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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE FÍSICA LICENCIATURA EM FÍSICA ÓTICA CAMILA FERREIRA AGUIAR DISTÂNCIA FOCAL DE LENTE CONVERGENTE MÉTODO DOS PONTOS CONJUGADOS Trabalho apresentado à disciplina de Ótica, do 7º período do curso de licenciatura em física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Prof: José Luis Fabris Curitiba 2014 2 Sumário 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 3 2. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 4 3. MATERIAIS .................................................................................................................................... 5 4. MÉTODOS ..................................................................................................................................... 5 5. TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................................................................... 7 5.1. TRATAMENTO ESTATÍSTICO ............................................................................................................... 7 6. ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................................................... 9 6.1. MEDIDAS DE I E O ........................................................................................................................... 9 6.2. INVERSO DE I E O, SUAS DERIVADAS, E GRÁFICO SEM BARRA DE ERROS ....................................................... 9 6.3. INCERTEZAS ASSOCIADAS A I E O E GRÁFICOS COM BARRA DE ERROS ........................................................ 10 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 13 3 1. INTRODUÇÃO Dentre todas as aplicações da óptica geométrica, a que mais se destaca pelo seu uso no cotidiano é o estudo das lentes esféricas, seja em sofisticados equipamentos de pesquisa astronômica, ou em câmeras digitais comuns, seja em lentes de óculos ou lupas. Chamamos lente esférica o sistema óptico constituído de três meios homogêneos e transparentes, sendo que as fronteiras entre cada par sejam duas superfícies esféricas ou uma superfície esférica e uma superfície plana, as quais chamamos faces da lente. Para um estudo simples consideraremos que o segundo meio é a lente propriamente dita, e que o primeiro e terceiro meios são exatamente iguais, normalmente a lente de vidro imersa em ar. As lentes esféricas podem ser classificadas em: Lentes de bordos delgados, convexas ou convergentes, nas quais a luz sofrerá uma convergência de seus raios, e Lentes de bordos espessos, côncavas ou divergentes, nas quais a luz sofre um fenômeno de divergência. A Figura 1 traz as representações para cada tipo de lente. 4 Figura 1: Lentes e suas especificações As lentes delgadas obedecem à Equação dos Pontos Conjugados (1). A distância focal (f) é positiva para lente convergente e negativa para lente divergente, à distância do objeto (o) é positiva para objetos à esquerda e negativa para objetos à direita da lente, já a distância da imagem (i) é positiva para imagens formadas à direita e negativa para imagens formadas à esquerda da lente. Diz-se de um valor positivo real, e de um valor negativo virtual. Além disso, a ampliação (m) da imagem é descrita pelas Equações (2) e (3), onde um valor positivo significa imagem direita e negativo uma imagem invertida. Figura 2: Distância focal 2. OBJETIVOS Determinação da distância focal de uma lente convergente utilizando o método dos pontos conjugados. 5 3. MATERIAIS Lanterna 3 fachos Santana Banco ótico linear Painel ótico Tripé universal Lente plano convexa f=250 mm Conjunto multi diafragmas Folha de papel Trena 4. MÉTODOS O banco ótico foi posicionado sobre a bancada, em cima dele foi disposta a Lanterna 3 fachos, um conjunto multi diafragmas com apoio, e a lente plano convexa. A folha de papel foi colocada na lanterna para que houvesse um feixe de luz difuso e não precisasse calcular a distância de focal de duas lentes. A montagem segue abaixo: Figura 3: Montagem do banco ótico O tripé universal foi utilizado como anteparo da imagem, foi colocada uma folha para que ajudasse na visualização do foco. Foi disposto ao final do 6 banco óptico (fig. 4). Figura 4: Montagem do experimento Dispostos nessa ordem o experimento foi realizado. Para cada posição do diafragma manipulamos a lente e o anteparo para focalizar a imagem. Foram um total de cinco distâncias de i e o, e cada uma dessas distâncias foi medida dez vezes para o tratamento de erros. A fonte foi mantida fixa. As primeiras medições das distâncias para focalizar a imagem foram feitas por tentativa e erro, afastava ou aproximava a lente e o anteparo para conseguir a focalização. A seguir começamos a usar a Equação dos Pontos Conjugados para determinar uma das distâncias, i ou o. Tendo o valo do foco como 250mm (25cm), arbitramos um valor para o para definir o valor de i e a partir do resultado focalizar a imagem. Os valores obtidos para i e o foram colocados em uma planilha para análise posterior. 7 5. Tratamento dos dados 5.1. Tratamento estatístico Com os valores de cada distância da fonte a lente, chamado de distância (o), e a distância da lente ao anteparo, distância (i), foram medidas 10 vezes, assim há a necessidade de fazer a média. ̅ ∑ “O valor médio e diferente do valor verdadeiro porem a incerteza associada com o valor médio e menor que a incerteza para cada um dos valores yi.”(Muller, 2012, p. 12). Para o desvio padrão que segue, o valor das médias é necessário: √ ∑ ̅ Em seguida e calculada a dispersão em torno do valor médio, levando em conta que cada medida foi realizada mais de uma vez, esse valor e dado pelo desvio padrão médio: √ Devido ao numero pequeno de medidas, e necessário aplicar o coeficiente T- student para ajuste: √ O T-student utilizado foi 2,262, para 97,5%. O próximo passo e então estimar o erro sistemático que segundo Muller: O desvio associado aos erros sistemáticos e bem mais difícil de ser avaliado e não existe nenhum método padrão bem estabelecido para fazer isto. Portanto neste caso o bom senso do operador e fundamental uma vez que, por mais bem elaborada que seja a experiência, sempre haverá um erro sistemático residual. Geralmente o limite de erro Lr e estimado 8 verificando o manual fornecido pelo fabricante dos equipamentos empregados. (Muller, 2012, p. 13) O erro sistemático residual é dado pela seguinte equação: √ Utilizaremos o desvio padrão residual e o desvio padrão médio para calcular a incerteza padrão associada a esses dois valores: Portanto temos a incerteza padrão tanto para i quanto para o. Chamando e teremos a incerteza propagada para x e para y, assim:Com e foi plotado o gráfico de x por y, sem a barra de erros para obter a inclinação (slope) . O slope ( ) foi usado para rebater o erro de x para y. Agora é possível determinar o erro total em y, para plotar no gráfico, com a seguinte equação: ( ) Plotado o gráfico com o erro acima obtém-se o gráfico com a barra de erros e o valor onde a reta intercepta o eixo y. A distância focal é obtida a partir desse valor da reta, que é dado por c: 9 Esse valor de c dado pelo gráfico vem juntamente com o seu erro, que chamaremos de (desvio padrão do ponto c), então para propagar esse erro para utilizaremos a seguinte equação: Teremos Assim o erro associado à distância focal. 6. Análise de dados 6.1. Medidas de i e o A tabela a seguir, apresenta as medidas para as distâncias entre a fonte e a lente, chamado de o, e as distâncias da lente até o anteparo, chamado de i, bem como seu valor médio e seu valor inverso. o1(m) i1(m) o2(m) i2(mm) o3 (m) i3(m) o4 (m) i4 (m) o5 (m) i5 (m) 0,42 0,617 0,339 0,944 0,378 0,744 0,446 0,563 0,502 0,497 0,419 0,623 0,34 0,943 0,376 0,745 0,446 0,562 0,503 0,496 0,419 0,62 0,34 0,943 0,377 0,743 0,445 0,562 0,502 0,497 0,418 0,621 0,339 0,945 0,377 0,743 0,446 0,564 0,504 0,497 0,418 0,622 0,339 0,946 0,378 0,744 0,445 0,563 0,503 0,498 0,417 0,623 0,342 0,944 0,376 0,744 0,444 0,561 0,502 0,494 0,416 0,62 0,341 0,945 0,375 0,743 0,449 0,562 0,503 0,495 0,417 0,622 0,341 0,943 0,377 0,742 0,445 0,562 0,503 0,494 0,417 0,619 0,342 0,943 0,375 0,744 0,446 0,563 0,502 0,496 0,417 0,621 0,341 0,944 0,376 0,744 0,445 0,561 0,502 0,493 média 0,4178 0,6208 0,3404 0,944 0,3765 0,7436 0,4457 0,5623 0,5026 0,4957 1/média 2,393489708 1,610824742 2,93772 1,059322 2,656042 1,344809 2,243662 1,77841 1,989654 2,017349 Tabela 1: Valores de o e i, média e valor inverso da média. 6.2. Inverso de i e o, suas derivadas, e gráfico sem barra de erros A tabela 2 mostra o inverso das distâncias i e o, que será plotada no gráfico 1. (x) Derivada (y) Derivada 2,937720329 8,63020073 1,059322034 1,12216317 2,656042497 7,05456174 1,344809037 1,80851135 10 2,393489708 5,72879298 1,610824742 2,59475635 2,243661656 5,03401763 1,778410101 3,16274249 1,9896538 3,95872224 2,017349203 4,06969781 Tabela 2: inverso e derivada de i e o Gráfico 1: Gráfico do inverso de i e o sem erros From x = 1,9896538 to x = 2,937720329 B (y-intercept) = 4,04763162875665 +/- 0,028428802087809 A (slope) = -1,01692843057316 +/- 0,0115282081018555 -------------------------------------------------------------------------------------- Chi^2/doF = 7,14785690559439e-05 R^2 = 0,999614613330941 O valor do slope -1,01692843057316 será substituído no de acordo com a equação (12), que será visto na tabela 4. 6.3. Incertezas associadas a i e o e gráficos com barra de erros A tabela 3 mostra as incertezas associadas a i e o , (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) 11 0,000289 0,001229273 0,001873796 0,000879308 0,00134034 0,000925481 0,001371074 0,000289 0,001173788 0,001054093 0,000839619 0,000754 0,000887859 0,000807372 0,000289 0,001080123 0,000843274 0,00077262 0,0006032 0,000824788 0,000668718 0,000289 0,001337494 0,000948683 0,000956719 0,0006786 0,000999322 0,000737449 0,000289 0,000699206 0,001636392 0,000500147 0,001170523 0,000577478 0,001205594 Tabela 3: Desvio residual, desvio padrão, desvio padrão médio e desvio padrão total de i e o A tabela 4 mostra a incerteza rebatida de x, o desvio de y e o desvio total, o último foi obtido pela equação (13). (m) (m) (m) 0,008122296 0,001538569 0,008266733 0,006369485 0,001460141 0,006534704 0,004805027 0,00173516 0,005108724 0,005115764 0,002332362 0,005622362 0,002324773 0,004906403 0,005429306 Tabela 4: Desvio rebatido de x, desvio de y e desvio total From x = 1,9896538 to x = 2,937720329 B (y-intercept) = 4,04763162875665 +/- 0,028428802087809 A (slope) = -1,01692843057316 +/- 0,0115282081018555 -------------------------------------------------------------------------------------- Chi^2/doF = 7,14785690559439e-05 R^2 = 0,999614613330941 A terceira coluna da tabela 4 é o erro associado em y que será plotada no gráfico 1. 12 Y standard errors: Associated dataset (Table1_3) From x = 1,9896538 to x = 2,937720329 B (y-intercept) = 4,05395786114769 +/- 0,0222070699602181 A (slope) = -1,01945604015259 +/- 0,00876396429986082 -------------------------------------------------------------------------------------- Chi^2/doF = 1,55531849110537 R^2 = 0,999655289072429 O valor grifado em amarelo é o ponto onde a reta intercepta o eixo y, é c, e o seu erro definido pela equação 14, então temos a tabela 5: c Derivada 4,053958 0,2467 0,060847332 0,02220707 0,001351241 Tabela 5: Coeficiente linear, foco, derivada do foco, desvio padrão e desvio padrão final. Assim temos a distância focal: 13 7. Considerações finais O erro ao final não cobriu o valor da distância focal, embora tenha chegado bem próximo do valor do equipamento. O maior valor do T-student para N-1 ainda não cobre o erro. As medições podem carregar o erro pois era difícil de medir com a trena a distância da lente ao diafragma pelo modo que foi montado o experimento, pois para fazer uma medida exata teríamos que encostar na lente, o mesmo problema ocorreu da lente para o anteparo, pois como o centro da lente estava distante o erro de paralaxe deve ter sido grande, de modo que se o suporte da lente estivesse virado, as medições teriam valores melhores. O fato de orientarmos se está ou não focado há um erro também, pois poderia haver posições melhores para o foco e talvez não tenhamos conseguido chegar ao valor, esse erro não foi associado no tratamento de dados. O terceiro provável problema é a lanterna, mesmo que tenhamos usado a folha de papel para transformar numa fonte difusa, ainda poderia ter problemas nesse sentido. A folha que ficava na lanterna, por exemplo, por vezes ficava encurvada que, se em algum momento não foi percebido,, pode ter alterado a focalização no anteparo.
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