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em contexto BOA VISTA – RR 2017 Introdução a Libras Caro aluno, Você está numa nova etapa, usará os conhecimentos adquiridos e aprimorará com o aprendido agora. Esperamos que este conteudo o ajude a romper com a barreira da comunicação que os diferentes idiomas impõem-nos. Claro que muito dependerá de cada um, portanto ainda que a disciplina termine, não pare, sempre busque novos horizontes e oportunidades de aprendizado, e sempre que houver oportunidades, treine o idioma Libras, pois a mesma tem ganhado espaço na sociedade por conta dos movimentos surdos em prol dos seus direitos. Aproveite a disciplina, tire suas dúvidas, assim você não só se comunicará, mas também terá uma participação efetiva na sociedade. Sucesso. Patrícia Kersia de Araujo Barros Professora de Libras Introdução a Libras Sumário LEI DE LIBRAS .......................................................................................................... 4 LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002 ................................................................. 4 DECRETO 5626/05 ..................................................................................................... 5 POSTURA E CONDUTA DO PROFISSIONAL FRENTE À PESSOA SURDA ........ 12 CURIOSIDADE DA ESCRITA DA LIBRAS .............................................................. 13 ALFABETO: ESCRITA DE SINAIS .......................................................................... 13 ALFABETO EM LIBRAS .......................................................................................... 14 NUMERAIS ............................................................................................................... 15 SEMANA ................................................................................................................... 16 MESES DO ANO ...................................................................................................... 17 PRONOMES ............................................................................................................. 19 ALGUNS TIPOS DE VERBOS EM LIBRAS ............................................................. 21 Verbos simples ......................................................................................................................................... 21 Verbos com concordância .................................................................................................................. 22 Verbos espaciais ..................................................................................................................................... 22 SINAIS COMPOSTOS .............................................................................................. 23 SINAIS ICÔNICOS .................................................................................................... 30 CLASSIFICADORES EM LIBARS ........................................................................... 32 ESTRUTURA DA LÍNGUA DE SINAIS .................................................................... 35 OS PARÂMETROS PRIMÁRIOS SÃO: ................................................................... 36 Configurações das mãos, Ponto de Articulação, Movimento, disposição de mãos, orientação de mãos , região de contato e expressão facial e/ ou corporal. ............... 36 PONTO DE ARTICULAÇÃO .................................................................................... 37 MOVIMENTO ............................................................................................................ 37 DISPOSIÇÃO DAS MÃOS........................................................................................ 38 ORIENTAÇÃO DA PALMA DAS MÃOS .................................................................. 39 REGIÃO DE CONTATO ........................................................................................... 39 OS PARÂMETROS SECUNDÁRIOS SÃO: ............................................................. 42 Disposição das Mãos ................................................................................................ 42 Orientação das Mãos ................................................................................................ 42 Introdução a Libras Região de Contato .................................................................................................... 42 ALGUNS SINAIS POR TEMAS ESPECÍFICOS ....................................................... 44 Disciplinas e profissões ....................................................................................................................... 44 Animais ........................................................................................................................................................ 46 Palavras Relacionadas ........................................................................................................................ 58 Cores ............................................................................................................................................................ 59 Família.......................................................................................................................................................... 61 Condições climáticas ............................................................................................................................ 63 OUTRAS ATIVIDADES ............................................................................................ 64 VOCABULÁRIO EM LIBRAS ................................................................................... 71 ÍNDICE ...................................................................................................................... 90 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 93 4 Introdução a Libras LEI DE LIBRAS Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 Dispõe sobre a LÍNGUA BRASILERA DE SINAIS - LIBRAS e dá outras providências. Eu o presidente da república faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei. Art. 1 - É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo Único. Entende-se como LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora. Com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Art. 2 - Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. Art 3 - As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. Art. 4 - O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de educação especial, de fonoaudióloga e de magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da língua brasileira de sinais - libras, como parte integrante dos parâmetros curriculares nacionais - PCNS.Conforme legislação vigente. Parágrafo Único. A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS não poderá substituir a modalidade escrita da Língua Portuguesa. Art. 5 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 24 de abril de 2002; 1810 da Independência e 1140 da República. Fernando Henrique Cardoso / Paulo Renato Souza Texto Publicado no D.O.U. de 25.4.2002. 5 Introdução a Libras Decreto 5626/05 Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 (Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Líbras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Líbras. Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. CAPÍTULO II DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR Art. 3o A Líbras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de 6 Introdução a Libras Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério. § 2o A Líbras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto. CAPÍTULO III DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS Art. 4o A formação de docentes para o ensino de Líbras nas séries finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Líbras ou em Letras: Líbras/Língua Portuguesa como segunda língua. Citado por 2 Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. Art. 5o A formação de docentes para o ensino de Líbras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que Líbras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngüe. § 1o Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Líbras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em nível médio na modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no caput. § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. Art. 6o A formação de instrutor de Líbras, em nível médio, deve ser realizada por meio de: I - cursos de educação profissional; II - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior; e III - cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por secretarias de educação. § 1o A formação do instrutor de Líbras pode ser realizada também por organizações da sociedade civil representativa da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III. § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. 7 Introdução a Libras Art. 7o Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja docente com título de pós-graduação ou de graduação em Líbras para o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis: I - professor de Líbras, usuário dessa língua com curso de pós-graduação ou com formação superior e certificado de proficiência em Líbras, obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação; II - instrutor de Líbras, usuário dessa língua com formação de nível médio e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Líbras, promovido pelo Ministério da Educação; III - professor ouvinte bilíngüe: Líbras - Língua Portuguesa, com pós-graduação ou formação superior e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Líbras, promovido pelo Ministério da Educação. § 1o Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão prioridade para ministrar a disciplina de Líbras. § 2o A partir de um ano da publicação deste Decreto, os sistemas e as instituições de ensino da educação básica e as de educação superior devem incluir o professor de Líbras em seu quadro do magistério. Art. 8o O exame de proficiência em Líbras, referido no art. 7o, deve avaliar a fluência no uso, o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua. Citado por 1 § 1o O exame de proficiência em Líbras deve ser promovido, anualmente, pelo Ministério da Educação e instituições de educação superior por ele credenciadas para essa finalidade. § 2o A certificação de proficiência em Líbras habilitará o instrutor ou o professor para a função docente. § 3o O exame de proficiência em Líbras deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento em Líbras, constituída por docentes surdos e lingüistas de instituições de educação superior. Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de educação superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de 8 Introdução a Libras formação de professores devem incluir Líbras como disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos: I - até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição; II - até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição; III - até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e IV - dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição. Parágrafo único. O processo de inclusão da Líbras como disciplina curricular deve iniciar-se nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas. Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir a Líbras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Líbras - Língua Portuguesa. Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a partir da publicação deste Decreto, programas específicos para a criação de cursos de graduação: I - para formação de professores surdos e ouvintes, para aeducação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, que viabilize a educação bilíngüe: Líbras - Língua Portuguesa como segunda língua; II - de licenciatura em Letras: Líbras ou em Letras: Líbras/Língua Portuguesa, como segunda língua para surdos; III - de formação em Tradução e Interpretação de Líbras - Língua Portuguesa. Art. 12. As instituições de educação superior, principalmente as que ofertam cursos de Educação Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos de pós- graduação para a formação de professores para o ensino de Líbras e sua interpretação, a partir de um ano da publicação deste Decreto. Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas, deve ser incluído como disciplina curricular nos cursos de formação de professores para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, de nível médio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua Portuguesa. Parágrafo único. O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos deve ser incluído como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia. 9 Introdução a Libras CAPÍTULO IV DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior. § 1o Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições federais de ensino devem: I - promover cursos de formação de professores para: a) o ensino e uso da Líbras; b) a tradução e interpretação de Líbras - Língua Portuguesa; e c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas; II - ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da Líbras e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos; III - prover as escolas com: a) professor de Líbras ou instrutor de Líbras; b) tradutor e intérprete de Líbras - Língua Portuguesa; c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos; IV - garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos, desde a educação infantil, nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização; V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de Líbras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de cursos; VI - adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua, na correção das provas escritas, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa; 10 Introdução a Libras VII - desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em Líbras, desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos; VIII - disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, bem como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos ou com deficiência auditiva. § 2o O professor da educação básica, bilíngüe, aprovado em exame de proficiência em tradução e interpretação de Líbras - Língua Portuguesa, pode exercer a função de tradutor e intérprete de Líbras - Língua Portuguesa, cuja função é distinta da função de professor docente. § 3o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva. Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de Líbras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como: I - atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental; e II - áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior. Art. 16. A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno distinto ao da escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação, resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade. Parágrafo único. A definição de espaço para o desenvolvimento da modalidade oral da Língua Portuguesa e a definição dos profissionais de Fonoaudiologia para atuação com alunos da educação básica são de competência dos órgãos que possuam estas atribuições nas unidades federadas. CAPÍTULO V 11 Introdução a Libras DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS - LÍNGUA PORTUGUESA Art. 17. A formação do tradutor e intérprete de Líbras - Língua Portuguesa deve efetivar-se por meio de curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Líbras - Língua Portuguesa. Art. 18. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, a formação de tradutor e intérprete de Líbras - Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de: I - cursos de educação profissional; II - cursos de extensão universitária; e III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação. Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Líbras pode ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III. Art. 19. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Líbras - Língua Portuguesa, as instituições federais de ensino devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil: I - profissional ouvinte, de nível superior, com competência e fluência em Líbras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação em instituições de ensino médio e de educação superior; II - profissional ouvinte, de nível médio, com competência e fluência em Líbras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação no ensino fundamental; III - profissional surdo, com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países para a Líbras, para atuação em cursos e eventos. Parágrafo único. As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.12 Introdução a Libras Art. 20. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, o Ministério da Educação ou instituições de ensino superior por ele credenciadas para essa finalidade promoverão, anualmente, exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de Líbras - Língua Portuguesa. Parágrafo único. O exame de proficiência em tradução e interpretação de Líbras - Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa função, constituída por docentes surdos, lingüistas e tradutores e intérpretes de Líbras de instituições de educação superior. POSTURA E CONDUTA DO PROFISSIONAL FRENTE À PESSOA SURDA A forma mais adequada para estabelecer a comunicação com pessoas surdas é por meio da língua de sinais, sua língua natural, que utiliza o canal gestual-visual, o que facilita a interação. No entanto, quando isso não for possível, há algumas dicas que podem ajudar esse processo: Utilize diferentes formas de linguagem – gestos naturais, dramatização, indicações, entre outros. Não é necessário gritar ou exagerar na articulação, seja natural. Use as expressões faciais para demonstrar dúvidas, questionamento, surpresa entre outros sentimentos e emoções. Tenha calma se você não entender o que uma pessoa surda está querendo dizer, se necessário peça para ela repetir ou escrever. Ao abordar uma pessoa surda toque delicadamente seu corpo para ter sua atenção, não adianta chamar ou gritar, se ela estiver de costas. Fale sempre de frente, pausadamente e, sempre que possível, dê pistas visuais sobre a mensagem (gestos, apontamentos, etc.). Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras não. Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar. Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou 13 Introdução a Libras segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha. Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta ver o seu rosto. Se você souber alguns sinais, tente usá-los. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas. Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas. Se for necessário, comuniquem-se através de bilhetes, alguns surdos sabem ler e escrever. O importante é se comunicar. E quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete. CURIOSIDADE DA ESCRITA DA LIBRAS Alfabeto: escrita de sinais 14 Introdução a Libras Alfabeto em Libras 15 Introdução a Libras Numerais As línguas podem ter formas diferentes para apresentar os numerais quando utilizados como cardinais, ordinais, quantidade, medida, idade, dias da semana ou mês, horas e valores monetários. Isso também acontece na Libras. Aqui, serão apresentados os numerais em relação às situações mencionadas acima. É erro o uso de uma determinada configuração de mão para o numeral cardinal sendo utizada em um contexto onde o numeral é ordinal ou quantidade, por exemplo: o numeral cardinal é diferente da quantidade 1, que é diferente do ordinal PRIMEIR@, que é diferente de PRIMEIRO-GRAU, que é diferente de MÊS-1. 16 Introdução a Libras Semana DOMINGO SEGUNDA TERÇA QUINTA SÁBADO QUARTA SEXTA 17 Introdução a Libras Meses do ano JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO 18 Introdução a Libras HORA DO TREINO Use os numerais corretos para: Descrever sua data de nascimento (Dia / Mês / Ano). Análise os objetos da sala de aula e descreva quantos existem de cada um. Em dupla crie um diálogo treinando os sinais relembrados. JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 19 Introdução a Libras PRONOMES Os pronomes são palavras distribuídas em várias categorias, essenciais para manter uma boa comunicação, representam ou acompanham o substantivo, podendo variar-se em número e pessoa. Seu uso em muitos casos é indispensável, pois ajuda a localizar referentes presentes e ausentes no discurso. Os pronomes na segunda e na terceira pessoa apresentam duas formas: uma com a mão fechada e o dedo indicador esticado e a outra com a mão aberta, dedos unidos com a palma virada para cima. Os pronomes pessoais são usados da mesma maneira que os pronomes demonstrativos. A interpretação para a LP vai depender do contexto na língua de sinais. Os pronomes demonstrativos são regidos por regras bem simples na LP que ressaltam a importância do uso adequado deles no nosso vocabulário. São classificados como os de: 1ª pessoa: este, esta, estes, estas, isto; 2ª pessoa: esse, essa, esses, essas, isso; 3ª pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas. Os pronomes demonstrativos de 1ª pessoa são utilizados quando o ser (pessoa, objeto ou outro) está relativamente próximo da pessoa que fala. Exemplos: Esta caneta em minhas mãos não escreve. Este livro ao lado é meu. Pronomes demonstrativos (1ª pessoa) 20 Introdução a Libras Os pronomes demonstrativos de 2ª pessoa são utilizados quando o ser está relativamente próximo a quem se dirige a fala. Exemplos: Esse livro aí é seu? Os pronomes demonstrativos de 3ª pessoa são utilizados quando o ser está relativamente próximo à pessoa de quem se fala, ou distante de quem fala. Exemplos: Aquele cachorro vai morder ele. Aquele ali é um homem. HORA DO TREINO Utilize os objetos em seu entorno e use os pronemes de 1ª, 2ª e 3ª pessoa. Tente fazer os sinais dos objetos que estão ao seu redor. Pronomes demonstrativos (2ª pessoa) Pronomes demonstrativos (3ª pessoa) 21 Introdução a Libras ALGUNS TIPOS DE VERBOS EM LIBRAS Os verbos em LIBRAS são palavras que se flexionam em pessoa e número. Podem exprimir um fato, seja ela uma ação, estado ou fenômeno da natureza. Para estudá-los vamos conhecer as classes que estão inseridas. São chamados de: verbos simples, verbos com concordância e verbosespaciais. Verbos simples Verbos simples: são verbos que não se flexionam em pessoa e número e não incorporam afixos locativos. Alguns desses verbos apresentam flexão de aspecto. Todos os verbos ancorados no corpo são verbos simples. Há também alguns que são feitos no espaço neutro. Exemplos: CONHECER, APRENDER, AMAR, SABER, INVENTAR, GOSTAR. 22 Introdução a Libras Verbos com concordância Verbos com concordância: são verbos que se flexionam em pessoa, número e aspecto, mas não incorporam afixos locativos. Os verbos com concordância apresentam a direcionalidade e a orientação. A direcionalidade está associada às relações semânticas. A orientação da mão voltada para o objeto da sentença está associada à sintaxe marcando Caso. Os verbos com concordância são sinais com movimentos direcionais que concordam com o sujeito e/ou objeto e estão diretamente ligados a marcações não manuais. Diferente dos verbos simples, que exigem argumentos manuais para transmitir a mensagem, eles não dependem constantemente dos pronomes pessoais e demonstrativos. Alguns desses verbos têm direcionalidade conforme seu uso nas frases. Vejamos alguns exemplos: 1s ENSINAR 2s 2s PERGUNTAR 1s 2s RESPONDER 3s 3s AJUDAR 1S 1s ENVIAR 2s 2s DIZER 3s Verbos espaciais Verbos espaciais são verbos que têm afixos locativos. Exemplos dessa classe são COLOCAR, IR, CHEGAR. 23 Introdução a Libras Os verbos espaciais têm as mesmas características que os verbos com concordância, são sinais de movimentos direcionais, flexionam-se em pessoa e, além dos objetos, incorporam advérbios de lugar como afixos. HORA DO TREINO Divida a turma em 3 grupos, distribua os tipos de verbos, em seguidacrie um diálogo com os sinais já aprendidos aplicando o tipo de verbo que o grupo recebeu. SINAIS COMPOSTOS Os sinais compostos fazem parte do amplo léxico da língua de sinais, enriquecem o nosso vocabulário com palavras de significado equivalente na língua portuguesa e nos permite entender a construção de algumas palavras. Na língua portuguesa há várias palavras que são denominadas como substantivos compostos, pois dentro de sua estrutura há mais de uma base para formar um novo vocábulo. Na língua brasileira de sinais acontece algo parecido, onde une-se dois ou mais sinais, todavia, além de formar apenas substantivos, estas 24 Introdução a Libras também podem formar adjetivos e verbos. Distribuindo os sinais em algumas categorias semânticas, temos como exemplos; animais, lugares e pessoas. Animais: zebra [cavalo ^ listras], onça [animal ^ pintas], tigre [animal ^ listras], beija-flor [pássaro ^ flor], pelicano [pássaro ^ arco]. 25 Introdução a Libras Lugares: escola [casa ^ estudar], padaria [casa ^ pão], igreja [casa ^ cruz], posto de saúde [casa ^ saúde], praça [árvore ^ círculo]. 26 Introdução a Libras Pessoas: jornaleiro [homem ^ jornal], pedreiro [homem ^ construir], padeiro [homem ^ pão], vendedor [homem ^ vender], pai [homem ^ benção], mãe [mulher ^ benção], avô [homem ^ velho], avó [mulher ^ velho]. 27 Introdução a Libras 28 Introdução a Libras Fique sabendo Os sinais escritos com hífen (o-que, por-que, não-saber...) são palavras que representam apenas um sinal. Os escritos com o acento circunflexo como os aprendidos acima representam os sinais compostos. Veja figuras abaixo: 29 Introdução a Libras Observe as frases e suas interpretações: Frase em libras: Meu mulher ^ velha idade 90 ter / Interpretação: Minha avó tem 90 anos. Frase em libras: Eu trabalhar lá casa ^ pão / Interpretação: Eu trabalho lá na padaria. Frase em libras: Esse homem ^ construir habilidade / Interpretação: Esse pedreiro é habilidoso. Frase em libras: Hoje eu ir lá casa ^ cruz rezar / Interpretação: Hoje eu vou à igreja rezar. HORA DO TREINO Com os sinais compostos crie frases e faça em sinais para que os demais da truma deem sua interpretação. A atividade pode ser realizada em dupla ou trio em forma de diálogo. Reconhecendo as frases sinalizadas Enumere a frase que o professor sinalizar, colocando nos parênteses os números de 1-10. ( ) EU NASCER MÊS OUTUBRO ( ) EU TRABALHAR DE MANHÃ ATÉ A TARDE ( ) EU TENHO DUAS CANETAS ( ) ESTE LIVRO AQUI É MEU ( ) EU AMO LIBRAS ( ) VOCÊ ME ENSINAR, EU APRENDER ( ) EU IR POSTO DE SAÚDE, EXAMES FAZER ( ) VOCÊ ESTUDAR ESCOLA QUAL? ( ) B@M CONHECER VOCÊ ( ) FÉRIAS EM JULHO E DEZEMBRO 30 Introdução a Libras SINAIS ICÔNICOS Os sinais icônicos são mais fáceis de serem memorizados do que os que contêm outras arbitrariedades. Isso se dá pelas características que o ajuda a lembrar-se de algo concreto. É incrível como a mente consegue transformar uma linha, dois pontos e um círculo num rosto. A língua de sinais contém palavras que representam algo “pelos traços mais característicos”. Alguns desses sinais são: CASA, TELEFONE, ÁRVORE, AVIÃO, BORBOLETA. 31 Introdução a Libras HORA DO TREINO Marque a questão que tem apenas sinais compostos. ( ) ÁRVORE, ZEBRA, BORBOLETA ( ) PADARIA, ESCOLA, ONÇA ( ) IGREJA, PAI, LIVRO ( ) MÃE, JORNALEIRO, CANETA Marque a questão que tem apenas sinais icônicos. ( ) CASA, LIVRO, BOLA ( ) CARRO, CÉU, MOTO ( ) ÁRVORE, BORBOLETA, CASA ( ) CADEIRA, TELEVISÃO, BIBLIOTECA Marque a questão que tem apenas sinais simples. ( ) CASA, GUARDA CHUVA, TRAVISSEIRO ( ) ONÇA, ESCOLA, CADEIRA ( ) TELEFONE, PEDREIRO, MESA ( ) LOUSA, PRAÇA, VENDEDOR Das frases abaixo, qual apresenta sinais icônicos, simples e compostos respectivamente. ( ) ÁRVORE, CASA, GUARDA CHUVA ( ) BORBOLETA, TELEVISÃO, PENDRIVE ( ) CASA, ESCOLA, COMPUTADOR ( ) AVIÃO, MESA, IGREJA 32 Introdução a Libras CLASSIFICADORES EM LIBARS McDonald (1982) demonstrou que, no sinal, encontram-se unidades definidas semântica e estruturalmente. Segundo a autora, os sinais são multimorfêmicos, os parâmetros são morfemas,as características dos parâmetros são unidades fonológicas e as ações musculares ao realizar um sinal são os traços distintivos. Figura 25 – Sinais de lugares públicos 33 Introdução a Libras Assim sendo, as CMs, que eram consideradas fonemas das línguas de sinais, passaram a ser tido como morfemas, o que explicaria o fato de serem usadas como afixo classificadores que se juntam ao verbo, para se representar características das entidades às quais o nome que substituem se refere. Certas CMs são usadas em línguas de sinais para representar forma e tamanho dos referentes, assim como características dos movimentos dos seres em um evento, tendo, pois a função de descrever o referente do nome (adjetivos), substituir referente do nome (pronomes) ou localizar os referentes (locativos). Os Cls são morfemas que existem em línguas orais e línguas de sinais. Entre as primeiras, as línguas orientais são as que mais apresentam Cls. As línguas de sinais, talvez por serem línguas espaço-visuais, fazem uso frequente de vários tipos de Cls, explorando também morfologicamente o espaço multidimensional em que se realizam os sinais. Segundo Allan (1977:288) “um classificador é concatenado com um quantificador, demonstrativo ou predicado para formar um elo que não pode ser interrompido por um nome que ele classifica”. Para ele, o Cl tem significado, posto que denota características percebidas da entidade à qual o nome associado se refere. Seus Cls podem funcionar como nome, adjetivo, advérbios de modo ou locativo. Entretanto, é no verbo ou no adjetivo que eles se incorporam. Na língua de sinais há os classificadores: CL-D: Classificador Descritivo: Se refere ao tamanho e forma; utiliza para descrever a aparência de um objeto, isto é, a forma, o tamanho, a textura ou o desenho de um objeto. Usualmente produzido com ambas as mãos, para formas simétricas ou assimétricas (Não descreve posição ou movimento). Exemplificação: A forma e o desenho de um vaso; O desenho de papel de parede; A altura e a largura de uma caixa; A descrição da roupa ou dos itens que estão no corpo. CL-E: Classificador que especifica o tamanho e a forma de uma parte do corpo: A função é similar ao CL-D, mas é utilizado para descrever a forma, o tamanho, e a textura de uma parte do corpo de pessoas ou animais. Exemplificação: As orelhas de um elefante; Bicos de aves diversas; O nariz de uma pessoa; O pêlo de um gato; O penteado de uma pessoa; Bochechas gordas de um bebê. 34 Introdução a Libras CL-P: Classificador de uma Parte do Corpo: Retrata uma parte específica do corpo em uma posição determinada ou fazendo uma ação. A configuração da mão retrata a forma de uma parte do corpo. Exemplificação: a ação da boca de um hipopótamo; As orelhas de um cavalo em movimento; Os olhos de alguém em movimento; A cabeça de alguém repousando no seu ombro; Os dedos do pé sacudindo; A ação de pés andando na lama; A posição das pernas de alguém sentada em uma cadeira. CL-L: Classificador Locativo: Retrata um objeto como lugar determinado em relacionamento a outro objeto. Configuração da mão pode retratar uma parte ou o objeto como todo iconicamente. Exemplificação: Uma prateleira onde estão copos ou livros; O chão onde caiu um lápis; A cabeça de alguém batida por uma bola; O alvo onde voa uma flecha; O gol onde entra uma bola. CL-S: Classificador Semântico: Função similar ao CL-L por retratar um objeto em um lugar específico (às vezes indicando movimento). A configuração da mão retrata o objeto todo e o retrata abstratamente (muito pouco ou não se relaciona à aparência do objeto). Exemplificação: C copos na prateleira de um armário; B veículos ou objetos planos; I pessoas andando em uma direção determinada; Y um avião ou objetos no lugar fixo; V reta ou dobrada retratando a orientação do corpo ou das pernas de um animal ou de uma pessoa e/ou suas ações. CL-I: Classificador Instrumental: Esse classificador mostra como se usa alguma coisa ou se manipula um objeto. Exemplificação: Carregando um balde pela alça; Puxando uma gaveta; Tocando a campainha da porta; Virando uma página; Limpando com um pano. CL-C: Classificador do Corpo: A parte superior do corpo se torna o classificador na qual a parte superior (do sinalizador) “desempenha” o verbo da frase, especialmente os braços. CL-C é similar a CL-I, salvo CL-C não mostra nem a manipulação nem o toque de objetos. Exemplificação: Acenando com a mão para alguém; Atravessando os braços com o beiço espichado; Coçando a cabeça com 35 Introdução a Libras perplexidade; Movendo os braços como em correr. CL-P: Classificador do Plural: Indica o movimento ou a posição de um número de objetos, pessoas ou animais. Pode ser um número determinado ou não determinado. Exemplificação: Três pessoas andando juntas (número determinado); Pessoas sentadas na plateia (número não determinado); Uma fila comprida de pessoas avançando lentamente; Muitos carros estacionados na rua; Dois gatos em cima de um muro. CL-Nº: Classificador de Número e CL-N: Classificador de nome - são classificadores que utilizam as configurações das mãos do alfabeto manual ou os números, mas são parte de uma descrição. Exemplificação: Números e nome na camisa de futebol; Um título de um livro; Insígnia em um boné; Uma sigla escrita na porta de um banco. HORA DO TREINO Criar diálogos ou uma frase que envolva um classificador exemplificando-o, em seguida apresente o diálogo para a turma. ESTRUTURA DA LÍNGUA DE SINAIS A estrutura da Língua Brasileira de Sinais é constituída de parâmetros primários e secundários que se combinam de forma sequencial ou simultânea. Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato, em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos fonemas e às vezes aos morfemas, são chamadas parâmetros. Segundo Brito (1995, p. 36 – 41) 36 Introdução a Libras Os parâmetros primários são: Configurações das mãos, Ponto de Articulação, Movimento, disposição de mãos, orientação de mãos , região de contato e expressão facial e/ ou corporal. Configurações das mãos: São as formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante, ou pelas duas mãos do emissor ou sinalizador. 37 Introdução a Libras Os sinais APRENDER, ADORAR e LARANJA têm a mesma configuração de mão. A combinação destes elementos formam as palavras e estas formam as frases em um contexto. A partir da combinação destes parâmetros, tem-se o sinal. Ponto de articulação: Que é o “espaço em frente ao corpo ou uma região do próprio corpo, onde os sinais são articulados. Esses sinais articulados no espaço são de dois tipos, os que articulam no espaço neutro diante do corpo e os que se aproximam de uma determinada região do corpo, como a cabeça, a cintura e os ombros”; (BRITO, 1995). Os sinais TRABALHAR, BRINCAR, CONSERTAR são feitas no espaço neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e PENSAR são feitos na testa. Movimento: Que é um “parâmetro complexo que pode envolver uma vasta rede de formas e direções, desde os movimentos internos da mão, os movimentos 38 Introdução a Libras do pulso, os movimentos direcionais no espaço até conjuntos de movimentosno mesmo sinal. O movimento que as mãos descrevem no espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas retas, curvas, sinuosas ou circulares em várias direções e posições”. (BRITO, 1995). Os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima têm movimento, os sinais AJOELHAR, EM PÉ, não têm movimento. Disposição das mãos: Em que as “articulações dos sinais podem ser feitas apenas pela mão dominante ou pelas duas mãos. Neste último caso, as duas mãos podem se movimentar para formar o sinal, ou então, apenas a mão dominante se movimenta e a outra funciona como um ponto de articulação”. (BRITO, 1995). 39 Introdução a Libras Orientação da palma das mãos: “É a direção da palma da mão durante o sinal: voltada para cima, para baixo, para o corpo, para frente, para a esquerda ou para a direita. Pode haver mudança na orientação durante a execução do movimento”. (BRITO, 1995). Região de contato: Refere-se à parte da mão que entra em contato com o corpo. “Esse contato pode-se dar de maneiras diferentes: através de um toque, de um risco, de um deslizamento etc”. (BRITO, 1995). Expressões faciais e/ou Corporais: “Muitos sinais, além dos parâmetros mencionados acima, têm como elemento diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, traduzindo sentimentos e dando mais sentido ao enunciado e em 40 Introdução a Libras muitos casos determina o significado do sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou seja, podem expressar as diferenças entre sentenças afirmativas, interrogativas, exclamativas e negativas. Há sinais feitos somente com a bochecha, como LADRÃO e ATO- SEXUAL. HORA DO TREINO Relembre os sinais que você já aprendeu e preencha as lacunas abaixo: Movimento Ponto de Articulação sobre o corpo Ponto de Articulação no espaço Com expressão facial 41 Introdução a Libras Treine as expressões faciais, deixe seus colegas descobrirem o que está realziando. Fique sabendo Na Libras, é importante usar expressão facial e corporal. Ambas são fundamentais para expressar sentimentos e dar vida aos sinais. BRAVO SORRIDENTE MEDROSO GRITO ZANGADO ALEGRE TRISTE ASSUSTADA DESCONFIADA CHORONA 42 Introdução a Libras OS PARÂMETROS SECUNDÁRIOS SÃO: Disposição das mãos, Orientação das mãos, Região de contato Disposição das mãos: A realização dos sinais na libras pode ser feito com a mão dominante ou por ambas as mãos. Ex.: BURRO, CALMA, DIFERENTE, SEMPRE, OBRIGADO. Orientação das mãos: Direção da palma da mão durante a execução do sinal da libras, para cima, para baixo, para o lado, para a frente, etc. Também pode ocorrer a mudança de orientação durante a execução de um sinal. Ex.: MONTANHA, BAIXO, FRITAR. Região de contato: A mão entra em contato com o corpo, através do: Toque: MEDO, ÔNIBUS, CONHECER. Duplo toque: FAMÍLIA, SURDO, SAÚDE. Risco: OPERAR, PESSOA. Deslizamento: CURSO, EDUCADO, LIMPO, GALINHA. HORA DO TREINO Forme grupos, com auxílio do professor desenvolva diálogos com os sinais aprendidos usando os parâmetros primários e secundários. Apresente o diálogo para os demais colegas. Em seguida realize a atividade abaixo. 43 Introdução a Libras 44 Introdução a Libras ALGUNS SINAIS POR TEMAS ESPECÍFICOS Disciplinas e profissões 45 Introdução a Libras 46 Introdução a Libras Animais ABELHA ÁGUIA ALCE ARANHA ARARA AVE AVESTRUZ BALEIA 47 Introdução a Libras BARATA BEIJA-FLOR BESOURO BEZERRO BICHO PREGUIÇA BODE BORBOLETA BÚFALO BURRO CABRA 48 Introdução a Libras CACHORRO CAMARÃO CAMELO CANGURU CAPIVARA CORUJA CARANGUEJO CARNEIRO 49 Introdução a Libras CASCAVEL CASTOR CAVALO CAVALO MARINHO CIGARRA COBRA COELHO DINOSSAURO ESTRELA DO MAR ELEFANTE 50 Introdução a Libras EMA ESCORPIÃO ESQUILO FORMIGA FALCÃO FOCA GIRAFA GOLFINHO GAIVOTA GALINHA 51 Introdução a Libras GALO GAMBÁ GANSO GATO GAVIÃO HIENA HIPOPÓTAMO INSETO JAVALI JIBÓIA 52 Introdução a Libras JACARÉ LOBO LULA LAGARTIXA LAGOSTA LEÃO LESMA LHAMA MICO MOSCA 53 Introdução a Libras MACACO MORCEGO (1) MORCEGO (2) ONÇA OVELHA POMBO PORCO ESPINHO PAPAGAIO PATO PULGA 54 Introdução a Libras PAVÃO PEIXE PELICANO PERIQUITO PERNILONGO PERU PICA-PAU PINGUIM 55 Introdução a Libras POLVO PORCO (1) PORCO (2) RINOCERONTE RÃ RAPOSA RATO SIRI 56 Introdução a Libras SAPO TUCANO TAMANDUÁ TARTARUGA TATU TIGRE TUBARÃO URUBU 57 Introdução a Libras URSO URSO PANDA VEADO VACA ZEBRA 58 Introdução a Libras Palavras Relacionadas CAUDA CHIFRE CISCAR COURO LATIR MORDER MUGIR 59 Introdução a Libras Cores 60 Introdução a Libras 61 Introdução a Libras Família FAMILIA PRIMA PRIMO TIO TIA MÃE MENINA MULHER FILHO 62 Introdução a Libras IRMÃ IRMÃO HOMEM JOVEM PAI MENINO BEBÊ FILHA AVÔ AVÓ CRIANÇA 63 Introdução a Libras Condições climáticas 64 Introdução a Libras OUTRAS ATIVIDADES Cada aluno escolherá 3 sinais, e criará 3 frases com os mesmos, usando a direcionalidade e os parâmetros aprendidos. A partir dessas três frases o professor observará se eles estão produzindo a concordância de forma adequada, e os próprios alunos vão perceber que quando muda a pessoa do discurso à direção do verbo também muda. O professor pode colocar regras a cada aluno conforme os sinais escolhidos, e orientá-los. Desenvolvendo expressão corporal e facial Coloque as carteiras ao redor da sala. No meio da sala, já vazia,distribua no chão, fichas com os personagens separadamente. Oriente aos alunos que eles devem caminhar pela sala. Quando o professor piscar as luzes da sala, cada aluno deve escolher uma ficha, ler qual é o personagem e incorporá-lo. Devem usar de gestos, expressões faciais e seguir um enredo que combine com os personagens. Pode se repetir a dinâmica para que os alunos incorporem outros personagens ainda não utilizados. Obs.: Se dois alunos, A e B, se aproximam da mesma ficha (com dois lados) um de frente para o outro, cada um assume o personagem escrito do seu lado, como: Vovó de um lado e Lobo Mau do outro. Sugestões de personagens para serem escritos nas fichas: Chapeuzinho X Lobo Mau; Polícia X Ladrão; Peter Pan X Sininho; Branca de Neve X Velha Má; Soldadinho de Chumbo X Bailarina; Alice X Coelho; Rapunzel X Príncipe; Cinderela X Madrasta; João X Maria; Lobo Mau X Porquinho. 65 Introdução a Libras Atividade aplicando as Configurações de mãos (FEIRA) Os alunos deverão formar grupos de até 4 pessoas e elaborar um diálogo que aconteça em uma feira, abordando as formas de compra, os tipos de produtos vendidos, peso, cores. Durante a apresentação serão avaliadas as expressões corporais, faciais e configurações de mãos. (LOJA) Os alunos deverão formar grupos de até 4 pessoas e elaborar um diálogo que aconteça em uma loja, abordando as formas de compra, os tipos de produtos vendidos, tamanho, cores. Durante a apresentação serão avaliadas as expressões corporais, faciais e configurações de mãos. (ZOOLÓGICO) Os alunos deverão formar grupos de até 4 pessoas e elaborar um diálogo que aconteça em um zoológico, onde eles irão mostrar tipos de animais, comportamento, cores. Durante a apresentação serão avaliadas as expressões corporais, faciais e configurações de mãos. Diálogos em libras a) OI! TUDO-BEM? b) TUDO BEM! a) VOCÊ SUMIR, POR QUÊ? VOCÊ FALTAR CURSO LIBRAS? b) EU DOENTE, O QUE PROFESSORA ENSINAR AULA PASSADA? a) PROFESSORA ENSINAR MUIT@ VERBOS b) OK. OBRIGAD@. EU ESTUDAR. a)/b) TCHAU! 66 Introdução a Libras a) OI, TUDO-BEM? b) OI, TUDO BEM! a) VOCÊ CONHECER EL@? b) SIM, EL@ AMIG@. a) QUANT@ PESSOA TER CASA? b) ______________ a) QUANT@ HOMEM, MULHER? b) ______________ Escreva as palavras sinalizadas abaixo 67 Introdução a Libras 68 Introdução a Libras 69 Introdução a Libras Caça palavras 70 Introdução a Libras 71 Introdução a Libras VOCABULÁRIO EM LIBRAS 72 Introdução a Libras 73 Introdução a Libras 74 Introdução a Libras 75 Introdução a Libras 76 Introdução a Libras 77 Introdução a Libras 78 Introdução a Libras 79 Introdução a Libras 80 Introdução a Libras 81 Introdução a Libras 82 Introdução a Libras 83 Introdução a Libras 84 Introdução a Libras 85 Introdução a Libras 86 Introdução a Libras 87 Introdução a Libras 88 Introdução a Libras 89 Introdução a Libras 90 Introdução a Libras Índice Palavra Número Abraçar 108 Acordar 17 Água 22 Alegre 123 Alto 69 Andar 41 Aprender 122 Aranha 76 Avião 71 Baixo 70 Banana 25 Bandeira 86 Banheiro 10 Beber 19 Beijar 109 Bicicleta 72 Bobo 131 Bola 139 Bom 115 Bonito 63 Brasil 149 Brigar 187 Brincar 43 Burro 77 Cachorro 78 Café 20 Cair 47 Calor 143 Cama 11 Cantar 104 Carne 32 Carro 73 Casa 9 Cavalo 79 Certo 156 Chave 91 Cheio 159 Chorar 125 Chuva 141 Coisas 87 Colher 35 Comer 18 Com 173 Conhecer 171 Conversar 107 Copiar 172 Copo 23 Coração 133 Coragem 128 Correr 42 Cozinhar 48 Crescer 175 Cuidar 173 Dançar 51 Deitar 52 Demorar 174 Desenhar 102 Desprezar 56 Diferente 163 Difícil 129 Dinheiro 92 Doce 29 Dormir 16 Em pé 39 Ensinar 121 Errado 155 Escola 119 Escrever 103 Esperar 177 Espírito 224 Estrela 145 Estudar 178 Eu 111 Faca 36 Fácil 130 Falar 105 Família 7 91 Introdução a Libras Fazer 49 Feijão 33 Feio 64 Fingir 180 Fogo 12 Frio 144 Fugir 179 Galinha 80 Garfo 37 Gato 81 Gordo 67 Gostar 57 Grande 61 Gritar 106 Homem 1 Idade 152 Igual 164 Junto 157 Lápis 93 Laranja 26 Ler 101 Libras 170 Limpo 65 Livro 94 Lua 146 Maçã 27 Mãe 5 Magro 68 Mão 134 Mau 116 Medo 127 Menina 4 Menino 3 Meu 113 Morrer 189 Mostrar 53 Moto 74 Muito 161 Mulher 2 Mundo 150 Nada 153 Nadar 54 Não gostar 58 Não ouvir 168 Não ter 60 Navio 75 Neve 142 Nome 151 Novo 118 Obedecer 188 Obrigado 186 Orgulho 165 Ouvir 167 Ovo 31 Paciência 166 Pai 6 Palhaço 132 Papel 95 Pássaro 82 Pé 135 Pedra 96 Pegar 44 Peixe 83 Pequeno 62 Pessoas 8 Piano 136 Planta 97 Por favor 185 Porco 84 Pouco 162 Prato 38 Prédio 88 Presente 98 Professor 120 Pular 45 Quebrar 46 Queijo 34 Rádio 137 Raiva 124 Relógio 138 Roubar 55 Roupa 99 92 Introdução a Libras Rua 90 Sábado 216 Sal 30 Sarar 193 Saudades 182 Sede 181 Sentar 40 Separado 158 Seu 114 Sino 140 Só 154 Sol 147 Soletrar 110 Sujo 66 Surdo 169 Telefone 13 Televisão 100 Ter 59 Terra 148 Tomar 15 Trabalhar 50 Tudo 184 Uva 28 Vaca 85 Varrer 14 Vazio 160 Velho 117 Vergonha 126 Viver 190 Vizinho 89 Você 112 Xícara 24 93 Introdução a Libras REFERÊNCIAS ALMEIDA, Elizabeth Crepaldi Duarte; MOREIRA, Patrícia. Atividades Ilustradas em Sinais da libras. São Paulo, SP: Revinter, 2004. CAPOVILLA Fernando Cesar, DUARTE Walkiria Raphael, MAURICIO Aline Cristina Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue, 2ª ed. vol.01. Novo Deit-Libras: Ed. Edusp – Universidade de São Paulo, 2012. CAPOVILLA Fernando Cesar, DUARTE Walkiria Raphael, MAURICIO Aline Cristina Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue, 2ª ed. vol.02. Novo Deit-Libras: Ed. Edusp – Universidade de São Paulo, 2012. CURSO BÁSICO DE LIBRAS. Disponível em: <http://www.libras.com.br/downloads/libras/curso_basico_libras_apilms.pdf>. Acesso em: 22 de Dez. de 2016 DICIONÁRIO DE LIBRAS. Disponível em: <http://www.dicionariolibras.com.br>. Acesso em: 22 de Dez. de 2016. FELIPE, Tanya A. Libras em Contexto: Curso Básico: Livro do Estudante. . 6ªed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005. LINGUAGEM DE SINAIS. 2ª ed. São Paulo, SP: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1992. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Nº 12.319, de 1º de setembro de 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12319.htm>. Acesso em: 22 de Dez. de 2016. SANTANA, Ana Paula. Surdez e linguagem: aspectos e implicações neurolinguísticas. São Paulo: Pleus, 2007. STUMPF, Marianne. Escrita de Sinais II. Disponível em: <http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/escritaDeSin aisII/assets/492/TEXTO-BASE_EscritaSinais2.pdf>. Acesso em: 10 jul.2011.
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