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O Petróleo, Seus Derivados, Processos e Metodologias de Exploração e Extração Prof. Dr. Eduardo Prado Baston Ana Carolina Ferreira Piazzi Kaíque Souza G. C. Oliveira Luiz Henrique Pacheco Marinho Universidade Federal de São João Del Rei – Campus Alto Paraopeba Ouro Branco – Abril 2015 PETRÓLEO • Breve Histórico Antiguidade 1850 James Young 1859 Edwin Drake Torres de Perfuração, Pensilvânia/EUA No Mundo Fonte: Opera Mundi. 2 1900 Processo Rotativo 1960 Abundância de Petróleo. 1980-90 Avanços Tecnológicos Atualmente 3 No Brasil 1858-1938 1ª Fase 1939-1953 2ª Fase 1954-1996 3ª Fase 1996 – Atualmente 3ª Fase 4 • O que é Petróleo? • Mistura complexa de hidrocarbonetos, contaminantes orgânicos e impurezas inorgânicas, tais como água, sais e sedimentos. • É uma emulsão constituinte por componentes no estado líquido, no qual estão dispersos componentes no estado sólido e gasoso. 5 • Origem e Formação ‐ Tem origem a partir da matéria orgânica depositada junto com sedimentos; ‐ Interação dos fatores; ‐ Processo térmico; Diagênese; Catagênese; Metagênese; Metamorfismo. Figura 1: Transformação termoquímica da matéria orgânica e a geração do petróleo [1] livro fundamentos de engenharia de petróleo. 6 • Gerado na rocha dita Geradora; • Se acumula no reservatório; • Rocha Selante; Figura 2: Detalhe – rocha reservatório [2]. Figura 3: Relações espaciais entre rochas geradoras, reservatórios e selantes [2]. 7 Aprisionamento; Figura 4: Armadilhas Estruturais [1]. Figura 5: Armadilhas estratigráficas e paleogeomórficas [1]. Figura 6: Aprisionamento paleogeográfico, Campo Fazenda de Belém [1]. 8 Figura 7: Esquema da formação do Petróleo. 9 • Constituintes Hidrocarbonetos Parafínicos Aromáticos Normais Ramificados Cíclicos 10 Impurezas Sulfurados Oxigenados Nitrogenados Organometálicos 11 • Classificação Classe Parafínica Classe Parafínico - Naftênica Classe Naftênica Classe Aromático Intermediária Classe Aromático - Naftênica Classe Aromático - Asfáltica 12 CADEIA PRODUTIVA • Divide-se em dois grandes blocos complementares: – Upstream (exploração e produção) – Downstream (transporte, refino e distribuição) 13Figura 8: Diagrama simplificado da cadeia (PETROBRÁS). Extração do óleo bruto Refino e Produção Distribuição de derivados Distribuidoras Petroquímicas Indústrias de Transformação Postos de varejo TRR’s Produção de Oleofinas e Aromáticos Produção de Polímeros Processos: extrusão, sopro, injeção CADEIA PRODUTIVA Tabela 1: Descrição do processo da cadeia de petróleo e gás [3]. 14 Etapas Processo Principais Produtos Exploração e produção (E&P) Descoberta de novas reservas e sua eventual extração. Etano, propano, petróleo e líquidos de gás natural Refino Conversão do petróleo cru em produtos comercializáveis, além da purificação o gás para consumo. Gasolina, óleo diesel, querosene, nafta, Solvente e GLP Indústria Petroquímica Produção de Olefinas Aromáticos Produção de Polímeros Eteno e propeno Benzeno e p-Xileno Polietilenos, Polipropileno, Estireno/PS,PTA/PET, AA/SAP Indústria de Transformação Extrusão, sopro e injeção. Embalagens, filmes, componentes automotivos, fios, tubos, cabos, fibras, e eletrodomésticos Transporte e armazenamento Transporte e estocagem dos produtos extraídos por meio de dutos ou navios para as centrais de processamento. Distribuição Distribuição e venda de gás, combustíveis e lubrificantes derivados por atacadistas e varejistas. EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO • Prospecção ₋ É a procura da localização de petróleo. ₋ São realizados estudos das regiões em que há maior probabilidade de se encontrar petróleo. Figura 9: Métodos de localização de Petróleo. ₋ Visa dois objetivos: 1) Localizar dentro de uma bacia sedimentar as situações geológicas que tenham condições para a acumulação de petróleo 2) Verificar qual, dentre estas situações, possui mais chance de conter petróleo. • Descobrimos Petróleo! E agora? • Há a necessidade de avaliar sua comercialidade. • Várias atividades realizadas nesse sentido. • Realiza-se o EVTE. Perfuração dos Poços de Petróleo • Para fazer o petróleo chegar à superfície é necessário perfurar um poço que atinja o reservatório e o faça chegar até a superfície. • A perfuração pode ser onshore ou offshore. • Objetivo prospecção do petróleo. Figura 14: Exemplo de perfuração de Petróleo. • Os custos de perfuração são significativos. • São realizadas através de uma sonda. • Somente com a perfuração de um poço que se comprovará a existência de Petróleo na região de estudo. Figura 15: Perfuração de um poço de Petróleo [2]. Operações Normais de Perfuração ₋ Uma série de operações desempenham papel importante no processo. ₋ Dentre elas temos: Alargamento e repassamento; Conexão, manobra e circulação; Figura 16: Etapas de uma conexão [1]. Figura 17: Etapas de uma manobra [1]. Operações Normais de Perfuração ₋ Revestimento de poços de Petróleo; ₋ Cimentação de poços de Petróleo; ₋ Perfilagem; ₋ Movimentação de Sonda. 21 Figura 18: Esquema do revestimento de poços [1]. Figura 19: Esquema de cimentação [1]. • Perfuração Marítima ₋ Há dois tipos de unidades de perfuração marítima: BOP na superfície; BOP no fundo do mar. ₋ O emprego de cada uma fica condicionada: Lâmina d’água; Condições de mar; Relevo do fundo do mar; Finalidade do poço; Disponibilidade de apoio logistíco; Custo/benefício . • Perfuração Marítima ₋ Unidades de perfuração marítima: BOP na superfície; Plataformas fixas; Plataformas auto-eleváveis; Figura 20: Plataforma fica do Campo de Garoupa, na Bacia de Campos [1]. • Perfuração Marítima ₋ Unidades de perfuração marítima: BOP na superfície; Plataformas submersíveis; Plataformas flutuantes; Plataformas Tension Leg. Figura 21: Plataforma semi- submersível [1]. Figura 22: Plataforma flutuante semi-submersível [1]. Figura 23: Tension Leg [1]. • Perfuração Marítima A perfuração de poços no mar apresenta dois aspectos diferentes perfuração com o BOP: na superfície; na semi-superfície e navios. Figura 24: Tipos de sondas marítimas [1]. Explotação • Explotação (Perfuração + Produção): • A fase explotatória do campo petrolífero engloba as técnicas de desenvolvimento e produção da reserva comprovada de hidrocarbonetos de um campo petrolífero. A explotação corresponde a perfuração e posterior produção do reservatório a partir do poço perfurado. 26 Explotação - Produção Figura 25: Plataforma Fixa (até 100 m) Figura 26: Plataforma Auto Elevável 27 Explotação - Produção Figura 27: Plataforma Semi- submersível (até 1000 m) Navio Sonda 28 Óleo crú Dessalinização Separação Dest. Atom. Dest. Vácuo Conversão Tratamento Craq. Térmico e catalítico Visco-redução, coqueamento retardado Hidrotratamento, Merox, Dea 29 Refino do Petróleo Figura 28: Etapas do refino do petróleo: Separação, Conversão e Tratamento Refino do Petróleo • SEPARAÇÃO: – Processos de natureza física; – Não alteram a natureza das moléculas. – Segundo Abadie, 2003 [4] ocorrem por ação da: • Energia: na forma de modificações de temperatura/e ou pressão; • Massa: na forma de relações de solubilidade a solventes. 30 Refino do Petróleo • SEPARAÇÃO: – Processos: • Destilação (atmosférica, a vácuo) • Desfaltação a propano • Desaromatização a furfural • Desparafinação/Desoleificaçãoa solvente MIBIC (Metil-isobutil-cetona) • Extração de aromáticos • Adsorção de N-parafinas 31 Refino do Petróleo • CONVERSÃO: – Processos de natureza química, envolvendo reações de quebra, reagrupamento e reestruturação molecular. – Função: Transformar frações pesadas em produtos mais leves. – Ocorrem por ação [3]: • Temperatura + pressão • Catalisador (processos catalíticos) 32 Refino do Petróleo • CONVERSÃO: – Processos: 33 Catalíticos Não-Catalíticos • Craqueamento Catalítico • Hidrocraqueamento (Catalítico e Catalítico Brando) • Alcoilação • Reformação • Isomerização • Craqueamento Térmico • Viscorredução • Coqueamento Retardado ou Fluido Refino do Petróleo • TRATAMENTO: – Processos de natureza química; – Objetivo: melhoria de qualidade de cortes semi- acabados, eliminando ou reduzindo impurezas. 34 Refino do Petróleo • TRATAMENTO: – Processos: • Hidrotratamento • Tratamento caústico • Tratamento Dea (dietanolamina) • Tratamento Merox (transformar compostos de enxofre) 35 Refino do Petróleo • PROCESSOS AUXILIARES: – Fornecimento de insumos à operação dos outros três processos; – Tratamento de rejeitos dos processos anteriores; – Geração de Hidrogênio: fornecimento deste gás às unidades de hidroprocessamento; – Recuperação de Enxofre: produção desse elemento a partir da queima do gás ácido rico em H2S; – Utilidades: vapor, água, energia elétrica, ar comprimido, distribuição de gás e óleo combustível, tratamento deefluentes e tocha. 36 Refino do Petróleo 37 Figura 29: Processos catalíticos no refino do petróleo (ARAÚJO, 2005) [4]. Derivados do Petróleo Energéticos Não energéticos Características dos Derivados Energéticos • Volatilidade • Combustão • Escoamento • Estabilidade Química e Térmica • Emissão de Gases Poluentes • Corrosividade Figura 30: ANP Volatilidade • Faixa de temperatura de ebulição Figura 31: Gráfico %Evaporado X temperatura. • Pressão de vapor Reid Figura 32: Analisador Automático de Pressão de Vapor (ANTON PAR, 2015). • Ponto de Fulgor • Intemperismo Combustível Ponto de Fulgor Etanol (70%) 16.6 °C (61.88 °F) Gasolina -42,8 °C (-45 °F) Diesel >38 °C (101 °F) Querosene de Aviação >60 °C (140 °F) Querosene (Óleo de parafina) >38°–72 °C (100°–162 °F) Combustão • Número de octano(NO); • Número de cetano(NC); Figura 33: Os quatro tempos do ciclo Otto [5]. • Ponto de fuligem: Figura 34. Altura da chama • Poder calorífico Escoamento • Ponto de congelamento (Ex: aeronaves) • Ponto de entupimento • Ponto de fluidez Figura 35: Viscosidade Estabilidade Química e Térmica • Teor de goma atual • Goma Potencial • Período de indução • Estabilidade à oxidação de combustíveis destilados • Estabilidade termo-oxidativa do querosene de aviação(QAV) Emissão de Gases Poluentes • Pressão de vapor Reid • Teor de enxofre • Resíduo de carbono • Ponto final de ebulição Corrosividade • Corrosividade ao cobre ou à prata • Índice de acidez total Figura 36: Derivados do Petróleo. Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) • Hidrocarbonetos de 3 e 4 átomos de carbono; • Podem ser liquefeitos por compressão; • Comercializados como: propano, propeno, butano e buteno; • Inflamabilidade; • Inodor; • Utilizações: cocção de alimentos, combustível para indústrias siderúrgica, de vidros, de cerâmica e alimentícia, combustível automotivo(empilhadeiras). Gasolina Automotiva • Hidrocarbonetos de 5 a 10 átomos de carbono • Composta por Naftas • Empregada na operação do ciclo Otto • Utilizações: combustível de automóveis, motocicletas, pequenas embarcações, roçadeiras e motosserras. Querosene de Aviação(QAV) • Hidrocarbonetos de 9 a 15 átomos de carbono Operação: Figura 37: Turboélice [6]. Figura 38: Turbojato [6]. Óleo Diesel • Hidrocarbonetos de 10 a 25 átomos de carbono • Funcionamento no ciclo Diesel • Utilizações: combustível de máquinas agrícolas, ferroviárias e marítimas, e também na geração de energia elétrica. Óleos Combustíveis Industriais • Taxa de nebulização • Sofre adição de gasóleos atmosféricos • Utilizações: indústrias de geração de energia, metalúrgicas, e de papel e celulose. • Segurança Coque de Petróleo • Sólido, negro e forma granular • Grupo: hidrocarbonetos pesados • Utilização: produção do ferro gusa Não energéticos Nafta Petroquímica • Leve fração obtida a partir da destilação do petróleo • Teor de hidrocarbonetos variados Figura 39: Nafta [7]. Óleos Lubrificantes • Sintéticos: de origem petroquímica ou oleoquímica • Minerais: originários do refino de petróleo • Função: reduzir o atrito e o desgaste, proteger a máquina contra corrosão. Parafinas • Construídas majoritariamente por alcanos • Cadeias lineares, ou pouco ramificadas • Mais de 18 átomos de carbono • Forma de cristalização: microcristalinas e macrocristalinas • Utilizações: velas, ceras, indústrias de fósforo, de papel e de cosméticos. Cimento Asfáltico de Petróleo(CAP) • Semissólido a baixas temperaturas • Viscoelástico à temperatura ambiente • Líquido a altas temperaturas • Utilização: formulação de asfaltos para a pavimentação rodoviária e a impermeabilização industrial e residencial. Polímeros Técnicas de polimerização Polimerização em Massa • Vantagens: pureza dos produtos e baixo custo do processo • Desvantagens: dificuldade em agitar o sistema e dissipar o calor produzido pela reação, devido ao aumento da viscosidade. Polimerização em Solução • Vantagens: facilidade na agitação do sistema e dissipação do calor. É útil quando o polímero vai ser usado em solução; • Desvantagens: custo elevado na recuperação do solvente, produção de polímeros de menor massa molecular e de menor pureza. Polímeros de Adição Polipropilen o Poliestireno Náilon PVC Sacolas Polímeros de Condensação Polietilenotereftalato (PET) Kevlar Silicone Conclusões • O petróleo deve ser processado e transformado de maneira conveniente, com o propósito de obter-se a maior quantidade possível de produtos de maior qualidade e valor comercial. • As características dos petróleos têm ponderável influência sobre a técnica adotada para a refinação e, frequentemente, determinam os produtos que melhor podem ser obtidos. • A forte dependência entre os processos em uma refinaria de petróleo representa um grande desafio científico e tecnológico. 64 Referências [1] TRIGGIA, A. A., CORREIA, C. A., FILHO, C. V., XAVIER, J. A. D., MACHADO, C. V., THOMAS, J. E., FILHO, J. E. de S., PAULA, J. L. de, ROSSI, N. C. M. de, PITOMBO, N. E. S., GOUVRA, P. C. V. de M., CARVALHO, R. de S., BARRAGAN, R. V. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Interciência, Rio de Janeiro, 2001. [2] CARDOSO, L. C. Petróleo do Poço ao Posto. Qualitymark Editora Ltda, Rio de Janeiro, 2006, 1ª ed. [3] Apostila Cadeia Produtiva do Petróleo & Gás. Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). p. 2. [4] ABADIE, E. Apostila sobre processos de refinação. PETROBRAS/RH/UC/DTA. 2003. 65 Referências [5] O Motor ciclo Otto em 4 tempos. Disponível em: http://www.antonioguilherme.web.br.com/Arquivos/motores.php. Acesso em: 04.Abr.2015. [6] Motor Turbojato e Turboelice. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Turbojato. Acesso em: 04.Abr.2015. [7] Nafta Petroquímico. Disponível em: http://desv.petrobras.com.br/refap/produtos_npq.asp. Acesso em: 04.Abr.2015. 66
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