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CCJ0015-WL-B-AMMA-02-Posse

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DIREITO CIVIL IV 
PATRICIA ESTEVES DE MENDONÇA 
AULA 2 
 
POSSE 
 
Conteúdo Programático desta aula: 
 Introduzir o aluno no estudo da posse; 
 Conceituar posse e situá-la no contexto da função social; 
 Classificar a posse conforme os critérios do Código Civil. 
 
Evolução Histórica 
A origem da posse é justificada no poder físico sobre as coisas e a 
necessidade do homem de se apropriar de bens. 
 
Principais Teorias Sobre a Posse 
Teoria Subjetiva (FREDERICH KARL VON SAVIGNY - 1803) 
Segundo o autor, a posse resultaria da conjunção de dois elementos: o corpus 
e o animus. 
Posse para tal teoria seria o poder de dispor fisicamente da coisa, com ânimo 
de tê-la como sua e defendê-la contra terceiro. 
 
Elementos da Teoria de Savigny: 
Subjetivo: Vontade de ser dono (“animus domini”). 
Objetivo: Relação física com a coisa (“corpus”). 
 
OBS: DETENÇÃO 
Ao exigir o elemento subjetivo (animus domini) como requisito fundamental 
para a caracterização da posse, a doutrina subjetiva considera simples 
detentores o locatário, o comodatário, o depositário, o mandatário e outros que 
possuiriam apenas o poder físico sobre a coisa. Não é admitido o 
desdobramento da relação possessória, pois não se admite a posse por 
outrem. 
Teoria Objetiva da Posse (RUDOLF VON IHERING 1818-1892) 
A posse é a exteriorização da propriedade e, por isso, para caracterizar a 
posse basta o exercício em nome próprio do poder de fato sobre a coisa 
Elementos da teoria objetiva: 
 
Objetivo: Conduta de dono (“corpus”). É possuidor aquele que se comporta 
como dono em relação à coisa, isto é, aquele que exerce algum dos poderes 
inerentes à propriedade. 
 
Subjetivo: (vontade de ser possuidor: “animus tenendi”) esta embutido no 
“corpus”, isto é, na maneira como a pessoa se comporta com a coisa. 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, 
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
OBS: 
 
Enunciado n° 236, III Jornada de Direito Civil: 
 
Considera-se possuidor, para todos os efeitos legais, também a coletividade 
desprovida de personalidade jurídica. 
Distinção Entre Posse e Detenção 
Posse: exercício do poder de fato em nome próprio, exteriorizando a 
propriedade e fazendo uso econômico da coisa. 
 
Detenção: exercício do poder de fato sobre a coisa em nome alheio. 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de 
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em 
cumprimento de ordens ou instruções suas. 
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como 
prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se 
detentor, até que prove o contrário. 
 
Obs: aquele que adquire a posse de modo contrário ao direito também é 
considerado detentor. 
 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim 
como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão 
depois de cessar a violência ou a clandestinidade. 
 
Enunciado n° 301, Jornada de Direito Civil, STJ: É possível a conversão da 
detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de 
exercício em nome próprio dos atos possessórios. 
Para facilitar a caracterização da simples detenção, é interessante utilizarmos 
os critérios do Código Civil Português, Art. 1.253: 
São havidos como detentores ou possuidores precários: 
a) os que exercem o poder de fato sem intenção de agir como beneficiários do 
direito; 
b) os que simplesmente se aproveitam da tolerância do titular do direito; 
c) os representantes ou mandatários do possuidor e, de um modo geral, todos 
os que possuem 
A Natureza Jurídica da Posse 
Os autores divergem quanto à definição da natureza jurídica da posse: 
Clóvis Beviláqua: a posse é um estado de fato. 
Caio Mário da Silva Pereira: a posse é um direito real 
Classificação da Posse e Suas Características 
 
A) Quanto ao Desdobramento da Relação Possessória 
 
Posse direta (imediata): exercício direto e imediato do poder sobre a coisa 
(corpus), decorrente de contrato. O possuidor direto pode defender sua posse 
contra o possuidor indireto. 
Posse indireta (mediata): apenas o animus (entendido esse como a vontade de 
utilizar a coisa como faria o proprietário). O possuidor indireto pode defender 
sua posse perante terceiros 
 
Desdobramento da Posse 
 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, 
de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse 
contra o indireto. 
B) Quanto aos Vícios 
 
Posse Justa: posse desprovida dos vícios específicos do art. 1.200, CC. A 
posse justa é mansa, pacífica, pública e adquirida sem violência. 
 
Posse Injusta: posse maculada por pelo menos um dos vícios da posse 
(violência, clandestinidade ou precariedade). 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
 Posse violenta: adquirida através do emprego de violência contra a pessoa. 
 Posse clandestina: adquirida às escondidas. 
 Posse precária: decorrente da violação de uma obrigação de restituir (abuso 
de confiança). 
OBS:A posse injusta não deve ser considerada posse jurídica, não produzindo 
efeitos contra o legítimo possuidor, muito embora o possuidor injusto possa 
fazer manejo dos interditos possessórios contra atos de terceiros. 
Continuidade do Caráter da Posse 
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo 
caráter com que foi adquirida. 
Enunciado 237, da III Jornada de Direito Civil: Art. 1.203: É cabível a 
modificação do título da posse – interversio possessionis – na hipótese em que 
o até então possuidor direto demonstrar ato exterior e inequívoco de oposição 
ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização do animus 
domini. 
C) Quanto à Subjetividade 
 
Posse de boa-fé: é aquela cujo possuidor está convicto de que o exercício de 
sua posse encontra fundamento na ordem jurídica. 
 
Posse de má-fé: o possuidor tem conhecimento do vício que macula a posse. 
Assim como na posse injusta, a posse de má-fé não pode ser considerada 
posse jurídica e não goza de proteção contra o legítimo possuidor, para quem o 
possuidor de má-fé não passa de fâmulo da posse. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo 
que impede a aquisição da coisa. 
 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, 
salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta 
presunção. 
Via de regra, a posse de boa-fé decorre de justo título. Por este motivo, a 
posse fundada em justo título gera presunção relativa (juris tantum) de boa-fé. 
Justo título: diz-se justo o título hábil, em tese, para transferir a propriedade 
Justo título seria todo ato formalmente adequado a transferir o domínio ou o 
direito real de que trata, mas que deixa de produzir tal efeito em virtude de não 
ser o transmitente senhor da coisa ou do direito, ou de faltar-lhe o poder de 
alienar. 
Enunciado n° 302, STJ (IV Jornada de Direito Civil): Pode ser considerado justo 
título para a posse de boa-fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse ad 
usucapionem, observado o disposto no art. 113 do Código Civil. 
 
 
Enunciado n° 303, STJ (IV Jornada de Direito Civil): Considera-se justo título 
para presunção relativa da boa-fé do possuidor o justo motivo que lhe autoriza 
a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento 
público ou particular. Compreensão na perspectiva da função social da posse. 
D) Quanto ao Vinculo Entre os Possuidores 
A Posse Originária:quando não há vínculo entre o sucessor e o antecessor da 
posse, de modo que a causa da posse não é negocial. 
A Posse Derivada: quando há um ato de transferência entre o antecessor e o 
sucessor. Na posse derivada haverá sempre tradição 
 
E) Posse ad interdicta e ad usucapionem 
Ad interdicta: posse que pode ser protegida através dos interditos 
possessórios. 
Ad usucapionem: posse que pode ser pressuposto de usucapião. 
 
F) Quanto ao Tempo de Posse 
Posse Nova: aquela que data de menos de 1 ano e 1 dia 
 
Posse Velha: aquela que tem mais de 1 ano e 1 dia 
Art. 924 CPC - Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de 
posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da 
turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, 
contudo, o caráter possessório. 
Composse 
Art. 1.199- Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada 
uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos 
outros compossuidores. 
Exercícios Semana 2 
Caso concreto 01 
Leandro emprestou uma casa para Esmeralda, sem fixar prazo para devolução. 
Durante o tempo em que esteve no imóvel, Esmeralda fez todos os reparos 
necessários, além de ter construído um cômodo a mais para um de seus filhos 
morarem com ela. Após 20 anos, Leandro solicitou de volta a casa, mas 
Esmeralda recusou-se a devolver, alegando que não teria outro lugar para ir e 
que, após 20 anos de utilização mansa, pacífica e sem oposição, já teria tempo 
suficiente para usucapir o bem. 
Considerando as informações acima, responda JUSTIFICADA E 
FUNDAMENTADAMENTE: 
A) Qual a classificação da posse de Esmeralda, antes de Leandro pedir o 
imóvel de volta? (justa/injusta; boa-fé/má-fé; originária/derivada; direta/indireta) 
B) A posse de Esmeralda é ad usucapionem? 
 
Questão Objetiva 1 
(TJSP/Magistratura – 170° adaptada) Diz o art. 1.196 do Código Civil que 
“considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, 
de algum dos poderes inerentes à propriedade”. O Código Civil adotou a teoria 
de quem? Como se define? 
(A) De Ihering, com sua teoria objetiva. A posse é a conduta de dono. É, então, 
a exteriorização da propriedade, visibilidade do domínio, uso econômico da 
coisa. 
(B) de Ihering, com sua teoria subjetiva. A posse caracteriza-se pela 
conjugação de dois elementos: o corpus e o animus. 
(C) De Savigny, com sua teoria objetiva. A posse consiste na detenção física 
da coisa. 
(D) De Savigny, com sua teoria subjetiva. A posse consiste na intenção de 
exercer sobre a coisa um poder no interesse próprio. 
 
Questão Objetiva 2 
(TRF 1ª Região/Magistratura – 2001) Pela teoria objetiva da posse: 
(A) a posse e a detenção são noções equivalentes, pois ambas exteriorizam a 
propriedade. 
(B) a posse é um fato e, ao mesmo tempo, um direito. 
(C) a posse é uma relação de apropriação econômica. 
(D) a detenção é uma posse degradada pela lei.

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