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06 - Aterro Sanitário

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Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULAS DE GEOTECNIA AMBIENTAL 
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS / ATERROS SANITÁRIOS 
1º SEMESTRE DE 2013 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORES: 
RIDECI FARIAS 
HAROLDO PARANHOS 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA / DF 
MAIO / 2013 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 2 
 
SUMÁRIO 
1.0. DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS......................................................................... 5 
1.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 
1.2. CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................ 5 
1.2.1. Lixo ou resíduo................................................................................................... 5 
1.2.2. Resíduo sólido .................................................................................................... 5 
1.3. CAUSAS DO AUMENTO DOS PROBLEMAS COM RESÍDUOS SÓLIDOS...... 5 
1.3.1. Situação no Brasil............................................................................................... 6 
1.4. DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL................. 6 
1.5. DISPOSIÇÃO FINAL DO LIXO NO BRASIL ........................................................ 7 
1.6. COMPOSIÇÃO MÉDIA DO LIXO NO BRASIL .................................................... 7 
2.0. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS................................................................ 8 
2.1. QUANTO À PERICULOSIDADE............................................................................ 8 
3.0. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS................................................................ 9 
3.1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA................................. 9 
3.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ORIGEM.............................................................. 9 
3.2.1. Domiciliar........................................................................................................... 9 
3.2.2. Comercial ........................................................................................................... 9 
3.2.3. Varrição e feiras-livres ....................................................................................... 9 
3.2.4. Serviços de saúde e hospitalares ...................................................................... 10 
3.2.5. Portos, aeroportos e terminais rodoviários ....................................................... 10 
3.2.6. Industriais ......................................................................................................... 10 
3.2.7. Agrícolas .......................................................................................................... 10 
3.2.8. Entulhos............................................................................................................ 10 
3.2.9. Rejeitos de mineração ...................................................................................... 11 
4.0. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS........................................................... 11 
4.1. CONCEITO.............................................................................................................. 11 
4.2. PRINCIPAIS OBJETIVOS...................................................................................... 11 
4.3. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES................................................................... 11 
4.4. RESPONSABILIDADE PELO GERENCIAMENTO ............................................ 11 
4.5. CICLO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS "DA GERAÇÃO À 
DISPOSIÇÃO"..................................................................................................................... 12 
5.0. TRATAMENTO DOS RESÍDUOS.................................................................. 13 
5.1. TIPOS DE TRATAMENTO.................................................................................... 13 
5.1.1. Triagem ou segregação de materiais ................................................................ 13 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 3 
5.1.1.1. Definição .................................................................................................. 13 
5.1.1.2. Compostagem........................................................................................... 13 
5.1.1.3. Reciclagem ............................................................................................... 13 
5.1.1.4. Incineração ............................................................................................... 13 
6.0. FORMAS DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS................................................. 14 
6.1. ATERROS SANITÁRIOS....................................................................................... 14 
6.1.1. Configuração .................................................................................................... 14 
6.2. ATERRO CONTROLADO ..................................................................................... 16 
6.3. LIXÕES.................................................................................................................... 16 
6.4. ASPECTOS OPERACIONAIS................................................................................ 17 
6.5. ESTUDO PARA SELEÇÃO DE LOCAIS.............................................................. 18 
6.5.1. Aspectos gerais................................................................................................. 18 
6.5.1.1. Fundamentos ............................................................................................ 18 
6.5.1.2. Objetivo.................................................................................................... 18 
6.5.1.3. Atividades técnicas................................................................................... 18 
6.5.1.4. Etapas para seleção de locais ................................................................... 19 
6.5.1.5. Problemas induzidos pela instalação não-criteriosa de aterros ................ 19 
6.5.2. Etapas para seleção de locais ...........................................................................21 
6.5.2.1. Etapa 1: identificação de áreas potenciais................................................ 21 
6.5.2.2. Etapa 2: identificação de locais preferenciais .......................................... 21 
6.5.2.3. Etapa 3: viabilização de locais ................................................................. 22 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1.1 – Porcentagem de municípios que fazem a destinação final dos resíduos................ 6 
Figura 1.2 – porcentagem de municípios brasileiros e a forma de disposição de resíduos 
sólidos......................................................................................................................................... 7 
Figura 4.1 – ciclo básico para programas de gerenciamento de resíduos sólidos. ................... 12 
Figura 5.1 – Processo de incineração. ...................................................................................... 14 
Figura 6.1 – Sistema básico de um aterro sanitário.................................................................. 15 
Figura 6.2 – Vista de aterro sanitário. ...................................................................................... 16 
Figura 6.3 – Vista de aterro sanitário. ...................................................................................... 16 
Figura 6.4 – Vista de aterro sanitário. ...................................................................................... 16 
Figura 6.5 – Vista de aterro sanitário. ...................................................................................... 16 
Figura 6.6 – Vista de lixão. ...................................................................................................... 17 
Figura 6.7 – Vista de lixão. ...................................................................................................... 17 
Figura 6.8 – Vista de lixão. ...................................................................................................... 17 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 4 
Figura 6.9 – Vista de lixão. ...................................................................................................... 17 
 
 
 
Principais sites consultados: 
 
https://sites.google.com/site/xavierbiologia/Home/colegio-tecla-1/aulas-do-6-ano 
http://www.vaniadiniz.pro.br/espaco_ecos/colunas/coluna_michele/putz_grila.htm 
http://aplicandociencias.blogspot.com.br/2012/09/aterro-sanitario.html 
http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=204083 
http://limpebrasedescartados.blogspot.com.br/2008/10/fotos-do-aterro-sanitrio-de-
uberlndia.html 
http://www.paranaemdebate.com/?p=33 
 
 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 5 
1.0. DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS 
1.1. INTRODUÇÃO 
Tem-se que a disposição de resíduos é um dos principais problemas dos centros urbanos, 
principalmente em metrópoles e grandes cidades, isso devido à falta de espaços físicos 
adequados para sua disposição, aliado ao aumento cada vez maior da quantidade de resíduos 
produzidos. 
Além disso, a contaminação da água e do solo por substâncias altamente tóxicas provenientes 
de lixões, constitui-se um problema ambiental que diminui a quantidade e a qualidade de água 
potável disponível à população. 
Nesse sentido, o estudo do meio físico para selecionar áreas adequadas à disposição de 
resíduos, o monitoramento permanente de lixões e aterros sanitários e a caracterização de 
locais contaminados são essenciais para a qualidade de vida em qualquer cidade. 
Assim, ao se iniciar o estudo do tópico Disposição de Resíduos é necessário ver alguns 
conceitos a respeito desse tema. 
1.2. CONCEITOS BÁSICOS 
1.2.1. Lixo ou resíduo 
São os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, 
indesejáveis ou descartáveis. Normalmente, apresentam-se sob estado sólido, semi-sólido ou 
semilíquido (com conteúdo líquido insuficiente para que este possa fluir livremente). (ABNT, 
1987). 
1.2.2. Resíduo sólido 
Resíduos nos estados sólido ou semi-sólido, que resultam das atividades da comunidade de 
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam 
incluídos nesta definição os lodos provenientes de estações de sistemas de tratamento de água, 
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como 
determinados líquidos cujas particularidades torne inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou corpos d’água, ou exigem, para isso, soluções técnica e economicamente 
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível" (ABNT, 1987) 
1.3. CAUSAS DO AUMENTO DOS PROBLEMAS COM RESÍDUOS SÓLIDOS 
O aumento dos problemas associados a resíduos sólidos é ocasionado, em geral, pelos 
seguintes fatores (modificado de Proin/Capes & Unesp/ICGE, 1999): 
a) Processo de urbanização: a migração do campo para as cidades ocasiona a concentração 
populacional em centros urbanos, contribuindo para o agravamento dos problemas com 
resíduos devido ao aumento da produção de resíduos e a falta de locais adequados para sua 
disposição; 
b) Aumento populacional e o conseqüente aumento da produção de resíduos; 
c) Industrialização: os processos industriais geram produtos em velocidade cada vez maior, 
contribuindo para o aumento da produção de resíduos, seja durante o processo de fabricação, 
seja pelo estímulo ao consumo; 
d) Periculosidade dos novos resíduos; 
e) Estilo da produção em massa e do descartável; 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 6 
1.3.1. Situação no Brasil 
No Brasil o problema com resíduos sólidos são agravados pelos seguintes fatores: 
a) Gerenciamento pouco ordenado: deficiência de uma estrutura pública e privada responsável 
pelos resíduos, desde sua geração até sua destinação final, que caracterize os resíduos e 
determine seu destino, de acordo com suas características; 
b) Dados básicos inexistentes: poucos trabalhos e estudo sobre a caracterização do meio 
físico, destinados a disposição de resíduos; e poucas informações sobre os resíduos 
produzidos nas diferentes empresas; 
c) Disposição em lixões/aterros controlados: uso de técnicas inadequadas de deposição de 
resíduos, sendo que na maioria dos casos não existenenhum controle sobre o local de 
despejo; 
d) Baixa utilização de tratamentos intermediários: poucos incentivos a programas de 
reciclagem e de mercado e de infra-estrutura para a utilização de produtos recicláveis. 
1.4. DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL 
Segundo Heitzmann Jr. (1999), "a grande maioria das cidades e dos municípios brasileiros 
possui uma coleta regular de lixo doméstico, mas não necessariamente uma correta disposição 
final de seus resíduos". 
Ainda segundo o autor citado, somente 18% de todos os municípios realizam técnicas de 
manejo do lixo, pela incineração, reciclagem e deposição segura em aterros sanitários. Os 
outros 82 % depositam seus resíduos em locais irregulares, denominados de lixões. 
A Figura 1.1 apresenta a porcentagem de municípios que fazem a destinação final dos 
resíduos de forma adequada ou não, segundo Relatório do Banco Mundial para a América 
Latina, realizado em 1990 (Proin/Capes & Unesp/ICGE, 1999). 
 
Figura 1.1 – Porcentagem de municípios que fazem a destinação final dos resíduos. 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 7 
 
Destaca-se nessa figura a porcentagem de municípios que realizam a destinação final de seus 
resíduos de forma adequada na região norte (21,5%) e da região sul (23,4%), e inadequada na 
região nordeste (99%). Mesmo assim, em 1990 o quadro brasileiro sobre a disposição de 
resíduos deixa a desejar, e demonstra o baixo interesse de autoridades, do poder público e da 
sociedade com esse problema ambiental que causa tantos prejuízos à qualidade de vida. 
Atualmente, o quadro apresenta melhoras, principalmente devido ao estabelecimento de uma 
legislação mais severa a respeito de resíduos e à fiscalização por órgãos ambientais públicos, 
como é o caso da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb), no Estado de 
São Paulo. 
1.5. DISPOSIÇÃO FINAL DO LIXO NO BRASIL 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1991) apud IPT (1995), os 
resíduos sólidos são depositados em 76% dos municípios brasileiros a céu aberto. Esse é mais 
um dado relevante quanto ao baixo tratamento adequado dos resíduos no Brasil no início da 
década de 90. 
A Figura 1.2 ilustra a porcentagem de municípios brasileiros e a forma de disposição de 
resíduos sólidos. 
 
Figura 1.2 – porcentagem de municípios brasileiros e a forma de disposição de resíduos 
sólidos. 
 
Assim, verifica-se que no Brasil, existe um campo promissor para trabalhos e estudos 
voltados a resíduos, principalmente aqueles relacionados à Geociências. 
A grande maioria dos municípios brasileiros deposita seus resíduos de forma inadequada, 
necessitando de uma caracterização do meio físico direcionada à seleção de locais para sua 
correta disposição. 
1.6. COMPOSIÇÃO MÉDIA DO LIXO NO BRASIL 
A Tabela 1.1 apresenta a composição média do lixo no Brasil (IPT, 1995). 
 
 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 8 
Tabela 1.1 - Composição média do lixo no Brasil (IPT, 1995). 
Material Porcentagem 
Vidro 3% 
Metal 4% 
Plástico 3% 
Papel 25% 
Outros * 65% 
 
*Outros: resíduos orgânicos (restos de animais mortos, de alimentos e de podas de árvores e 
mato), rejeitos inertes de difícil reciclagem (entulho, por exemplo), lixo hospitalar e outros 
resíduos domésticos variados (óleos, lubrificantes, tintas, pesticidas, etc). 
Pela análise dessa tabela, observa-se que cerca de 35% do lixo produzido no Brasil 
é potencialmente utilizável para reciclagem, o que diminuiria bastante o volume de 
material que vai para os lixões e aterros sanitários. 
2.0. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS 
2.1. QUANTO À PERICULOSIDADE 
A disposição de resíduos diretamente nos solos foi por anos considerada uma prática 
aceitável, pois, acreditava-se que os produtos gerados pelos resíduos, denominados de 
percolados, eram completamente dissolvidos no solo, não apresentando uma ameaça de 
contaminação (Bernades Jr., Sabagg & Ferrari, 1999). 
A partir dos anos 50, alguns países começaram a dar mais importância para a contaminação 
da água subterrânea, e conseqüentemente estudos foram desenvolvidos nesse campo. Como 
resultado, os resíduos foram classificados em duas categorias: perigosos e não perigosos 
(Bernades Jr., Sabagg & Ferrari, 1999). 
A necessidade de caracterizar os resíduos para determinar seu destino final tornou-se 
essencial, principalmente para evitar sua disposição em locais inadequados, que possam 
causar contaminação do meio ambiente. 
Nesse contexto, os resíduos são caracterizados para determinar sua periculosidade. 
A Norma Técnica Brasileira (NBR 10.004) conceitua a periculosidade de um resíduo como 
uma "característica apresentada por um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, 
químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar: 
a) risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de 
mortalidade por incidência de doenças, e ou; 
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma 
inadequada". 
A periculosidade dos resíduos depende, em geral, dos seguintes fatores (Proin/Capes & 
Unesp/IGCE, 1999): 
a) Natureza (inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade); 
b) Concentração ; 
c) Mobilidade; 
d) Persistência e bioacumulação; 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 9 
e) Degradação. 
No Brasil, os resíduos são classificados quanto à periculosidade, segundo a Norma Técnica 
NBR 10.004, da seguinte maneira (Tabela 1.2): 
 
Tabela 2.1 - Classificação quanto à periculosidade (NBR 10.004). 
Resíduos Classe I 
(Perigosos) 
Apresentam risco à saúde pública ou ao ambiente, 
caracterizando-se por terem uma ou mais das 
seguintes propriedades: inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade, toxicidade e 
patogenicidade. 
Resíduos Classe II 
(Não-inertes) 
Podem ter propriedades como combustibilidade, 
biodegradabilidade ou solubilidade, porém não se 
enquadram como resíduo I ou III. 
Resíduos Classe III 
(Inertes) 
Não têm nenhum dos seus constituintes solubilizados 
em concentrações superiores aos padrões de 
potabilidade de águas. 
3.0. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS3.1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
Uma das formas mais simples de classificação de resíduos é quanto à composição química, 
classificando-os como: 
a) Orgânicos: restos de alimentos, de animais mortos, de podas de árvores e matos, entre 
outros; 
b) Inorgânicos: vidro, plástico, papel, metal, entulho, entre outros. 
3.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ORIGEM 
3.2.1. Domiciliar 
Origem: originados da vida diária nas residências; 
Conteúdo: restos de comida, cascas de alimentos, produtos deteriorados, verduras, jornais e 
revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e, ainda, grande 
diversidade de outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos; 
Disposição final: disposição em aterro sanitário (coleta pelo poder público). 
3.2.2. Comercial 
Origem: originados nos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como 
supermercados, bancos, sapatarias, bares, etc. 
Conteúdo: tem forte componente de papel, plásticos, embalagens diversas, e resíduos de 
asseio dos funcionários, tais como papéis-toalha, papel higiênico, etc. 
3.2.3. Varrição e feiras-livres 
Origem: aqueles originados nos diversos serviços de limpeza pública urbana, incluindo os 
resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, limpeza de galerias, de córregos e 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 10 
de terrenos, restos de podas de árvores, corpos de animais, etc; e os de limpeza de áreas de 
feiras-livres; 
Conteúdo: constituídos por restos vegetais diversos, embalagens, etc.; 
Disposição final: disposição em aterro sanitário (coleta pelo poder público). 
3.2.4. Serviços de saúde e hospitalares 
Origem: resíduos sépticos produzidos em serviços de saúde, tais como hospitais, clínicas, 
laboratórios, farmácias, etc.; 
Conteúdo: resíduos sépticos: os que contêm ou potencialmente podem conter germes 
patogênicos. Constituídos de seringas, gazes, órgãos removidos, meios de culturas e cobaias, 
remédios com validade vencida, filmes fotográficos de raio x, etc. Os resíduos não-sépticos 
destes locais (papéis, restos da preparação de alimentos, pós de varrição, etc.) que não 
entraram em contato direto com os pacientes ou com os resíduos sépticos, são considerados 
como domiciliares; 
Disposição final: disposição em aterros de resíduos perigosos (preferencialmente devem 
sofrer tratamento por incineração). 
3.2.5. Portos, aeroportos e terminais rodoviários 
Conteúdo: constituem-se de materiais de higiene e asseio pessoal, que podem veicular 
doenças provenientes de outros países. Os resíduos não-sépticos destes locais, são 
considerados como domiciliares. 
3.2.6. Industriais 
Origem: originados nas atividades dos diversos ramos da indústria, nessa categoria incluem-se 
grande maioria do lixo considerado tóxico. 
Conteúdo: cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, 
borracha, metal, escórias, vidros e cerâmicas, etc. 
Disposição final: disposição em aterro de resíduos industriais (resíduos classe I e II). 
3.2.7. Agrícolas 
Origem: resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária. Apresentam tipologia 
diversificada. 
Conteúdo: embalagens de defensivos agrícolas, restos de criatórios intensivos (produtos 
veterinários, restos de processamento, estrume, etc.), bagaço de cana, laranja, etc. 
3.2.8. Entulhos 
Origem: São os resíduos da construção civil; 
Conteúdo: Constituem-se de demolições e restos de obras, solos de escavações diversas, etc. 
Trata-se, geralmente, de materiais inertes, passíveis de reaproveitamento; 
Disposição final: disposição em aterros de inertes (classe III); 
Impactos: a) Ocupa lugar nos aterros; b) Lançamentos clandestinos que provocam 
assoreamento de rios e córregos; c) Desperdício de matéria-prima. 
Exemplos: São Paulo: 2.000 t/dia; Belo Horizonte: 900 t/dia; Campinas: 800 t/dia 
Rideci Farias. Haroldo Paranhos. 
Engenheiro Civil e Geotécnico, D. Sc. Engenheiro Civil e Geotécnico, M. Sc. 
CREA/ PA 9736 – D. CREA/DF 9649 – D. 
Geotecnia Ambiental – 1º Semestre de 2013 11 
3.2.9. Rejeitos de mineração 
Origem: resíduos resultantes dos processos de mineração em geral (lavra, pré-processamento, 
etc). 
Disposição final: 
a) Disposição em aterros de inertes (classe III); 
b) Disposição em aterro de resíduos industriais (classe I e II). 
4.0. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS 
4.1. CONCEITO 
É o conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento, que 
o administrador desenvolve, baseado em critérios sanitários, ambientais e econômicos, para 
coletar, tratar e dispor o lixo de sua cidade/empresa" (Proin/Capes & Unesp/ICGE, 1999). 
4.2. PRINCIPAIS OBJETIVOS 
a) Não gerar; 
b) Minimizar a geração; 
c) Reciclar; 
d) Tratar; 
e) Dispor adequadamente. 
4.3. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 
a) Objetivos: redução volumétrica e da periculosidade; 
b) Considera aspectos econômicos e ambientais; 
c) Renda apenas abate desembolsos; 
d) Sempre haverá resíduo a ser aterrado. 
4.4. RESPONSABILIDADE PELO GERENCIAMENTO 
A responsabilidade pelo lixo produzido em uma cidade varia de acordo com o tipo de resíduo. 
A tabela a seguir ilustra de quem é a responsabilidade por cada tipo de lixo (IPT, 1995). 
Tabela 4.1 – Responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de lixo. 
TIPO DE LIXO RESPONSÁVEL 
Domiciliar Prefeitura 
Comercial Prefeitura 
Público Prefeitura 
Serviços de Saúde Gerador (hospitais, etc.) 
Industrial Gerador (indústrias) 
Portos, aeroportos e terminais ferroviários e 
rodoviários 
Gerador (portos, etc.) 
Agrícola Gerador (agricultor) 
Entulho Gerador * 
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Rejeito de Mineração Gerador 
Obs.: (*) a Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 
kg), e de acordo com a legislação municipal específica. 
4.5. CICLO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS "DA GERAÇÃO À 
DISPOSIÇÃO" 
O ciclo do gerenciamento de resíduos abrange as atividades desenvolvidas da geração à 
disposição final. 
O processo inicia-se com a coleta, considerando os diferentes tipos de fontes (domésticas, 
industriais, hospitalares, etc). A coleta pode ser seletiva, onde os materiais são destinados à 
reciclagem, ou pode ser realizada simplesmente pelo transporte dos resíduos até os locais de 
disposiçãofinal ou de tratamentos (incineração, compostagem, separação, etc). 
Do processo de tratamento são recuperados alguns materiais destinados à reciclagem ou ao 
reuso em determinadas atividades, e produzidos novos resíduos, que são conduzidos à 
disposição em aterros sanitários. 
Os materiais da reciclagem fecham o ciclo, alimentando as diferentes fontes de resíduos. 
O ciclo básico para programas de gerenciamento de resíduos sólidos segue as fases 
apresentadas na Figura 4.1 (modificado de Cunha & Consoni, 1995). 
 
 
Figura 4.1 – ciclo básico para programas de gerenciamento de resíduos sólidos. 
 
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5.0. TRATAMENTO DOS RESÍDUOS 
5.1. TIPOS DE TRATAMENTO 
5.1.1. Triagem ou segregação de materiais 
5.1.1.1. Definição 
Consiste na separação manual de materiais provenientes de resíduos, para definir a 
possibilidade de utilização dos mesmos para outro fins, como por exemplo para reciclagem. 
A triagem somente é realizada em resíduos sólidos que podem ser reutilizados para alguma 
finalidade. 
5.1.1.2. Compostagem 
Processo biológico pelo qual a matéria orgânica existente nos resíduos é convertida em outra, 
mais estável, pela ação de microorganismos já presentes no próprio resíduo ou adicionados 
por meio de inoculantes. 
Para realização da compostagem deve-se separar os materiais orgânicos dos outros tipos de 
resíduos, sendo somente economicamente vantajoso, se a matéria orgânica for coletada 
separadamente (Keller, 2000). 
 
O QUE SE PODE COMPOSTAR? 
a) Biodegradáveis: papel, folhas, restos de alimentos, etc. 
b) Recalcitrantes: borracha, couro, tecido, madeira, etc. 
c) Não-degradáveis: plástico, vidro, metais, etc. 
5.1.1.3. Reciclagem 
Processo de recuperação e transformação em novos produtos, de materiais de difícil 
decomposição como metais, vidros e plásticos" (Philippi Jr., 1999). Pode-se também 
acrescentar os materiais de fácil reaproveitamento, como por exemplo o papel. 
A reciclagem pode ser destinada a produção de materiais semelhantes aos originais, como é o 
caso de garrafas de vidro produzidas a partir do vidro de outras garrafas, ou ainda, para 
produção de materiais diferentes dos originais, como por exemplo bancos de jardim e objetos 
de gramados produzidos de garrafas plásticas (Murck, Skinner & Porter, 1996). 
5.1.1.4. Incineração 
Processo de combustão, sob condições controladas, com enriquecimento de 50 a 150% de O2 
em relação ao ar, produzindo a completa oxidação/destruição das moléculas do resíduo pelo 
oxigênio. 
As temperaturas do processo de incineração são de 900 a 1.000 ºC, reduzindo o volume do 
material em 75 a 95% (Keller, 2000). 
 
a) Vantagens: 
- Redução volumétrica; 
- Não geração de efluentes líquidos; 
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- Destruição de substâncias é dependente de sua estabilidade térmica e não da periculosidade 
dos resíduos; 
- Possibilidade de recuperação energética. 
 
b) Desvantagens: 
- Elevado custo inicial; 
- Mão-de-obra especializada; 
- Problemas operacionais e de manutenção; 
- Controle de emissões: polêmica nacional quanto à dioxinas e furanos. 
 
Figura 5.1 – Processo de incineração. 
6.0. FORMAS DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS 
6.1. ATERROS SANITÁRIOS 
Entende-se por aterro sanitário o processo de disposição final de resíduos sólidos, 
principalmente do lixo domiciliar, baseado em critérios de engenharia e normas operacionais 
específicas. Estas normas e critérios permitem a confinação segura do lixo, em termos de 
controle da poluição ambiental e proteção ao meio ambiente. 
6.1.1. Configuração 
Os aterros sanitários apresentam em geral a seguinte configuração: setor de preparação, setor 
de execução e setor concluído. Alguns aterros desenvolvem esses setores concomitantes em 
várias áreas, outros de menor porte desenvolvem cada setor de cada vez. 
Na preparação da área são realizados, basicamente, a impermeabilização e o nivelamento do 
terreno, as obras de drenagem para captação do chorume (ou percolado) para conduzí-lo ao 
tratamento, além das vias de circulação. As áreas limítrofes do aterro devem apresentar uma 
cerca viva para evitar ou diminuir a proliferação de odores e a poluição visual. 
Na execução os resíduos são separados de acordo com suas características e depositados 
separadamente. Antes de ser depositado todo o resíduo é pesado, com a finalidade de 
acompanhamento da quantidade de suporte do aterro. Os resíduos que produzem material 
percolado são geralmente revestidos por uma camada selante. 
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Atingida a capacidade de disposição de resíduos em um setor do aterro, esse é revegetado, 
com os resíduos sendo então depositados em outro setor. Ao longo dos trabalhos de 
disposição e mesmo após a conclusão de um setor do aterro, os gases produzidos pela 
decomposição do lixo devem ser queimados e os percolados devem ser captados. Os gases 
gerados também podem ser utilizados para geração de energia. Em complemento, também 
devem ser realizadas obras de drenagem das águas pluviais. 
Os setores concluídos devem ser objeto de contínuo e permanente monitoramento para avaliar 
as obras de captação dos percolados e as obras de drenagem das águas superficiais, avaliar o 
sistema de queima dos gases e a eficiência dos trabalhos de revegetação. Nesse sentido, 
segundo IPT (1995), as seguintes técnicas de monitoramento são geralmente utilizadas: 
piezometria, poços de monitoramento, inclinômetro, marcos superficiais e controle da vazão. 
A Figura 6.1 ilustra um esquema de aterro sanitário (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999). 
 
 
Figura 6.1 – Sistema básico de um aterro sanitário. 
 
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Figura 6.2 – Vista de aterro sanitário. 
 
Figura 6.3 – Vista de aterro sanitário. 
 
Figura 6.4 – Vista de aterro sanitário. 
 
Figura 6.5 – Vista de aterro sanitário. 
 
6.2. ATERRO CONTROLADO 
Com o objetivo de amenizar os depósitos a céu aberto, foram criados os aterros controlados, 
uma categoria intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente, ele é uma célula 
próxima ao lixão, que foi remediada, ou seja, que recebeu cobertura de grama e argila. 
Tem-se, de uma forma geral, que a nomenclatura mais adequada seria “lixão controlado”. 
Nesta situação, há uma contenção do lixo que, depois de lançado no depósito, é coberto por 
uma camada de terra. Este sistema minimiza o mau cheiro e o impacto visual, além de evitar a 
proliferação de insetos e animais. Porém, não há impermeabilização de base (o que evitaria 
que o material contamine o solo e o lençol d’água), nem sistema de tratamento do chorume ou 
do biogás. 
6.3. LIXÕES 
Ao contrário do aterro sanitário, os lixões não atendem nenhuma norma de controle. O lixo é 
disposto de qualquer maneira e sem nenhum tratamento, o que acaba causando inúmeros 
problemas ambientais. 
O lixo a céu aberto atrai ratos que têm a sua capacidade reprodutiva aumentada devido à 
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disponibilidade abundante de alimentos. 
Esses animais são transmissores de inúmeras doenças, tais como raiva, meningite, 
leptospirose e peste bubônica. 
Outro sério problema causado pelos lixões é a contaminação do solo e do lençol freático, caso 
exista um no local, pela ação do chorume, líquido de cor negra característico de matéria 
orgânica em decomposição. 
Além disto, estes lugares dão acesso para as pessoas carentes que acabam contraindo várias 
doenças. 
 
 
Figura 6.6 – Vista de lixão. 
 
Figura 6.7 – Vista de lixão. 
 
Figura 6.8 – Vista de lixão. 
 
Figura 6.9 – Vista de lixão. 
 
6.4. ASPECTOS OPERACIONAIS 
Nos aspectos operacionais de um aterro sanitário estão envolvidos os seguintes fatores: 
a) Tráfego; 
b) Espalhamento de Materiais; 
c) Ruídos e Odores; 
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d) Proliferação de Vetores; 
e) Frente de Operação; 
f) Manutenção das Estruturas; 
g) Monitoramento Ambiental; 
 
Esses fatores devem ser continuamente monitorados, pois eles podem mudar de situação 
conforme o desenvolvimento do aterro. 
6.5. ESTUDO PARA SELEÇÃO DE LOCAIS 
Os estudos para seleção de locais para disposição de resíduos deve envolver uma equipe 
multidisciplinar para considerar, desde parâmetros relacionados ao meio físico e ao meio 
biológico, até aspectos sociais, econômicos e imobiliários. 
Nesse sentido, Cunha e Consoni (1995) definem 5 etapas que devem ser realizadas em 
estudos para seleção de locais de disposição, que são as seguintes: 
a) Diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos na região de estudo e prognóstico da 
situação futura; 
b) Estudo geológico-geotécnico e ambiental para seleção de áreas; 
c) Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima); 
d) Projeto de viabilidade técnica e econômica do aterro; e, 
e) Estudo e definição de órgão gestor do empreendimento. 
6.5.1. Aspectos gerais 
6.5.1.1. Fundamentos 
a) Garantia da estabilidade dos locais usados para disposição de resíduos; 
b) Verificação da migração de contaminantes a partir dos locais de disposição de resíduos 
6.5.1.2. Objetivo 
a) Proteção do meio ambiente a partir do uso de técnicas e métodos para selecionar área 
adequada para disposição dos resíduos, de acordo com sua periculosidade e características 
intrínsecas; 
b) Determinar critérios para seleção de áreas, de acordo com as características e 
possibilidades sócio-econômicas do município. 
6.5.1.3. Atividades técnicas 
a) Identificação e caracterização dos condicionantes geológicos, hidrogeológicos e 
geomorfológicos; 
b) Escolha do local de disposição e execução das investigações geológicas, geotécnicas e 
hidrogeológicas; 
c) Definição dos dispositivos de contenção e de coleta dos percolados; 
d) Definição dos tratamentos prévios dos resíduos, dos métodos e do projeto de disposição; 
e) Implementação e acompanhamento do monitoramento operacional e pós-operacional. 
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6.5.1.4. Etapas para seleção de locais 
 Tabela 6.1 – Orientações básicas para escolha de locais adequados. 
Menores Gastos com Preparo Cortes, aterros, drenagem, 
impermeabilização, infra-estrutura. 
Menores Riscos Ambientais Local menos frágil, garantia de barreiras 
naturais à migração de poluentes, recursos 
naturais impactados serão de menor 
expressão, menor oposição popular. 
Menor Custo Operacional Disponibilidade de materiais de uso no 
empreendimento (solo, cascalho, etc.), 
sistemas de monitoramento menos 
complexos, uso das forças naturais : lei da 
gravidade. 
 
6.5.1.5. Problemas induzidos pela instalação não-criteriosa de aterros 
Tabela 6.2 – Contaminação das águas subterrâneas. 
ORIGEM CAUSAS 
Falha na Impermeabilização da Base 
(Aterro/Lagoa de Tratamento de Chorume) 
a) impermeabilização (solo/rocha) 
incompatível com os percolados; 
b) má compactação. 
Recalques (Aterro/Lagoa de Tratamento de 
Chorume) 
a) solo natural com propriedade inadequada 
b) recalques devido às alterações (carga, 
aumento da umidade, agressão ao solo, etc). 
Elevação do Nível d´Água Acima da Base do 
Aterro 
a) dados de projeto insuficientes (nível 
piezométrico, pluviometria, vazões, etc). 
b) dimensionamento inadequado do sistema 
de drenagem. 
 
 
Tabela 6.3 – Potencialização de processos do meio físico. 
ORIGEM CAUSAS 
Escorregamentos/Erosão a) cortes com altos ângulos nas encostas; 
b) não consideração da atitude de estruturas 
(por ex., foliação ou fraturamento); 
c) supressão da vegetação; 
d) má compactação dos aterros e má 
disposição dos resíduos. 
Assoreamento a) erosão dos locais de solos expostos; 
b) carreamento de partículas em razão de 
insuficiências de sistemas de drenagem;c) supressão da vegetação. 
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Tabela 6.4 – Conflitos de uso e ocupação. 
ORIGEM CAUSAS 
Restrições Ambientais a) utilização de áreas com restrições 
ambientais diversas (APAs, áreas de 
mananciais e outras Unidades de 
Conservação). 
Desconforto à População a) proximidades de núcleos populacionais / 
habitações; 
b) problemas advindos de má operação 
(odores, moscas, etc); 
c) sobrecarga da infra-estrutura local; 
d) subestimação da expansão urbana. 
 
Tabela 6.5 – Elevação de custos. 
ORIGEM CAUSAS 
Desapropriações a) necessidade de desapropriação de áreas de 
terceiros, devido à inexistência de áreas do 
empreendedor, aptas às instalações do aterro; 
b) necessidade de remoção de pessoal, com 
possíveis indenizações. 
Implantação a) necessidade de medidas de engenharia 
para a correção de deficiências naturais do 
local escolhido; 
b) deficiência de materiais de empréstimo e 
de construção; 
c) necessidade de infra-estrutura (estradas, 
energia elétrica, etc); 
d) necessidade de detalhamentos de estudos 
mal realizados anteriormente. 
Operação e Encerramento a) ausência de solo adequado para a 
cobertura dos resíduos; 
b) grandes distâncias a serem percorridas 
diariamente no transporte dos resíduos, entre 
a área geradora e o local de disposição; 
c) escolha de local com baixa vida útil; 
d) ações corretivas para eventuais problemas 
na operação; 
e) sistemas de monitoramento necessários 
conforme o local escolhido. 
 
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6.5.2. Etapas para seleção de locais 
A seleção de áreas para disposição de resíduos deve seguir critérios técnicos estabelecidos por 
uma equipe multidisciplinar. 
A seguir são apresentadas as etapas para seleção de locais para instalação de um aterro 
sanitário. 
6.5.2.1. Etapa 1: identificação de áreas potenciais 
a) Definir 
a.1) Critérios de Exclusão ou Pesos Diferenciados 
- Áreas Recomendadas; 
- Áreas Recomendadas com Restrição; 
- Áreas Não-Recomendadas. 
 
a.2) Vida Útil - relacionar o tamanho do local com: 
- População; 
- Características do resíduo e do sistema de gerenciamento; 
- Tipo de obra. 
 
b) Analisar 
- Aspectos do Meio Físico 
- Aspectos do Meio Biológico 
- Aspectos Sociais 
- Aspectos Econômicos 
- Aspectos da Legislação 
- Aspectos do Gerenciamento de Resíduos 
6.5.2.2. Etapa 2: identificação de locais preferenciais 
a) Atividades 
- Identificação dos Locais nas Áreas Recomendadas 
- Consulta Formal aos Órgãos Competentes 
 
b) Analisar 
- Geologia-Geotecnia: principais características do meio físico ante os processos atuantes e a 
obra a instalar. 
- Águas Superficiais e Subterrâneas: profundidade do lençol, manancial de interesse ao 
abastecimento. 
- Solos: tipos, distribuição e espessuras. 
- Declividade Adequada 
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- Distâncias: núcleos de habitações, cursos d’água, etc. 
- Material de Empréstimo: disponibilidade e características (impermeabilização/cobertura) 
6.5.2.3. Etapa 3: viabilização de locais 
a) Levantamentos de detalhe 
- Infra-Estrutura: acessos, energia, etc. 
- Geologia-Geotecnia: permeabilidade do solo, capacidade de suporte, etc. 
- Hidrogeologia: profundidade do nível d’água, fluxo subterrâneo, qualidade das águas. 
- Uso e Ocupação nos Entornos

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