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Página 1 de 13 Adalberto Carvalho Câmara, Anelise Barbosa de Oliveira, Bruno Henrique Braz, Elvis Aparecido Souza, Eudes Aparecido Rola, Gabriel Frederico Zuanazzi, Lucas Ronald Costa, Marcelo Jose Paris, Nelson Junior Torres, Paulo Henrique Loss Rhaissa Virginia Francisco, Ronaldo Barce Antunes William Gimenez SEQUENCIAL COM SENSOR INFRAVERMELHO Relatório apresentado como parte da avaliação da disciplina de Circuitos Digitais II, do curso de Engenharia Elétrica, UNEMAT, campus de Sinop, ministrado pelo docente Lucas Rocha Bariani. Sinop, MT Dezembro, 2016. Página 2 de 13 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Um dos componentes mais usados em projetos de todos os tipos é o circuito integrado 4017. Este circuito integrado CMOS pode ser usado como sequenciador, temporizador, e em sistemas de automação de pequeno porte além da codificação em controle remoto. Não é limite para o que pode ser feito com o circuito integrado 4017. Podemos fazê-lo contar até qualquer número entre 2 e 9 e cascateando diversos deles podemos ir além. Podemos usá-lo em temporização, codificação, para gerar formas de ondas, efeitos de luz e som e muito mais. Tudo isso justifica a frequência com que o encontramos projetos que se baseiam neste circuito integrado. Usar o circuito 4017 é simples, e uma vez que o leitor domine esta técnica, poderá fazer seus próprios projetos usando este componente. Assim, nas linhas seguintes vamos mostrar como funciona o 4017 e como podemos usá-lo de diversas maneiras. O Circuito Integrado 4017 O circuito integrado 4017 pertence à família lógica CMOS em que os componentes podem funcionar com tensões de 3 a 15 Volts e possuem características que permitem sua interligação direta e com outros componentes como o 555. No 4017 encontramos um contador/decodificador Johnson com uma entrada e 10 saídas, conforme mostra o diagrama de blocos da figura 1. Figura 1 – Diagrama de blocos do circuito integrado 4017. Observe que ele possui uma entrada e dez saídas. Conforme podemos ver, ele é formado por 5 etapas que podem fazer a divisão de um sinal retangular por valores entre 0 e 9. O 4017 é fornecido em invólucro DIL de 16 pinos com a disposição de terminais mostrada na figura 2. Página 3 de 13 Figura 2 – Invólucro e pinagem da versão DIL, que é a mais comum para aplicações práticas. Na operação normal, os pinos 13 e 15 são aterrados e pulsos retangulares são aplicados ao pino de entrada (14). Conforme podemos ver então pelo diagrama de tempos mostrado na figura 3, partindo da condição em que a saída S0 se encontrada no nível alto, e as demais no nível baixo, ocorre o seguinte: a cada pulso aplicado, a saída que está no nível alto passa ao nível baixo e a seguinte passa ao nível alto. Figura 3 – À esquerda, diagrama esquemático combinacional de montagem do 4017. À direita, diagrama de tempo e saída do mesmo. O processo ocorre até se chegar à última saída. Com um novo pulso, essa saída vai ao nível baixo e a primeira vai ao nível alto, recomeçando o processo. Podemos resetar a contagem do 4017 levando por um instante o pino 15 ao nível alto. Uma forma de se fazer com que o 4017 sempre parta do zero, com a primeira saída no nível alto é com um circuito de “reset ao ligar” conforme mostra a figura 4. Este circuito também é denominado POR (Power-On Reset). Página 4 de 13 Figura 4 – Circuito de “reset ao ligar” ou power-on reset (POR) para o 4017. Os circuitos integrados 4017 podem ser cascateados de modo a se obter a divisão por 10,100, 1000, etc., conforme mostra a figura 5. Figura 5 – “Cascateando” circuitos integrados 4017 Mas, podemos programar o 4017 para fazer contagens menores que até 10. Para isso, basta ligar o pino imediatamente posterior ao número que desejamos contar à entrada de reset, conforme mostra a figura 6. Figura 6 – Contando até n (n até 10) Por exemplo, se desejarmos contar até 4, com a ativação de uma saída de 4 em sequência, basta ligar a quinta saída ao pino de reset. Se desejarmos contar até n (n menor que 10) basta ligar o pino posterior a n no reset (15). Página 5 de 13 Características elétricas Conforme podemos ver, o tipo de saída usada neste circuito integrado permite que ele tenha a mesma capacidade de drenar ou fornecer correntes a uma carga. Como nas aplicações normais, a corrente máxima que ele pode fornecer é pequena é comum fazermos uso de etapas de potência para excitar cargas de maior consumo. Figura 7 – Algumas etapas de potência para excitar cargas de correntes elevadas nas saídas do CI4017. Em (a) temos a excitação no nível alto com um transistor NPN para cargas até 100 mA. Para a excitação no nível baixo, temos o circuito com transistor PNP mostrado em (b). Desejando excitar cargas de maior potência temos em (c) uma versão que faz uso de um transistor Darlington NPN. Esta versão é excitada com a saída no nível alto. Para excitar cargas no nível baixo, temos o uso de um Darlington PNP, conforme mostrado em (d). Em (e) temos a possibilidade de se usar um par complementar de transistores comuns para excitar cargas com altas correntes no nível alto. A configuração equivalente para excitar no nível baixo é mostrada na figura (f). Também podemos excitar SCRs (g) e Power MOSFETs conforme mostrado na mesma figura em (h). Página 6 de 13 Figura 8 – Gerando pulsos para excitar o circuito integrado 4017. A frequência máxima depende do componente utilizado e deve ser menor do que a máxima admitida pelo 4017. A primeira faz uso do conhecido circuito integrado 555 que é totalmente compatível com o 4017, conforme podemos observar. A segunda faz uso de um oscilador ou outro circuito de porta com o circuito integrado 4093. Outras funções CMOS podem ser usadas com a mesma finalidade. Ao excitar um 4017, entretanto devemos ter em mente que o sinal deve ser perfeitamente retangular livre de repique (oscilações) que podem falsear a contagem. Aplicações: Damos, a seguir, circuito prático com base no 4017. Sequencial de 10 LEDs Na figura 9 temos um circuito sequencial que aciona 10 LEDs numa velocidade que pode ser ajustada no potenciômetro P1 e que depende basicamente do capacitor C1. Página 7 de 13 Figura 9 – Sequencial de 10 LEDs. Podemos usar menos LEDs usando a técnica de contagem até n da figura 6. O resistor comum ao catodo de todos os LEDs tem por finalidade limitar a corrente no circuito. Para acionamento de cargas de potência podemos interfacear com transistores ou mesmo SCRs, como mostra a figura 10. Figura 10 – Excitando transistores de média potência ou SCRs. Observe que no caso dos SCRs eles possuem um terra comum ao circuito de alta e baixa frequência. Isso é absolutamente necessário ao disparo. Uma possibilidade a ser considerada para excitar cargas de boa potência com transistores é a utilização de Darlingtons. No caso do TIP121, que substituiria o BD135 podemos aumentar o resistor de base de 1k apara 4k7. Página 8 de 13 Foto transistores São dispositivos feitos, normalmente, de silício semicondutor. Eles possuem duas junções semicondutoras, que tem a propriedade de variar a sua resistência elétrica em função da intensidade da luz nelas incidentes. Por isso são chamados de transistores (do inglês: transference resistor) fotoelétricos. São usados para acionar, dispositivos eletroeletrônicos como controles-remotos, alarmes, trancas elétricas, portas, circuitos eletrônicos de partida. O fototransistor é um dispositivo que funciona baseado no fenômeno da fotocondutividade.Ele pode, ao mesmo tempo, detectar a incidência de luz e fornecer um ganho dentro de um único componente. Como o transistor convencional, o fototransistor é uma combinação de dois diodos de junção, porém, associado ao efeito transistor aparece o efeito fotoelétrico. Um transistor comum apresenta três terminais, no entanto, um fototransistor em geral, possui apenas dois terminais acessíveis, o coletor e o emissor, sendo a base incluída apenas para eventual polarização ou controle elétrico. A base é que será sensível à luz. O símbolo de um fototransistor é semelhante ao de um transistor, sendo que a diferença são as setas apontando p/ a base, mostrando que a mesma é sensível à luz. A incidência de luz (fótons) provoca o surgimento de lacunas na vizinhança da junção base-coletor. Esta tensão conduzirá as lacunas para o emissor, enquanto os elétrons passam do emissor para a base. Isso provocará um aumento da corrente de base, o que por consequência implicará numa variação da corrente de coletor beta vezes maior (lembrando que, para Ib sendo acorrente da base e Ic a do coletor, temos a relação Ic = β.Ib, onde β é o ganho do transistor (fornecido pelo fabricante), sendo essa variação proporcional à intensidade da luz incidente. Página 9 de 13 Como a base está normalmente desconectada, a corrente que circula por ela dependerá apenas do fluxo luminoso incidente. Assim, na ausência de luz, a corrente de base será zero e o fototransistor estará cortado. O fototransistor possui diversas aplicações, sendo mais encontrado em aplicações on-off, onde a não linearidade do transistor não é um problema. Modernamente os fototransistores estão sendo utilizados em conjunto com diodos emissores de luz num único encapsulamento, que são chamados de acopladores ópticos ou Opto acopladores. Este componente é muito utilizado na isolação de estágios de corrente contínua e também corrente alternada nos equipamentos. Há muitos equipamentos que utilizam dispositivos ópticos para trocar informações entre eles. Principalmente aqueles que requerem um alto grau de isolação entre o transmissor e o receptor. Exemplos deste uso são as conexões de circuitos lógicos a circuitos de potência, e de transmissores a extensas linhas de transmissão. Um bom exemplo seria a utilização de chips TTL, que são alimentados com 5V, para o controle do disparo de um elemento (um GTO) para a alimentação de um pequeno motor, com 127V. a saída lógica em nível alto (5V), excitariam um LED, que emitiria luz que seria o foto-transistor, permitindo que este conduzisse corrente. O foto-transistor, com o coletor ligado a uma fonte e o emissor no Gate do GTO, forneceria a corrente necessária para que este começasse a conduzir e alimentasse o motor. Estes componentes são capazes de isolar com total segurança dois circuitos eletrônicos, mantendo uma comunicação ou controle entre ambos. O isolamento é garantido porque não há contato elétrico, somente um sinal luminoso. Página 10 de 13 2. OBJETIVOS Demonstrar de forma didática e experimental o funcionamento de um circuito integrado CI-4017, com sinal de clock modulado através de fototransistor e exemplificar aplicações deste projeto. 3. MATERIAIS 2 Soquetes duplo de pilha AA; 4 Pilhas AA; Suporte de madeira; Bandeja plástica; 10 LED’s amarelo; 1 LED vermelho; 1 LED verde; 1 Circuito integrado MC14017BCP; 1 Chave de toque (Push Button); 1 Chave liga/desliga; 2 Transistores BC547; 1 Buzzer; 1 Foto-transistor; 1 LED infravermelho; 2 Resistores 570 Ω; 3 Resistores 10K Ω; 1 Resistor 5K Ω; 1 Resistor 330 Ω; Jumpers e fios; Matriz perfurada para circuito experimental. 12 Parafusos. 4 Bases de Feltro antirruído. Página 11 de 13 4. METODOLOGIA Esquemático de montagem: Figura 11 – Esquemático para montagem do projeto. Página 12 de 13 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao ligar o experimento, o mesmo acende o Led D1, ao mesmo tempo, o Led infravermelho D0 também acende, fazendo com que o fototransistor FT1 sature, conduzindo corrente elétrica, acendendo então o Led D11, que é usado como indicador de nível alto. Na entrada 14 do CI4017, ao impedir que as ondas infravermelhas cheguem ao fototransistor, o mesmo entra em corte, impedindo assim a passagem de corrente elétrica, apagando então o Led D11 e acendendo imediatamente o Led D12 e acionando também o Buzzer. Esses sinais indicam nível baixo na entrada 14 do CI4017, como o CI4017 é acionado por borda de subida, novamente ao liberar a passagem das ondas infravermelhas, o fototransistor satura novamente, deixando passar corrente elétrica, fazendo então com que chegue sinal em nível alto na entrada 14 do CI4017, mudando então o estado de saída do mesmo, apagando então o Led D1 e acendendo o Led D2, e assim sucessivamente, até que o Led D10 acenda. Ao apagar o Led D10, o CI4017 recicla e volta novamente a acender o Led D1, esse processo pode ser interrompido ao pressionar o botão de Reset, onde, independentemente de qual for o Led que estiver acesso, ele sempre vai reciclar e voltar novamente a acender o Led D1. 6. CONCLUSÃO Os objetivos desse projeto foram alcançados com êxito, demonstrando de forma prática e didática o funcionamento do sequencial CI4017, sensível a borda de subida, com o clock modulado por um fototransistor, e também a função de reset que sobrepõe o sinal de clock, reiniciando a sequência do CI. Pode-se pensar em diversas aplicações para esse projeto, principalmente no sentido da automação, como em uma linha de produção, onde quando a sequência de contagem atingir um valor determinado, alguma ação é tomada, desviando os produtos para empacotamento, por exemplo. Página 13 de 13 7. REFERÊNCIAS Funcionamento do 4017. Disponível em: <http://www.newtonbraga.com.br/index.php/como-funciona/645-conheca-o-4017- art062>. Acessado em 18 de dezembro de 2016. Funcionamento do fototransistor. Disponível em: <http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/4558-como-funciona- um-fototransistor/>. Acessado em 18 de dezembro de 2016. Foto do fototransistor. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/mpef/mef004/20061/Cesar/SENSORES- Fototransistor.html>. Acessado em 18 de dezembro de 2016.
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