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artigo sobre educação e serviço social

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A política de educação no Brasil: implantação do serviço social 
escolar
Resumo: Este trabalho tem como finalidade contribuir com o processo de discussão sobre a presença do 
Serviço Social na Educação, enquanto demanda crescente aos profissionais do Serviço Social, produzindo 
significativos e desafiadores avanços permeados por inúmeras incertezas, principalmente no que se refere à 
sua forma de inserção na Política Social da Educação. O artigo apresenta atribuições e competências 
adquiridas ao profissional que deseja trabalhar nesta área, bem como procura fazer um resgate histórico 
explanando sobre a Lei de Diretrizes e Bases, citando à atual situação do setor educacional e mostrando de 
uma maneira valorativa a importância do trabalho do assistente social no âmbito educacional. 
Palavras chaves: Escola; Política Educacional; Serviço Social; 
Introdução 
Com a educação, o homem se instrumentaliza culturalmente, capacitando-se para transformações tanto 
materiais como espirituais. A educação é o cerne do desenvolvimento social, sem ela, até mesmo as 
sociedades mais avançadas retornariam ao estado primitivo em pouco tempo. Depende-se dela para formar 
assistentes sociais, psicólogos, médicos, engenheiros, cientistas, professores e tantos outros profissionais, 
além de oferecer uma base de conhecimento para todas as pessoas. 
A educação coincide com a própria existência humana e suas origens se confundem com a origem do próprio 
homem. Estudar a educação é também compreender que a escola, como instituição, muitas vezes, não tem 
poder de modificar o que está estabelecido - a estrutura social. 
A escola tem como papel diante da sociedade propiciar ações para a efetivação dos direitos sociais. Dentro 
deste contexto, o setor educacional tem hoje o papel de possibilitar e de oferecer alternativas para que as 
pessoas que estejam excluídas do sistema possam ter oportunidade de se reintegrar através da participação, 
bem como da luta pela universalidade de direitos sociais e do resgate da cidadania. 
Diante dos graves problemas da sociedade, como: desemprego, desvalorização profissional, violência e 
modificações das relações familiares, há uma desestruturação no ambiente escolar. O Serviço Social frente a 
este contexto poderá identificar os fatores sociais, culturais e econômicos que atingem o campo educacional 
no contexto atual, e terá como ponto inicial e como grande desafio, o trabalho interdisciplinar. 
A seguir abordar-se-á sobre a trajetória da política educacional a partir da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), 
situando-se a atual situação da educação no Brasil, e a possível contribuição do assistente social nesse 
contexto. Também sinaliza-se sobre a perspectiva do Serviço Social Escolar na rede pública e privada, 
finalizando-se com as considerações finais a cerca da temática. 
Lei de Diretrizes e Bases e Política Educacional Brasileira
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) foi promulgada em 1961 onde estabelecia que o ensino no Brasil poderia ser 
ministrado tanto pelo setor público quanto pelo setor privado em todos os níveis, desaparecendo assim a 
obrigatoriedade do ensino primário gratuito, prevendo também que o estado poderia subvencionar 
estabelecimentos de ensino particulares. A cooperação financeira do estado seria feita sob a forma de bolsas 
de estudos, empréstimos para a construção, reformas e custeio na infra-estrutura das escolas. 
Em contrapartida a LDB também obrigava o governo a investir 12% de sua receita de impostos em educação, ao 
mesmo tempo em que desresponsabilizava o estado pela obrigatoriedade do ensino primário gratuito, 
incentivava o crescimento das instituições de ensino particulares. 
Sua aprovação deu-se em 1996, podendo ser considerada um marco nas mudanças que começaram a serem 
gestadas no campo educacional, tendo como um dos seus objetivos a colaboração nas atividades profissionais e 
acadêmicas dos educadores, estudantes e demais trabalhadores da educação. A LDB (1996) tem como missão 
fornecer meios e instrumentos que facilitem o seu navegar pelos canais, nem sempre visíveis na legislação 
educacional brasileira. 
A Política da Educação no Brasil sempre foi marcada por avanços e recuos. A primeira metade da década de 60 
foi marcada por uma ação de movimentos de educação popular. Segundo ARANHA (1996), os principais foram: 
Centros Populares de Cultura (CPC), que surgem em 1961 e espalham-se entre 1962 e 1964. Os Movimentos de 
Cultura Popular (MCP) aparecem na data de 1960, inclusive Paulo Freire pertenceu a este grupo e também o 
Movimento de Educação de Base (MEB), criados em 1961 pela conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O 
golpe militar de 1964 desativava esses movimentos de conscientização popular, considerados subversivos, e 
penalizava os lideres. Os MEB seriam os únicos que continuariam apesar de diminuírem suas atividades e 
mudarem sua direção. 
Pinto (1986) ao abordar a política educacional posterior a 1964, cita autores renomados, como Maria Luiza de 
Souza, Seno Cornely e José Pinheiro Cortez, que em seus depoimentos revelam que a política educacional após 
1964 tinha como objetivo a implementação de uma própria política de Estado burocrático e autoritário do 
país, tendo como o elemento fundamental desta política a tecnocracia. 
Esses autores também afirmam que após o golpe da classe dominante de 1964, toda a política educacional foi 
reguiada, de forma a servir diretamente à acumulação do capital, e isto era visualizado de forma bem 
transparente, sem nenhum tipo de disfarce, de maneira flagrante. Considera-se que a política educacional 
após 1964 estabelecia em uma tentativa de levar o ensino à mediocrização. 
Percebe-se então através destes depoimentos que a partir de 1964, desenvolve-se uma reforma autoritária, 
vertical, que visava atrelar o sistema educacional ao modelo econômico dependente, que era imposto pela 
política norte americana. Nesta época a União Nacional dos Estudantes (UNE) passava a ter um papel de 
destaque, pois articulava ações políticas que reivindicavam uma reforma urgente na educação. 
Depois de tantas lutas e conquistas, pode-se afirmar que hoje se tem como papel fundamental do setor 
educacional, o acesso ao conhecimento, para que as pessoas possam ter possibilidades e autonomia de 
participar efetivamente das políticas e continuarem assim a lutar por igualdade de direitos, pode-se dizer 
então, que atualmente a educação, em termos de Brasil, pode ser tratada como uma política social que deve 
ter como compromisso fundamental a garantia dos direitos do cidadão. 
O Serviço Social no espaço educacional
No atual contexto brasileiro, nota-se que o ensino tem se mostrado insuficiente, no que se refere à quantidade 
de vagas para o atendimento dos alunos, tendo-se como um dos grandes desafios à melhoria de sua qualidade. 
Martins (1999) afirma que nos últimos anos, apesar do esforço, do investimento técnico pedagógico nas 
escolas, a incidência dos fatos revelam o fracasso escolar, a violência presente no interior das escolas, 
demonstrada através dos reflexos das questões sociais, os quais estão cada dia mais interiorizados na realidade 
escolar, consequentemente dificultando o cumprimento da sua finalidade maior enquanto instituição 
educacional, que é a de contribuir na formação da cidadania dos brasileiros. 
No livro elaborado pelo Conselho Federal de Serviço Social, o CFESS (2001), encontramos dados estatísticos, os 
quais revelam que cerca de 36 milhões de pessoas vivem nas cidades abaixo da linha da pobreza absoluta, e 
que o nosso país ocupa o último lugar nos relatórios da ONU, o qual enfoca a questão social. Tudo isso 
consequentemente se reflete em uma quantia de aproximadamente 60% de alunos que em determinadas 
regiões do Brasil, iniciam seus estudos e não chegam a concluir a 8º série do ensino fundamental. 
Com a perspectiva de incluir aqueles que se encontram em processode exclusão social, a escola possibilita aos 
seus alunos fazerem parte da sociedade em que vivem. A escola enquanto equipamento social precisa estar 
atenta para as mais diferentes formas de manifestação de exclusão social as quais possam estar ocorrendo, 
desde questões que vão de violência, atitudes discriminatórias, de etnia, do gênero, de sexo, de classe social, 
etc., reprovações, até a evasão escolar, que muitas vezes é provocada pela necessidade do aluno de trabalhar 
para contribuir na renda familiar. 
Segundo Almeida (2000) as demandas provenientes do setor educacional no que se refere a sua ação ou ao 
fazer profissional do Serviço Social recaem em diversas situações. Tem-se assim, a necessidade de trabalhar 
com crianças e adolescentes, suas famílias e muitas vezes atender solicitações de trabalho com os próprios 
professores, sem deixar de lado a ação junto ao campo educacional, mediada pelos programas e ações 
assistenciais que tem marcado o trabalho dos profissionais do Serviço Social. 
Segundo o CFESS (2001), os problemas sociais a serem combatidos pelo assistente social na área da educação 
são: 
- Baixo rendimento escolar; 
- Evasão escolar; 
- Desinteresse pelo aprendizado; 
- Problemas com disciplina; 
- Insubordinação a qualquer limite ou regra escolar; 
- Vulnerabilidade às drogas; 
- Atitudes e comportamentos agressivos e violentos (CFESS, 2001, p.23). 
Para Martins (1999), os objetivos da prática profissional do Serviço Social no setor educacional são: 
- Contribuir para o ingresso, regresso, permanência e sucesso da criança e adolescente na escola; 
- Favorecer a relação famíla-escola-comunidade ampliando o espaço de participação destas na escola, 
incluindo a mesma no processo educativo; 
- Ampliar a visão social dos sujeitos envolvidos com a educação, decodificando as questões sociais; 
- Proporcionar articulação entre educação e as demais políticas sociais e organizações do terceiro setor, 
estabelecendo parcerias, facilitando o acesso da comunidade escolar aos seus direitos (MARTINS, 1999, p.60). 
Neste contexto compreende-se que são muitas as contribuições que o assistente social, técnico do Serviço 
Social, se encontra apto e capacitado para intervir, complementando o trabalho que já é desenvolvido na 
escola por outros profissionais conhecidos da área, como: professores, orientadores educacionais e 
pedagógicos, dentre outros. É importante salientar que o assistente social no âmbito da educação não se 
insere neste espaço para substituir outro profissional ali existente, mas sim se tem como objetivo o trabalho 
dos conhecimentos interdisciplinariamente, no intuito de superação das demandas emergentes ao contexto 
educacional. 
O Serviço Social Escolar na Rede Pública de Ensino
Desde a década de noventa vem havendo discussões e mobilizações por parte da categoria dos assistentes 
sociais em torno da implantação do Serviço Social nas escolas da rede pública[2], de Ensino Fundamental e 
Ensino Médio, o qual resultou em 22 de outubro de 2000, na cidade de São Paulo, em um Parecer Jurídico. 
Neste Parecer Jurídico que está dentro do livro elaborado pelo CFESS (2001), consta as atividades que serão 
desenvolvidas pelos profissionais do Serviço Social nas Escolas de rede pública, seja ela de Ensino Fundamental 
ou Ensino Médio, se este tornar-se em Projeto de Lei. 
Conforme o Parecer Jurídico (2000), as atividades a serem desempenhadas pelos profissionais do Serviço Social 
nas escolas de rede pública são: 
- Pesquisa de natureza sócio-econômica e familiar para caracterização da população escolar; 
- Elaboração e execução de programas de orientação sócio-familiar, visando prevenir a evasão escolar e 
melhorar o desempenho e rendimento do aluno e sua formação para o exercício a cidadania; 
- Participação, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem prevenir a violência; o uso 
de drogas e o alcoolismo, bem como que visem prestar esclarecimentos e informações sobre doenças infecto-
contagiosas e demais questões de saúde pública; 
- Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias locais, com vistas 
ao encaminhamento de pais e alunos para o atendimento de suas necessidades; 
- Realização de visitas sociais com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sócio-familiar do 
aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo adequadamente; 
- Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existem classes especiais (PARECER 
JURÍDICO, 2000). 
Não há duvidas que as escolas da rede pública tenham maior urgência e necessidade em ter no seu quadro de 
funcionários o profissional do Serviço Social, pois além da possibilidade de contribuir com a realização de 
diagnósticos sociais indicando possíveis alternativas à problemática vivida por muitas crianças e adolescentes, 
este profissional, o assistente social também poderá proporcionar o devido encaminhamento aos serviços 
sociais e assistenciais, que muitas vezes são necessários aos alunos que na maioria das vezes apresentam 
dificuldades financeiras, contribuindo assim para a efetivação do seu direito à educação. 
Cabe ainda aqui ressaltar, que muitas escolas privadas filantrópicas, observando e vivenciando a necessidade 
do assistente social inserido na educação, já incluíram o Serviço Social no contexto escolar, que além de atuar 
nas demandas citadas anteriormente, intervêm-se diretamente em projetos sociais que atendam crianças e 
adolescentes em situação de vulnerabilidade social e também suas famílias, tendo como objetivo a proteção 
integral e formação para a cidadania. 
Considerações Finais
Este artigo se propôs a transmitir aos leitores a importância da contribuição e ao mesmo tempo, a extrema 
urgência do desempenho do exercício profissional do assistente social junto às escolas. Sabendo-se que este é 
ainda um campo de atuação muito novo para o Serviço Social, poderíamos dizer que entre a categoria dos 
assistentes sociais articula-se em constante luta para conquistar este espaço, como campo de atuação e de 
intervenção do Serviço Social, vendo as necessidades, a real demanda e problemática social que é apresentada 
no setor educacional. 
Entende-se ainda, que a implantação de um novo modelo societário, baseado em valores de dignidade e 
justiça, implica na ruptura do atual padrão de acumulação do capital e riqueza, aliada a transformação 
política e ética dos parâmetros que norteiam as relações pessoais, interpessoais e econômicas vigentes, os 
quais permitirão efetivamente o exercício da democracia e da concretização das formas da cidadania, 
possibilitando o enfrentamento e a solução efetiva dos problemas presentes no setor educacional, oriundos da 
pobreza e da exclusão social. 
Acredita-se assim, que a implantação do Serviço Social Escolar tanto na rede pública como na privada, como já 
vem acontecendo, é uma das medidas que pode criar e que já está criando condições para o efetivo exercício 
da cidadania, o que certamente contribuirá para a inclusão social das crianças e adolescentes e refletirá nas 
relações sociais familiares. 
BIBLIOGRAFIA 
ALMEIDA, Ney Luiz Texeira de. O Serviço Social na Educação. IN: Revista Inscrita. CFESS, 2000. 
BRASIL. Lei 5692/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. UFSM, s/d. 
CFESS. Serviço Social na Educação. Grupo de estudos sobre o Serviço Social na Educação. Brasília: DF, 2001. 
MARTINS, Eliana Bolorino Canteiro. O Serviço Social na área da Educação. IN: Revista Serviço Social & 
Realidade.V 8 N.º 1.UNESP, Franca: São Paulo, 1999. 
PINTO, Rosa Maria Ferreira. Política Educacional e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1986. 
-------------------------------------------------------------------------------- 
[1]Bacharel em Serviço Social pelo Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Pós - Graduandoem Gestão 
Educacional pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Assistente Social da Rede Marista de Educação e 
Solidariedade do Rio Grande do Sul. 
[2] No Rio Grande do Sul, não encontramos Assistentes Sociais concursados, que atuem nas escolas da rede 
pública, mas já em cidades no Estado do Paraná e Nordeste, o Serviço Social se encontra inserido em várias 
escolas públicas, através de Leis Municipais, sendo que o Assistente Social é considerado um Especialista da 
Educação. 
URL: http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-politica-educacao-no-brasil-implantacao-
servico-.htm

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