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Anatomia do Olho (LIOF Famerv)

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Universidade de Rio Verde; 
Discente: Bárbara C.S. de França; 
LIGA ACADÊMICA DE OFTALMOLOGIA- FAMERV 
ANATOMIA DO OLHO HUMANO: 
 Introdução: 
O olho é uma esfera que mede cerca de 24mm de diâmetro antero-posterior, 
localiza-se na parte anterior da órbita e é formado por três camadas: externa, 
média e interna. O aparelho visual é composto por um conjunto sensorial 
constituído pelo olho, via óptica centros visuais e um conjunto não sensorial 
representado pelos vasos e nervos. 
A órbita, pálpebras, conjuntiva e o aparelho lacrimal são responsáveis pela 
proteção do olho, enquanto que os músculos oculomotores asseguram sua 
mobilidade. 
O olho está envolvido por músculos, gordura e tecido conjuntivo. Ligados a ele 
encontramos quatro músculos retos e dois oblíquos. Estes são inervados pelos 
nervos oculomotor (3º par - retos superior, inferior, medial e oblíquo inferior), 
troclear (4º par - oblíquo superior) e abducente (6º par - reto lateral), e entram 
através da fissura orbitária superior. O ramo oftálmico do trigêmeo (5º par), 
responsável pela inervação sensorial ocular e da face, entra na cavidade 
craniana também através desta fissura. O nervo óptico (2º par), que transmite 
os impulsos visuais, deixa a órbita através do forame óptico junto da artéria 
oftálmica e inervação simpática ocular. 
O globo ocular possui três camadas e cada uma possui subdivisões: 
 A camada externa é composta pela córnea (parte transparente), pela esclera 
(parte opaca) e pela junção córneo escleral (limbo ou sulco). A média ou úvea 
é composta pela íris, que contém a abertura central a pupila; o corpo ciliar, 
responsável pela produção do humor aquoso e suporte do cristalino; e pela 
coroide ou camada vascular. 
As cavidades oculares são em número de três: a cavidade vítrea, a câmara 
posterior e a câmara anterior. A cavidade vítrea é a maior e é localizada 
posterior ao cristalino e adjacente à retina sensorial, a câmara posterior é a 
menor e compreende o espaço entre a íris e o cristalino, enquanto que a 
câmara anterior localiza-se entre a íris e a face posterior da córnea. O humor 
aquoso é formado pelos processos ciliares e circula através da pupila e do 
sistema trabeculado. 
 Câmaras: 
Câmara anterior: Espaço entre a face posterior da córnea e a face anterior da 
íris.É preenchida pelo humor aquoso. 
Câmara posterior: É o espaço situado entre a porção posterior da íris; porção 
anterior do vítreo; cristalino ao centro e corpo ciliar lateralmente e a coróide. 
Preenchida pelo humor aquoso. 
Câmara Vítrea: É o espaço preenchido pelo humor vítreo. 
Humor Vítreo: É gelatinoso e transparente, não se renova durante toda a vida. 
É formado de 99% de água e 1% de colágeno e ácido hialurônico, É revestido 
externamente por uma membrana fina e transparente chamada HIALÓIDE. 
 Camadas ou Túnicas: 
Camada externa: 
A camada externa ocular é composta pela esclera e pela córnea. A junção 
dessas contém o sistema trabeculado e o sistema de drenagem do humor 
aquoso, o canal de schlemm. 
A esclera é a camada protetora do olho, composta por fibras colágenas, é 
densa, branca, e contínua à córnea anteriormente e ao nervo óptico 
posteriormente. É coberta por uma camada vascular rica, a episclera, pela 
fascia bulbar e conjuntiva. A esclera possui três camadas: a episclera, o 
estroma e a lâmina fusca, e sua estrutura é semelhante a da córnea. Sua 
inervação é feita através dos nervos ciliares e a vascularização através das 
artérias ciliares (em número de quatro), veias ciliares e vorticosas. Na inserção 
do nervo óptico torna-se uma membrana fina e pontilhada como se fosse uma 
peneira chamada LÂMINA CRIVOSA (ponto mais fraco da esclera). 
A córnea é a parte transparente do olho, é avascular, e seu crescimento só é 
completo em humanos no sexto ano de vida. É composta pelo epitélio 
corneano (pavimentoso estratificado) e sua membrana basal, membrana de 
Bowman, estroma ou substância própria, membrana de Descemet e endotélio. 
Vascularização: a córnea é totalmente a vascular, sua vascularização provém 
dos vasos conjuntivais que se ramificam em torno do limbo. Sua lubrificação e 
oxigenação são feitas pelo humor aquoso e pela lágrima. 
Inervação: ramo oftálmico do nervo trigêmio o que lhe confere sua grande 
sensibilidade. 
A nutrição corneana é feita através das lágrimas, do humor aquoso. A córnea é 
avascular em sua parte central e o limbo é vascularizado por ramos das 
artérias ciliares anteriores. A inervação é feita pelo ramo oftálmico do trigêmeo 
e é somente sensorial. 
Conjuntiva: é uma membrana mucosa transparente e elástica que reveste a 
esclera externamente; a face interna das pálpebras e os fundos de sacos 
superior e inferior e termina onde inicia a córnea. É a primeira estrutura do olho 
a apresentar reação ao meio ambiente. 
Inervação: é inervada pelo n. trigêmio (V par) é menos sensível que a córnea. 
Camada média: 
A camada média ou úvea é composta pela coróide, corpo ciliar e íris, e é 
também denominada túnica vascular. Sua irrigação é feita através de duas 
artérias ciliares longas, várias ciliares anteriores e posteriores curtas. As 
artérias ciliares anteriores e posteriores longas formam na periferia da íris o 
círculo arterial maior da íris e vão nutrir o corpo ciliar. O sangue é drenado 
pelas veias vorticosas, ciliares posteriores e anteriores. 
A coróide é responsável pelo suprimento vascular do epitélio pigmentar da 
retina e da retina sensorial adjacente a ele. O corpo ciliar tem como função 
secretar o humor aquoso e contém a musculatura lisa responsável pela 
acomodação do cristalino. A íris envolve a pupila, abertura central que controla 
a entrada de luz no olho. 
Úvea: É um leito vascular que facilmente sofre reação inflamatória (UVEÍTES) 
ocasionando turbidez no vítreo com consequente diminuição da visão. 
Chamamos de UVEÍTE ANTERIOR quando temos uma irite; ciclite ou 
iridociclite; e UVEÍTE POSTERIOR quando temos uma coroidite; retinite ou 
retinocoroidite. 
Íris: É a estrutura do globo ocular responsável pela cor dos olhos. Funciona 
como se fosse uma cortina que contrai e descontrai conforme a intensidade de 
luz que penetra pela PUPILA (abertura central). Sua musculatura radial faz 
midríase e é inervada pelo simpático cervical enquanto sua musculatura 
circular faz miose e é inervada pelo III par parassimpático. 
Corpo ciliar: É o local onde a íris se insere sua forma é achatada e triangular. 
É formado pelo músculo ciliar que faz a acomodação visual e pelos processos 
ciliares que são pequenas massas arredondadas de tecido conjuntivo frouxo, 
rico em vasos sanguíneos que produzem o humor aquoso. 
Cristalino: É uma lente biconvexa, avascular, incolor e quase completamente 
transparente. Tem cerca de 4 mm de espessura e 9 mm de diâmetro.Seu poder 
de refração é de 15 dioptrias. Está suspenso atrás da íris pela ZÔNULA que o 
une ao corpo ciliar. Esta é composta de numerosas fibrilas que emergem da 
superfície do corpo ciliar e inserem-se no equador do cristalino. A única função 
do cristalino é focalizar os raios luminosos na retina através do relaxamento ou 
contração da sua cápsula elástica. 
Objetos distantes - o músculo ciliar relaxa-se esticando as fibras zonulares e 
reduzindo o diâmetro ântero-posterior do cristalino. 
Objetos próximos - há contração do músculo ciliar que relaxa a zônula 
deixando o cristalino mais abaulado. 
A interação fisiológica entre corpo ciliar, zônula e cristalino, que resulta na 
focalização de objetos próximos na retina é dita acomodação visual. 
Camada interna: 
A retina resulta da invaginação da vesícula óptica formando uma camada 
externa, o epitélio pigmentar da retina,e uma interna, a retina sensorial. A 
retina sensorial é formada por várias camadas (em número de dez), enquanto 
que o epitélio pigmentar, uma só. 
O epitélio pigmentar da retina é uma camada única de células que se estendem 
da margem do nervo óptico posteriormente até a ora serrata anteriormente, 
aonde se funde com a retina sensorial. 
A retina sensorial é composta por uma camada de células fotorreceptoras, 
cujos axônios fazem sinapse com células que transmitem o estímulo nervoso 
ao cérebro. Os cones e bastonetes, células fotossensíveis da retina, 
correspondem às terminações sensoriais do sistema nervoso. 
A retina central ou mácula lútea se extende nasalmente da fóvea central até o 
disco óptico. Nessa região, as células ganglionares possuem mais de uma 
camada de núcleos. A fóvea central é a área onde se encontram 
exclusivamente cones. A área mais profunda é a fovéola, que é nutrida 
somente pelos coriocapilares da coróide e não pelos da retina sensorial. 
Na retina periférica, as células fotorreceptoras são exclusivamente bastonetes 
e os segmentos dos cones são mais finos do que na retina central. 
A nutrição retiniana da parte externa é feita através dos coriocapilares da 
coróide, enquanto que a porção mais interna é feita pelos ramos da artéria 
central da retina, ramo da artéria oftálmica. As veias seguem a distribuição das 
artérias. 
 Camadas de células: 
1- Células fotossensíveis: Cones (5 a 7 milhões,situam-se mais na mácula e 
fóvea) nos dão a visão de detalhes; percepção das cores.Bastonetes (115 a 
120 milhões, situam-se nas ouras partes da retina) nos dão a visão sob 
iluminação fraca e periférica. 
2 – Células bipolares – unem os cones e os bastonetes às células 
ganglionares. 
3 – Células ganglionares – seus longos axônios seguem através da camada de 
fibras nervosas da retina para o n. óptico. 
Camada de fibras nervosas: Nada mais são do que as fibras nervosas da 
retina que se juntam com os axônios das células gânglionares e formam o 
nervo óptico. 
Vascularização: A retina recebe o seu suprimento sanguíneo de 2 fontes: 1/3 
externo pela coriocapilar e os 2/3 internos pelas ramificações da artéria central 
da retina. 
 
 
 ÓRBITA OCULAR: 
A órbita é uma cavidade óssea em forma de pirâmide com quatro paredes 
(superior, medial, inferior e lateral). 
 
Teto: Defeitos no teto orbitário (ex.: neurofibromatose) podem resultar em 
pulsações visíveis do globo ocular, de origem cerebral. 
Parede nasal: Em decorrência da proximidade com os seios faciais, infecções, 
especialmente nos seios etmoidais e esfenoidais, podem erodir a parede óssea 
e envolver o conteúdo da cavidade orbitária. 
Assoalho: A placa orbital da maxila constitui a grande área central do 
assoalho, sendo a região onde fraturas (blowout) mais frequentemente 
ocorrem, podendo haver herniação do conteúdo orbital para o antro maxilar. 
Parede lateral: É a parte mais resistente da órbita, tendo importante função de 
proteção contra impactos. 
Ápice: É o portal de entrada para todos os nervos e vasos do olho, e o local de 
origem de todos os músculos. 
Irrigação: A principal artéria que supre a órbita e suas estruturas origina-se da 
artéria oftálmica, o primeiro grande ramo da parte intracraniana da artéria 
carótida interna. Outros ramos da artéria oftálmica incluem a artéria lacrimal, 
que supre a glândula lacrimal e a pálpebra superior; ramos musculares para os 
vários músculos da órbita; as artérias ciliares posteriores longas e curtas; as 
artérias palpebrais mediais para ambas as pálpebras; e as artérias 
supraorbitária e supratroclear. As artérias ciliares posteriores curtas suprem a 
coroide e partes do nervo óptico. 
As duas artérias ciliares posteriores longas suprem o corpo ciliar e se 
anastomosam entre si e com as artérias ciliares anteriores para formar o círculo 
arterial maior da íris. 
As artérias ciliares anteriores são derivadas dos ramos muscula res para os 
músculos retos. Elas suprem a parte anterior da esclera, a episclera, o limbo e 
a conjuntiva, além de contribuírem para o círculo arterial maior da íris. Os 
ramos mais anteriores da artéria oftálmica contribuem para a formação das 
arcadas arteriais das pálpebras, que se anastomosam com a circulação 
carotídea externa via artéria facial. 
 A drenagem venosa da órbita é feita primordialmente pelas veias oftálmicas 
superior e inferior, nas quais drenam as veias vorticosas, as ciliares anteriores 
e a central da retina. 
As veias oftálmicas comunicam-se com o seio cavernoso via fissura orbitária 
superior e o plexo venoso pterigoide via fissura orbitária inferior. De início, a 
veia oftálmica superior é formada pelas veias supraorbitária e supratroclear e 
por um ramo da veia angular, todas drenando a pele da região periorbitária. 
Isso proporciona uma comunicação direta entre a pele da face e o seio 
cavernoso, formando assim a base da trombose potencialmente letal do seio 
cavernoso, secundária à infecção superficial da pele periorbitária. 
 
 Globo Ocular: 
Conjuntiva: A conjuntiva é uma mucosa fina e transparente, que cobre a 
superfície posterior das pálpebras (a conjuntiva palpebral) e a anterior da 
esclera (conjuntiva bulbar). É contí nua com a pele da margem palpebral (uma 
junção mucocutânea) e com o epitélio da córnea no limbo. A conjuntiva 
palpebral fica na superfície posterior das pálpebras e adere firmemente ao 
tarso. Nas margens superior e inferior do tarso, ela se reflete posteriormente 
(nos fórnices superior e inferior) e cobre o tecido episcleral, transformando-se 
na conjuntiva bulbar. 
A conjuntiva bulbar adere frouxamente ao septo orbitário nos fórnices e tem 
muitas dobras (pregas), o que possibilita que o olho se movimente e a 
superfície conjuntival secretora aumente. (Os dutos da glândula lacrimal se 
abrem no fórnice temporal superior.) Exceto no limbo (onde a cápsula de 
Tenon e a conjuntiva estão fundidas por cerca de 3 mm), a conjuntiva bulbar 
está inserida frouxamente na cápsula de Tenon e na esclera subjacente. 
Uma prega mole, móvel e espessa da conjuntiva bulbar (a prega semilunar) 
está localizada no canto nasal e corresponde à membrana nictitante de alguns 
animais inferiores. Uma estrutura pequena, carnosa e epidermoide (a 
carúncula) está inserida superficialmente na parte interna da prega semilunar e 
é uma zona de transição, contendo tanto elementos cutâneos como mucosos. 
Suprimentos sanguíneo, linfático e nervoso: As artérias conjuntivais são 
derivadas das artérias ciliares anteriores e da palpebral, que se anastomosam 
livremente e junto com numerosas veias conjuntivais que em geral seguem o 
padrão artérial formam uma rede vascular conjuntival considerável. Os 
linfáticos conjuntivais estão dispostos em camadas superficiais e profundas, e 
unem-se com os das pálpebras para formar um plexo linfático rico. 
A conjuntiva recebe seu suprimento nervoso do primeiro ramo (oftálmico) do 
quinto nervo craniano, tendo um número relativa mente pequeno de fibras para 
a dor. 
 Cápsula de Tenon (FÁSCIA BULBAR): 
A cápsula de Tenon é uma membrana fibrosa que envolve o globo ocular 
desde o limbo até o nervo óptico. 
Adjacente ao limbo, a conjuntiva, a cápsula de Tenon e a episclera estão 
fundidas. Mais posteriormente, a superfície interna da cápsula de Tenon fica 
contra a esclera e sua superfície externa está em contato com a gordura 
orbitária e outras estruturas situadas dentro do cone muscular extra ocular. 
No ponto em que a cápsula de Tenon é perfurada pelos tendões dos músculos 
extra oculares em sua passagem para inserir-se no globo ocular, envia uma 
reflexão tubular em torno de cada um desses músculos. Essas reflexõesfasciais tornam-se contínuas com a fáscia dos músculos, e as fáscias fundidas 
enviam expansões para as estruturas adjacentes e para os ossos orbitários. As 
expansões fasciais são bastante fortes e restringem a ação dos músculos extra 
oculares, sendo portanto conhecidas como ligamentos de detenção, que 
regulam a direção da ação dos músculos extra oculares e funcionam como 
suas origens funcionais. 
O segmento inferior da cápsulade Tenon é espesso e funde-se com a fáscia 
dos músculos reto e oblíquo inferiores, para formar o ligamento suspensor do 
globo ocular (ligamento de Lockwood), acima do qual fica o globo ocular. 
 Córnea: 
A córnea é um tecido transparente, de tamanho e estrutura comparáveis aos 
do cristal de um relógio de pulso pequeno (Fig. 1.9), inserido na esclera no 
limbo, sendo a depressão circunferencial dessa junção conhecida como sulco 
escleral. 
De anterior para posterior, tem cinco camadas distintas: o epitélio (contínuo 
com o da conjuntiva bulbar), a camada de Bowman, o estroma, a membrana de 
Descemet e o endotélio. O epitélio tem cinco ou seis camadas de células. A 
camada de Bowman é uma camada acelular transparente, uma parte 
modificada do estroma. O estroma corneano é responsável por cerca de 90% 
da espessura da córnea, sendo composto por lamelas entrelaçadas de fibrilas 
de colágeno, que atravessam quase todo o diâmetro da córnea, paralelas à 
superfície corneana e, em virtude de seu tamanho e sua proximidade, são 
opticamente transparentes. As lamelas ficam dentro da substância fundamental 
composta por proteoglicanos hidratados em associação com ceratócitos que 
produzem o colágeno e a substância fundamental. 
A membrana de Descemet, que constitui a lâmina basal do endotélio da 
córnea, tem um aspecto homogêneo à microscopia óptica. O endotélio tem 
apenas uma camada de células, mas é responsável pela manutenção da 
turgescência essencial do estroma da córnea, além de ser bastante suscetível 
a lesões, bem como a perda de células com a idade. O reparo endotelial limita-
se ao aumento e ao deslizamento das células existentes, com pequena 
capacidade de divisão celular. A falha na função endotelial resulta em edema 
da córnea. As fontes de nutrição da córnea são os vasos do limbo, o humor 
aquoso e a lágrima. A parte superficial da córnea também obtém a maior parte 
de seu oxigênio da atmosfera. Os nervos sensoriais da córnea estão ligados à 
primeira divisão (oftálmica) do quinto nervo craniano (trigêmeo). A 
transparência da córnea deve-se à sua estrutura uniforme, sua avascularidade 
e sua deturgescência. 
 Trato uveal: 
É composto pela íris, pelo corpo ciliar e pela coroide. 
Íris: A íris é a extensão anterior do corpo ciliar. Apresenta uma superfície plana 
com uma abertura redonda central, a pupila. A íris fica em contiguidade com a 
superfície anterior do cristalino, separando a câmara anterior da posterior, 
ambas contendo humor aquoso. Dentro do estroma da íris estão os músculos 
esfíncter e dilatador. 
As duas camadas extremamente pigmentadas na superfície posterior da íris 
representam extensões anteriores da neurorretina e do epitélio pigmentado da 
retina (EPR). O suprimento sanguíneo para a íris vem do círculo maior da íris. 
O endotélio dos capilares da íris não é fenestrado. O suprimento de nervos 
sensoriais para a íris vem de fibras dos nervos ciliares. A íris controla a 
quantidade de luz que entra no olho. O tamanho da pupila é determinado 
principalmente por um e quilíbrio entre a constrição devida à atividade 
parassimpática transmitida via terceiro nervo craniano e à dilatação decorrente 
da atividade simpática. 
 Corpo ciliar: 
O corpo ciliar um tanto triangular ao corte transversal, estende-se para a frente 
a partir da extremidade anterior da coroide para a raiz da íris. Consiste em uma 
zona anterior corrugada, a pars plicata (2 mm) e uma zona posterior achatada, 
a pars plana (4 mm). Os processos ciliares surgem da pars plicata, e são 
compostos principalmente por capilares e veias que fazem a drenagem por 
meio das veias vorticosas. 
Os capilares são grandes e fenestrados, de modo que deixam extravasar a 
fluoresceí na injetada por via intravenosa. 
Há duas camadas de epitélio ciliar: uma interna não-pigmentada, 
representando a extensão anterior da neurorretina, e uma externa pigmentada, 
que representa uma extensão do epitélio pigmentado da retina. Os processos 
ciliares e seu epitélio de revestimento são responsáveis pela formação do 
humor aquoso. O músculo ciliar é composto por uma combinação de fibras 
longitudinais, circulares e radiais. A função das fibras circulares consiste em 
contrair e relaxar as fibras zonulares, que se originam nos vales entre os 
processos ciliares. Isso altera a tensão na cápsula do cristalino, conferindo-lhe 
um foco variável para os objetos próximos e distantes no campo visual. As 
fibras longitudinais do músculo ciliar inserem-se na malha trabecular, 
influenciando o tamanho de seus poros. Os vasos sanguíneos que suprem o 
corpo ciliar são derivados do círculo maior da íris. O suprimento nervoso 
sensorial da íris é realizado via nervos ciliares. 
 
 Coroide: 
A coroide é o segmento posterior do trato uveal, entre a retina e a esclera, é 
composta por três camadas de vasos sanguíneos: grandes, médios e 
pequenos. Quanto mais profundos os vasos da coroide, mais largo o seu 
lúmen. A parte interna dos vasos da coroide é conhecida como coriocapilar. 
O sangue dos vasos da coroide é drenado pelas quatro veias vorticosas, uma 
em cada um dos quatro quadrantes posteriores. A coroide é limitada 
internamente pela membrana de Bruch e externamente pela esclera. O espaço 
supracoroidal fica entre a coroide e a esclera. A coroide está fixada 
posteriormente às margens do nervo óptico. O agregado de vasos da coroide 
serve para nutrir a parte externa da retina subjacente. 
 Cristalino: 
O cristalino é uma estrutura biconvexa, avascular, incolor e quase 
completamente transparente, suspensa atrás da íris pela zônula, que o conecta 
ao corpo ciliar. Anterior ao cristalino está o humor aquoso; posterior a ele, o 
vítreo. A cápsula do cristalino é uma membrana semipermeável (ligeira mente 
mais permeável que uma parede capilar), que permite a passagem de água e 
eletrólitos. 
O cristalino é mantido no lugar por um ligamento suspensor conhecido como 
zônula (zônula de Zinn), composta por numerosas fibrilas que surgem da 
superfície do corpo ciliar e se inserem no equador do cristalino. 
Não há fibras para a dor, vasos sanguíneos nem nervos no cristalino. 
 Humor aquoso: 
O humor aquoso é produzido pelo corpo ciliar. Entra pela câmara posterior e 
passa através da pupila para a câmara anterior e então segue pela periferia na 
direção do ângulo da câmara anterior. 
 Músculos extraoculares: 
Seis músculos extraoculares controlam os movimentos de cada olho: 4 retos, 
superior, medial, inferior e lateral; 2 oblíquos: superior e inferior. 
 
 
Fáscia: 
Todos os músculos extra oculares estão envoltos por uma fáscia. Perto dos 
pontos de inserção desses músculos, a fáscia é contínua com a cápsula de 
Tenon, e as condensações fasciais com as estruturas orbitárias adjacentes 
(ligamentos de detenção) funcionam como as origens funcionais dos músculos 
extra oculares. 
Suprimento nervoso: 
O nervo oculomotor (III) inerva os músculos retos medial, inferior e superior, 
além do oblíquo inferior. O nervo abducente (VI) inerva o músculo reto lateral, e 
o nervo troclear (IV) inerva o músculo oblíquo superior. 
Irrigação: 
O suprimento sanguíneo para os músculos extraoculares é derivado dos ramos 
musculares da artéria oftálmica. Os músculosreto lateral e oblíquo inferior 
também são supridos por meio de ramos das artérias lacrimal e infraorbitária, 
respectiva mente. 
 Nervo óptico: 
Constituído por cerca de 1 milhão de axônios das células ganglionares da 
retina, emerge nasalmente ao polo posterior do olho, atingindo a cavidade 
craniana através do canal óptico. Une-se ao nervo óptico contralateral 
formando, após curto trajeto intracraniano, o quiasma óptico. Cerca de 80% de 
sua composição é de fibras visuais, que fazem sinapse com o corpo geniculado 
lateral, terminando no córtex visual primário do lobo occipital. Os 20% restantes 
são de fibras pupilares que seguem caminho pretectal. 
Suprimento sanguíneo: 
A camada superficial da papila recebe sangue dos ramos das arteríolas 
retinianas. Na região da lâmina crivosa, que compreende os segmentos pré-
laminar, laminar e retrolaminar do nervo óptico, o suprimento arterial vem das 
artérias ciliares posteriores curtas. A parte anterior intraorbitária do nervo óptico 
recebe parte do sangue de ramos da artéria central da retina. O restante do 
nervo intraorbitário, bem como os segmentos intracanalicular e intracraniano, 
são supridos por uma rede de vasos da pia-máter derivados dos vários ramos 
da artéria oftálmica e outros ramos das carótidas internas. 
 Sistema Lacrimal: 
O ponto lacrimal é formado por pequenas aberturas com aproximadamente 
0,3mm de diâmetro que se localizam na borda de cada pálpebra. O ponto 
chamado de Superior tem cerca de 6mm temporalmente ao ângulo medial e o 
inferior é discretamente mais temporal do que o superior. 
Os canalículos são constituídos de pequenos segmentos verticais (2mm) que 
se iniciam nos pontos lacrimais e por seguimentos horizontais (8mm) se 
esvaziam no saco lacrimal. Os canalículos superiores e inferiores se esvaziam 
em um canalículo comum (seio de Maier) que se abre na parede lateral do 
saco lacrimal. Uma pequena prega de mucosa (válvula de Rosenmüller) fecha 
a entrada do canalículo comum evitando assim o refluxo de lágrimas do saco 
para o canalículo. 
O chamado saco lacrimal é uma estrutura cística revestida por epitélio colunar 
(10mm de comprimento) situada entre as cristas lacrimais anterior e posterior. 
O tendão medial do canto passa em frente do saco, e o diafragma lacrimal e o 
músculo de Horner (a extremidade profunda do músculo pré-társico) passam 
por trás do saco. 
E o ducto nasolacrimal é um tubo de orientação vertical (12mm de 
comprimento) que liga o saco à mucosa do nariz abaixo da concha nasal 
inferior via ósteo nasal (meato nasal inferior). Na junção do ducto com a fossa 
nasal pode ser encontrada uma dobra mucosa (Válvula de Hasner). 
 
Suprimento sanguíneo: 
O suprimento sanguíneo da glândula lacrimal é derivado da artéria lacrimal. A 
veia que drena a glândula anastomosa-se à veia oftálmica. 
Drenagem Linfática: 
A drenagem linfática anastomosa-se aos linfáticos conjuntivais para drenar nos 
linfonodos pré- auriculares. 
Inervação: 
A inervação para a glândula lacrimal é feita pelo nervo lacrimal (sensitivo), um 
segmento do primeiro ramo do trigêmeo, pelo nervo petroso superficial maior 
(secretor), que vem do núcleo salivar superior, e por nervos simpáticos que 
acompanham a artéria e o nervo lacrimais. 
 
REFERÊNCIAS: 
Principios da ofaltmologia: Anatimo-Histologia Funcional do olho, Silva. J.V, 
Ferreira, B.F.A, Pinto. H.S.R. 
http://www.compuland.com.br/anatomia/olho.htm 
Anatomia e embriologia do olho 1- Paul Riordan-Eva, FRCS, FRCO.

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