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IUS RESUMOS Interpretação e Integração da Lei Penal Organizado por: Samille Lima Alves IUS RESUMOS I. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL ...................................................................... 3 1. Entendo o que é a interpretação ................................................................................................... 3 1.1 Espécies de interpretação .......................................................................................................... 4 1.2 Interpretação analógica .............................................................................................................. 6 1.3 Interpretação conforme a Constituição ................................................................................ 6 1.4. Dúvidas na interpretação da lei penal ................................................................................. 7 2. Integração da lei penal: Analogia .................................................................................................. 7 3. Referências ............................................................................................................................................. 9 SUMÁRIO INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL [3] Nesse Ius Resumo prosseguiremos no estudo do Direito Penal a partir do estudo da interpretação e da integração da lei penal. Veremos o conceito de as espécies de intepretação da lei penal, que se diferenciam quanto ao sujeito, aos meios empregados e ao resultado. Aprenderemos também o que é a interpretação analógica e a interpretação conforme a constituição, as hipóteses utilizadas no caso de ainda restarem dúvidas após a aplicação dos métodos interpretativos. Por fim, estudaremos a analogia, que é um método de integração de integração da lei penal, suas características e particularidades. Espero que sua leitura seja proveitosa. Samille Lima Alves Equipe Ius Resumos --- ♠ --- I. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL 1. Entendo o que é a interpretação Doutrinadores diversos apresentam cada um a sua definição de interpretação. Vejamos adiante: Conceito de interpretação Ricardo Antônio Andreucci Interpretar é tentar buscar o efetivo alcance da norma. É procurar descobrir aquilo que ela tem a nos dizer com a maior precisão possível A interpretação da lei penal é a atividade consistente em identificar o alcance e significado da norma penal Rogério Greco Interpretar significa buscar o preciso significado de um texto, palavra ou expressão, delimitando o alcance da lei, guiando o operador para a sua correta aplicação Rogério Sanches Cunha Interpretação é a tarefa mental que procura estabelecer a vontade da lei, ou seja, o seu conteúdo e significado Cleber Masson INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL IUS RESUMOS Em suma, a interpretação significa: Buscar a vontade da lei (mens legis), o sentido normativo contido na lei Interpretar a lei é Por mais claro que seja o texto, ainda sim, necessitará de interpretação. Não prevalecendo mais, segundo Rogério Greco (2015, p. 83), a máxima in claris cessat interpretatio. “A interpretação sempre é necessária, ainda que a lei se mostre, inicialmente, inteiramente clara, pois podem surgir dúvidas quanto ao seu efetivo alcance. O que ela abrange de modo imediato eventualmente não é tudo quanto pode incidir no seu campo de atuação”. Cleber Masson 1.1 Espécies de interpretação De acordo com Rogério Greco, a interpretação subdivide-se em: Espécies de Interpretação Objetiva ou voluntas legis Busca-se descobrir a suposta vontade da lei Procura-se alcançar a vontade do legislador Subjetiva ou voluntas legislatoris INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL [5] Autêntica Interpretação realizada no próprio texto da lei, de natureza obrigatória, que subdivide-se em contextual e posterior Interpretação quanto ao órgão ou sujeito Doutrinária Interpretação não obrigatória realizada pelos estudiosos do Direito, os quais, comentando sobre a lei que se pretende interpretar, emitem opiniões pessoais Judicial Interpretação realizada pelos magistrados diante de um caso concreto, através das decisões firmadas nos autos de um processo (sentenças, acórdãos e súmulas) Contextual Interpretação realizada no mesmo momento em que é editado o diploma legal que se procura interpretar. Ex: art. 327, CP Posterior Interpretação realizada por lei aprovada após o diploma legal que se quer interpretar, com o intuito de afastar qualquer dúvida de interpretação existente Interpretação quanto aos meios empregados Literal ou gramatical Preocupa-se em saber o literal significado das palavras Teleológica Busca alcançar a finalidade da lei, aquilo que ela se destina a regular, o objetivo social da norma Sistêmica Analisa-se o dispositivo legal sob a ótica do sistema em que está contido e não de forma isolada Histórica Analisa-se o período histórico em que a norma foi editada no intuito de buscar os fundamentos de criação da lei, os motivos que ensejaram a modificação legal, facilitando a interpretação das expressões contidas na lei IUS RESUMOS Interpretação quanto aos resultados Declaratória O intérprete declara a vontade da lei Restritiva O intérprete restringe o alcance da lei, pois disse mais do que pretendia dizer Restritiva O intérprete alarga o alcance da lei, pois disse menor do que pretendia dizer. Ex: arts. 130 e 235, CP 1.2 Interpretação analógica A respeito da interpretação analógica vejamos as lições de Rogério Greco e Rogério Sanches Cunha: Interpretação analógica A interpretação analógica amplia o conteúdo da lei penal, com a finalidade de nela abranger hipóteses não previstas expressamente pelo legislador, mas que por ele foram também desejadas (Rogério Greco) O Código, atendendo ao princípio da legalidade, detalha todas as situações que quer regular e, posteriormente, permite que aquilo que a elas seja semelhante possa também ser abrangido no dispositivo É espécie do gênero interpretação extensiva O significado que se busca é extraído do próprio dispositivo, levando-se em conta as expressões abertas e genéricas utilizadas pelo legislador. Existe norma a ser aplicada ao caso concreto. Depois do exemplo, o legislador encerra de forma genérica, permitindo ao aplicador encontrar meras hipóteses (Rogério Sanches) Caracterizada pelo uso de fórmulas casuísticas e genéricas Decorre de uma lacuna da lei, de um vazio normativo Difere da interpretação extensiva porque... 1.3 Interpretação conforme a Constituição Sobre a interpretação conforme a Constituição, Rogério Greco explica que: INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL [7] Interpretação conforme a Constituição É o método de interpretação por meio do qual o intérprete, de acordo com uma concepção penal garantista, procura aferir a validade das normas mediante seu confronto com a Constituição As normas infraconstitucionais devem, sempre, ser analisadas e interpretadas de acordo com os princípios informadores da Carta Constitucional 1.4. Dúvidas na interpretação da lei penal O que fazer quando persiste a dúvida na interpretação da lei, mesmo após o emprego de todas as técnicas interpretativas? Segundo Rogério Greco, surgiram 3 (três) correntes para responder a pergunta. Vejamos: Em caso de dúvida de interpretação, esta deve pesar em prejuízo do agente(In dubio pro societate) 1ª corrente A dúvida de interpretação teria de ser resolvida pelo julgador, podendo ser contrária ou a favor ao réu 2ª corrente Havendo dúvida em matéria de interpretação, deve esta ser resolvida em benefício do agente (in dubio pro reo) – o posicionamento que prevalece 3ª corrente 2. Integração da lei penal: Analogia O conceito e as características da analogia são: Não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual é preciso socorrer-se de previsão legal empregada à outra situação similar Analogia Consiste no complexo de meios dos quais se vale o intérprete para suprir a lacuna (o vazio) do direito positivo e integrá-lo com elementos buscados no próprio direito. Nesta ótica, seu fundamento é sempre a inexistência de uma disposição precisa de lei que alcance o caso concreto IUS RESUMOS Em regra, é vedada a aplicação de analogia no direito penal, mas a doutrina entende que poderá ser utilizada desde que preenchidos certos requisitos Aplicação em benefício do réu (in bonam parte) Existência de uma efetiva lacuna legal a ser preenchida Classificação da analogia Analogia legis Utilização de outra disposição normativa para integrar a lacuna existente no ordenamento jurídico Analogia iuris Emprega um princípio geral do direito para regular um caso semelhante, também diante da inexistência da norma aplicável Analogia in bonam partem Empregada para benefício do réu, útil para evitar soluções absurdas na lei Analogia in malam partem Usada em prejuízo do réu. A aplicação de uma norma que define o ilícito penal, sanção, ou consagre occidentalia delicti (qualificadora, causa especial de aumento de pena e agravante) a uma hipótese não contemplada, mas que se assemelha ao caso típico Até o próximo IUS RESUMO! Veja esse e outros resumos esquematizados de direito Acesse www.iusresumos.com.br Siga-nos também nas redes sociais. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL [9] --- ♠ --- 3. Referências ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Manual de direito penal. 10. ed. rev. e atual. São Paulo : Saraiva, 2014. CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador: JusPODIVM, 2016. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. 17. ed. vol 1. Rio de Janeiro: lmpetus, 2015. MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral. 9. ed. rev. atual. e ampl. vol. 1. São Paulo: Método, 2015.
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