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ì AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR Luiza Magalhães Professora neuropediatria Outubro-‐ 2013 Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Medicina Departamento Materno InfanDl Serviço de Pediatria e Puericultura Núcleo de Neurodesenvolvimento Roteiro ì Introdução e conceitos ì Padrões normais de desenvolvimento nas idades-‐ chave ì Sinais de desenvolvimento patológico ì Principais Dpos e causas de atraso do DNPM Cérebro humano ì 100 bilhões de neurônios, ì Um número ainda maior de células gliais, ì Organizados em uma vasta rede de conexões sinápDcas, esDmadas em 100 trilhões. ì Regulados por genes específicos, mas que podem ser afetados por fatores ambientais. ì Crescimento e o desenvolvimento do cérebro: complexo PlasDcidade cerebral Avaliação do DNPM ì Criança: ser em desenvolvimento ì Passa de uma etapa para a outra ì Cada uma à diferentes dados semióDcos ì Exame neurológico: deve ser adequado para cada momento evoluDvo ì Avaliação do DNPM: conhecimento de cada etapa Por que é importante estudar? ì Aumento de crianças com atraso do desenvolvimento (sobrevida de prematuros extremos, diminuição da mortalidade infanDl) ì Há evidências de quanto mais precoce o diagnósDco, e a intervenção, menor será o impacto na vida da criança. ì Assistência prevenDva= avaliação do desenvolvimento é essencial Crescimento X Desenvolvimento Crescimento significa aumento `sico do corpo, medido em cenametros ou gramas; ele traduz o aumento em tamanho e número de células. O desenvolvimento é a capacidade do ser de realizar funções cada vez mais complexas; ele corresponde a termos como maturação e diferenciação celular ì Desenvolvimento: processo complexo estrutural e funcional associado ao crescimento, maturação e aprendizagem. ì Processo qualita'vo ì COMO MEDIR? O perímetro cefálico ì Exame do crânio ì Medidas: PC, DBA e DAP. ì 12cm em 12 meses ì O perímetro torácico ultrapassa o perímetro craniano por volta do quarto-‐quinto mês de vida. ì Inspeção, palpação, ausculta Maneiras de avaliar o desenvolvimento ì Escalas ì História ì Exame neurológico ì ENE NÃO TEM COMO SER MEDIDO DIRETAMENTE Para RNP sim Para RNT sim Lactentes sim 2º e 3º anos sim 3 a 7 anos sim (ENE) Após não (desempenho escolar) Parâmetros neurológicos já estabelecidos Escala de Denver II ì Do nascimento aos 6 anos ì TRIAGEM (não é teste de QI ou preditor para habilidades futuras) ì Interessante usar em: crianças aparentemente normais, quando há alguma suspeita de alterações e crianças em risco ì Compara a criança com outras da mesma idade História ì Sempre quesDonar: 1. História familiar 2. História da gestação, do parto e do período neonatal 3. História médica pós natal 4. Contexto social e familiar 5. Marcos do desenvolvimento Marcos do desenvolvimento ì “Idades chave” 1. RN 2. Lactente 3,6,9 ,12, 18 e 24 meses 3. Dos 3 aos 7 anos -‐ ENE 4. Após – avaliação das funções corDcais superiores + desempenho escolar Avaliação neurológica ì ADtude ì Tônus ì Reflexos primiDvos ì Equilíbrio estáDco e dinâmico ì Coordenação apendicular (dos membros) ì Funções cerebrais superiores Desenvolvimento no 1º ano de vida ì Estreita relação entre as funções que aparecem e desaparecem com a evolução estrutural do SNC (crânio-‐caudal) ì Funções mais elementares vão paulaDnamente sendo subsDtuídas por funções hierarquicamente superiores Manifestações neurológicas ì Permanentes – são constantes e praDcamente não modificam, ex: reflexos incondicionados e sensibilidades primiDvas. ì Reflexas transitórias – desaparecem com a evolução e somente reaparecem em situações patológicas, ex: Moro, Magnus De Kleijn ì EvoluDvas – manifestações reflexas automáDcas que desaparecem com a evolução para dar lugar à mesma aDvidade, porém de caráter voluntário, ex: sucção, preensão, apoio plantar, marcha reflexa. Recém nascido ì Sistema inferior (extrapiramidal): maturação precoce e ascendente, inicia na 24ª semana, responsável pelo tônus postural e reflexos arcaicos ì Sistema superior (piramidal): maturação mais tardia e descendente, responsável pela motricidade Recém nascido ì Hipertonia flexora dos 4 membros ì REFLEXOS PRIMITIVOS Hipertonia flexora dos 4 membros Reflexos primiDvosdo RN ì Marca do funcionamento cerebral subcorDcal ì Fisiológicos nos primeiros meses e após patológico Reflexos tônicos -‐ Reflexo tônico cervical -‐ Reflexo da marcha -‐ Reflexo de reptação São os primeiros a desaparecer Dão ao RN uma aDtude assimétrica Sucção reflexa Reflexo de voracidade ou “pontos cardeais” Reflexo de preensão palmar e preensão plantar Reflexo cutâneo plantar No RN, é extensor Idade corrigida ì Lembrar que em bebês que nasceram prematuros, devemos uDlizar a IDADE CORRIGIDA até os 2 anos. ì 40 semanas -‐ IG 3 meses ì TONO: Iniciando hipotonia fisiológica. ì REFLEXOS PRIMITIVOS: Presentes: sucção, Moro, mão-‐boca, preensão palmar, preensão plantar, cutâneo-‐plantar extensor – desapareceram: marcha reflexa, apoio plantar, reptação, tônico-‐cervical assimétrico . ì Firma o pescoço e movimenta a cabeça . ì Junta as duas mãos na linha média ì FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES: fixa o olhar, sorri socialmente, atende ao som com procura da fonte emissora e usa vogais (gorjeio) Não levanta cabeça 45º, olhos não passam da linha média, não tem sorriso social 6 meses ì Hipotonia fisiológica (pé na boca) ì REFLEXOS PRIMITIVOS: Presentes: preensão plantar, cutâneo plantar extensor; Desapareceram: sucção, preensão palmar, moro ì Senta com apoio, iniciando sem apoio, muda de decúbito ì ReDra pano do rosto, preensão voluntária (pinça inferior) ì FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES Atende pelo nome, demonstra estranheza diante de desconhecidos, localiza o som lateralmente, usa vogais associadas a consoantes (lalação) Não rola, não segura brinquedos, não vira em direção ao som 9 meses ì TONO: Hipotonia fisiológica em declínio. ì REFLEXOS PRIMITIVOS: Presentes: preensão plantar e cutâneo plantar extensor em desparecimento ì Senta sem apoio, engaDnha e pode andar com apoio ì Pega objetos em cada mão e troca, preensão manual de pinça superior em escada ì FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES Localiza o som de forma indireta para cima e para baixo – Palavras de sílabas repeDdas com significado (primeiras palavras) palavras-‐frase , dá “tchau" Não senta sem apoio, não produz sons, não busca brinquedos 12 meses ì TONO/REFLEXOS PROFUNDOS: semelhantes ao do adulto ì REFLEXOS PRIMITIVOS : Presentes: preensão plantar e cutâneo-‐plantar extensor em desaparecimento ì Em pé com apoio, iniciando a marcha sem apoio ì Pinça superior individualizada ì FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES): Localiza a fonte sonora direto para baixo e indireto para cima, usa palavras corretamente e produz jargão Não fala dissílabos, não fica em pé 1º aniversário -‐ Caminhar -‐ Falar Segundo ano de vida 18 meses 24 meses Equilíbrio EstáDco Domina posição em pé Permanece em pé com pés juntos Equilíbrio Dinâmico Sobe escada com apoio Sobe e desce escada sem alternar os pés Coordenação das mãos Usa colher Torre 3 cubos Garatuja reDlínea Torre com 6 cubos Garatujas circulares Chuta a bola Linguagem Palavras frases Pelo menos 10 palavras Frases com 2 + palavras 50 palavras Nomeia-‐se pelo prenome 3-‐7 anos -‐ ENE • Introduzido em 1972 por Lefèvre e colaboradores • São 101 provas, divididas em 11 itens: Dominância lateral, Tônus muscular e Reflexos profundos, Equilíbrio EstáDco, Equilíbrio Dinâmico, Coordenação Apendicular, Coordenação Tronco-‐Membros, Sincinesias, ADvidade SensiDva Sensorial e Persistência Motora Desenho da figura humana Controle de es`ncteres ì 18 meses: Controle vesical diurno iniciando ì 2 anos: Controle vesical diurno em consolidação e iniciando o vesical noturno e anal ì 3 -‐ 4 anos: Controle vesical diurno e anal consolidados, vesical noturno em consolidação ì 5 anos: Controle completo vesical e anal Após 7 anos ì Aperfeiçoamento funções já existentes à consDtuindo o aprendizado formal. ì Pode-‐se uDlizar a avaliação das funções corDcais (memória, orientação, gnosias, praxias e linguagem) e a performance escolar. es co la Espaço `sico Pedagógico Corpo docente fa m íli a Pais Interação pais-‐ escola RoDna familiar cr ia nç a Sensoriais Dças crônicas Psiquiátricos RM Neuropatologia (PC, epilepsia, TDAH e Transtornos de aprendizado) TRINÔMIO Os Sinais do Desenvolvimento Patológico ì Quais: ì manutenção dos reflexos arcaicos além do tempo, ì alterações do perímetro cefálico, ì não aquisição ou regressão dos marcos de desenvolvimento Atraso do DNPM ì EDologia 1. GenéDca (cromossômicas, EIM, malformações) 2. Pré natal (desnutrição, infecção, trauma) 3. Perinatal (asfixia, tocotrauma) 4. Pós natal (infecção, desnutrição, TCE) ì Tipo 1. Predomíniomotor (PC, hipotonia central, dças neuromusculares e ortopédicas) 2. Predomínio linguagem (hipoacusia, auDsmo) 3. Global (malformações, encefalopaDas, cromossomopaDas) Bibliografia recomendada ì Roa N, Fleming P; Desenvolvimento neurológico: avaliação evolu'va. Revista AMRIGS, Porto Alegre, 48 (3): 175-‐179, jul.-‐set. 2004 ì Ferreira et al, Pediatria: diagnósDco e tratamento, Artmed, 2005 ì Roa et al, Transtornos da aprendizagem, Artmed, 2006 ì Diament et al, Neurologia infanDl, 5ª edição, 2010 Obrigada!
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