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Tipos, propriedades e usos dos solos tropicais

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TIPOS, PROPRIEDADES E USOS DOS SOLOS TROPICAIS1
Elismar Barcelos2, Juliana Caires Figueredo2, Kelyane Ribeiro de Sousa2, Leidiane Cleres Reis2, Rafael Ramalho2
RESUMO
O solo é formado pela ação do intemperismo através da rocha. Constituída por partes sólidas (material parental - rocha), líquidas (elementos orgânicos e inorgânicos em solução) e gasosas (gases produzidos e consumidos). A possibilidade de estudar as características, tipos, e usos dos solos tropicais se dá através do corpo tridimensional representado pelo o pedon constituindo o perfil do solo. Com levantamentos pedológicos é possível agrupar os perfis semelhantes para melhor classificá-los. A região Norte mostra um território de planícies e baixos planaltos, clima equatorial, calor permanente, alto teor de umidade atmosférica, solos profundos, altamente intemperizados, entre outros, diminuindo o potencial produtivo, quando mal manejadas. O Estado de Rondônia apresenta diversos tipos de solos, de acordo com SiBCS (Sistema Brasileiro de Classificação de Solos), são classificados como: Argissolos, Cambissolos, Latossolos, Gleissolos, Neossolos, Plintossolos e Nitossolos. Sendo os mais existentes Argissolos 31,6% e Latossolos 45,2%. Para manejar de forma adequada um determinado tipo de solo para a produção de qualquer cultivar, é necessário obter conhecimentos gerais, como tipos e as propriedades do solo, no intuito de utilizar as melhores técnica e práticas de uso, visto que o mau uso resulta menor desenvolvimento e menor rentabilidade.
Palavras chave: classificação, solos, Rondônia.
INTRODUÇÃO
Uma rocha por mais endurecida que seja, pode se transformar em um material solto por ações de intemperismo, permitindo a vida de plantas e pequenos animais (Lepsch, 2010). O solo é uma coleção de corpos naturais, constituído por partes sólidas, líquidas e gasosas, 
1 Universidade Federal de Rondônia1 Revisão de Literatura apresentada à Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, 06/12/2015. 
2 Graduando em Agronomia da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Av. Norte Sul, 7300; Bairro Nova Morada, CEP 76940-000 Rolim de Moura (RO). E-mails: elismareng@gmail.com; juuhfigueredoo@gmail.com; kelyane@gmail.com; leidianecleres@outlook.com; agroramalho@gmail.com. 
tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais orgânicos, contendo matéria viva vegetativa da natureza onde ocorrem, frequentemente, interferências. O corpo tridimensional é representado pelo pedon que vai da superfície ao contato com o material de origem constituindo o perfil do solo, possibilitando estudar a variabilidade dos atributos, propriedades e características dos horizontes ou camadas do solo (Santos et al., 2006).
Portanto, a parte sólida se define no material parentar - rocha, líquida em elementos orgânicos e inorgânicos em solução, e gasosa em gases produzidos e consumidos pelas raízes das plantas e pelos animais. A formação do solo é um sistema aberto, para facilitar o estudo de distribuição geográfica e da composição dos diferentes solos existentes em uma determinada localidade fazem-se levantamentos pedológicos. Estes levantamentos mostram onde se localizam diversos solos, segundo um sistema de classificação natural, delineamentos ou manchas. Os pedólogos identificam os solos decidindo agrupar os perfis mais semelhantes para melhor representa-los em mapas (Lepsch, 2010).
O quadro sintético na região Norte mostra um território de planícies e baixos planaltos, de clima equatorial, calor permanente e alto teor de umidade atmosférica, com predominância de solos profundos, altamente intemperizados, ácidos, de baixa fertilidade natural, saturados por alumínio tóxico para a maioria plantas, diminuindo o potencial produtivo, quando mal manejadas (Coelho et al., 2002).
O Estado de Rondônia apresenta diversos tipos de solos, consequência das interações dos tipos de relevo, climas, material de origem, cobertura vegetal, com respectivos organismos associados que proporcionam a diversidade dos ecossistemas. Atualmente, o SiBCS (Sistema Brasileira de Classificação de Solos), classifica as seguintes ordens encontrados em Rondônia: Argissolos, Cambissolos, Latossolos, Gleissolos, Neossolos, Plintossolos e Nitossolos ( Mendes e Marcolan, 2015).
Pesquisas relacionadas com os solos tropicais são pouquíssimas comparadas a grande importância que representa, sendo a principal matéria-prima para a produção de alimentos. O solo é o início de todo o processo de desenvolvimento da maioria dos cultivos que abastecem a mesa da sociedade em geral, necessitando o conhecimento sobre as determinadas práticas á serem realizadas para obter melhores produções.
O presente trabalho tem com objetivo descrever e conhecer os tipos, propriedades e usos dos solos tropicais com ênfase no Estado de Rondônia.
SOLOS DE RONDÔNIA: CARACTERÍSTICAS GERAIS
No Brasil, pode ser encontrada uma grande diversidade de solos. Existem 12 ordens no país, enquanto que a região Norte são encontradas 11 e no Estado de Rondônia 8 ordens (tabela 01).
	Classes de solos
	Brasil
	Região Norte
	Rondônia
	
	Área (%)
	Argissolos
	24,4
	33,1
	31,6
	Cambisolos
	2,7
	1,1
	3,4
	Chernossolos
	0,5
	0,0
	0,0
	Espodossolos
	1,6
	3,1
	0,0
	Gleissolos
	3,7
	6,4
	4,2
	Latossolos
	38,7
	33,9
	45,2
	Luvissolos
	2,6
	2,7
	0,0
	Neossolos
	14,6
	8,5
	9,9
	Nitossolos
	1,4
	0,3
	0,8
	Planossolos
	1,8
	0,2
	0,5
	Plintossolos
	6,0
	7,6
	4,2
	Vertissolos
	2,0
	3,2
	0,0
Tabela 01: Área percentual das classes de solo no Brasil, na região Norte e em Rondônia. Fonte: adaptado de Mendes e Marcolan, 2015.
A grande abundância de Argissolos e Latossolos no Brasil indica solos intemperizados e profundos; já a ocorrência de solos hidromórficos (Gleissolos e Plintossolos) indica a abundância de mananciais hídricos em todo o território (Mendes e Marcolan, 2015).
Os principais tipos de solos de regiões tropicais, com ênfase no estado de Rondônia, são: Argissolos, Cambissolos, Gleissolos, Latossolos, Neossolos, Nitossolos e Plintossolos. Aparece ainda em menor quantidade o Planossolos (0,5% do total) (Lepsch, 2010; Mendes e Marcolan, 2015). 
Argissolos 
Os argissolos formam solões heterogêneos com um amento no teor de argila em profundidade. Apresenta uma boa estrutura, cores predominantemente avermelhadas ou amareladas, textura variando de arenosa a argilosa nos horizontes superficiais, e subsuperficiais média a muito argilosa; sua fertilidade é variada e a mineralogia, predominantemente caulinítica (Coelho et al., 2002).
Segundo Santos e Ferreira, as características gerais desse solo permite a boa adaptação do plantio da mandioca no Estado de Rondônia, sendo o seu ambiente favorável para se alcançar altas produções (2010). Em 2013 no município de Machadinho D’Oeste foi registrada uma safra de 56.700 t. (IBGE, 2013).
Este tipo de solo representa 31,6% do Estado (figura 01) e pode ser subdividida Argissolos Vermelhos e Argissolos Vermelho-Amarelos, representado respectivamente 15% e 85% (Mendes e Marcolan, 2015).
Figura 01: Distribuição espacial da ocorrência de Argissolos no Estado de Rondônia. Fonte: Extraído de Mendes e Marcolan, 2015.
A cor vermelha do Argissolo vermelho é devido à presença de óxidos de ferro do material de origem e ocorrem em ambientes bem drenados. O teor de argila encontrado no horizonte subsuperficial é bem maior do que no horizonte superficial, sendo facilmente percebido na análise da textura no campo (Santos, Zaroni e Almeida, sd). Sua fertilidade natural é de média a alta, a atividade da argila é baixa, tendo o predomínio de caulinita e sesquióxido de ferro e alumínio, refletindo na baixa capacidade de troca de cátions (CTC). Presta-se relativamente bem à agricultura, desde que não esteja em uma área montanhosa, sendo sujeita à erosão (Lepsch, 2010). 
Argissolos Vermelho-Amarelos são solos minerais, não hidromórficos, bem drenados, profundos e bastante permeáveis, caracterizam-se por possuírem teores de ferroigual ou inferior a 11% e superiores a 7%, com baixa fertilidade química, com pH extremamente ou fortemente ácidos, valores de saturação por bases (V%) entre 1 a 25% no horizonte A e de 1 a 13% no horizonte B, capacidade de troca de cátions (T) variando de 3,3 a 21 cmol/kg no horizonte A e de 0,9 a 11,6 cmol/kg no horizonte B, sendo estes valores mais elevados nos horizontes superficiais, em função do teor de matéria orgânica ( Oliveira Júnior, Valente e Rodrigues, 2001).
Cambissolos
São solos pouco desenvolvidos que apresentam características do material de origem (rochas) pela presença de minerais primários (figura 2). O horizonte B têm pouco desenvolvimento estrutural sendo considerado incipiente, apresenta baixa (distróficos) ou alta (eutrófico) saturação por bases, baixa a alta atividade da argila e de baixa permeabilidade (Zaroni e Santos, sd)
Figura 02: Distribuição espacial dos Cambissolos no Estado de Rondônia. Fonte: extraído de Mendes e Marcolan, 2015.
Com relação à textura são pertencentes às classes de argila ou média, sendo o tempo fator determinante para desenvolver a estrutura granular ou em blocos (Vieira et. al., 1975). Estão normalmente associados a áreas de relevo onduladas a montanhosos podendo, ocorrer em áreas planas (baixadas) fora da influência do lençol freático (Zaroni e Santos, sd). Grande parte dos Cambissolos está sobre vegetação natural, em áreas montanhosas de difícil acesso e manejo. Nessas áreas muitos os usos são para pastagem e reflorestamento (Lepsch, 2010). Em áreas de várzea mais planas é preferencial cultivo de arroz irrigado (Santos, Fidalgo e Áqlio, sd).
Gleissolos
Este tipo de solo é comum de áreas próximas de cursos d’água, saturadas por água por períodos longos que fazem que o ferro seja oxidado ou reduzido tornando o solo descolorido em tons acinzentados (Lepsch, 2010). Está associado a grande presença de mananciais hídricos e representa no estado de Rondônia 4,5% da área total (figura 03) (Mendes e Marcolan, 2015).
Figura 03: Distribuição espacial da ocorrência de Gleissolos no Estado de Rondônia. Fonte: extraído de Mendes e Marcolan, 2015.
Podem ter textura arenosa (areia ou areia franca) somente nos horizontes superficiais, desde que seguidos de horizonte glei de textura franca arenosa ou mais fina (Santos et al, 2006). São constituídos por materiais minerais com horizonte glei nos primeiros 150 cm, abaixo de um horizonte A ou H pouco espesso (Lepsch, 2010; Mendes e Marcolan, 2015). Possuem limitações no uso da agropecuária devido elevação do lençol freático e o risco de inundações ou alagamentos frequentes, fertilidade natural baixa à média, limitação moderada a forte ao uso de máquinas agrícolas (Lepsch, 2010, Oliveira Neto e Silva, sd).
Estes solos são utilizados, principalmente, no cultivo de cana-de-açúcar e, com menor frequência, arroz, algumas culturas de subsistência, pecuária de bovinos, caprinos e bubalinos, que se alimentam de pastagens naturais ou plantadas (Oliveira Neto e Silva, sd).
Estes solos formam-se a partir de sedimentos sujeitos a constante ou periódico excesso d’água, sob diversas situações. Geralmente, desenvolvem-se em sedimentos recentes nas proximidades dos cursos d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos ao hidromorfismo. Formam-se, também, em áreas de relevo plano de terraços fluviais, lacustres ou marinhos. E eventualmente formados em áreas inclinadas sob influência do afloramento de água subterrânea (surgentes) (Santos et al, 2006; Zaroni e Santos, sd).
Apresentam caráter álico, textura argilosa ou muito argilosa, com vegetação campo equatorial hidrófilo de várzea e de relevo plano (Santos et al, 2006; Lepsch, 2010; Mendes e Marcolan, 2015).
São subdivididos em quatros ordens, porém somente duas estão presentes no estado de Rondônia, sendo Melânicos (1%) e Háplicos (99%). Estas classes se diferenciam por que os Gleissolos Melânicos possuem o horizonte superficial mais escuro do que os Háplicos (Mendes e Marcolan, 2015).
Latossolos 
Os Latossolos são formados pelo processo denominado latolização que consiste basicamente na remoção da sílica e das bases do perfil (Ca2+, Mg2+, K+ etc), após transformação dos minerais primários constituintes (Sousa e Lobato, sd).
São caracterizados, principalmente, por apresentarem um elevado nível de intemperização, o que causa uma pobreza em nutrientes vegetais, com pouca diferenciação de horizontes e com macroagregados evidentes no horizonte B (Mendes e Marcolan, 2015; Lepsch, 2010). Também, são passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e reflorestamento. Contudo, existem fatores de limitação como a baixa fertilidade desses solos. Entretanto, com aplicações adequadas de corretivos e fertilizantes, aliadas à época propícia de plantio de cultivares adaptadas, obtêm-se boas produções (Sousa e Lobato, sd).
Figura 04: Distribuição espacial da ocorrência dos Latossolos (Amarelo, Vermelho e Vermelho-Amarelo) no Estado de Rondônia. Fonte: extraído de Mendes e Marcolan, 2015.
Os Latossolos apresentam quatro subclasses, em Rondônia (figura 04), é a classe de solo mais abundante, representando 45% da área total, porém no estado só se encontram presentes três, sendo os Latossolos Vermelho-Amarelos (representando 77% do total), Latossolos Amarelos (18%) e Latossolos Vermelhos (5%) (Mendes e Marcolan, 2015).
Apresentam perfis profundos, fertilidade natural e saturação de bases baixa. Podem ocorrer solos minerais, porosos (com estrutura variando de fraca pequena granular, fraca pequena sub angular a maciça), bastantes envelhecidos, baixa capacidade de troca catiônica, alta saturação por alumínio, ácidos a fortemente ácidos, boa drenagem. O teor de argila pode variar muito, indo da textura média a muito argilosa. São encontrados em relevo plano a ondulado sob floresta equatorial subperenifólia com palmeiras, principalmente babaçu (Orbignya sp). Os tipos de Latossolos que apresentam maior fertilidade têm algumas limitações para o uso agropecuário devido à pedregosidade e ou rochosidade (Mendes e Marcolan, 2015; Vieira, 1988; Vieira, 1975).
Neossolos
São solos com pouca ou nenhuma evidência em horizontes pedogenéticos sub superficiais (Santos et al., 2006). Formam-se em materiais praticamente inertes, sem argila, e são resistentes ao intemperismo (Lepsch, 2005). Compreende solos constituídos por material mineral, ou por material orgânico pouco espesso, que não apresentam alterações em relação ao material originário devido à baixa intensidade de atuação dos processos pedogenéticos (Santos et al., 2006; Mendes e Marcolan, 2015).
Correspondem, respectivamente, a quatro subordens: Neossolos Litólicos, Neossolos Flúvicos, Neossolos Quartzarênicos (em Rondônia corresponde a principal subordem, com 63,4% da área de Neossolos) e os Neossolos Regolíticos que são semelhantes aos Neossolos Quartzarênicos, entretanto com a presença de minerais primários ou semi-intemperizados (Figura 5) (Mendes e Marcolan, 2015).
Figura 05: Distribuição espacial da ocorrência dos Neossolos (Neossolos Litólicos, Neossolos Flúvicos, Neossolos Quartzarênicos e Neossolos Regolíticos) no Estado de Rondônia. Fonte: extraído de Mendes e Marcolan, 2015.
Quando não hidromórficos, os Neossolos quartzarênicos (que são os mais abundantes no estado) são utilizados no cultivo de mandioca, coqueiro, mangueira, mangabeira, cajueiro, cajazeira, entre outras frutíferas (Oliveira Neto e Silva, sd). 
Se formam a partir de sedimentos aluviais e materiais provenientes da decomposição de rochas do cristalino (pré-cambriano) (Zaroni e Santos, sd). Sua ocorrência está associada a relevo variando de ondulado até montanhoso a escarpado, devido sua associação com o relevo se torna mais vulnerável a erosão (Santos et al., 2006). A fertilidade natural predomina media a muito baixa, indicando solos ácidos e alumínio tóxico. (Mendes e Marcolan, 2015). Apresenta textura arenosa de capacidade baixa de armazenamento de água. O quartzo predomina como mineral primário de difícil alteração nesse tipode solo (Lepsch, 2005).
Nitossolos
Esses solos geralmente apresentam textura argilosa ou muito argilosa, são muito intemperizados com pouca diferenciação dos horizontes (Santos et al, 2006). São profundos, bem drenados com coloração vermelha ou brunada e caráter eutrófico (fertilidade variada de média a alta). Estão presentes em regiões de floresta equatorial subperenifólia com relevo ondulado (Mendes e Marcolan, 2015; Lepsch, 2010).
São intensivamente utilizados em cultivo de pastagem e café, possuindo como principal limitação agrícola a declividade que impede a mecanização dos plantios. Correspondem a 0,8% da distribuição de solos do estado de Rondônia (figura 06) (Mendes e Marcolan, 2015).
Figura 06: Distribuição espacial da ocorrência dos Nitossolos no Estado de Rondônia. Fonte: extraído de Mendes e Marcolan, 2015.
Apresenta três subordens: Nitossolos Vermelhos, Nitossolos Brunos e Nitossolos Háplicos. Contudo, em Rondônia apresenta somente o Nitossolo vermelho (Mendes e Marcolan, 2015).
Plintossolos
Esses solos apresentam drenagem restrita têm como característica diagnóstica a presença do horizonte plíntico que é identificado principalmente por cores mosqueadas ou variegadas, compostas de tons desde vermelhos a acinzentados (IBGE, 2007). As plintitas são misturas de argilas com a caulinita e sesquióxidos de ferro e alumínio e altamente pobres em matéria orgânica, considerados distróficos ou álicos por possuírem baixa capacidade de troca catiônica, baixa saturação de bases e alta saturação por alumínio (Mendes e Marcolan, 2015; Vieira, 1988).
São solos desgastados, pouco profundos e fortemente ácidos. Apresentam, na época chuvosa, impedimentos para o uso agrícola, pelo fato da drenagem ser lenta devido a pouca permeabilidade do solo o que reduz a aeração, dificultando o desenvolvimento das raízes das plantas necessitando do controle de sua dinâmica hídrica interna, já que pode haver também, como consequência, o endurecimento da plintita. (IBGE, 2007; Vieira, 1988).
Representam 4,2% dos solos do estado de Rondônia, presentes em áreas de oscilações do lençol freático e periódicos alagamentos do estado. Possuem aptidão regular para silvicultura e pastagem nativa e sem aptidão agrícola (Mendes e Marcolan, 2015). 
Os tipos de solos apresentam particularmente suas propriedades, entretanto, a interferência do homem no desenvolvimento da agricultura causam alterações intensas como a sua degradação. Para que isso seja evitado, o desenvolvimento das atividades agrícolas devem ser feitas de forma sustentável em equilíbrio com a natureza, sendo harmoniosa, produzindo alimentos saudáveis para atender a grande demanda da população mundial com o mínimo de prejuízos ambientais (Lepsch, 2010).
Barboza et al., avaliando a fertilidade dos solos tropicais com ênfase no Estado de Rondônia afirma que a Floresta Amazônica cobre originalmente todo esse território, apresenta baixa fertilidade, porém alta produtividade devido a preservação da matéria orgânica, suas características e, reciclagem de nutrientes, constituindo então, um sistema equilibrado e eficientes. Contudo, o desmatamento e o manejo inadequado dos solos causam perda da matéria orgânica e desequilíbrio no sistema florestal. À medida que vai se perdendo a matéria orgânica do solo, diminui-se a produtividade, aumenta-se da acidez e a deterioração da estrutura física e por fim, causam prejuízos nas atividades biológicas (2011).
CONSIDERAÇÕES
O estudo dos tipos, propriedades e usos dos solos fornecem elementos básicos, como informação para se determinar as práticas e os manejos corretos aplicados para cada tipo de solo. Alguns tipos de solos são mais apropriados para um determinado tipo de cultivo, outros respondem melhor a aplicação de fertilizantes, e ainda, existem outros que podem ser mais suscetíveis à degradação por erosão sendo controlado de forma mais fácil ou mais difícil dependendo das práticas realizadas nele.
Partindo de um pressuposto de que o solo é a base que se assenta qualquer nação e que dele emergem os alimentos de todo o ecossistema e que, infelizmente, é um recurso natural que a interferência do homem afeta suas propriedades, é de suma importância o estudo de sua formação, suas muitas funções e características, pois a necessidade de conservá-lo garantirá a sobrevivência da humanidade.
Com um conjunto de informações e conhecimentos obtidos através deste trabalho nota-se a necessidade de saber usar sistemas de manejo e cultivo do solo que produzem um máximo de retorno econômico, sem trazer prejuízos à natureza e, posteriormente, também beneficiar os cultivos futuros com solos bem nutridos e altamente férteis.
 
REFERÊNCIAS
BARBOZA, E.; MOLINE, E. F. da V.; SCHLINDWEIN, J. A.; FARIAS, E. A. de P.; BRASILINO, M. F. Fertilidade de Solos em Rondônia. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 7, n. 13, 2011, p. 586 – 594. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2011b/ciencias%20agrarias/fertilidade%20de%20solos.pdf>. Acesso em: 19/11/2016.
COELHO, M. R.; SANTOS, H. G. dos; SILVA, E. F. da; AGLIO, M. L. D. O Recurso Natural do Solo. In: MANZATTO, C. V.; JUNIOR, E. de F.; PERES, J. R. R. Uso Agrícola dos Solos Brasileiros. 1°ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 2002, cap. 1, p. 1-11.
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LEPSCH, I. F. Formação e Conservação dos Solos. 2º ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010, 218 p.
MENDES, A. M.; MARCOLAN, A. L. Solos e zoneamento pedoclimático. In: MARCOLAN, A. L.; ESPINDULA, M. C. Café na Amazônia. Brasília, DF: Embrapa, 2015, cap. 3, p. 55 – 81.
NEOSSOLOS. Disponível em: <http://www.iac.sp.gov.br/solossp/pdf/Neossolos.pdf>. Acesso em: 01/12/2016.
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ZARONI, M. J.; SANTOS, H. G. dos. Cambissolos. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONTAG01_8_2212200611538.html>. Acesso em 01/12/2016.

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