de um povo 21 determinar os objetivos da cooperativa; escolher uma comissão para tratar das providências necessárias à criação da cooperativa, com a indicação de um coordenador dos trabalhos; a comissão elaborará uma proposta de estatuto da cooperativa; a comissão convocará as pessoas interessadas para a assembleia geral de constituição ou fundação da cooperativa, determinando, hora e local da reunião, com antecedência; realização da assembleia geral de constituição da cooperativa, com a participação de todos os interessados. Constituição As sociedades cooperativas podem constituir-se: por deliberação da assembleia geral dos fundadores, constante da respectiva ata; por escritura pública. Conforme o artigo 14 da Lei nº 5.764/71, o ato constitutivo de uma cooperativa deverá conter: a denominação, sede e objeto social – a sociedade cooperativa se obriga ao uso exclusivo da expressão “cooperativa” em sua denominação; o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos associados fundadores que o assinarem e bem assim, se a sociedade tiver capital, o valor da quota-parte de cada um; a aprovação do estatuto da sociedade; o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos associados eleitos para os órgãos de administração e fiscalização e outros eventualmente criados. Na condição de sociedades simples, devem ter seus atos constitutivos arquivados no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, adquirindo, assim, sua personalidade jurídica. No entanto, continuam sendo registradas na Junta Comercial O estatuto social da sociedade cooperativa deverá conter: a denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da sociedade, fixação do exercício social e da data do levantamento do balanço geral; os direitos e deveres dos associados, a natureza de suas responsabilidades e as condições de admissão, demissão e eliminação e exclusão e as normas para sua representação nas assembleias gerais; o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de quotas-partes a ser subscrito pelo associado, o modo de integralização das quotas-partes, bem como as condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou de exclusão do associado; a forma de devolução das sobras registradas, aos associados, ou do rateio das perdas apuradas por insuficiência de contribuição para cobertura das despesas da sociedade; o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos, com definição de suas atribuições, poderes e funcionamento, a representação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele, o prazo do mandato, bem como o processo de substituição dos administradores e conselheiros ficais; as formalidades de convocação das assembleias gerais e a maioria requerida para sua inscrição e validade de suas deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas tiveram interesse particular sem privá-los da participação nos debates; os casos de dissolução voluntária da sociedade; o modo e o processo de alienação ou oneração de bens imóveis da sociedade; o modo de reformar o estatuto; o número mínimo de associados. Denominação As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto qualquer gênero de serviço, operação ou atividade, assegurando-lhes o direito exclusivo e exigindo-se-lhes a obrigação do uso da expressão “cooperativa” em sua denominação, conforme artigo 5o. da Lei nº 5.764/71. A expressão “Limitada” ou “Ltda” indica um tipo societário. Essa expressão deve ser entendida como exclusiva das sociedades limitadas, não podendo ser utilizada na denominação social de A sabedoria a arma invencível de um povo! 22 outros tipos societários para indicar a responsabilidade dos sócios. A Lei nº 5.764/71 obriga as sociedades por ela disciplinadas a usarem a expressão “cooperativa”. Esse dispositivo legal não prevê a possibilidade de as cooperativas utilizarem o vocábulo “Limitada”. Assim se manifestou a Procuradoria da Jucesp através do Parecer CJ/Jucesp nº. 78/04. Responsabilidade dos sócios O art. 1.095 do Código Civil estabelece a responsabilidade dos sócios da cooperativa, que pode ser limitada ao valor de suas quotas no capital social ou ilimitada. Note-se que, em ambas as hipóteses, a responsabilização do cooperado será sempre subsidiária, nos termos do que prevê o art. 13 da Lei nº 5.764/71 (“A responsabilidade do associado para com terceiros, como membro da sociedade, somente poderá ser invocada depois de judicialmente exigida a da cooperativa”). É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo valor de suasquotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações. É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Responsabilidade limitada Com relação à cooperativa de responsabilidade limitada, desde sua origem se admitia que os sócios respondessem apenas pelo valor de sua contribuição para a formação do capital social. No entanto, o Decreto-Lei nº 59/66 ampliou os limites da responsabilidade do cooperado, prevendo em caráter subsidiário sua responsabilização também por eventuais prejuízos da cooperativa, na proporção das operações por ele praticadas. Essa norma legal provocou uma crise no setor, uma vez que onerava em demasia o patrimônio dos cooperados. Com a promulgação da Lei nº 5.764/71 os efeitos danosos dessa norma foram atenuados, na medida em que seu art. 11 estabeleceu que nas cooperativas limitadas a responsabilidade do cooperado corresponde somente ao valor do capital subscrito. Contudo, o Código Civil restabeleceu a sistemática das cooperativas de responsabilidade limitada do Decreto- Lei nº 59/66. Em decorrência da expressa previsão do art. 1.095, o sócio de cooperativa de responsabilidade limitada passa a responder não somente pela parcela de sua contribuição ao capital social, correspondente às quotas por ele integralizadas, mas também pelos prejuízos porventura verificados, na proporção das operações que tiver realizado. Com isso, foi revogado o art. 11 da Lei nº 5.764/71. É aconselhável constar no Estatuto, explicitamente, a responsabilidade dos sócios. Deverá constar que o sócio responde subsidiariamente pelas obrigações contraídas pela cooperativa perante terceiros, e limitadamente à parcela de sua contribuição ao capital social, correspondente às quotas por ele integralizadas, bem como pelos prejuízos porventura verificados, na proporção das operações que tiver realizado. Responsabilidade Ilimitada As cooperativas de responsabilidade ilimitadas constituem-se sem capital social, respondendo os cooperados ilimitadamente pelas obrigações sociais. Nessa espécie de cooperativa, dificilmente encontrada na prática nos dias atuais, os eventuais credores da sociedade terão como garantia o patrimônio pessoal dos cooperados. Conforme o inciso I do art. 1.094 do Código Civil, é facultado às cooperativas constituir-se sem capital social, ou dispensá-lo, se existente, devendo nessa hipótese, transformar-se em cooperativa de responsabilidade ilimitada (§ 2o. do art. 1.095). Livros sociais A sociedade cooperativa deverá possuir os seguintes livros: livro de matrícula: no qual os associados serão inscritos por ordem cronológica de admissão, dele constando; o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profissão e residência do associado; data de sua admissão e, quando for o caso, de sua demissão a pedido, eliminação ou exclusão; A sabedoria é a arma invencível de um povo 23 livro de atas das assembleias gerais; livro de atas dos órgãos de administração; livro de atas do conselho fiscal; livro de presença dos associados nas assembleias gerais; outros livros fiscais e contábeis. Capital social O capital social será dividido em quotas-partes, cujo valor unitário não poderá ser superior ao maior salário mínimo vigente no País, não podendo nenhum associado subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das quotas-partes, salvo nas sociedades em que a subscrição deva ser direta-mente proporcional ao movimento financeiro da cooperação ou ao quantitativo dos produtos a serem comercializados, beneficiados ou transformados, ou ainda, em relação à área cultivada ou ao número de plantas e animais em exploração. É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados ou terceiros, excetuando-se os juros até o máximo de 12% (doze por cento) ao ano que incidirão sobre a parte integralizada. Nas sociedades cooperativas em que a subscrição do capital for diretamente proporcional ao movimento ou à expressão econômica de cada associado, o estatuto deverá prever sua revisão periódica para ajustamento às condições vigentes. Constituição de fundos As cooperativas são obrigadas a constituir: fundo de reserva - destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades, constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício; esse fundo é indivisível entre os sócios; fundo de assistência técnica, educacional e social – destinado à prestação de assistência aos associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício. Associados O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar os serviços prestados pela sociedade, desde que adiram aos propósitos sociais e preencham as condições estabelecidas no estatuto. No entanto, a admissão dos associados poderá ser restrita, a critério do órgão normativo respectivo, às pessoas que exerçam determinada atividade ou profissão ou estejam vinculadas a determinada entidade. O associado que aceitar e estabelecer relação empregatícia com a cooperativa perde o direito de votar e ser votado, até que sejam aprovadas as contas do exercício em que ele deixou o emprego. A demissão do associado será unicamente a seu pedido. A exclusão do associado será feita: por dissolução da pessoa jurídica; por morte da pessoa física; por incapacidade civil não suprida; por deixar de atender aos requisitos estatutários de ingresso ou permanência na cooperativa. Assembleia geral A assembleia geral dos associados é o órgão supremo da sociedade, dentro dos limites legais e estatutários, tendo poderes para decidir os negócios relativos ao objeto da sociedade e tomar as resoluções convenientes ao desenvolvimento e defesa desta, e suas deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes ou discordantes. Essas assembleias devem ser convocadas com antecedência mínima de 10 (dez) dias, e as suas deliberações são tomadas por maioria de voto dos associados presentes com direito a votar. O quorum de instalação das assembleias gerais será de: 2/3 (dois terços) do número de associados, em primeira convocação; metade mais 1 (um) dos associados em segunda convocação; A sabedoria a arma invencível de um povo! 24 mínimo de 10 (dez) associados na terceira convocação, ressalvado o caso de cooperativas centrais e federações de cooperativas, que se instalarão com qualquer número. A sociedade será administrada por uma diretoria ou um conselho de administração, composto exclusivamente de associados eleitos pela assembleia geral, com mandato nunca superior a 4 (quatro) anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) do conselho de administração. A administração será fiscalizada, assídua e minuciosamente, por um conselho fiscal constituído de 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, todos associados eleitos anualmente pela assembleia geral, sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus componentes. As cooperativas permanecerão subordinadas, na parte normativa, ao Conselho Nacional de Cooperativismo, com exceção das de crédito, das seções de crédito das agrícolas mistas e das de habitação, cujas normas continuarão a ser baixadas pelo Conselho Monetário Nacional. A representação do sistema cooperativista nacional cabe à Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB, sociedade simples com sede na capital federal, órgão técnico consultivo do governo, estruturado
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