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PESSOA JURÍDICA DIREITO CIVIL INTERATIVO • Vídeo • https://globoplay.globo.com/v/5351473/ • Reportagem • http://www.conjur.com.br/2016-fev- 20/estado-nao-punir-indio-foi-condenado- tribo 2 PESSOA X PERSONALIDADE • Personalidade é a possibilidade de ser titular de direitos subjetivos. • Pessoa é quem tem esse atributo. • Pessoa é poder ser titular do direito. É poder estar no pólo de uma relação jurídica. DAS PESSOAS JURÍDICAS • Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações. • A existência da pessoa jurídica decorre da necessidade - ou conveniência - do indivíduo de unir esforços para a realização de objetivos comuns, inatingíveis individualmente. • Principal Característica – Atua na vida jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que a compõem. (CC, art. 20) DAS PESSOAS JURÍDICAS • CONCEITO: “Conjunto de pessoas ou de bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei, para consecução de fins comuns.” (GONÇALVES, Carlos Roberto. 2014, p. 216) PESSOA JURIDICA • A Pessoa jurídica pode ser considerada a soma de esforços humanos ou patrimoniais, tendente a uma finalidade lícita, específica e constituída na forma da lei. O fato de possuir CNPJ não pressupõe a existência de uma pessoa jurídica. O que pressupõe a existência da pessoa jurídica é o seu registro (art. 45do CC). • A pessoa jurídica não se confunde com os seus membros, sendo essa regra inerente à própria concepção da pessoa jurídica – Associações – não tem fins lucrativos – o ato constitutivo é o estatuto; – Sociedades – Simples ou Empresárias- O ato constitutivo é o contrato Social; – Fundações – o ato constitutivo é a escritura pública ou testamento. 7 ASPECTOS GERAIS • Cada país adota uma denominação – Na França e Suiça: “Pessoa Moral” – Em Portugal: “Pessoa Coletiva” – No Brasil, na Alemanha, na Espanha e na Itália: “Pessoa Jurídica” 8 • Várias teorias procuram explicar esse fenômeno. • Um grupo de pessoas passa a constituir unidade orgânica, ou seja, com: – Individualidade própria reconhecida pelo Estado e distinção das pessoas que o compõem • Há 2 grupos teóricos: – Da ficção – Da realidade NATUREZA JURÍDICA DAS PESSOAS JURÍDICAS • Teorias relativas à natureza jurídica da PJ • Teoria da Ficção – a PJ é criação da lei, sem existência real. • Teoria da Realidade – a PJ tem existência própria DAS PESSOAS JURÍDICAS • Teorias relativas à natureza jurídica da PJ • TEORIA DA FICÇÃO • Ficção legal (Savigny): A PJ é criação artificial da lei. Não passa de mero conceito, abstração. • Ficção doutrinária: A PJ não tem existência real, apenas intelectual. Mera ficção criada pela doutrina. Pessoa Jurídica 11 • Não são aceitas • A crítica que se lhes faz é que o Estado é uma pessoa jurídica • Dizer-se que o Estado é uma ficção é o mesmo que dizer que o Direito, que dele emana, também o é NATUREZA JURÍDICA TEORIAS DA FICÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS TEORIAS DA REALIDADE • A PJ tem existência própria e real Pessoa Jurídica 13 • Opõem-se às teorias da ficção • Se subdividem em: – Teoria da realidade objetiva – Teoria da realidade técnica – Teoria da realidade jurídica NATUREZA JURÍDICA TEORIAS DA REALIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS • Teoria da realidade objetiva ou orgânica: A PJ decorre da vontade, tem vida própria, capaz de tornar-se sujeito de direito, real e verdadeiro. • Teoria da realidade jurídica: A PJ é uma organização social destinada a um ofício ou serviço. É criada a partir das relações sociais e não da vontade humana. Pessoa Jurídica 15 • Pessoa jurídica é uma realidade sociológica, de seres com vida própria, que nascem por imposição das forças sociais • Crítica: os grupos sociais não têm vida própria, personalidade, que é uma característica do ser humano NATUREZA JURÍDICA Teoria da realidade objetiva TEORIAS DA REALIDADE Pessoa Jurídica 16 • Entendem seus adeptos, especialmente Ihering, que a personificação dos grupos sociais é um expediente de ordem técnica • É a forma pela qual o Direito encontra para reconhecer a existência de grupos de pessoas que se unem em prol de um mesmo fim Teoria da realidade técnica NATUREZA JURÍDICA TEORIAS DA REALIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS • Teoria da realidade técnica Entende que a atribuição de personalidade à PJ é expediente de ordem técnica, que o Estado utiliza para reconhecer a existência de grupos de indivíduos que se unem na busca de fins determinados. Pessoa Jurídica 18 • Assemelha-se à da realidade objetiva • Considera as pessoas jurídicas como organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício, e por isso personificadas • Nada esclarece sobre as sociedades que se organizam sem a finalidade de prestar um serviço ou de preencher um ofício Teoria da realidade jurídica NATUREZA JURÍDICA TEORIAS DA REALIDADE • Nome comercial: o nome civil das pessoas jurídicas Segundo lições de Cristiano Chaves de Farias: “Nome comercial é o critério de identificação da pessoa jurídica ou do comerciante individual, podendo se consubstanciar através de firma comercial ou denominação social.” (Direito Civil – Teoria Geral, 2011, p. 268) Francisco Amaral preleciona que: “firma ou razão comercial é o nome sob o qual o comerciante ou a sociedade que exerce o comércio e assina-se nos atos a eles referentes”. E então conclui: “exemplo de firma – M. Santos & Cia Ltda.; exemplo de denominação – Petrobrás”. (Direito Civil – Introdução, p. 273) A pessoa jurídica pode assumir uma marca de fantasia (ou nome de fantasia), dizendo respeito à expressão pela qual é conhecida (ex: Pepsi; Coca - cola etc.) Pessoa Jurídica 19 • A proteção do nome comercial e da marca (assim como a tutela do nome de domínio na internet, que também conta com a tutela legal) é relativa, abrangendo a área empresarial em que atua o titular, não se podendo impedir que empresas que atuam em outros ramos do mercado se valham do mesmo nome. Todas as formas de identificação da pessoa jurídica encontram-se protegidas por lei, gozando de tutela preventiva e repressiva, inclusive com fulcro na LEI N.º 9.279/1996 – Propriedade Industrial. • Segundo o art. 126 da Lei federal n.º 9.279/1996 a marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade “goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil, consolidando hipótese típica de concretização do princípio da confiança. Assim, se um nome comercial vem sendo utilizado notoriamente, inclusive com a sua respectiva marca, outro não poderá registrá-lo, em razão da consolidação ocorrida no seio social. Pessoa Jurídica 20 DAS PESSOAS JURÍDICAS Requisitos para constituição da PJ • Vontade humana criadora • Elaboração de ato constitutivo • Registro do ato constitutivo no órgão competente • Liceidade de seu objetivo Pessoa Jurídica 22 REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO • Vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta de seus membros) • Observância das condições legais (instrumento particular ou público, registro e autorizaçãodo Governo) Pessoa Jurídica 23 • Liceidade dos seus objetivos • objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa de extinção da pessoa jurídica • Cf. CC, art. 21, III REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO Pessoa Jurídica 24 • A vontade humana materializa-se no ato de constituição, que se denomina: – Estatuto, em se tratando de associações (sem fins lucrativos) – Contrato social, em se tratando de sociedades, civis ou mercantis – Escritura pública ou testamento, em se tratando de fundações (CC, art. 24) REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO Pessoa Jurídica 25 • O ato constitutivo deve ser levado a registro, para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídica de direito privado (CC, art. 18) • Antes do registro, a pessoa jurídica não passa de uma mera “sociedade de fato” REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO Pessoa Jurídica 26 • O nascituro possui personalidade garantida ao nascer com vida • Ao contrário, a pessoa jurídica só adquire personalidade caso tenha seu ato constitutivo registrado REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO Pessoa Jurídica 27 • O registro do contrato social de uma sociedade comercial faz-se na Junta Comercial • Estatutos e atos constitutivos das demais pessoas jurídicas são registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas jurídicas REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO (LRP, arts. 114 e s.) Pessoa Jurídica 28 • Já as sociedades civis de advogados só podem ser registradas na OAB (EAOAB, arts. 15, § 1o, e 16, § 3o ) REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO Pessoa Jurídica 29 • Algumas pessoas jurídicas precisam, ainda, de autorização do governo (CC, art. 20, § 1o) – Seguradoras – Montepios REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO – Caixas econômicas – Administradoras de consórcios Pessoa Jurídica 30 • Prescreve o art. 20, § 2 o, do Código Civil que as sociedades de fato: – “não poderão acionar a seus membros, nem a terceiros; mas estes poderão responsabilizá-las por todos os seus atos” • Não tinham, portanto, legitimação ativa, só passiva. REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO SOCIEDADES DE FATO Pessoa Jurídica 31 • Mas essa situação foi modificada pelo art. 12, VII, do Código de Processo Civil – Este prevê a representação em juízo, ativa e passivamente das sociedades sem personalidade jurídica – Destinado à pessoa a quem couber a administração dos seus bens REQUISITOS PARA A SUA CONSTITUIÇÃO SOCIEDADES DE FATO DAS PESSOAS JURÍDICAS • Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Pessoa Jurídica 33 Pessoa Jurídica 34 DAS PESSOAS JURÍDICAS Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: • I— a União; • II — os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; • III — os Municípios; • IV — as autarquias; • V — as demais entidades de caráter público criadas por lei. DAS PESSOAS JURÍDICAS • Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. DAS PESSOAS JURÍDICAS • ART. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Teoria da responsabilidade objetiva do Estado** DAS PESSOAS JURÍDICAS • ART. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: • I— as associações; • II — as sociedades; • III — as fundações. • IV – as organizações religiosas • V – os partidos políticos • VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada. DAS PESSOAS JURÍDICAS • COMEÇO DA PESSOA JURÍDICA • ART. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. DAS PESSOAS JURÍDICAS • O Registro da PJ • Tem natureza constitutiva • Estende-se a todos os campos do direito (a proteção aos direitos de personalidade estende-se à PJ – tem direito ao nome, à boa reputação, à propriedade, etc) Pessoa Jurídica 41 • Quanto à nacionalidade, divide-se em nacional e estrangeira • Quanto à estrutura interna, pode ser: – Corporação (universitas personarum: conjunto ou reunião de pessoas) – Fundação (universitas bonorum: reunião de bens) CLASSIFICAÇÃO Pessoa Jurídica 42 • Dividem-se em: – Associações: sem fins lucrativos, mas religiosos, morais, desportivos ou recreativos (clubes) – Sociedades • Civis: com fim econômico, visam o lucro. Não possui por atividade principal o comércio. • Comerciais (mercantis): Também visam o lucro, porém pela prática habitual de atos comerciais Corporações ESTRUTURA INTERNA CLASSIFICAÇÃO Pessoa Jurídica 43 • Constituem um acervo de bens, que recebe personalidade para a realização de fins determinados • Compõem-se de dois elementos: – Patrimônio – Fim (estabelecido pelo instituidor e não lucrativo) Fundações ESTRUTURA INTERNA CLASSIFICAÇÃO Pessoa Jurídica 44 • São sempre civis • A sua formação passa por quatro fases: – Ato de dotação ou de instituição – Elaboração dos estatutos – Aprovação dos estatutos – Registro Fundações ESTRUTURA INTERNA CLASSIFICAÇÃO Pessoa Jurídica 45 • Quanto à função (ou à órbita de sua atuação), as pessoas jurídicas dividem-se em: – De Direito Público – De Direito Privado CLASSIFICAÇÃO Pessoa Jurídica 46 • Externo: as diversas Nações, inclusive a Santa Sé, e organismos internacionais, como a ONU, a OEA, a UNESCO, a FAO • Interno: – Administração direta: União, Estados, Distrito Federal, Municípios (CC, art. 14) – Administração indireta: autarquias, fundações públicas De Direito Público FUNÇÃO CLASSIFICAÇÃO Pessoa Jurídica 47 • São elas: – Corporações: associações, sociedades civis e comerciais, partidos políticos, sindicatos – Fundações particulares (CC, art 16; CLT, art 511; CF, art. 8o ) – Empresas públicas e sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime próprio das empresas privadas (CF, art. 173, § 1 o) De Direito Privado FUNÇÃO CLASSIFICAÇÃO Pessoa Jurídica 48 DESPERSONALIZAÇÃO • Prescreve o art. 20 do Código Civil que as pessoas jurídicas têm a existência distinta da dos seus membros • Essa regra, entretanto, tem sido mal utilizada por pessoas desonestas para prejudicar terceiros • Utilizam-se da pessoa jurídica como uma espécie de “capa” a fim de ocultar negócios escusos Pessoa Jurídica 49 DESPERSONALIZAÇÃO • A reação a esses abusos ocorreu no mundo todo, dando origem à teoria da despersonalização da pessoa jurídica • Permite tal teoria, que o juiz: – Em casos de fraude e má-fé, desconsidere a regra do art. 20 e os efeitos da autonomia da pessoa jurídica em relação à dos sócios – Assim, atingindo e vinculando os bens particulares destes à satisfação das dívidas da sociedadePessoa Jurídica 50 DESPERSONALIZAÇÃO • Como no Brasil não existia lei que expressamente autorizasse tal teoria, aplicava- se analogamente o art. 135 do C. Tributário: – Responsabiliza pessoalmente diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado – Aplicando obrigações tributárias resultantes de atos praticados com “excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos” Pessoa Jurídica 51 DESPERSONALIZAÇÃO • Atualmente, o Código de defesa do Consumidor, no art. 28 e seus parágrafos, desconsidera a personalidade da sociedade • Casos: – Abuso de direito, excesso de poder, infração da lei – Ato ilícito, violação dos estatutos ou contrato social – Falência, insolvência, má administração – Obstáculo ao ressarcimento de prejuízos ao consumidor Pessoa Jurídica RESPONSABILIDADE CIVIL • O art. 1.522 do Código Civil diz que as pessoas jurídicas de direito privado respondem pelos atos de seus prepostos. • Requisitos: Conduta; Nexo Causal; Dano e Culpa. • Mas se refere às que exercerem exploração industrial • Inicialmente, só eram enquadradas as pessoas jurídicas com fins lucrativos • Responsabilidade civil por dano ambiental: discussões acerca das teorias do Risco Criado e do Risco Integral. • Eriton Vieira/Marcio Piló Pessoa Jurídica 53 RESPONSABILIDADE CIVIL • Hoje, entretanto, em virtude da grande preocupação com as vítimas irressarcidas, não se admite mais tal entendimento • Tenham ou não fins lucrativos, as pessoas jurídicas de direito privado respondem civilmente pelos atos de seus prepostos Pessoa Jurídica 54 RESPONSABILIDADE CIVIL • A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público passou por diversas fases: – A da irresponsabilidade do Estado – A fase civilista – A fase publicista FASES Pessoa Jurídica 55 RESPONSABILIDADE CIVIL • A fase da irresponsabilidade do Estado – Pode ser representada pela frase universalmente conhecida: “The King do not wrong” FASES Pessoa Jurídica 56 RESPONSABILIDADE CIVIL • A fase civilista – Pode ser representada pelo art. 15 do Código Civil – Responsabiliza civilmente representantes que causem danos a terceiros – Nesta fase, a vítima tinha o ônus de provar culpa ou dolo do funcionário – Assegurou-se ao Estado ação regressiva contra este último FASES Pessoa Jurídica 57 RESPONSABILIDADE CIVIL • A fase publicista I – Inicia-se a partir da Constituição Federal de 1946 – Responsabilidade objetiva, mas no risco administrativo e não no integral, onde o Estado responde em qualquer instância – A vítima não tem mais o ônus de provar o dolo ou culpa do funcionário – Admite-se a inversão do ônus da prova FASES Pessoa Jurídica 58 RESPONSABILIDADE CIVIL • A fase publicista II – Em caso de culpa concorrente da vítima, a indenização será reduzida pela metade – Alguns autores, por engano, afirmam que as nossas Constituições adotaram a teoria do risco integral (v.g. W.B. Monteiro, M.H. Diniz) – Mas apenas um engano, já que admitem que o Estado pode provar culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior para não indenizar FASES Pessoa Jurídica 59 EXTINÇÃO • Termina a existência da pessoa jurídica pelas seguintes causas (CC, art. 21): – Convencional: por deliberação de seus membros, conforme quorum previsto nos estatutos ou na lei – Legal: em razão de motivo determinante na lei - art. 1.399, CC Pessoa Jurídica 60 EXTINÇÃO – Administrativa: quando as pessoas jurídicas dependem de aprovação ou autorização do Poder Público e praticam atos nocivos ou contrários – Natural: resulta da morte de seus membros, se não ficou estabelecido que prosseguirá com os herdeiros – Judicial: há casos de dissolução previstos em lei ou no estatuto e a sociedade continua a existir, obrigando um dos sócios a ingressar em juízo TÍTULO II DAS PESSOAS JURÍDICAS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: • I - a União; • II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; • III - os Municípios; • IV - as autarquias; • IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) • V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: • I - as associações; • II - as sociedades; • III - as fundações. • IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) • V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) • VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. • Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. • Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. • Art. 46. O registro declarará: • I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; • II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; • III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; • IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; • V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; • VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. • Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. • Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. • Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refereeste artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. • Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. • Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. • Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. • § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução. • § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. • § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. • Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 62
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