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04 - Processo Erosivo

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Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULAS DE GEOTECNIA AMBIENTAL 
PROCESSOS EROSIVOS, ASSOREAMENTO E MOVIMENTOS DE MASSA 
1º SEMESTRE DE 2013 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORES: 
RIDECI FARIAS 
HAROLDO PARANHOS 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA / DF 
MARÇO / 2013 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 2 
 
SUMÁRIO 
1.0. PROCESSO DE DINÂMICA SUPERFICIAL.................................................... 4 
1.1. PROCESSOS DINÂMICOS...................................................................................... 4 
1.1.1. Tempo, espaço e velocidade............................................................................... 4 
1.1.1.1. Tempo......................................................................................................... 4 
1.1.1.2. Taxas (velocidade) ..................................................................................... 4 
1.1.1.3. Espaço ........................................................................................................ 4 
1.2. PRINCIPAIS PROCESSOS DE DINÂMICA SUPERFICIAL................................. 4 
2.0. PROCESSOS EROSIVOS, ASSOREAMENTO E MOVIMENTOS DE MASSA
 5 
2.1. O FENÔMENO DA EROSÃO - CONCEITOS BÁSICOS ...................................... 5 
2.1.1. Erosão Superficial .............................................................................................. 5 
2.1.1.1. Erosão laminar............................................................................................ 5 
2.1.1.2. Erosão linear............................................................................................... 5 
2.1.2. Erosão subterrânea (interna ou “piping”)........................................................... 6 
2.1.3. Voçorocas........................................................................................................... 6 
2.2. EROSÕES NO DISTRITO FEDERAL ..................................................................... 9 
2.3. MODELOS DE PERDAS DE SOLO EM BACIAS HIDROGRÁFICAS.............. 10 
Onde:........................................................................................................................ 10 
3.0. MOVIMENTOS DE MASSA........................................................................... 14 
3.1. ESCORREGAMENTOS.......................................................................................... 14 
3.2. ASSOREAMENTO ................................................................................................. 15 
 
LISTA DE FOTOS 
Foto 2.1 – Voçoroca às proximidades da BR – 070 no Distrito Federal.................................... 7 
Foto 2.2 – Voçoroca no município de Planaltina/GO. ............................................................... 7 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 2.1- Nomograma de Wischmeier para obtenção do fator K, fator de erodibilidade do 
solo (Carvalho, 1994). .............................................................................................................. 13 
Figura 2.2 – Fator KLS para perda de solos x inclinação do terreno (modificado – Richardson 
e Middlebrooks, 1991). ............................................................................................................ 13 
Figura 3.1 – Escorregamentos de uma massa de solo. ............................................................. 14 
Figura 3.2 – Movimento de massa de solo............................................................................... 14 
Figura 3.3 – Movimentos de massa.......................................................................................... 15 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 3 
Figura 3.4 – Assoreamento de rios........................................................................................... 15 
Figura 3.5 – Assoreamento de canais....................................................................................... 17 
Figura 3.6 – Assoreamento de bueiros. .................................................................................... 17 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 4 
1.0. PROCESSO DE DINÂMICA SUPERFICIAL 
A dinâmica superficial é responsável pela modelagem da superfície da terra. O resultado 
dessa modelagem, a paisagem, é estudado pela Geomorfologia, ramo das Geociências 
abordado tanto pela Geologia como pela Geografia Física. 
Aqui, dar-se-á ênfase aos principais processos que ocorrem no País e suas relações com o uso 
do solo. 
1.1. PROCESSOS DINÂMICOS 
Geralmente os processos dinâmicos, em Geomorfologia, definem as ações dinâmicas ou 
eventos que envolvem a aplicação de forças sob certos gradientes. Essas ações são provocadas 
por agentes como chuva, vento, ondas, marés, rios, gelo, etc. 
Quando as forças excedem as resistências dos sistemas naturais, ocorrem modificações por 
deformações do terreno, mudanças de posição ou mudanças na estrutura química. As 
modificações podem ou não ser perceptíveis à nossa capacidade de observação, dependendo 
da velocidade do processo ou da relação de forças. 
Os processos geomorfológicos, geralmente, são complexos, refletindo não somente a inter-
relação entre as variáveis casuais (clima, geologia, morfologia, etc.), mas também a sua 
evolução no tempo. Por tanto, ao se tratar de processos deve-se sempre ter em mente a noção 
de espaço em que o processo ocorre e a sua velocidade. 
1.1.1. Tempo, espaço e velocidade 
1.1.1.1. Tempo 
Uma seqüência cumulativa de eventos, medida em incrementos iguais, por instrumentosou 
manifestação de fenômenos naturais. Portanto, o tempo move-se somente em uma direção, 
determinando a irreversibilidade dos eventos. 
1.1.1.2. Taxas (velocidade) 
Referem-se a mudanças de um parâmetro em um certo período de tempo. Por exemplo, se 
uma boçoroca avança em um ano 100m, a taxa de ocorrência de fenômeno é de 100m/ano. 
1.1.1.3. Espaço 
É uma seqüência de locações medida em incrementos iguais. Geralmente assume o espaço 
euclidiano tridimensional, com três eixos ortogonais XYZ. 
1.2. PRINCIPAIS PROCESSOS DE DINÂMICA SUPERFICIAL 
Os processos que moldam a paisagem estão relacionados às forças atuantes na superfície da 
terra. Dentre estas se destacam: 
 
a) gravidade; b) marés; c) radiação solar; d) calor. 
 
A gravidade ou o campo gravitacional terrestre é responsável pela tendência da água e do solo 
ou rocha se deslocarem dos pontos mais altos para os mais baixos. Os fundos dos mares são o 
limite para esse movimento nivelador. O efeito gravitacional do Sol e da Lua provoca as 
marés que favorecem um ataque de maior amplitude das ondas do mar sobre as costas 
continentais. 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 5 
2.0. PROCESSOS EROSIVOS, ASSOREAMENTO E MOVIMENTOS DE MASSA 
2.1. O FENÔMENO DA EROSÃO - CONCEITOS BÁSICOS 
O termo erosão tem sido basicamente utilizado para definir o desgaste dos solos e rochas por 
ação da água (erosão hídrica), do vento (erosão eólica), do gelo (erosão glacial), da neve 
(erosão nival), animais (erosão zoogênica), vegetais (erosão fitogênica) e homem (erosão 
antrópica) com desgaste, desagregação, transporte e deposição das partículas. 
O mecanismo do processo erosivo é bastante complexo em função de vários fatores 
condicionantes que podem acelerar ou retardar esse processo, tais como: geologia; 
geomorfologia; clima; atividades antrópicas; vegetação; tipos, usos e manejos dos solos e suas 
propriedades físicas e químicas; forma da encosta; entre outros. No Brasil, a erosão hídrica 
conta com um fator agravante que é o clima tropical, sendo a chuva, o fator climático de 
maior relevância na erosão dos solos. 
Segundo Vilar (1987), a erosão consiste num conjunto de processos pelos quais os materiais 
de crosta terrestre são desagregados, dissolvidos ou desgastados e transportados de um ponto 
a outro pelos agentes erosivos, tais como as geleiras, os rios, os mares, o vento ou a chuva. O 
autor relata ainda que, na erosão pela chuva, distinguem-se como agentes erosivos a gota que 
se precipita e o escoamento superficial resultante. Nesta tese será dada ênfase a erosão 
hídrica. 
Quanto à classificação, as erosões hídricas são classificadas em três tipos principais: erosão 
superficial; erosão subterrânea e ravinamento. Esta última evolui para voçoroca que, 
geralmente, é um estágio avançado da erosão superficial e/ou da erosão subterrânea. 
2.1.1. Erosão Superficial 
Este tipo de erosão é o resultado do arrancamento e arrastamento de grãos ou torrões de solo 
provocado, geralmente, pelo escoamento superficial homogêneo e difuso e/ou pela 
concentração do escoamento superficial. No caso de chuvas, o fenômeno ocorre de forma 
combinada entre o impacto das gotas da chuva e o escoamento superficial atuante, 
desagregando e transportando as partículas de solo. Dependendo da forma como ocorre o 
escoamento superficial ao longo da vertente, podem-se reconhecer dois subtipos de erosão: 
erosão laminar ou por escoamento laminar e erosão linear mais ligada a geologia local, 
podendo surgir um terceiro subtipo que é a erosão em anfiteatro. 
2.1.1.1. Erosão laminar 
A erosão laminar ocorre pela remoção uniforme do solo ao longo da vertente por um fluxo 
uniformemente distribuído. Este tipo de erosão depende diretamente da inclinação dessa 
vertente - para um mesmo material, é mais intensa para maiores declives. 
2.1.1.2. Erosão linear 
A erosão linear ocorre pela concentração do fluxo superficial no qual o poder erosivo, então 
gerado, provoca a formação de feições lineares como sulcos, ravinas ou voçorocas, à medida 
que a erosão se aprofunda no solo. 
Segundo Lima (1999), devido ao arraste das partículas mais finas na erosão laminar, ficam os 
elementos mais grosseiros formando irregularidades superficiais no solo. Conforme a autora, 
as irregularidades superficiais do solo, associadas à declividade do terreno e à intensidade das 
precipitações, obrigam o escoamento superficial a se concentrar, com potência erosiva capaz 
de provocar pequenas feições lineares, sulcos, no solo, destacando partículas em seu leito. 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 6 
2.1.2. Erosão subterrânea (interna ou “piping”) 
Este tipo de erosão geralmente ocorre quando o fluxo d’água penetra continuamente e de 
modo concentrado na massa de solo, ocasionando o carreamento de partículas, provocando a 
formação de vazios e bolsões em seu interior, e geralmente ocasionando desmoronamento. 
Alguns autores descrevem o início do fenômeno de “piping” como o instante em que as forças 
geradas pelo gradiente hidráulico superam as forças resistivas do solo, tais como: 
embricamento e atrito entre as partículas, que interferem no movimento; coesão entre os 
grãos, provenientes de atrações físico-químicas; cimentação e aglutinação por raízes. 
Geralmente há uma grande relação entre a erosão subterrânea e a voçoroca. É bastante comum 
estas ocorrerem simultaneamente, visto que a voçoroca intercepta o nível d’água ocorrendo 
um aumento do gradiente hidráulico e das forças de percolação, propiciando assim a 
instabilização e o carreamento das partículas de solo, provocando a erosão interna. 
Mortari (1994) relata que no Distrito Federal a erosão subterrânea está relacionada ao fluxo 
concentrado em aqüíferos porosos. Este fluxo origina aberturas em forma de tubos, que 
podem vir a sofrer colapsos e originar cavidades na superfície. Nestas erosões as partículas do 
solo são retiradas ao longo de todo o trecho do fluxo, tendendo a formar uma abertura 
contínua desde a zona de alimentação até a eliminação. Geralmente esta abertura origina-se 
no contato solo poroso e substrato mais impermeável, onde o fluxo se desenvolve mais 
horizontalmente, acompanhando este contato. 
Há de se destacar ainda a presença de um outro fenômeno relativo ao fluxo não concentrado 
de água no solo que ocorre principalmente junto a taludes de ravinas e voçorocas. É o 
fenômeno da esqueletização. Esse fenômeno corresponde à degradação físico-química do 
solo, sendo a física oriunda das forças de percolação e a química da alteração do solo devido 
às propriedades do fluido de percolação comprometendo a sua estabilidade. Lima (2003) 
estudou este processo de degradação para erosões do Distrito Federal. 
2.1.3. Voçorocas 
Conforme comentado,a voçoroca é um estágio avançado da erosão superficial e/ou da erosão 
subterrânea, cujo poder destrutivo local é geralmente superior às outras formas. Caracteriza-se 
pela remoção de grandes volumes de solo em curtos períodos de tempo. 
O DAEE/IPT (1990) realizou um estudo e estabeleceu dois grandes grupos principais, de 
acordo com a forma de deflagração do fenômeno, relacionando a origem do processo de 
voçorocamento: 
a) voçorocas originadas por concentração de águas superficiais; - nesta categoria estão as 
voçorocas urbanas, originadas pelo lançamento concentrado de águas servidas e águas 
pluviais, e as voçorocas rurais induzidas pelas drenagens de rodovias e ferrovias e pelo 
manejo agrícola inadequado; e 
b) voçorocas causadas por alterações hidrológicas na bacia de drenagem - neste caso a 
principal causa de erosão é o desequilíbrio hidrológico gerado pelo desmatamento que, aliado 
às condições favoráveis ao ravinamento, provoca alterações nas taxas de infiltração e no 
regime de vazões. A conseqüência é o aparecimento de “piping” e erosão remontante como 
forma de rejuvenescimento do sistema de drenagem. 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 7 
 
Foto 2.1 – Voçoroca às proximidades da BR – 070 no Distrito Federal. 
 
 
 
Foto 2.2 – Voçoroca no município de Planaltina/GO. 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 8 
 
Erosão em Planaltina / GO 
 
 
 
 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 9 
 
2.2. EROSÕES NO DISTRITO FEDERAL 
No Distrito Federal a origem de vários problemas de degradação ambiental são causadas por 
grandes voçorocas que geram o assoreamento dos cursos d’água e reservatórios. Costa (1981) 
cita que uma erosão na cidade satélite do Gama (DF) escavou em 7 anos um volume de solo e 
rocha alterada de aproximadamente 660.000 m3, significando uma média de 95.000 m3/ ano. 
Segundo Camapum de Carvalho et al. (1993), o aparecimento de erosões no Distrito Federal 
está relacionado a dois agentes erosivos principais: ação do homem e da água, os quais 
geralmente atuam associados, embora em diferentes proporções e condicionados pela 
erodibilidade do solo. 
Atualmente há vários modelos que tentam traduzir os processos evolutivos das erosões para 
as mais diversas localidades. 
Costa (1981) realizou estudos sobre as erosões na cidade do Gama (DF) e classificou dois 
tipos principais de ocorrência, a erosão laminar e as voçorocas. Com as análises do processo 
de evolução das erosões, classificou o desenvolvimento da erosão em quatro fases: 
 I - na primeira fase ocorre a formação da erosão superficial e em sulcos; 
 II - na segunda fase há o aprofundamento em seção “V” até atingir a rocha 
decomposta; 
 III - na terceira fase ocorre o desenvolvimento na rocha decomposta com escavações 
no sentido horizontal propiciando a formação de uma seção em forma de “U”; e 
 IV - na quarta fase ao nível de base da rocha sã, com alargamento de base e 
surgimento de novas erosões nos flancos. 
Mortari (1994) propôs um “Modelo Encaixado” para evolução das erosões no Distrito Federal 
como sendo fruto dos condicionantes geológico-geotécnicos e estruturais da região, 
principalmente da orientação, mergulho das camadas dos saprólitos e metassedimentos do 
domínio geológico local. 
Pelo “Modelo Encaixado”, no início do processo erosivo as voçorocas apresentam geralmente 
a forma em “V” e evoluem em profundidade, largura e extensão em função dos 
condicionantes hídricos e características geotécnicas do solo. 
O processo evolui até atingir o substrato rochoso, que na região do Distrito Federal é 
constituído em sua maioria de ardósia e metarritimitos que, face à tectônica atuante, 
apresentam seus estratos bastante inclinados, com mergulho das camadas da ordem de 40º a 
60º; 
O fluxo d’água ao atingir esse contato, tende a se “encaixar” e fluir seguindo 
aproximadamente a sua orientação e tendendo a se aprofundar, acompanhando o próprio 
mergulho das camadas menos resistentes; 
À medida que o encaixe se aprofunda, torna-se mais evidenciado, e o material vai ficando 
mais resistente, tendendo a estabilizar o fundo da erosão, com o desgaste da base passando a 
ser considerado um processo de erosão geológica normal. Este tipo de comportamento 
dificulta o meandro do canal de fundo, impedindo a erosão lateral com alargamento da base 
(forma trapezoidal) até um perfil de equilíbrio com posterior desenvolvimento de vegetação. 
No Distrito Federal, ocorrem erosões tipicamente em forma de “V” e a profundidade está 
limitada à existência de saprólitos. Nessas erosões a largura é consideravelmente pequena, 
quando comparadas com as da região sul do país. 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 10 
2.3. MODELOS DE PERDAS DE SOLO EM BACIAS HIDROGRÁFICAS 
Bordas & Semmelmann (1997), relatam que a descarga sólida produzida em uma bacia 
através das características físicas da mesma é uma via ainda pouco explorada. Trata-se de uma 
metodologia complexa, devido à grande quantidade de variáveis e fatores intervenientes no 
processo, da qual é difícil obtenção de resultados satisfatórios. Os estudos para obtenção de 
um modelo que retratasse a erosão na bacia hidrográfica iniciaram praticamente no início do 
século, mas maiores impulsos ocorreram na década de sessenta e, as pesquisas culminaram na 
Equação Universal de Perdas de Solo, conhecida como USLE (Universal Soil Loss Equation), 
definida por Wischmeier e Smith em 1978. 
Segundo Carvalho (1994), a USLE é a equação mais empregada para cálculo da erosão em 
termos médios anuais. Esta equação correspondeao produto de parâmetros básicos, 
considerando diversos fatores condicionantes. Considera ainda que foi estabelecida com base 
em dados estudados em mais de 10.000 lotes nos Estados Unidos, com distintas 
características de clima, solo, relevo e cultivo, de dimensões reduzidas e, portanto, 
submetidos, exclusivamente, a processos de erosão hídrica superficial do tipo laminar. A 
equação é dada da seguinte forma: 
 
A = R.K.L.S.C.Pc .................................................................................................................(2.1) 
 
Onde: 
A = perda de solo por unidade de área e tempo, as unidades podem ser (t/ha.ano); 
R = fator de erosividade da chuva, que expressa a capacidade erosiva da precipitação média 
anual da região, em (MJ/ha).(mm/h); 
K = fator de erodibilidade do solo que representa a capacidade do solo de sofrer erosão por 
uma determinada chuva, em (t.h /MJ.mm); 
L = fator topográfico que expressa o comprimento do declive; 
S = fator topográfico que expressa a declividade do terreno; 
C = fator que expressa o uso e manejo do solo e cultura; 
Pc = fator que expressa a prática conservacionista do solo. 
 
Segundo Baptista (1997), para estimar cada uma das variáveis da USLE, é necessária uma 
quantidade considerável de experimentos de campo, o que praticamente inviabiliza sua 
utilização para grandes áreas. O autor considera ainda que, por esta razão, torna-se necessária 
a utilização das técnicas de geoprocessamento, como alternativa ferramental para esse tipo de 
análise em escala regional. 
A USLE é empregada, com bons resultados, para pequenas áreas e uso agrícola, resultando na 
quantificação da perda de solo por erosão laminar. Quando são adotadas áreas grandes, de 
escala regional, não se pode ignorar que ao longo de uma vertente ocorrem, simultaneamente, 
os processos de erosão e de deposição, além de se observar erosão nos canais fluviais, o que 
não é previsto na metodologia da USLE e, que constituem uma limitação dessa equação na 
quantificação da erosão (Baptista, 1997). Serão comentados com mais detalhes os fatores de 
erodibilidade e de erosividade. 
A erosividade ou fator R é considerado como índice de erosão pluvial. Expressa a capacidade 
da chuva de causar erosão em uma área sem proteção, sendo também conhecido como “índice 
de Wischmeier” (Carvalho, 1994). 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 11 
Analisando a bibliografia disponível sobre erosão, percebe-se que, embora os pesquisadores 
concordem com a importância das características físicas das chuvas para se definir sua 
erosividade, eles divergem quanto ao cálculo da energia cinética associada, quanto ao valor da 
intensidade e quanto à forma de uso da freqüência e duração (Vilar, 1987). 
Entende-se por energia cinética a energia que uma gota de chuva adquire em sua queda ao se 
desprender de uma nuvem e se precipitar em direção ao solo. Essa energia é, portanto, função 
da massa e da velocidade da gota (SEPLAN, 1992). 
O índice de erosividade é obtido pela multiplicação da máxima intensidade de chuva, para 
duração de 30 minutos, com a energia cinética, conforme a Equação 2.2 que foi proposta por 
Wischmeier & Smith (1958) e, está demonstrada abaixo: 
 
30CHCIE R = ......................................................................................................................... (2.2) 
 
Onde: 
R = índice de erosividade (MJ/ha)(mm/h); 
Ec = energia cinética (MJ/ha.mm); 
ICH30 = máxima intensidade de chuva em 30 minutos de duração (mm/h). 
 
Segundo Carvalho (1994), a energia cinética pode ser calculada pela Equação 2.3. 
 
CHC 8,877.logI12,142 E += ................................................................................................ (2.3) 
 
Onde: 
Ec = energia cinética de precipitação, em (t.m/ha.mm); 
ICH = intensidade de chuva do intervalo considerado, em (mm/h). 
 
Segundo Bertoni & Lombardi Neto (1993) citados por Baptista (1997), o fator de erosividade 
é o resultado da combinação entre as energias cinéticas das gotas de chuvas, expressa pela 
Equação 2.4, onde os parâmetros são os mesmos da equação descrita por Carvalho(1994), 
citada acima. 
 
CH0,0873logI 0,119 Ec += .................................................................................................. (2.4) 
 
Onde: 
Ec = energia cinética em (MJ/ ha.mm), 
ICH = intensidede de chuva em (mm/h). 
 
Segundo Carvalho (1994), o fator R a ser adotado deve ser a média dos vários fatores R 
obtidos durante um ano. Relata também que, Wischmeier considerava o fator R como a média 
dos valores de erosividade para um período de 22 anos. Os valores de R variam de fraco a 
muito forte, conforme a escala abaixo, para unidades de (t.m/ha)(mm/h): 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
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R < 250 – erosividade fraca; 
250 < R < 500 – erosividade moderada; 
500 < R < 750 – erosividade moderada à forte; 
750 < R < 1000 – erosividade forte; 
R > 1000 – erosividade muito forte. 
 
Já a erodibilidade é um dos parâmetros que leva em conta as características do solo. Este 
parâmetro determina a maior ou menor susceptibilidade do solo a erosão. Segundo Santos 
(1997), Vilar & Prandi (1993) definem a erodibilidade de um solo como a sua aptidão para 
resistir aos esforços provenientes dos processos erosivos. 
Segundo Carvalho (1994), a determinação da erodibilidade pode ser feita experimentalmente, 
desde que se possa recolher o material erodido em tanques coletores de enxurrada e 
proveniente de uma área isolada conhecida, usando declive de 9% e comprimento de rampa 
de 25 m, sendo as áreas preparadas no sentido do declive e sem cobertura vegetal, 
consideradas como uma “parcela unitária”. O autor considera ainda que, quando estas 
condições são encontradas, os valores de L, S, PC e C são iguais a um. O valor de A pode ser 
determinado pela obtenção do material erodido e coletado nos tanques. O seu valor é igual à 
perda de solo A, por unidade de erosividade, EcICH30. 
Segundo Baptista (1997), Denardin (1990) compilou os valores de erodibilidade medidos em 
mais de trinta diferentes localidades em vários estados brasileiros e, utilizando métodos de 
regressão, em 31 tipos de solo, determinou a Equação 2.5, abaixo descrita: 
 
)(1078,3)(1016,1)(1034,8)(106,08 K 433-3 AROALOMPERM ×−×−×+×= −− .............. (2.5) 
 
Onde: 
PERM = permeabilidade codificada por Wischmeier et al. (1971); 
OM = porcentagem de matéria orgânica; 
OAL = porcentagem de óxido de alumínio, extraído por ácido sulfúrico; 
AR = porcentagem de areia. 
 
O método de Wischmeier, Figura 2.1, é um dos mais utilizados, por ser de fácil e rápida 
obtenção do parâmetro K. Este método baseia-se em um nomograma que requer algumascaracterísticas do solo como: porcentagens granulométricas dos solos, teor de matéria 
orgânica, estrutura e permeabilidade do solo e, resulta em um valor de K. 
 
Segundo Carvalho (1994), os valores de K variam de fraco a elevado, seguindo a classificação 
a seguir: 
K < 0,15 – erodibilidade fraca; 
0,15 < K < 0,30 – erodibilidade média; 
K > 0,30 – erodibilidade elevada. 
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Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
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Figura 2.1- Nomograma de Wischmeier para obtenção do fator K, fator de erodibilidade do 
solo (Carvalho, 1994). 
 
Segundo Vilar (1987), muito resta a esclarecer sobre a resistência do solo à erosão, porém, 
qualitativamente, sabe-se que os solos de comportamento granular, com partículas pequenas, 
da ordem de siltes e areias finas, apresentam grande susceptibilidade à erosão. Afirma 
também que, a erodibilidade dos solos tende a decrescer à medida que aumenta a 
possibilidade de agregação de partículas e a estabilidade das mesmas. Conclui então que, os 
solos coesivos devem apresentar uma maior resistência à erosão por solicitações externas 
devido ao escoamento e às gotas de chuva. 
Richardson and Middlebrooks (1991) citados por Holtz et al. (1997) apresentam um método 
simplificado para determinação de K, L e S em função do tipo de solo e da declividade do 
terreno, que pode ser obtido da Figura 2.2 mostrada a seguir: 
Inclinação do terreno x Fator KLS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0 5 10 15 20 25 30
Inclinação do terreno (%)
KL
S
Silte
Argila Siltosa
Argila
Areia
 
Figura 2.2 – Fator KLS para perda de solos x inclinação do terreno (modificado – Richardson 
e Middlebrooks, 1991). 
 
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3.0. MOVIMENTOS DE MASSA 
3.1. ESCORREGAMENTOS 
Consistem no movimento rápido de massas de solo ou rocha, geralmente bem definidas 
quanto ao seu volume, cujo centro de gravidade se desloca para baixo e para fora de um 
talude (natural, de corte ou aterro). 
 
Figura 3.1 – Escorregamentos de uma massa de solo. 
 
 
Figura 3.2 – Movimento de massa de solo. 
 
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Figura 3.3 – Movimentos de massa. 
3.2. ASSOREAMENTO 
Processo que consiste na acumulação de partículas sólidas (sedimentos) em meio aquoso ao 
aéreo, ocorrendo quando a força do agente transportador natural (curso d´água, vento) é 
sobrepujada pela força da gravidade ou quando a supersaturação das águas ou ar permite a 
deposição de partículas sólidas. 
 
Figura 3.4 – Assoreamento de rios. 
 
 
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Assoreamento de córrego 
 
 
 
 
 
 
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Figura 3.5 – Assoreamento de canais. 
 
Figura 3.6 – Assoreamento de bueiros.