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Efeitos dos recursos no CPC

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1 
EFEITOS DOS RECURSOS NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO 
Autor: Hélcio S. Santana 
2011 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
No processo civil brasileiro o recurso é o meio disponibilizado para os sujeitos do 
processo combater decisões judiciais. Por ele é que o sujeito irresignado com a 
resolução da lide impugna a mesma, requerendo a sua revisão. O fundamento para o 
recurso consiste em uma reação natural do homem que não admite sujeitar-se a um 
único julgamento e evitar que o sujeito processual seja obrigado a cumprir um decisão 
eivada de erros, preconceitos e má-fé. 
Os efeitos dos recursos são as formas como eles se exteriorizam e interferem no 
desenvolvimento do processo. Os recursos possuem efeito devolutivo e suspensivo, 
entre outro que serão estudados neste trabalho. Com a finalidade de garantir uma 
maior segurança jurídica o Código de Processo Civil Pátrio conferiu efeito suspensivo, 
como regra geral aos recursos, sendo a exceção os recursos sem efeito suspensivo. 
Atualmente os juristas criticam o efeito suspensivo dos recursos, com aplicação 
automática. Isto porque é elemento que causa paralisação e lentidão do processo. 
Desta forma, a sociedade diante da demora da composição da lide, questiona o Poder 
Judiciário, colocando em dúvida a sua credibilidade. Além de tudo contraria princípios 
em destaque como o da razoável duração do processo, o da celeridade e o da 
efetividade. Importa destacar que uma prestação jurisdicional demorada é sinônimo de 
injustiça. 
Recente Anteprojeto de Lei do Senado de 2010, visando a criação de um novo código 
de processo civil, estabeleceu proposta no sentido de que os recursos, de uma forma 
geral, não tivessem o efeito suspensivo. A modificação foi consubstanciada na 
necessidade de dar maior efetividade ao cumprimento da sentença judicial, tendo 
como corolário o princípio da celeridade na prestação jurisdicional. Parte da 
comunidade jurídica criticou tal alteração. O argumento deles é de que não conferido 
efeito suspensivo aos recursos, o bem da vida discutido judicialmente pode se perder, 
por uma decisão equivocada do juízo competente. 
 2 
Com tudo, importante se faz analisar os efeitos dos recursos no Código de Processo 
Civil, principalmente referente ao efeito suspensivo, que tanto impõe conseqüências 
para o processo. Contudo, outras variáveis devem ser analisadas para identificar as 
reais causas da protelação do processo. Isto porque, o Anteprojeto e Projeto de Lei do 
Senado acusam que o excesso de recursos, assim como os efeitos suspensivos, como 
regra geral, são causas principais da demora da prestação jurisdicional. Desta forma, 
faz-se necessário uma análise sobre as modificações inseridas por este processo no 
Código Processual Civil brasileiro. 
 
2. NOÇÕES GERAIS SOBRE RECURSO 
O recurso remonta da Roma antiga e como exemplo pode-se citar a “apellatio” como 
espécie de recurso daquele período. 
Recurso é o instrumento fundamental na defesa do interesse dos sujeitos processuais 
em face de decisão judicial denegatória. Embora o Código de Processo Civil não 
defina recurso, vasta doutrina se incube conceituá-lo. Segundo Barbosa Moreira 
(2004, p. 233) recurso é o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo 
processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão 
judicial que se impugna. Por este conceito, Didier Jr. e Cunha (2011, p.19), conclui que 
sendo o recurso remédio voluntário, exclui-se do seu conceito a remessa necessária 
que tem dispositivo fora do título do CPC atinente aos recursos. Destaca também que 
o recurso prolonga litispendência, ou seja, não instaura processo novo como ocorre 
com as ações autônomas de impugnação. Os mesmos autores reforçam que o direito 
de recorrer é conteúdo do direito de ação, e o seu exercício revela-se como 
desenvolvimento do direito de acesso aos tribunais, e por fim Amorim (2005, p.195 
apud Didier Jr., 2011, p.20) declara que o direito de recorrer é um direito potestativo 
processual, concluindo Didier, que o é assim, tendo em vista que objetiva alterar 
situações jurídicas, invalidando, revisando ou integrando uma decisão judicial. 
Cabe-se fazer a diferenciação do recurso dos outros meios de impugnação da decisão 
judicial, com a finalidade de individualizar tal instrumento. Dentre este meios de 
impugnação existentes no direito processual civil nacional estão os recursos, as ações 
autônomas de impugnação e os sucedâneos recursais. Diferenciando tais 
instrumentos, Didier Jr. e Cunha (2011, p.26) destacam que o recurso é meio de 
impugnação da decisão judicial utilizado dentro do mesmo processo em que é 
 3 
proferida. Já a ação autônoma de impugnação é o instrumento da decisão judicial, 
pelo qual se dá origem a um processo novo, cujo objetivo é o de atacar ou interferir em 
decisão judicial. Por fim, Assis (2002, p.17 apud Didier Jr., 2011, p.26) ensina que o 
sucedâneo recursal é todo meio de impugnação de decisão judicial que nem é recurso 
nem ação autônoma de impugnação. Trata-se de categoria que engloba todas as 
outras formas de impugnação de decisão. Exemplifica o autor em comento, como 
sucedâneo recursal o pedido de reconsideração, pedido de suspensão da segurança 
(Lei Federal n. 8437/1992, art. 4; Lei Federal n. 12016/2009, art. 15), a remessa 
necessária (CPC, art. 475) e a correição parcial. 
Os recursos, no processo civil brasileiro, se submetem a princípios que lhe servem de 
base e fonte interpretativa para sua efetivação. O princípio do duplo grau de jurisdição 
é aquele que estabelece que qualquer decisão judicial que contrarie a pretensão de 
alguém, permita a revisão judicial, desta decisão, por outro órgão pertencente ao 
Poder Judiciário. No entanto, este princípio não é absoluto, permitindo em certos 
dispositivos do CPC a revisão judicial pelo mesmo órgão prolator da decisão. É o caso, 
por exemplo, dos Embargos de Declaração nos termos do art. 536 do CPC. 
O principio da taxatividade é aquele que só admite os recursos previstos 
especificamente em lei. Marinoni e Arenhart (2008, p.511) ensinam que segundo este 
princípio, somente são recursos aqueles expressamente determinados e regidos por 
lei federal (art. 22, I, CF). Com isto, nos termos do art. 496 e seus incisos do CPC são 
cabíveis os seguintes recursos: apelação; agravo; embargos infringentes; embargos 
declaração; recurso ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; embargos de 
divergência em recurso especial e em recurso extraordinário. Além destes pode-se 
incluir também, por terem previsão em lei federal, o recurso inominado dos arts. 41 a 
43 da lei 9099/95; Agravo Inominado do art. 4 da lei 8.437/92 e os Embargos de 
Infringente previsto art. 34 da lei 6.830/80. Importante destacar que os Embargos 
Infrigentes poderá não mais existir caso o Novo CPC entre em vigor. Isto por que o 
Projeto de Lei do Novo Código de Processo Civil suprimiu o presente recurso do 
ordenamento jurídico processual civil. 
O princípio da unicidade ou unirrecorribilidade é o que prevê seja proposto um único 
recurso para uma determinada decisão. Segundo Moreira (2004, p.249) este princípio 
se manifesta, em primeiro lugar, pela impossibilidade de interpor-se mais de um 
recurso contra a mesma decisão (lato sensu). 
 4 
O princípio da fungibilidade visa aproveitar o recurso diferente daquele que deveria ser 
interposto. De acordo com Marinoni e Arenhart (2008, p.512) este princípio presta-se, 
exatamente, para não prejudicar a parte que diante de dúvida objetiva, interpõe 
recurso que pode não ser considerado cabível. Nesse caso, autoriza-se que o recurso 
incorretamente interposto seja tomado como adequado, sob determinada 
circunstância.Os mesmos autores (2008, p.513) enfatizam que para que isto ocorra se 
exige os seguintes pressupostos: presença de dúvida objetiva a respeito do recurso 
cabível; Inexistência de erro grosseiro na interposição do recurso; Prazo adequado 
para o recurso correto. 
Aplica-se aos recursos o princípio da proibição da reformatio in pejus que consiste em 
não permitir que a decisão que julgar o recurso torne a situação, daquele que se 
insurgiu, pior que aquela no qual se encontrava anteriormente. Marinoni e Arenhart 
(2008, p.514) destacam que não se aplica a idéia de reforma prejudicial quando há 
recurso interposto por ambos os pólo do processo, nem no caso em que o tribunal 
entenda por alterar a fundamentação da decisão recorrida, mantendo, porém sua 
conclusão. 
 
3. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS 
Para interposição dos recursos se faz necessário o preenchimento dos requisitos de 
admissibilidade. Estes são classificados em dois grupos, requisitos intrínsecos e 
extrínsecos. Segundo Didier Jr. e Cunha (2011, p.44), no primeiro caso refere-se 
àqueles requisitos concernente à própria existência do poder de recorrer: cabimento; 
legitimação; interesse e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de 
recorrer. No segundo caso os requisitos são aqueles relativos ao modo de exercício do 
direito de recorrer: preparo; tempestividade e regularidade formal. 
Por fim, excetuando os casos de agravo de instrumento com previsão nos arts. 524 a 
527 do CPC, os recursos são interpostos perante o juízo que prolatou a decisão 
combatida. Didier Jr. e Cunha (2011, p.44) reforçam que, o juízo “a quo” e juízo “ad 
quem” têm competência para fazer o juízo de admissibilidade, com exceção do agravo 
retido (CPC, art. 523), do agravo de instrumento contra decisão do juiz de primeira 
instância (CPC, art. 524 a 527) e do agravo contra denegação de recurso especial e 
extraordinário (CPC, art. 544): nesses casos, o juízo de admissibilidade somente é 
exercido pelo órgão “ad quem”. Os processualistas Didier Jr. e Cunha (2011, p.44) 
 5 
afirmam que o juízo de admissibilidade, entretanto, não será subtraído à apreciação do 
juízo “ad quem”: sempre caberá recurso da decisão do juízo “a quo” que não conhecer 
de um recurso perante ele interposto – para exemplificar, arts. 522 e 544, ambos do 
CPC. 
Destaca-se que o Projeto de Lei do Novo Código de Processo Civil, cria regra nova 
para o juízo de admissibilidade da Apelação pelo qual será realizado apenas pelo 
órgão “ad quem”. Isto está previsto, no art. 966 do substitutivo do Projeto de Lei n 
166/2010, no qual a apelação será interposta e processada no juízo de primeiro grau; 
intimado o apelado e decorrido o prazo para resposta, os autos serão remetidos ao 
tribunal, onde será realizado o juízo de admissibilidade. A justificativa da comissão do 
Anteprojeto do Novo CPC para supressão do juízo de admissibilidade no juízo “a quo” 
é que suprime-se um novo foco desnecessário de recorribilidade 
 
4. ATOS JUDICIAIS SUJEITOS A RECURSOS 
Importante se faz identificar os atos judiciais sujeitos a recursos. Preconiza o art. 162 
do CPC que os atos dos juízes consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. 
Nery Jr. (2007, p.372 e 373) destaca que o conceito de sentença perpassa por dois 
momentos temporais. Uma até 23 de março de 2006, e outro a partir desta data. 
Naquele primeiro momento, até 23 de março de 2006, a sentença era conceituada 
como ato do juiz que, no primeiro grau de jurisdição, extingue o processo com ou sem 
resolução do mérito (art. 267 e art. 269 do CPC). Com o advento da lei 11232/2005 
que alterou o § 1o do art. 162, do CPC, não mais define sentença apenas pela 
finalidade, como previsto no ex-CPC, § 1 o, art. 162, isto é, como ato que extingue o 
processo, mas sim pelo critério misto do conteúdo e finalidade. Com isto, o presente 
autor, nos termos da nova redação dada ao parágrafo em comento, conceitua 
sentença como o pronunciamento do juiz que contém alguma das circunstâncias 
descritas no CPC, art.167 e 269 e que, ao mesmo tempo, extingue o processo ou 
procedimento no primeiro grau de jurisdição resolvendo ou não o mérito. No caso das 
sentenças definitivas, que julgam o mérito, e sentenças terminativas, que julga sem 
resolução do mérito, são, as mesmas impugnáveis pelo recurso de Apelação nos 
termos do no art. 513 do Código de Processo Civil brasileiro. 
 6 
As decisões Interlocutórias de acordo com § 2 o, art. 162 do CPC é o ato pelo qual o 
juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. Ou seja, corresponde a toda 
decisão prolatada pelo julgador no transcorrer do processo e que não resulta em sua 
extinção com ou sem resolução do mérito. Consoante lição de Nery Jr. (2007, p.375 e 
373) como, para classificar o pronunciamento judicial, o CPC não levou em conta 
apenas seu conteúdo, mas também sua finalidade, se o ato contiver matéria do art. 
267 ou 269, mas não extinguiu o processo, que continua, não pode ser sentença, mas 
sim decisão interlocutória. Consubstanciado no caput do art. 522 do CPC destas 
decisões caberá como recurso o agravo retido e de instrumento. Este último só se 
aplica no caso de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil 
reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos 
efeitos em que a apelação é recebida. 
Os despachos nos termo do § 3o, art. 162 do CPC são todos os demais atos do juiz 
praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não 
estabelece outra forma. Moreira (2004, p.243) critica tal definição considerando-a 
ambígua e imprecisa, pois define despacho por exclusão, em confronto com sentença 
e decisões interlocutórias, enquanto a parte final introduz critério novo, formal, cujo 
alcance e função não ficam muito claros. Nery Jr. (2007, p.375) enfatiza 
que o despacho é todo e qualquer ato ordinatório do juiz, destinado a apenas dar 
andamento ao processo sem nada decidir. Todos os despachos são de mero 
expediente e irrecorríveis conforme determina o CPC, art. 504. Moreira (2004, p.245) 
esclarece que todo e qualquer despacho em que o órgão judicial decida questão, no 
curso do processo, pura e simplesmente não é despacho, ainda que assim lhe chame 
o texto: encaixando-se no conceito de decisão interlocutória (art. 162, § 2o, CPC), ipso 
facto deixa de pertencer à outra classe. Absurdo lógico seria conceder-lhe lugar em 
ambos. A interpretação sistemática tem de corrigir as incoerências do Código, que não 
prima aqui pela exatidão. 
Além disto, o art. 163 do CPC destaca, entre atos judiciais, o acórdão como decisão 
proferida nos tribunais. Segundo Nery Jr. (2007, p.378) o acórdão é a decisão do 
órgão colegiado do tribunal (câmara, turma, seção, órgão especial, plenário, etc.). 
Moreira (2004, p.245) ensina que em numerosos dispositivos, a palavra “sentença” 
figura em sentido amplo, a abranger decisões de juízes singulares e de órgão 
colegiados superiores, indiferentemente: assim v.g arts. 460, 462, 466, 467, 468, 472, 
474, 483, 485, 489, 494, 505, 584, I a IV, 586, §§ 1 e 2o, 587, 588, 603, 610, 614, I, 
 7 
etc. Cabe destacar que as decisões no âmbito dos tribunais poderão ser singulares ou 
monocráticas, pelo relator ou pelo presidente ou vice-presidente do Tribunal, e coletiva 
ou colegiada, pela turma ou câmara. De acordo com Didier Jr. e Cunha (2011, p.33) os 
acórdãos e as decisões monocráticas podem ser interlocutórias ou finais. Com 
finalidade de impugnar decisões oriundas de acórdãos têm-se nos termos do art. 530 
do CPC os Embargos de Infringentes, o recurso ordinário de acordo com os arts. 102, 
II, alínea “a”, e 105, II, alínea “b” da constituiçãofederal, o recurso extraordinário do 
art. 102, III da Carta Magna, e o recurso especial estampado no art. 105, III da Lei 
Maior. De acordo com Moreira (2004, p.247) outros recursos podem eventualmente 
caber no procedimento de grau superior, mas contra decisões proferidas por um 
membro do colegiado: assim o agravo de instrumento contra denegação do recurso 
extraordinário pelo presidente ou vice-presidente recorrido (art. 544); agravos previstos 
nos arts. 532 (na redação da lei no 8.950) e 557, § 2o (na redação da lei no 9.756); e o 
agravo contra decisão do presidente, de seção, de turma ou de relator, no Supremo 
Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça (Lei no 8.038, art. 39, ainda em 
vigor). 
 
5. EFEITOS DOS RECURSOS NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL VIGENTE 
Nos termos do art. 467 do CPC, havendo a possibilidade de sujeitar decisão a recurso 
não ocorrerá o trânsito em julgado da sentença tornando-a mutável e discutível. Este 
consiste em um dos efeitos da sentença que consiste no impedimento ao trânsito em 
julgado da decisão. Segundo Moreira (2004, p.256) todos os recursos admissíveis 
produzem no direito pátrio, um efeito constante e comum, que é o obstar, uma vez 
interposto, ao trânsito em julgado da decisão impugnada. Moreira (2004, p.265) ensina 
que recurso inadmissível, ou tornado tal, não tem a virtude de empecer ao trânsito em 
julgado. Concluído-se que para este renomado autor somente o recurso admitido 
produz efeito e, portanto, tem o poder de obstar o trânsito em julgado. Esta é a 
concepção majoritária que considera, quando negado a admissibilidade do recurso, 
que este juízo tem natureza jurídica constitutiva negativa, aplicando a sanção de 
invalidação do ato judicial que se apresenta defeituoso pela sua inadmissibilidade. 
Adverte Didier Jr. e Cunha (2011, p.33) que os atos processuais, mesmos os 
defeituosos, produzem efeitos até o seu desfazimento – mesmo que esse 
desfazimento se dê por força de invalidação judicial. Se a inadmissibilidade é uma 
sanção de invalidação, o procedimento só se torna inadmissível, mesmo o recursal 
 8 
quando, após a decisão judicial que decreta a nulificação. Sendo assim, o 
procedimento, enquanto não invalidado, produz efeito, notadamente aqueles 
relacionados à litispendência: mantém litigiosa a coisa, impede o trânsito em julgado e 
a propositura da mesma demanda etc. 
O efeito suspensivo dos recursos refere-se ao fato de que enquanto pendente e 
cabível a interposição de recurso os efeitos da decisão estarão sobrestados. Não é a 
partir da interposição do recurso que os efeitos da decisão ficarão ineficazes, mas 
desde o momento em que ela é proferida. Moreira (2004, p.257) enfatiza que mesmo 
antes de interposto o recurso, a decisão, pelo simples fato de estar-lhe sujeita, é ato 
ainda ineficaz, e a interposição apenas prolonga semelhante ineficácia, que cessaria 
se não se interpusesse o recurso. Claro está, que a ineficácia do ato pela não 
interposição do recurso se restringe aos casos de impossibilidade, como por exemplo 
a perda do prazo para interposição. Isto porque, ainda que não seja interposto recurso, 
mas esteja-se no interregno do uso de tal direito, a decisão continuará sendo ineficaz. 
Este é o pensamento de Marinoni e Arenhart (2008, p.525) ao afirmar que uma 
decisão impugnável por recurso que possui efeito suspensivo somente pode produzir 
efeito após escoado o prazo recursal, ou a partir do momento em que a parte aceitar a 
decisão ou renunciar o direito de recorrer. 
Os recursos no processo civil vigente tem, em regra geral, efeito suspensivo. Existem 
exceção a esta regra como é o caso da segunda parte do caput do art. 520 do CPC e 
seus incisos, que estabelece apenas efeito devolutivo a apelação quando: homologar 
a divisão ou a demarcação; condenar à prestação de alimentos; decidir o processo 
cautelar; rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes. O 
ensinamento de Nery Jr. (2007, p.520) reforça que somente quando a lei 
expressamente dispuser em sentido contrário é que apelação deverá ser recebida 
apenas no efeito devolutivo. Por ser matéria de restrição de direitos, a exceção 
mencionada na segunda parte do caput do art. 520 deve ser interpretada de forma 
restritiva. Conclui os autores que a apelação deve ser recebida somente no efeito 
devolutivo nos casos do art. 520 do CPC e quando interposta da sentença que 
decreta a interdição na dicção do art. 1184 do CPC. Prescreve o art. 521 do CPC que 
o apelado poderá promover, desde logo, a execução provisória da sentença, extraindo 
a respectiva carta. Moreira (2004, p.265) enfatiza que no caso deste dispositivo o 
efeito executivo começa a produzir-se desde o recebimento da apelação, pelo órgão “a 
quo”, no mero efeito devolutivo; fora daí, prevalece como princípio geral o de que a 
 9 
decisão só se torna eficaz com o trânsito em julgado. Acrescenta também, o ilustre 
autor, que no sistema jurídico pátrio, a regra é a de terem os recursos efeito 
suspensivo, no sentido exposto, entendendo-se que ele só não ocorre quando alguma 
norma especial o exclua. Nery Jr. (2007, p. 520) destaca que fora do sistema do CPC, 
existem outros casos de apelação recebida apenas no efeito devolutivo: a) da 
sentença proferida em ação de despejo, qualquer que seja o fundamento (lei no 
8.245/91 , art. 58, V); b) da sentença proferida no pedido de assistência judiciária, 
quando processado em apartado (lei no 1.060/50, art. 17), vale ressaltar, quando a 
sentença conceder o pedido; c) da sentença proferida em ação discriminatória de 
terras devolutas (lei no 6383/76, art. 21); d) da sentença proferida na ação de busca e 
apreensão fundada de bens alienados fiduciariamente, seja de procedência ou 
improcedência do pedido (Decreto-lei nº 911/69, art. 3, § 5º); e) na ação de 
desapropriação da sentença que fixar o preço da indenização (Decreto-lei nº 3.365/41, 
art. 28); f) da sentença proferida nas ações da justiça da infância e da juventude (ECA, 
art. 198, VI); g) da sentença que conceder mandado de segurança (lei nº 12.016/09, 
art 14, § 3º); h) da sentença proferida em ação civil pública (lei nº 5.869/73, art 14). 
Por fim, Moreira (2004, p.265) enfatiza que cumpre evitar equívocos : em nosso 
ordenamento, o efeito suspensivo concerne apenas à eficácia da decisão, 
inconfundível a “auctoritas rei iudicatae”, embora a seja a da coincidência entre o 
começo da produção dos efeitos e o trânsito em julgado. 
Quando se transfere o conhecimento da matéria para juízo “ad quem”, temos neste 
caso, o efeito devolutivo do recurso. Para Marinoni e Arenhart (2008, p.522) efeito dos 
mais característicos do sistema recursal – embora ausente nos embargos de 
declaração -, o efeito devolutivo é o que atribui ao juízo recursal o exame da matéria 
analisada pelo órgão jurisdicional recorrido (juízo a quo). Contrariando esta tese 
adverte Pereira (2003, p.30-32 apud Didier Jr. e Cunha, 2011, p.85) deve-se 
considerar, atualmente, que o efeito devolutivo decorre da interposição de qualquer 
recurso, equivalendo a um efeito de transferência de matéria ou de renovação do 
julgamento para outro ou para o mesmo órgão julgador. Por esta tese os embargos de 
declaração teriam efeito devolutivo. 
A interposição do recurso apena devolve a análise ao tribunal da matéria impugnada, 
como verificado no caput do art. 515 do CPC , em respeito ao princípio da demanda. 
Cabe inferir que o regramento sobre apelação são de aplicação aos recursos em geral. 
Didier Jr. e Cunha (2011, p.85) ensinam que a extensão do efeito devolutivo significa 
 10 
precisar o que se submete, por força do recurso, ao julgamento do órgão ad quem. A 
extensão do efeito devolutivo determina-sepela extensão da impugnação: tantum 
devolutum quantum appellatum. O recurso não devolve ao tribunal matéria estranha ao 
âmbito do julgamento a quo. 
Analisando os parágrafos §§ 1º e 2º do art. 515 em destaque, Didier Jr. e Cunha 
(2011, p.86) informam que é amplíssima, em profundidade, a devolução das questões. 
Não se cinge às questões efetivamente resolvidas na decisão recorrida: abrange 
também as que nela poderiam tê-lo sido. Moreira (2000, p.466 apud Didier Jr e Cunha, 
2011, p.86) diz que isto compreendem: a) questões examinadas de ofício; b) questões 
que, não sendo examinadas de ofício, deixam de ser apreciadas, a despeito de 
haverem sido suscitadas. Segundo Marinoni e Arenhart (2008, p.523) se, todavia, o 
tribunal fica vinculado ao pedido de nova decisão formulado pelo recorrente, de outro, 
quanto aos fundamentos desse pedido, é livre para examinar a todos, ainda que não 
hajam sido expressamente referidos nas razões do recurso interposto (efeito 
devolutivo em profundidade). Isto tudo sem violação ao princípio da demanda, desde 
que se atenha, por exemplo, ao pedido de revisão formulado pelo recorrente. Desta 
forma, quando questões ou fundamento que não foram apreciados no juízo “a quo”, e 
são analisados no juízo “ad quem”, está-se diante do efeito translativo dos recursos. 
Didier Jr. e Cunha (2011, p.87) informa que Nelson Nery Jr. denomina de efeito 
translativo aquilo que Barbosa Moreira identifica como profundidade do efeito 
devolutivo e acrescenta: sempre que o tribunal puder apreciar uma questão fora dos 
limites impostos pelo recurso, estar-se-á diante de uma manifestação deste efeito 
(razão pela qual ele inclui a remessa das questões de ordem pública à apreciação do 
ad quem, manifestando-se ou não o recorrente sobre elas, como exemplo de efeito 
translativo). Percebe-se, diante do exposto, que há uma relação de semelhança entre 
o efeito devolutivo e o translativo, uma vez que ambos tratam do conhecimento do 
tribunal sobre a causa, impossibilitando cindir-los. Ao comparar ambos efeitos Didier 
Jr. e Cunha (2011, p.87) destacam que o efeito devolutivo delimita o que se pode 
decidir; o efeito translativo , o material com o qual o ad quem trabalhará para decidir a 
questão que lhe foi submetida. O efeito devolutivo (extensão) relaciona-se ao objeto 
litigioso do recurso (a questão principal do recurso); o efeito translativo (profundidade 
do efeito devolutivo) relaciona-se ao objeto de conhecimento do recurso, às questões 
que devem ser examinadas pelo órgão ad quem como fundamentos para solução do 
objeto litigioso recursal. Adverte Souza (2004, p.318 apud Didier Jr e Cunha, 2011, 
 11 
p.87) que o efeito devolutivo limita o efeito translativo, que é o seu aspecto vertical: o 
tribunal poderá apreciar todas as questões que se relacionam àquilo que foi 
impugnado – e somente àquilo. 
Por fim cabe inferir sobre o efeito regressivo, pelo qual permite o juízo de primeira 
instância rever e retratar sua própria decisão. Este princípio se restringe a alguns 
recursos como no agravo de instrumente e na apelação contra decisão que indefere a 
peça inicial no caso do art. 296 do CPC. Didier Jr. e Cunha (2011, p.89) chamam este 
efeito de retratação e informa que alguns utilizam a denominação “efeito diferido” 
como variante do efeito devolutivo, e nesta acepção, é possível se falar em efeito 
devolutivo diferido, ou efeito regressivo, ou efeito de retratação, que pode ocorrer na 
apelação, na hipótese de recurso contra sentença que indefere a petição inicial (CPC, 
art. 296). De fato, a devolução do exame da sentença, nessa hipótese, somente 
ocorrerá após o juízo de retratação negativo do magistrado, demonstrando o caráter 
diferido do efeito devolutivo. 
 
6. ANTEPROJETO E PROJETO DE LEI DO SENADO nº 166/10 DO NOVO CÓDIGO 
DE PROCESSO CIVIL 
O Processo Judicial brasileiro está passando por uma crise. A duração do processo 
tem excedido tempo demais para que a prestação jurisdicional seja efetivada. Além 
disto, como o próprio Ministro Luiz Fux declara, nas exposições de motivos do 
anteprojeto, que um sistema processual civil que não proporcione à sociedade o 
reconhecimento e a realização dos direitos, ameaçados ou violados, que têm cada um 
dos jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias constitucionais de um Estado 
Democrático de Direito. 
A finalidade principal do novo CPC é promover um processo mais célere, portanto 
justo, porque atende ao anseio da sociedade sendo menos complexo. 
Na própria exposição de motivo em diversos tópicos observa-se uma preocupação 
com o sistema recursal brasileiro. As modificações visam diminuir a quantidade de 
recursos a serem julgados, assim como a própria redução de recursos. Ao tratar do 
princípio do duplo grau de jurisdição Didier Jr. e Cunha (2011, p.23-24) destaca que 
existe um segmento respeitável da doutrina que critica tal dispositivo externado pontos 
negativos: dificuldade de acesso a justiça em virtude do elevado custo por 
prolongamento excessivo do processo; desprestígio da primeira instância dada ampla 
 12 
possibilidade de submeter a decisão proferida pela primeira instância à apreciação do 
órgão de segundo grau; quebra da unidade do poder judiciário – insegurança, ou seja, 
o segundo grau de jurisdição ao apreciar recursos pode adotar um dos 
posicionamentos: mantém a decisão de primeiro grau, ou a reforma/invalida. Ambas as 
condutas, sustenta a doutrina, causam descrédito à função jurisdicional; Afastamento 
da verdade (mais próxima da) real; e Inutilidade do procedimento oral. 
A solução, diante dos problemas citados, de acordo com a exposição de motivos da 
comissão do anteprojeto do novo CPC, foi reforçar a eficiência do regime de 
julgamento de recursos repetitivos, que agora abrange a possibilidade de suspensão 
do procedimento das demais ações, tanto no juízo de primeiro grau, quanto dos 
demais recursos extraordinários ou especiais, que estejam tramitando nos tribunais 
superiores, aguardando julgamento, desatreladamente dos afetados. Além disto, foi 
suprimidos os Embargos Infringentes, cabendo, no entanto ao relator o dever de 
declarar o voto vencido, sendo este considerado como parte integrante do acórdão, 
inclusive para fins de pré-questionamento. O agravo retido, também foi suprimido, 
tendo, correlatamente, alterando-se o regime das preclusões. Todas as decisões 
anteriores à sentença podem ser impugnadas na apelação. Além de tudo, alterou a 
regra geral para atribuir apenas efeito devolutivo aos recursos, prestigiando decisão de 
primeira instância. 
Contudo, alguns dispositivos legais ainda geram incômodos e descontentamento de 
juristas e da própria OAB. Isto por que, alguns deles prejudicam o réu no processo e 
ampliam os poderes dos juízes colocando os sujeitos do processo em desigualdade. 
Em 1º de dezembro de 2010, os senadores da Comissão Temporária de Reforma do 
CPC aprovaram, em votação simbólica, o parecer apresentado pelo relator Válter 
Pereira (PMDB/MS), na forma de um substitutivo ao PLS 166/10, com 1008 artigos. 
Por este, diversos dispositivos do anteprojeto foram parcial ou totalmente alterados. O 
projeto foi encaminhado para votação na Câmara dos Deputados prevista para o 
segundo semestre de 2011. 
 
 
 
 
 
 13 
7. O PERIGO DAS REFORMAS EMERGÊNCIAIS NO CPC 
 
É sabido que diante do clamor público existe o perigo de se fazer um reforma de lei. 
Justifica-se este fato, porque algumas decisões são tomadas alterando textos legais 
pertinentes, porém não efetivamente aplicado, causando prejuízos às partes e ao 
processo. Antes de responder ao clamor público, se faz necessário coletar dados, 
pesquisas e refletir sobre as causas da problemáticada deficiência da prestação 
jurisdicional no que diz respeito, principalmente, à duração prolongada do processo. 
Não se pode criticar apenas o excesso de recursos ou o formalismo do CPC. Esta é 
uma garantia constitucional do princípio da legalidade, do contraditório e da ampla 
defesa. Existem problemas não apenas legais, mas principalmente estruturais do 
sistema judiciário brasileiro, como aqueles referente à escassez de recursos humanos 
e deficiência tecnológica. De acordo com Marinoni (2000, p.34) a questão da 
morosidade do processo está ligada, fundamentalmente, à estrutura do Poder 
Judiciário. O bom funcionamento do Poder Judiciário depende de uma série de fatores, 
exigindo, entre outras coisas, relação adequada entre o número de juízes e o número 
de processos. 
A própria CF/88 prescreve em seu inciso XIII do art. 93 que lei complementar, de 
iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, 
observado o princípio de que o número de juízes na unidade jurisdicional será 
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população. 
 
 
8. EFEITOS DOS RECURSOS E O ANTEPROJETO E PROJETO DE LEI DO 
SENADO nº 166/10 DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 
O anteprojeto do novo CPC modificou dispositivo referente aos efeitos do recurso. No 
Título II, Capítulo I que trata das disposições gerais no seu art. 908, dispunha que os 
recursos, salvo disposição legal em sentido diverso, não impedem a eficácia da 
decisão. O parágrafo 1º do referido artigo prescreve que a eficácia da sentença poderá 
ser suspensa pelo relator se demonstrada probabilidade de provimento do recurso. 
A partir da análise deste dispositivo infere-se que os recursos terão em regra efeito 
apenas devolutivo, sendo o efeito suspensivo a exceção. Isto confere uma maior 
 14 
efetividade das decisões judiciais de primeira instância. A mera interposição do 
recurso não mais obstará os efeitos da decisão judicial. O parágrafo primeiro destaca a 
necessidade de no momento da interposição do recurso seja demonstrado a 
probabilidade de provimento do recurso. Ou seja, quando da interposição do recurso 
deverá ser demonstrada, em preliminar, a probabilidade e verossimilhança da peça 
irresignação ser provida. Infere o parágrafo 2º do referido artigo que o pedido de efeito 
suspensivo durante o processamento do recurso em primeiro grau será dirigido ao 
tribunal, em petição autônoma, que terá prioridade na distribuição e tornará prevento o 
relator. Infere destacar que caso o relator não dê provimento ao recurso caberá agravo 
interno, nos termos do § 1º do art. 853 do anteprojeto de lei no novo CPC, no prazo de 
quinze dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver 
retratação, o relator incluirá o recurso em pauta para julgamento. Caso órgão 
colegiado conceda efeito suspensivo ao recurso, automaticamente estará antecipando 
uma acórdão ao confirmarem a probabilidade de sucesso do recurso interposto. 
Prevê expressamente o art. 941 do anteprojeto do novo CPC que os embargos de 
declaração não têm efeito suspensivo, salvo quando intempestivos, interrompem o 
prazo para a interposição de outros recursos por qualquer das partes. Não existe 
expressamente os efeitos de tal recurso no CPC vigente. Desta forma, aplica-se 
atualmente a regra de que se a lei silencia, aplica-se a regra geral pelo qual os 
recursos terão efeitos suspensivos. Com isto, os Embargos de declaração atualmente 
tem efeitos suspensivos. 
O art. 905 do anteprojeto do novo CPC que o recurso especial ou extraordinário 
interposto por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou por terceiro interessado 
será dotado de efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão 
constitucional eventualmente discutida. O CPC vigente determina, como regra geral 
nos casos de recurso especial e extraordinário, efeito apenas devolutivo como 
observado na dicção do § 2º do art. 542. Ou seja, pelo novo CPC será atribuído efeito 
suspensivo aos dois recurso em discussão com tendo como requisito a presunção da 
repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida. 
A apelação nos termos do caput do art. 928 do anteprojeto em tela enfatiza que 
atribuído efeito suspensivo à apelação, o juiz não poderá inovar no processo; recebida 
sem efeito suspensivo, o apelado poderá promover, desde logo, a execução provisória 
da sentença. Desta forma, aplica-se a apelação a regra geral do anteprojeto do novo 
CPC, como já foi explanado no qual a princípio este recurso terá efeito apenas 
 15 
devolutivo, no entanto se comprovado a probabilidade de êxito será conferido efeito 
suspensivo ao presente recurso. 
Diante de tudo exposto demonstra-se, que o novo CPC confere maiores poderes ao 
juíz de 1º grau, assim como ao Poder Judiciário. Com a criação de critérios subjetivos 
cada vez mais as forças das decisões se impõe diante da sociedade. 
 
 
9. CONCLUSÃO 
 
O CPC vigente prescreve regra rígida formal impossibilitando a alteração do pedido 
após saneamento. No entanto, foi estabelecido dispositivo informal no anteprojeto de 
lei do senado, pelo qual fixava que, a qualquer tempo, até decisão de primeiro grau 
poderia o autor alterar o pedido sem a anuência do réu, desde que não causasse 
prejuízo a este. Percebe-se regras em situações bastante opostas. Prevaleceu a 
escolha fundamentada na segurança jurídica, permanecendo o dispositivo sobre o 
tema como estabelecido no Código Processual Civil vigente. No entanto poder-se-ia 
estabelecer regra com um menor rigor formal, porém não tão flexível. 
Importante tese defendida por Didier Jr., estabelece a alteração do pedido com a 
concordância expressa do réu. Para isto, seriam necessárias que fossem observadas 
algumas condições, a serem analisadas e verificadas pelo Juiz no caso concreto. 
Entre essas, que alteração do pedido não causasse prejuízo ao processo, nem ao réu. 
Isto evitaria incidentes processuais como a conexão e poder-se-ia alcançar a 
conciliação posterior ao novo pedido, resolvendo a demanda. 
A comunidade jurídica conseguiu evitar que o texto, como estava determinado no 
anteprojeto, fosse mantido causando prejuízo ao réu e ao próprio processo em 
detrimento ao princípio da celeridade. Situação esta que se enquadra na crítica do 
ilustre mestre Calmon de Passos, anteriormente citado. 
Alguns equívocos presentes no anteprojeto de lei do novo CPC demonstram a 
necessidade de uma maior discussão sobre o tema e uma maior participação da 
sociedade jurídica. O Estado deve investir na estrutura judiciária do país com a 
contratação de mais juízes e servidores, assim como, treinar esses recursos humanos 
e aplicar a alta tecnologia aos processos. Além de tudo, faz-se imprescindível o 
esforço de todos para que o Novo Código de Processo Civil seja respeitado e aplicado. 
 16 
Por fim, a prestação jurisdicional deve se esmerar pelo respeito aos princípios 
constitucionais, sobretudo, ao devido processo legal com o fim na efetivação da 
justiça. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. Volume 
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Curso de Direito Processual Civil. Meios de Impugnação às Decisões Judiciais e 
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Judiciais e Processo nos Tribunais. Volume 3. 9. ed. Bahia: Editora Juspodivm, 2011. 
 
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SOUZA, Bernardo Pimentel de. Introdução aos Recursos Cíveis e à Ação Rescisória. 
3. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2004. ln: DIDIER Jr., Fredie; CUNHA, Leonardo 
Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil. Meios de Impugnação às Decisões 
Judiciais e Processo nos Tribunais. Volume 3. 9. ed. Bahia: Editora Juspodivm, 2011. 
 
 
PASSOS, J. Calmon. I Novações no Código de Processos Civil. 1. ed. Rio de Janeiro: 
Editora Forense, 1995.

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