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Concordata moral - Carlos Fico

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Aluna: Aline Nawara
Fichamento do texto: FICO, Carlos. Concordata moral
O autor inicia seu texto trabalhando a perspectiva de Serbin em trabalhar uma construção histórica metodológica, que não se pautaria apena na forma de escrita marxista “estrutural”, pois essa seria uma forma excludente de escrever a história. Essa nova perspectiva de estruturação seria baseada na ideia de uma “narrativa interpretativa” que buscaria a reconstrução do indivíduo esquecido, ao passo que incluí também os indivíduos leigos, por se abster de um jargão acadêmico. 
O método de Serbin pode parecer, a primeira vista, como carregado de informações frívolas ou fúteis, mas serve, no entanto, para traçar o perfil do indivíduo e anunciar a própria trajetória da pesquisa. Esse método de pesquisa aproxima o leitor do autor, que a todo momento encontra-se dentro das suas narrativas no texto, tanto as narrativas históricas, quanto aquelas que apontam o trajeto da pesquisa. 
O trabalho dele (Serbin), apontado pelo autor, associa-se ao tema que correlaciona a igreja com o governo; este procurou aderir aos temas que mais causassem fervor, e assemelhou-os as suas perspectivas enquanto pesquisador, juntamente com os relatos obtidos na comissão Bipartitie à respeito. 
Segundo Carlos Fico, Serbin ao retratar esse momento escolhido da ditadura se depara frente a um grande desafio: o desafio de não se ater a fase da historiografia que preza necessariamente a história politica nacional ou a memorialística, mas sim colocar em questão os conflitos de memórias e os enunciados aparentemente já preestabelecidos. E é seguindo por esse viés que se nota a necessidade de se ter contato com fontes novas, preferencialmente sigilosas, que emanem se possível de dentro do regime. É nesse tipo de argumento que se busca romper estereótipos e se alcançar respostas para preencher lacunas, até então, aparentemente vagas. Como exemplo o autor cita as visões que se opuseram ao longo da ditadura: A visão de uma esquerda armada, de resistência, fortemente envolvida e criadora da “linha dura”, frente a visão de militares que em primeiro momento negariam de forma veemente a pratica da tortura, e em segundo momento, atribuiria a este relato a concepção de “exagero” de um subalterno, onde hoje já não é mais possível negar tais fatos. 
Serbin nesse texto trazido pelo autor prefere deixar de fora a sua chamada “imaginação histórica” e prefere se ater aos documentos, dando noção ao leitar das lacunas presentes ao longo desses discursos históricos; poderia ainda ele, como bem sugeriu Fico, destrinchar e desconstruir melhor os arquivos estudos, uma vez que estes devem ser analisados de uma perspectiva que compreendem-os quase como “artefatos” (nas palavras de Fico), deixados pelo autor. 
O autor enfatiza novamente a habilidade do autor, profundamente capaz de relacionar o período da história e o período de sua pesquisa, sendo um pouco menos sintético do que poderia ser. O autor aponta ainda em alguns momentos que existia na visão do autor algo otimista, mas não inesperadamente. Reforça-se ainda a preocupação em descrever e delinear com certa riqueza os atores dessa narrativa sem perscrutá-los com rótulos e estereótipos meramente vazios. 
A conclusão do autor respalda-se na critica de um dos pensamentos relatados por Serbin, que rotulariam o General Muricy e a Bipartitie como algo “diferente das forças armadas”, acreditando, Carlos Fico, em uma versão diferente. Segundo o autor, e como frase de conclusão: “O diálogo que se pode brindar, isto sim, é o que se estabelece entre as renovadas tradições da história política — aqui e alhures.”

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