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CIÊNCIA POLÍTICA CAPÍTULO I O SURGIMENTO DO ESTADO MODERNO 1.1. As origens Iniciamos, evidentemente pela mais antiga teoria, que vê no Estado o desenvolvimento e a ampliação da família. Esta teoria, conhecida como a Teoria da Origem Familiar do Estado, sustenta que a primeira organização social humana é a família. Depois encontramos outras teorias que são, A Teoria da Origem Contratual do Estado, é uma ideia que já esta presente nas obras de Aristóteles e Epicuro, passa pelos grandes doutores da escolástica, especialmente São Tomás de Aquino mas ganha notoriedade e destaque com o iluminismo. A Teoria da Origem Violenta do Estado considera o Estado nascido da violência e da força, sustenta que o Estado é o resultado da denominação dos mais fortes sobre os mais fracos. A Teoria da Formação Natural do Estado, onde para seus adeptos, em toda sociedade primitiva, onde a autoridade de um chefe ou de um conselho de anciões se consolidou e começou a dirigi-la permanentemente, ali se formou originariamente um Estado. Autores modernos têm defendido a Teoria da Formação Histórica do Estado, defendendo a ideia de que são três os modos pelos quais historicamente, se formam o Estado: Modo Originário, Modo Secundário e Modos Derivados. Existe ainda a Teoria da Formação Jurídica do Estado, onde para os positivistas jurídicos, são inúteis aos juristas as indagações sobre as causas e circunstâncias que determinaram o nascimento do Estado. Para eles, o Estado nasce no exato momento em que é provido de uma constituição. 1.2. O Feudalismo Os reis bárbaros – francos, hunos, godos, estrogodos, visigodos, lombardos, vândalos, suevos, anglos e saxões – uma vez completada a dominação dos vastos territórios que integravam a órbita de hegemonia do extinto império Romano, passaram a distribuir cargos, vantagens e privilégios e seus chefes guerreiros, o que resultou na fragmentação do poder. Neste período a economia estava baseada na agricultura já que as invasões e as guerras tornavam difícil o desenvolvimento do comércio. Para Strayer, estas guerras foram necessárias para completar o desenvolvimento de um sistema de Estados soberanos. A soberania implica na independência perante toda e qualquer potência estrangeira e na autoridade absoluta sobre os homens que vivem dentro de determinado território. 1.3. O Estado Moderno Por que a denominação de Estado Moderno? Para diferenciar de um Estado Antigo? A resposta é positiva. Não se pode negar a existência de Estados no mundo antigo. Como afirma Strayer, a polis grega era, inegavelmente um Estado, assim como o Império Han, na China e o Império Romano. A denominação Estado Moderno é também defendida por Gruppi. Para ele o Estado, como hoje conhecemos, dotado de um poder próprio e independente de quaisquer outros poderes, efetivamente começa a nascer a partir do século XV e apresenta algumas características que do diferem dos Estados antigos. 1.3.1. O Absolutismo O absolutismo marcou uma forma de Estado baseada na absorção das unidades políticas menores, constituindo uma estrutura maior e mais forte, com capacidade de governar sobre um território unificado, um sistema legal efetivo e vigente em todo o território e com a formação de um governo unitário contínuo e efetivo, exercido por uma única cabeça soberana. No Estado absolutista, o direito era o poder da força, baseado em um tipo de dominação tradicional, legitimado pelo direito divino dos Reis. Assim, como ensina Wolkmer, o Estado moderno surge inicialmente absolutista devido a condições ambientais necessárias para sua consolidação, evoluindo, posteriormente, para o chamado Estado Liberal Capitalista. Deste modo, o Estado Absolutista é um Estado em transição sua estrutura prepara a chegada do Estado Liberal, fundada no modo de produção capitalista. CAPÍTULO II ASPECTOS ESTRUTURAIS DO ESTADO 2.1. Elementos do Estado A organização política moderna dos povos europeus nos levou a criação do Estado em uma concepção que leva em conta três elementos básicos: povo, território e soberania. Desta forma, há três dimensões do Estado: o povo como dimensão humana, o território como dimensão geográfica e o governo como dimensão politica. Os dois primeiro são considerados elementos materiais e a soberania um elemento formal. 2.1.1. Povo O povo consiste na totalidade dos seres humanos que habitam o território de um Estado, que forma uma unidade. 2.1.2. Território O elemento espacial do Estado é denominado território, que seria “a base física, a porção do globo por ele ocupada, que serve de limite à sua jurisdição e lhe fornece recursos matérias.” O território não se restringe à superfície, podendo se observar sete partes que compõe: solo, subsolo; espaço aéreo; mar territorial; embaixadas; avios e aviões militares em qualquer lugar; navios e aviões de uso comercial ou civil em espaço não pertencente a outro Estado; 2.1.3. Soberania A soberania é concebida em duas dimensões: jurídica e política. Figueiredo recorre à história, explicando que quem detém o poder necessita sempre de uma justificação politico-juridica que alicerce sua pretensão. Bastos lembra que “jamais houve um Estado que se governasse só pela força das leis”, que o legitima a dimensão politica da soberania, conceituado por Dallari como “poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro do seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência”. 2.2. Formas de Governo Bobbio explicita que este estudo nos leva a uma tipologia apresentadas em dois aspectos: descrito e prescritivo, respectivamente. O primeiro elabora uma classificação das formações politicas existentes na história; enquanto que o segundo expressa um julgamento de fato, estabelecendo um quadro comparativo com juízo das melhores e piores formas de governo. Formas de governo, monarquia e republica, ter-se-iam seis formas assim divididas: A) Formas puras: - Monarquia: um governo puro de uma só pessoa: - Aristocracia: um governo puro de um grupo de pessoas; - Democracia: um governo puro de todas as pessoas, ou melhor, do povo; B) Formas impuras: - Tirania: um governo impuro de uma só pessoa; - Oligarquia: um governo impuro de um grupo de pessoas; - Demagogia: um governo impuro de todas as pessoas, ou melhor, do povo; 2.2.1. Monarquia X República A monarquia era conceituada como “a forma de governo em que o poder supremo encontrava-se nas mãos de uma só pessoa, o monarca, ou rei”. A republica, por sua vez, é uma forma de governo que se contrapõe à monarquia e, portanto, segue um conceito diametralmente diverso, sendo a forma de governo caracterizada pela eletividade e temporariedade, onde o governante é eleito, direta ou indiretamente, pelo povo. A alternância de poder, que marca temporariedade é uma característica tende a buscar a soberania popular, pois: busca evitar a absorção do poder por um governante. 2.2.2. Democracia X Autocracia A democracia é um ideal que pretende dar ao governo a maior proximidade possível com a vontade da coletividade. As autocracias possuem por características básicas: a exclusão do povo nas decisões politicas e, por consequência, falta de representação. Os governos autocratas podem ser denominados de governos de dominação. 2.3. Sistemas de Governo A teoria dos sistemas de governo é o estudo das estruturas de poder. 2.3.1. Parlamentarismo O Parlamentarismo é um sistema de governo que é fruto de um desenvolvimento histórico, ao contrário do presidencialismo, que é um “produto teórico”. No Parlamentarismo o governo ficou baseado na atuação do Legislativo em funções governamentais e na distinção ente Chefe de Estado e Chefe de Governo. 2.3.2. Presidencialismo O Presidencialismo exige uma unificação das funções de chefia de Governo e de Estado, sendo ambas exercidas pela Presidência da República, que é um órgão unipessoal, em regra escolhido pelo povo, cumprindo um mandato determinado. Assim, o presidencialismo é um sistema próprio da República,atendendo a eletividade e a temporariedade do governo. 2.3.3. O princípio da Separação dos Poderes O princípio da Separação de Poderes determina que o poder do Estado seja regido por um sistema de órgãos, que, limitando a atuação das autoridades, resultem na concretização da soberania popular. Outra garantia deste principio é a independência do judiciário, pois os juízes estão “sujeitos apenas ás leis e não ás ordens (instruções) dos órgãos judiciários”. são inúteis aos juristas as indagações sobre as causas e circunstâncias que determinaram o nascimento do Estado. Para eles, o Estado nasce no exato momento em que é provido de uma constituição. 1.2. O Feudalismo Os reis bárbaros – francos, hunos, godos, estrogodos, visigodos, lombardos, vândalos, suevos, anglos e saxões – uma vez completada a dominação dos vastos territórios que integravam a órbita de hegemonia do extinto império Romano, passaram a distribuir cargos, vantagens e privilégios e seus chefes guerreiros, o que resultou na fragmentação do poder. Neste período a economia estava baseada na agricultura já que as invasões e as guerras tornavam difícil o desenvolvimento do comércio. Para Strayer, estas guerras foram necessárias para completar o desenvolvimento de um sistema de Estados soberanos. A soberania implica na independência perante toda e qualquer potência estrangeira e na autoridade absoluta sobre os homens que vivem dentro de determinado território. 1.3. O Estado Moderno Por que a denominação de Estado Moderno? Para diferenciar de um Estado Antigo? A resposta é positiva. Não se pode negar a existência de Estados no mundo antigo. Como afirma Strayer, a polis grega era, inegavelmente um Estado, assim como o Império Han, na China e o Império Romano. A denominação Estado Moderno é também defendida por Gruppi. Para ele o Estado, como hoje conhecemos, dotado de um poder próprio e independente de quaisquer outros poderes, efetivamente começa a nascer a partir do século XV e apresenta algumas características que do diferem dos Estados antigos. 1.3.1. O Absolutismo O absolutismo marcou uma forma de Estado baseada na absorção das unidades políticas menores, constituindo uma estrutura maior e mais forte, com capacidade de governar sobre um território unificado, um sistema legal efetivo e vigente em todo o território e com a formação de um governo unitário contínuo e efetivo, exercido por uma única cabeça soberana. No Estado absolutista, o direito era o poder da força, baseado em um tipo de dominação tradicional, legitimado pelo direito divino dos Reis. Assim, como ensina Wolkmer, o Estado moderno surge inicialmente absolutista devido a condições ambientais necessárias para sua consolidação, evoluindo, posteriormente, para o chamado Estado Liberal Capitalista. Deste modo, o Estado Absolutista é um Estado em transição sua estrutura prepara a chegada do Estado Liberal, fundada no modo de produção capitalista. CAPÍTULO II ASPECTOS ESTRUTURAIS DO ESTADO 2.1. Elementos do Estado A organização política moderna dos povos europeus nos levou a criação do Estado em uma concepção que leva em conta três elementos básicos: povo, território e soberania. Desta forma, há três dimensões do Estado: o povo como dimensão humana, o território como dimensão geográfica e o governo como dimensão politica. Os dois primeiro são considerados elementos materiais e a soberania um elemento formal. 2.1.1. Povo O povo consiste na totalidade dos seres humanos que habitam o território de um Estado, que forma uma unidade. 2.1.2. Território O elemento espacial do Estado é denominado território, que seria “a base física, a porção do globo por ele ocupada, que serve de limite à sua jurisdição e lhe fornece recursos matérias.” O território não se restringe à superfície, podendo se observar sete partes que compõe: solo, subsolo; espaço aéreo; mar territorial; embaixadas; avios e aviões militares em qualquer lugar; navios e aviões de uso comercial ou civil em espaço não pertencente a outro Estado; 2.1.3. Soberania A soberania é concebida em duas dimensões: jurídica e política. Figueiredo recorre à história, explicando que quem detém o poder necessita sempre de uma justificação politico-juridica que alicerce sua pretensão. Bastos lembra que “jamais houve um Estado que se governasse só pela força das leis”, que o legitima a dimensão politica da soberania, conceituado por Dallari como “poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro do seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência”. 2.2. Formas de Governo Bobbio explicita que este estudo nos leva a uma tipologia apresentadas em dois aspectos: descrito e prescritivo, respectivamente. O primeiro elabora uma classificação das formações politicas existentes na história; enquanto que o segundo expressa um julgamento de fato, estabelecendo um quadro comparativo com juízo das melhores e piores formas de governo. Formas de governo, monarquia e republica, ter-se-iam seis formas assim divididas: A) Formas puras: - Monarquia: um governo puro de uma só pessoa: - Aristocracia: um governo puro de um grupo de pessoas; - Democracia: um governo puro de todas as pessoas, ou melhor, do povo; B) Formas impuras: - Tirania: um governo impuro de uma só pessoa; - Oligarquia: um governo impuro de um grupo de pessoas; - Demagogia: um governo impuro de todas as pessoas, ou melhor, do povo; 2.2.1. Monarquia X República A monarquia era conceituada como “a forma de governo em que o poder supremo encontrava-se nas mãos de uma só pessoa, o monarca, ou rei”. A republica, por sua vez, é uma forma de governo que se contrapõe à monarquia e, portanto, segue um conceito diametralmente diverso, sendo a forma de governo caracterizada pela eletividade e temporariedade, onde o governante é eleito, direta ou indiretamente, pelo povo. A alternância de poder, que marca temporariedade é uma característica tende a buscar a soberania popular, pois: busca evitar a absorção do poder por um governante. 2.2.2. Democracia X Autocracia A democracia é um ideal que pretende dar ao governo a maior proximidade possível com a vontade da coletividade. As autocracias possuem por características básicas: a exclusão do povo nas decisões politicas e, por consequência, falta de representação. Os governos autocratas podem ser denominados de governos de dominação. 2.3. Sistemas de Governo A teoria dos sistemas de governo é o estudo das estruturas de poder. 2.3.1. Parlamentarismo O Parlamentarismo é um sistema de governo que é fruto de um desenvolvimento histórico, ao contrário do presidencialismo, que é um “produto teórico”. No Parlamentarismo o governo ficou baseado na atuação do Legislativo em funções governamentais e na distinção ente Chefe de Estado e Chefe de Governo. 2.3.2. Presidencialismo O Presidencialismo exige uma unificação das funções de chefia de Governo e de Estado, sendo ambas exercidas pela Presidência da República, que é um órgão unipessoal, em regra escolhido pelo povo, cumprindo um mandato determinado. Assim, o presidencialismo é um sistema próprio da República, atendendo a eletividade e a temporariedade do governo. 2.3.3. O princípio da Separação dos Poderes O princípio da Separação de Poderes determina que o poder do Estado seja regido por um sistema de órgãos, que, limitando a atuação das autoridades, resultem na concretização da soberania popular. Outra garantia deste principio é a independência do judiciário, pois os juízes estão “sujeitos apenas ás leis e não ás ordens (instruções) dos órgãos judiciários”.
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