Buscar

CCJ0015-WL-C-PP-Aula-04-Guido Cavalcanti

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Civil IV
Posse
Prof. Guido Cavalcanti
Classificação da posse
1- Posse direta e posse indireta
A clássica distinção entre posse direta e indireta surge do desdobramento da posse plena, podendo haver desdobramentos sucessivos. 
O proprietário ou titular de outro direito real pode usar e gozar a coisa objeto de seu direito, direta e pessoalmente, mediante o exercício de todos os poderes que informam o seu direito e, nesse caso, nele confundem as posses diretas e indiretas. 
Pode ser, entretanto, que por negócio jurídico, transfira a outrem o direito de usar a coisa: ex: dar em comodato. Nestes casos, a posse se dissocia: o titular do direito real fica com a posse indireta (ou mediata), enquanto que o terceiro fica com a posse direta (ou imediata). Observe o desdobramento. 
observe:
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Ex., o proprietário exerce a posse indireta. O locatário exerce a posse direta, quando da concessão do locador. Uma não anula a outra.
Isso gera uma consequência forte: o possuidor direto e o indireto podem invocar a proteção possessória contra terceiro.
Os desdobramentos podem ser sucessivos. O possuidor direito pode fazer novos desdobramentos, se disso não for proibido. 
2- Posse exclusiva, composse e posses paralelas
Exclusiva é a posse de um único possuidor. É aquela em que uma única pessoa, física ou jurídica, tem, sobre a mesma coisa, posse plena, direta ou indireta. A exclusiva plena é a posse em que o possuidor exerce de fato os poderes inerentes à propriedade, como se sua fosse. Isso se contrapõe ao conceito de:
Composse: a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa. 
observe:
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.    
É o que sucede com adquirentes de coisa comum, com marido e mulher em regime de comunhão de bens ou com coerdeiros antes da partilha. Como a posse é a exteriorização do domínio, admite-se a composse em todos os casos em que ocorre o condomínio.
Qualquer um dos compossuidores pode valer-se do interdito possessório ou da legítima defesa para impedir que outro compossuidor exerça uma posse exclusiva sobre qualquer fração da comunhão. 
Podem também os compossuidores, também, estabelecer uma divisão de fato para utilização pacífica do direito de cada um, surgindo, assim, a composse pro diviso. Neste caso, há um acordo vai haver utilização sobre parte definida.  Permanecerá pro indiviso  se todos exercerem, ao mesmo tempo e sobre a totalidade da coisa, os poderes de fato.
Mesmo na modalidade acima, todos continuam tendo direito de ação contra terceiros. 
Não confundir composse com posses paralelas, também denominada posses múltiplas, em que ocorre concorrência ou sobreposição de posses (existência de posses de natureza diversa sobre a mesma coisa)
 
3- Posse Justa e injusta.
Segundo o artigo 1.200
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse justa é aquela isenta de vícios, por ter sido adquirida por algum modo previsto em lei.
Injusta: é a posse que foi adquirida viciosamente, por violência ou clandestinidade. É violenta a posse de alguém que toma o objeto, despojando-o à força. É clandestina quando usa de artifícios para se ocultar. Quando está isenta desses elementos, chamamos de posse mansa e pacífica.
Observar que essa violência pode ser física ou moral. É indiferente que a violência tenha sido praticada sobre a própria pessoa do espoliado, ou sobre aqueles que exerciam a posse em nome deste. Que o esbulhador pratique por si mesmo ou por intermédio de outros.
Precária: quando o agente se nega a devolver a coisa que legitimamente tinha recebido. p.ex., aquele que se recusa a devolver o carro alugado. 
No código essas figuras são equiparadas, na defesa patrimonial: roubo (violência). furto (clandestinidade) e apropriação indébita (precariedade)
Observe que o artigo 1.200 não é exaustivo. Podem haver casos onde os tipos se misturam: (entrou pacificamente sem procurar ocultar invasão, também esbulhou)
* importante: os vícios que maculam a posse são ligados ao momento da sua aquisição. Essa classificação de justa ou injusta, leva em conta o momento da aquisição. Isso quer dizer que ele pode mudar sua configuração com o passar do tempo:
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
* importante: ainda que viciada, a posse injusta não deixa de ser posse. E ela sempre é interpretada em face de alguém, ou seja: a posse pode ser injusta diante de fulano, mas ser justa diante de sicrano. 
Observe: diante de um furto, a posse é injusta diante do verdadeiro dono, mas poderá ser justa em relação a um terceiro que não tenha posse alguma. Então, até mesmo o esbulhador tem direito de proteger a posse diante de um terceiro. 
A violência e clandestinidade podem cessar. Chamamos isso de convalescimento dos vícios. Enquanto não findam, existe apenas detenção. Cessados, surge a posse, porém injusta, em relação a quem perdeu. Pode-se dar como exemplo o esbulhador que não oculta mais o ocorrido. 
4- Posse de boa-fe e posse de má-fé
A boa-fé vai ser um importante elemento de estudos quando analisamos a posse, já que o tipo de comportamento que o sujeito teve diante do fato vai ser relevante. p.ex., se o sujeito estava de boa fé, nada mais justo que o direito de percepção dos frutos.
observe: 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa
Decorre da consciência. Funda-se em dados psicológicos, que por vezes estava em desacordo com a realidade material, mas o sujeito disso não sabia. Ao contrário, se ele tinha conhecimento da situação que maculava sua situação, chamamos de posse de má-fé. 
A culpa, a negligência ou a falta de diligência comum são enfocadas, pois, como excludentes da boa-fé, por ter demonstrado o autor pouco apreço pelo bem jurídico. Encontramos o conceito de boa-fé através da análise do comportamento esperando de um humano ético, diligente e preocupado em não gerar prejuízos alheios.
O Código Civil estabelece a presunção de boa fé quando:
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Justo título é todo ato formalmente adequado a transferir o domínio ou o direito real de que trata, mas que deixa de produzir tal efeito em virtude de não ser o transmitente senhor da coisa ou do direito. É o que seria hábil se não contivesse um vício. 
Trata-se de uma mera presunção iuris tantum, já que admite prova em contrário. 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
No que respeita aos frutos, benfeitorias e acessões, não se há de investigar apenaas se a posse foi adquirida com boa ou má-fé, mas se no momento da colheita daqueles, ou da realização destas, a boa-fé persistia. 
5- Posse nova e posse velha
Posse nova é a de menos de ano e dia. Posse velha é a de ano e dia ou mais. 
Isso nasce um pouco do Direito Processual e um pouco do Direito Material. Observemos em primeiro lugar o direito Civil:
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
e agora o Código de processo Civil: 
Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posseas normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Para se saber se a ação é de força nova ou velha, leva-se em conta o tempo decorrido desde a ocorrência da turbação ou do esbulho. Se o turbado ou esbulhado reagiu logo, intentando a ação dentro do prazo de ano e dia, poderá pleitear a concessão da liminar. Passado esse prazo, será procedimento ordinário, sem direito a liminar, sendo a ação de força velha. 
6- Posse "ad interdicta" e posse "ad usucapionem“
A "ad interdicta" é a que pode ser defendida pelos interditos, (pelas ações possessória), mas não conduz à usucapião, já que, p.ex., o locatário, não usa com animo de dono.
Já a posse "ad usucapionem"  defere ao titular a aquisição do domínio. Isso será discutido com mais profundidade quando estudarmos o instituto da usucapião.

Outros materiais