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AUDIÇÃO e EQUILÍBRIO 1.1- Liste a seque ncia de eventos que ocorrem desde a entrada de uma onda sonora no meato acu stico externo e o disparo de potenciais de ac a o no nervo coclear. 1.2- Explique como determinadas características, como a frequência sonora, são codificadas nas vias auditivas. 1.3- Qual e a relac a o entre o movimento da cabec a e o movimento da cu pula em um canal semicircular? 1.4- O que causa a liberac a o do neurotransmissor das ce lulas receptoras do utri culo e do sa culo? 1.5- De que modo as informações fornecidas pelo sistema vestibular podem ser utilizadas? Em outras palavras, quais processos fisiológicos podem ser influenciados por este sistema? Baixa frequência ativa a rampa no alto Alta frequência ativa a rampa no baixo (basilar) 1.1- Liste a seque ncia de eventos que ocorrem desde a entrada de uma onda sonora no meato acu stico externo e o disparo de potenciais de ac a o no nervo coclear. A Coclea Ela consiste em três tubos espiralados, lado a lado: (1) a rampa vestibular, (2) a rampa média e (3) a rampa timpânica. A rampa vestibular e a rampa média são separadas uma da outra, pela membrana de Reissner (também, chamada membrana vestibular), mostrada na Figura 52-3; a rampa timpânica e a rampa média são separadas uma da outra pela membrana basilar. Na superfície da membrana basilar, está o órgão de Corti, que contém série de células eletromecanicamente sensíveis, as células ciliadas. Elas constituem os órgãos receptores finais que geram impulsos nervosos em resposta às vibrações sonoras. Som chega a membrana timpanica Estimula a membrana que move o martelo O martelo movimenta a bigorna que movimento o estrivo O estrivo por sua vez movimento o liquido dentro da coclea atravez da janela oval O movimento da janela movimenta o liquido coclear As fibras nervosas, estimuladas pelas células ciliadas, levam ao gânglio espiral de Corti, que se situa no modíolo (centro) da cóclea. As células neuronais do gânglio espiral enviam axônios - total de cerca de 30.000 - para o nervo coclear e, depois, para o sistema nervoso central no nível da parte superior do bulbo. A relação do órgão de Corti com o gânglio espiral e com o nervo coclear é mostrada na Figura 52-2. 1.2- Explique como determinadas características, como a frequência sonora, são codificadas nas vias auditivas. Os comprimentos das fibras basilares aumentam progressivamente começando na janela oval e indo da base da cóclea a seu ápice, aumentando o comprimento, de cerca de 0,04 milímetro, próximo das janelas oval e redonda a 0,5 milímetro na extremidade da cóclea (o "helicotrema"), aumento de 12 vezes no comprimento. Os diâmetros das fibras contudo diminuem da janela oval para o helicotrema e, assim, sua rigidez total diminui por mais de 100 vezes. Como resultado, as fibras curtas e rígidas, perto da janela oval da cóclea, vibram melhor nas frequências muito altas, enquanto as fibras longas e flexíveis, perto da extremidade da cóclea, vibram melhor nas frequências baixas. Desse modo, a ressonância de alta frequência da membrana basilar ocorre perto da base, onde as ondas sonoras entram na cóclea pela janela oval. Entretanto, a ressonância de baixa frequência ocorre perto do helicotrema principalmente devido às fibras menos rígidas, mas também devido ao aumento da "cargá' com massas extras de líquido que precisam vibrar, ao longo dos túbulos cocleares. Os diferentes padrões de transmissão para ondas sonoras de diferentes frequências. Cada onda é relativamente fraca a princípio, mas se torna forte quando chega à parte da membrana basilar que tem frequência de ressonância natural, igual à respectiva frequência do som. Nesse ponto, a membrana basilar pode vibrar para a frente e para trás com tal facilidade que a energia da onda se dissipa. Consequentemente, a onda morre nesse ponto e deixa de se propagar pela distância restante, ao longo da membrana basilar. Desse modo, a onda sonora de alta frequência tem trajeto apenas por curta distância ao longo da membrana basilar, antes que chegue a seu ponto de ressonância e se dissipe, a onda sonora, com frequência média, trafega por cerca de meio caminho e, então, se dissipa, e a onda sonora, com frequência muito baixa, trafega por toda a distância ao longo da membrana. Outra característica da propagação ondulatória é que as ondas trafegam rapidamente ao longo da parte inicial da membrana basilar, mas ficam progressivamente mais lentas quando se afastam em direção à cóclea. A causa disso é o alto coeficiente de elasticidade das fibras basilares, perto da janela oval e do coeficiente progressivamente menor ao longo da membrana. Essa transmissão inicial rápida das ondas permite que os sons com alta frequência cheguem longe o suficiente, na cóclea, para se propagarem e se separarem na membrana basilar. Sem isso, todas as ondas de alta frequência se agrupariam, mais ou menos, no primeiro milímetro da membrana basilar, e suas frequências não poderiam ser discriminadas. Os padrões de amplitude de vibração para diferentes frequências, demonstrando que a amplitude máxima para o som com 8.000 ciclos por segundo ocorre perto da base da cóclea, enquanto a das frequências inferiores a 200 ciclos por segundo está na extremidade da membrana basilar, perto do helicotrema, onde a rampa vestibular se abre na rampa timpânica. Pelo menos seis mapas tonotópicos foram encontrados no córtex auditivo primário e nas áreas de associação auditivas. Em cada um desses mapas, sons de alta frequência excitam neurônios em uma extremidade do mapa, enquanto sons com baixa frequência excitam neurônios na extremidade oposta. Na maioria, os sons com baixa frequência estão localizados na frente, como a Figura 52-11 mostra, e os sons com alta frequência estão localizados posteriormente. Isso não é verdade para todos os mapas. 1.3- Qual e a relac a o entre o movimento da cabec a e o movimento da cu pula em um canal semicircular? Assim como os olhos são estimulados por diferentes espectros luminosos, o ouvido pelo som, o labirinto é estimulado por movimento ou por mudança na posição da cabeça. As informações provenientes do labirinto são transmitidas pelo nervo vestibular e distribuídas através de vias especificas até algumas regiões do tronco encefálico, cerebelo, tálamo, córtex e medula espinhal. Movimentos de rotação, como virar-se, deitar-se, levantar-se, olhar para cima e para baixo, estimulam os canais semicirculares; e movimentos lineares, como subir e descer de elevador, estar em veículo em movimento, estimulam o utrículo e o sáculo (ver anatomia). Como funcionam os canais semicirculares Os canais semicirculares têm formato de anéis e em uma das extremidades há uma estrutura denominada cúpula. Há ainda dentro dos canais semicirculares, um líquido, denominado endolinfa. Devido à lei da inércia, cada movimento da cabeça, e por consequência do canal semicircular,provoca inicialmente um movimento da endolinfa no sentido contrário. Este movimento da endolinfa, provoca uma inclinação da cúpula. A inclinação da cúpula é então percebido pelas células do labirinto, que transformam esta informação de movimento em sinal elétrico, que pode ser transmitido às outras estruturas do sistema nervoso central. Figura 2. Funcionamento dos canais semicirculares. Detalhe mostra a inclinação da cúpula durante rotação da cabeça. Como funcionam o utrículo e o sáculo O utrículo eo sáculo sinalizam a posição da cabeça em relação à gravidade (se vertical, horizontal ou inclinada, por exemplo). Também são capazes de perceber acelerações lineares, como por exemplo, se estamos subindo ou descendo em um elevador, ou se o estamos indo para frente e para trás em um veículo. para que isso ocorra, há uma mudança na pressão exercida pelos otólitos (cristais de cálcio) localizados acima da mácula (camada gelatinosa). Esta mudança na pressão é percebida pelas células do labirinto, que então transformam essa informação em sinal elétrico. Figura 3. Funcionamento do utriculo e do sáculo. Detalhe mostra a inclinação da mácula durante a inclinação da cabeça. 1.4- O que causa a liberac a o do neurotransmissor das ce lulas receptoras do utri culo e do sa culo? Quando as fibras basilares se curvam para a rampa vestibular, as células ciliadas se despolarizam, e, na direção oposta, elas se hiperpolarizam, gerando, assim, potencial receptor alternante da célula ciliada. Isso, por sua vez, estimula as terminações do nervo coclear que fazem sinapse com as bases das células ciliadas. Acredita-se que neurotransmissor de ação rápida seja liberado pelas células ciliadas nestas sinapses durante a despolarização. É possível que a substância transmissora seja o glutamato, mas não há certeza disso. Via nervosa auditiva 1. Fibras nervosas do gânglio espiral de corti entram entre os núcleos cocleares dorsal e ventral localizados na parte superior do bulbo 2. Todas as fibras fazem sinapse, e neurônios de segunda ordem passam em sua maior parte, para o lado oposto do tronco cerebral para terminar no núcleo olivar superior. 3. Algumas fibras de segunda ordem também se projetam para o núcleo olivar superior no mesmo lado 4. Do núcleo olivar superior as fibras ascendem pelo lemnisco lateral 5. Algumas fibras terminam no lemnisco lateral, muitas desviam desse núcleo e encaminham para o colículo inferior, local em quase todas as fibras auditivas fazem sinapse. 6. Desse colículo inferior a via passa para o núcleo geniculado medial, onde fazem sinapses as fibras. 7. Via prossegue por meio da radiação auditiva, até o córtex auditivo, localizado no giro superior do lobo temporal. Cruzamento da via em: 1. No corpo trapezoide, 2. Na comissura entre os dois núcleos do lemnisco lateral e 3. Na comissura que liga os dois colículos inferiores 1.5- De que modo as informações fornecidas pelo sistema vestibular podem ser utilizadas? Em outras palavras, quais processos fisiológicos podem ser influenciados por este sistema? Parte da complexidade do estudo e avaliação do sistema vestibular se deve ao fato de que ele não atua sozinho, e em todas as suas funções há auxílio de outros sistemas. As três funções principais do sistema vestibular e dos sistemas que o auxiliam são: manutenção do equilíbrio, estabilização da visão estável durante movimentos da cabeça e dos olhos, percepção de movimento na orientação espacial. Figura 4. Vias do sistema vestibular. Em amarelo, reflexo vestíbulo-espinhal, manutenção do equilíbrio; em vermelho, reflexo vestíbulo-ocular, manutenção na imagem na retina; e em verde, via vestíbulo-cortical, percepção do espaço e de movimento. 1. Manutenção do equilíbrio O estímulo do labirinto atinge a medula espinhal para estabilizar a posição da cabeça no espaço e em relação ao tronco, e para manter o indivíduo em pé. Estímulos labirínticos levam a diferentes padrões de ativação na musculatura cervical e dos membros, e têm o objetivo de manter o equilíbrio e prevenir quedas. Nesta função participam também a visão e a sensibilidade proveniente das articulações e músculos (ver figura 4, em amarelo). 2. Estabilização da visão A informação proveniente do labirinto atinge as estruturas que controlam os movimentos oculares, desencadeando um reflexo denominado vestíbulo- ocular. A função do reflexo vestíbulo-ocular é estabilizar a imagem na retina durante movimentos rápidos da cabeça. Quando um indivíduo caminha sua cabeça oscila para cima e para baixo e é o reflexo vestíbulo-ocular que o possibilita ler uma placa ou reconhecer uma pessoa que vem em sua direção. Se o reflexo vestíbulo-ocular não funcionasse seria como andar segurando uma filmadora e observando a imagem que oscila de acordo com seus passos. Nesta função participam também outros sistemas que controlam os movimentos oculares (ver figura 4, em vermelho). 3. Orientação espacial e percepção do movimento Os estímulos provenientes do labirinto atingem o córtex cerebral e geram informações a respeito da orientação espacial e da percepção de movimento. Ao contrário de áreas cerebrais relacionadas a visão, audição, olfato e sensibilidade, não se acredita que exista uma região no córtex responsável exclusivamente pela informação vestibular (do labirinto). Para percepção da cor de um objeto, por exemplo, a visão é a única informação necessária, mas para percepção espacial e de movimento participam além das informações do labirinto, as informações visuais e sensitivas, o que torna essa função desde o princípio multissensorial (ver figura 4, em verde).
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