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Relatório usina de furnas

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Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – FACIP
Curso de Ciências Biológicas
Relatório da aula de campo de visita técnica a empresa Furnas Centrais Elétricas
Patrícia das Dôres Lopes
Ituiutaba – MG
2014
 Patrícia das Dôres Lopes
Relatório da aula de campo de visita técnica a empresa Furnas Centrais Elétricas
Relatório de campo apresentado á docente Katia Gisele, professora da disciplina de Gestão Ambiental I do curso de geografia, da Universidade Federal de Uberlândia, campus Pontal.
Ituiutaba – MG
2014
Introdução
A usina hidrelétrica é composta por um conjunto de obras e equipamentos que geram energia elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico presente em um rio, este por sua vez é proporcionado pela vazão hidráulica e pela concentração dos desníveis existentes ao longo do curso de um rio, isto pode acontecer: de forma natural, quando tal desnível encontra-se em uma cachoeira; por uma barragem, quando estes se concentram em pequenas proporções na altura da barragem; e/ou através de um desvio do rio de seu leito natural, sendo que assim os desníveis também se encontram em pequenas proporções nos desvios. A eficiência de uma usina só é possível a partir do funcionamento adequado dos seguintes componentes: reservatório, comporta, barragem, conduto forçado, turbina hidráulica, gerador, canal de fuga, transformador elevador, linha de transmissão, subestação abaixadora, rede de transmissão, transformador, medidor e claro, consumidor (Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobras, 2013).
Com o levantamento da comporta presente na barragem, a água que se encontra armazenada no reservatório e possui energia potencial, é conduzida através do conduto forçado, transformando então a energia potencial em energia cinética que passa pela turbina hidráulica fazendo-a girar e dando origem a energia mecânica. Após passar pela turbina, esta água é restituída ao leito natural do rio, através do canal de fuga. Unido a turbina há um gerador acoplado que gira junto com ela, neste a potência mecânica é transformada em potência elétrica, que é levada através de cabos ao transformador elevador, onde tem sua tensão (voltagem) elevada e a partir daí esta percorre as linhas de transmissão até chegar aos centros de consumo. Já na cidade, a energia passa pela subestação abaixadora, onde tem sua tensão levada a níveis adequados, vai para a rede de transmissão, subsequentemente passando pelo transformador, medidor e por fim chegando ao consumidor onde pode ser utilizada (Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobras, 2013).
Segundo Rosa (2007) o Brasil se destaca pela alta concentração de recursos hídricos, se encontrando em primeiro lugar no mundo, porém utiliza somente 25% deste recurso, se encontrando em quarto lugar neste ranque. Isso provavelmente se deve as questões ambientais e aos movimentos contra as grandes represas em razão dos impactos provocados pela dimensão de áreas inundadas. Vale frisar que apesar dos impactos gerados pela instalação de usinas, a energia provida de geradores hidrelétricos é uma energia renovável e “limpa”, promovendo várias discussões entre os que são a favor desse meio de produção de energia e os que são contra.
“Furnas é uma empresa de economia mista, subsidiária da Eletrobras e vinculada ao Ministério de Minas e Energia, dedicada a geração e transmissão de energia elétrica” (Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobras, 2013). Foi criada a partir de uma necessidade de sanar a crise energética da década de 50, tendo sido a primeira hidrelétrica de grande porte do Brasil, com capacidade de 1.216 MW, implantada no rio Grande (MG) em 1958. Conta hoje com 15 usinas hidrelétricas e 2 termelétricas, tendo capacidade de 10.092 MW (10% da geração do país), sendo que desde 1992 a empresa vem apresentando índices de confiabilidade em nível internacional: 99,99% (Centrais Elétricas Brasileiras S.A –Eletrobras, 2013).
Objetivos 
Compreender os processos de recuperação de áreas degradadas ocasionadas pela instalação e funcionamento da empresa, além de conhecer a gestão ambiental desempenhada pela mesma.
Metodologia
Os alunos foram encaminhados para uma sala onde foi feita uma apresentação teórica da história da empresa, além da sua dimensão e o modo como esta opera. Em seguida o engenheiro agrônomo e especialista em gestão ambiental, Geraldo Magela, também apresentou um projeto de recuperação de áreas erodidas no qual ele está inserido, sendo que este é apenas um dos projetos que visam a gestão ambiental presente na empresa.
A parte prática da visita consistiu primeiramente no reconhecimento do local onde são preparadas as mudas usadas no reflorestamento da área ocupada pela empresa. Depois nos foi apresentado os compartimentos responsáveis pelo funcionamento desta, como gerador, local de manuseio de gerador, turbina, vertedouro, conduto forçado, reservatório, etc. 
Resultados e discussão
Antes da implantação de empresas é necessário avaliar os impactos positivos e principalmente negativos advindos disto, como a translocação das populações, a perda dos solos, a perda de espécies de plantas e animais, a perda de recursos madeireiros, a modificação da geometria hidráulica do rio, o impacto ao balanço global de CO2, etc., para isso se faz necessário o planejamento ambiental, porém só na década de 90 este foi incorporado aos planos diretórios municipais, então muitas empresas antes instaladas, inclusive Furnas Centrais Elétricas em Itumbiara-GO, tiveram que passar pelo processo de licenciamento corretivo, sendo assim, hoje a empresa atende uma série de projetos, dentre eles nos foram apresentados a produção de mudas de essência nativa do cerrado e a recuperação de erosões.
Primeiramente, com o intuito de conhecer as espécies vegetais em áreas sob a sua influência, a empresa realiza estudos florísticos e da vegetação que ocorre no entorno da usina, o que facilita para propor estratégias de conservação. A criação do viveiro aconteceu dentre outros motivos, devido a dificuldade de se encontrar as mudas necessárias para o replantio para comprar. Os profissionais responsáveis por manter o viveiro em funcionamento primeiro secam as sementes em um ambiente adequado, depois as deixam em refrigeração e em seguida preparam as mudas nos tubetes com o substrato retirado do minhocário, onde passaram por melhoramento. As mudas ficam então nos viveiros no ambiente tampado, e/ou ao ar livre, são identificadas com placas e periodicamente irrigadas até que germinem. Estas mudas são voltadas a conservação das espécies nativas dos biomas nos quais a empresa atua, na recuperação das áreas de empréstimo, no reflorestamento de parte das margens do reservatório e na recuperação das áreas utilizadas durante a construção de linhas de transmissão, que também estão envolvidos com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Em 2012 foram produzidas aproximadamente 600 mil mudas e 120 foram plantadas em nove unidades operacionais.
Segundo o Relatório de Sustentabilidade de 2012, os estudos sobre a conservação da flora abrangem quatro abordagens distintas, sendo elas: o inventário florístico, que consiste no levantamento de espécies vegetais ocorrentes em uma área determinada; o estudo fitossociológico, que quantifica a composição florística, a estrutura, o funcionamento, a dinâmica e a distribuição de uma determinada vegetação; a avaliação da fitomassa, que avalia a produtividade e a composição de fitomassa na vegetação de determinado sistema florestal; e o resgaste de germoplasma, que resgata genótipos de recursos genéticos vegetais em áreas que se encontram sob impactos ambientais.
Outro problema decorrente da instalação e funcionamento da empresa foi a formação de voçorocas, originadas ou pela retirada de solo para compor a barragem sendo que ao final da obra estes locais não foram reconstituídos, ou pelo desmatamento o que passou a proporcionar um contato da chuvadireto com o solo. O fato é que o processo de reconstituição destas áreas só começou a ser feita quando as erosões começaram a constituir um problema econômico. 
Figura 1: Delineamento esquemático das erosões presentes no início do processo de restauração do local.
Fonte: Furnas Centrais Elétricas.
A figura 1 mostra onde se concentravam as erosões no início do processo de restauração das mesmas. Percebe-se que a erosão 1 já começava a avançar em direção ao represamento. Na imagem também pode ser notado algumas áreas que compõe a usina, como o reservatório, a barragem, o canal de fuga, a subestação elevadora e os locais onde encontram-se os geradores, as turbinas e os condutos forçados.
Para que fosse feita a recuperação foram determinadas as áreas mais criticas e traçados planos que se basearam em: aumento da capacidade de infiltração das águas pluviais no solo e redução do escoamento superficial, onde foram feitas a escarificação do solo, a construção de terraços, a aração, a correção do solo e a gradagem; construção de canaletas verdes ou de concretos para captação das águas pluviais na área de criticidade; drenagem profunda do lençol freático no interior da erosão; construção de diques e reconformação dos taludes internos; revegetação das áreas de criticidade das canaletas e taludes, que consistiram em coveamento, hidro-semeadura e/ou semeadura, instalação de geotêxtil e retentores, adubação, incorporação, plantios de muda, plantios de faixa vegetativa nos terraços, além de revegetação das estradas de acesso, fundo da erosão e locais de falha; e por último, serviços complementares que compreenderam a instalação do canteiro, a adubação da cobertura, a supressão vegetal, a irrigação, a construção da cerca, das descidas d’água, do alambrado para a passagem de animais e do local de transição das canaleta verde para as de concreto.
Atualmente existem quatro erosões de grande porte na área da empresa, sendo que três delas já foram recuperadas: a erosão 1, localizada em área exclusiva de Furnas e recuperada em 2006; a erosão 2, localizada parcialmente em área de Furnas e Usina Alvorada, recuperada em 2013; a erosão 3, localizada em área de Furnas, atualmente em processo de estabilização; e a erosão 4, localizada em área exclusiva da usina Alvorada, recuperada também em 2013. As áreas recuperadas estão atualmente em fase de monitoramento.
Conclusão
Assim como qualquer outra usina, a empresa provocou vários problemas, inclusive sociais que não foram destacados pelos guias. Apesar de serem destacados os esforços da empresa para mitigar os impactos provenientes desta, percebe-se apenas a necessidade de cumprir leis para a boa imagem da empresa ou para que não tenham que pagar multas. Além disso, não foram apresentados os impactos que não estão em fase de recuperação e que ainda não foram recuperados, o que reforça a importância dada ao seu marketing, que claro, gera lucros, deixando o meio ambiente em segundo plano.
Referências Bibliográficas
Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobras, 2013. Disponível em: http://www.furnas.com.br/Default.aspx. Acesso em: 11 agost. 2014.
MOURA, F. D. (Pres.). Temas Ambientais: Conservação da biodiversidade. In: Relatório de Sustentabilidade Furnas 2012. 2012. Disponível em: http://www.furnas.com.br/arcs/pdf/RelatorioSocioAmbiental/2012/Relat%C3%B3rio%20de%20Sustentabilidade%20Furnas%202012%20%E2%80%93%20Resumido.pdf. Acesso em: 11 agost. 2014.
ROSA, L. P. Geração hidrelétrica, termelétrica e nuclear. Estudos avançados. V. 21, n. 59, p. 39-58, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n59/a04v2159.pdf. Acesso em: 11 agost. 2014.

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