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Teoria dos receptores e a teoria da ação de drogas: a terapêutica racional ‘Todas as drogas são venenos, e nenhuma é inofensiva. O que irá determinar se uma droga irá atuar como veneno ou remédio é a sua dose’ (Paracelsus, 1500’s) 1 Possibilidades para as drogas interagirem com tecidos e outras estruturas: 1) Ligar-se a estruturas inespecíficas nos tecidos (ex: fosfolipídeos) 2) Reconhecer estruturas específicas (receptores) presentes nos tecidos 3) Agir através de suas propriedades físicas e químicas 2 1. Conceito e considerações gerais Componentes macromoleculares específicos da célula, de natureza protéica que regulam funções básicas como a ativação enzimática, permeabilidade, etc, através da ligação de hormônios, neurotransmissores e outras moléculas reguladoras Os receptores NÃO criam funções 3 4 Seletividade de ações para drogas que agem em receptores 5 Manitol (diurético osmótico) Antiácidos de ação local (NaHCO3) Dextranas (i.v.) (expansores plasmáticos) Laxantes: Fenolfaleína, etc Agentes beta-adrenérgicos Anti-histamínicos, etc Atuação sobre receptores: efeitos farmacológicos mais localizados Atuação em outros locais que não receptores: efeitos farmacológicos mais generalizados 6 2. Surgimento e evolução da terapêutica racional Tratamento empírico (alopatia) Tratamento racional (terapêutica racional) Possível graças aos estudos iniciais de Clark (‘teoria da ocupação dos receptores’,1933) Desenvolvimento da química e de técnicas utilizando radioisótopos Tornou-se possível o uso de preparações de tecidos com substâncias (drogas) Marcadas com radioatividade, e assim estimar a existência de uma relação Dose-dependente 7 3. Postulados de Clark:Teoria da ocupação, 1933 “A intensidade do efeito farmacológico é proporcional à fração de receptores ocupados, e será máxima quando todos os receptores estiverem ocupados Lei da ação das massas: “A velocidade de uma reação química é diretamente proporcional ao produto da concentração de seus reagentes D + R DR k1 K-1 KA= 1/Kd 8 3. Postulados de Clark:Teoria da ocupação, 1933 “A intensidade do efeito farmacológico é proporcional à fração de receptores ocupados, e será máxima quando todos os receptores estiverem ocupados Lei da ação das massas: “A velocidade de uma reação química é diretamente proporcional ao produto da concentração de seus reagentes 9 3. Postulados de Clark:Teoria da ocupação, 1933 “A intensidade do efeito farmacológico é proporcional à fração de receptores ocupados, e será máxima quando todos os receptores estiverem ocupados 10 3. Postulados de Clark:Teoria da ocupação, 1933 “A intensidade do efeito farmacológico é proporcional à fração de receptores ocupados, e será máxima quando todos os receptores estiverem ocupados 11 3. Postulados de Clark:Teoria da ocupação, 1933 “A intensidade do efeito farmacológico é proporcional à fração de receptores ocupados, e será máxima quando todos os receptores estiverem ocupados 12 4. Teoria da atividade intrínseca de Ariens (1954) Afinidade = capacidade da droga em formar um complexo com o receptor Atividade intrínseca (α) = capacidade da droga em ativar o receptor depois de ligado “O efeito seria proporcional à fração de receptores ocupados, mas também Dependeria da atividade intrínseca da drogas, que pode variar de 0 à 1.0 Efeito = α . [R] Aparecimento do conceito de antagonista farmacológico α = 0: antagonista α = 1: agonista α > 0 < 1: agonista parcial 13 5. Conceito de eficácia (e,Stephenson, 1956) Agonistas fortes diferentes podem apresentar eficácias diferentes e portanto, para produzir o mesmo efeito, ocuparão quantidades diferentes de receptores Receptores de reserva α > 1.0 A eficácia de uma droga pode ter valor superior a 1.0 14 6. Modelo de ocupação-ativação (Ariens, 1979) Postulado: “os receptores apresentam dois estados distintos, um “ativado” e outro inativado”, e o resultado da interação entre uma droga e seu receptor, dependerá da preferência desta droga em ligar-se preferencialmente ao receptor em um destes estados funcionais. Agonistas: afinidade para o receptor no estado ativado Antagonistas: afinidade para o receptor no estado não-ativado (receptor inativo) Agonistas parciais: afinidade para o receptor em ambos os estados, reduzindo assim sua eficácia 15 7. Conceito de agonista inverso (Gilman, 1990’s) Existência de receptores com atividade constitutiva (receptores com ativação na ausência de qualquer ligante) 16 7. Conceito de agonista inverso (Gilman, 1990’s) Existência de receptores com atividade constitutiva (receptores com ativação na ausência de qualquer ligante) Agonista inverso: afinidade para o estado ativado, reduzindo ou abolindo A sua atividade intrínseca (i.e., sua atividade constitutiva do receptor) É possível para um ligante REDUZIR o nível de ativação constitutiva 17
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