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Apostila de Análise Orgânica

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Apostila de 
 
 
ANÁLISE ORGÂNICA1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2013 
 
1
 Baseado no livro “Análise Ogânica – Métodos e Procedimentos para a Caracterização de Organoquímios” de Claudio 
Costa Neto e Identificação Sistemática de Compostos Orgânicos de Shriner et al. 
Índice 
 
PARTE I – MARCHA DE SOLUBILIDADE....................................................................................................................4 
PARTE II - ANÁLISE ELEMENTAR QUALITATIVA...................................................................................................6 
ENSAIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS POR PIRÓLISE........................................................................9 
ENSAIOS DE LASSAIGNE ........................................................................................................................................11 
IDENTIFICAÇÃO DE CARBONO .........................................................................................................................12 
IDENTIFICAÇÃO DE HIDROGÊNIO....................................................................................................................14 
IDENTIFICAÇÃO DE OXIGÊNIO (para amostras líquidas):.................................................................................15 
IDENTIFICAÇÃO DE NITROGÊNIO. ...................................................................................................................16 
IDENTIFICAÇÃO DE ENXOFRE. .........................................................................................................................18 
IDENTIFICAÇÃO DE HALOGÊNIOS (Cl, Br e I).................................................................................................20 
IDENTIFICAÇÃO DE FLUOR ...............................................................................................................................24 
IDENTIFICAÇÃO DE FÓSFORO...........................................................................................................................25 
BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................................................................25 
PARTE III - ENSAIOS DE ANÁLISE FUNCIONAL.....................................................................................................28 
HIDROCARBONETOS ...............................................................................................................................................28 
ALCENOS E ALCINOS...........................................................................................................................................28 
ENSAIO DE BROMO EM TETRACLORETO DE CARBONO ........................................................................28 
ENSAIOS DE BAYER .........................................................................................................................................29 
AROMÁTICOS (BENZENÓIDES) .........................................................................................................................30 
ENSAIO DE LE ROSEN......................................................................................................................................30 
FUNÇÕES OXIGENADAS .........................................................................................................................................31 
ÁLCOOIS .................................................................................................................................................................31 
ÁLCOOIS PRIMÁRIOS, SECUNDÁRIOS E TERCIÁRIOS .............................................................................31 
ENSAIO DO NITROCERATO DE AMÔNIO.................................................................................................31 
ÁLCOOIS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS ......................................................................................................32 
ENSAIO DO XANTATO .................................................................................................................................32 
ENSAIO DO ANIDRIDO CRÓMICO (OXIDAÇÃO DE JONES) .................................................................32 
ÁLCOOIS SECUNDÁRIOS E TERCIÁRIOS.....................................................................................................34 
ENSAIO DE LUCAS........................................................................................................................................34 
GLICÓIS VICINAIS ............................................................................................................................................34 
ENSAIO DE MALAPADRE ............................................................................................................................34 
ÉTERES................................................................................................................................................................35 
ENSAIO DO IODO PARA ÉTERES E HIDROCARBONETOS INSATURADOS.......................................35 
FENÓIS.................................................................................................................................................................36 
ENSAIO COM CLORETO FÉRRICO.............................................................................................................36 
FENOIS (POSIÇÃO PARA LIVRE)....................................................................................................................36 
ENSAIO DE LIBERMANN .............................................................................................................................36 
FENÓIS (POSIÇÃO ORTO LIVRE)....................................................................................................................37 
ENSAIO COM COBALTINITRITO................................................................................................................37 
COMPOSTOS CARBONÍLICOS ............................................................................................................................37 
ALDEÍDOS E CETONAS....................................................................................................................................37 
ENSAIO COM 2,4-DINITRO-FENILIDRAZINA...........................................................................................38 
CETONAS ............................................................................................................................................................39 
CETONAS ALIFÁTICA (CETONAS COM O GRUPO –CH2-CO-) .................................................................39 
ENSAIO COM m-DINITRO-BENZENO ........................................................................................................39 
METIL-CETONAS...............................................................................................................................................39 
ENSAIO DO ÍNDIGO ......................................................................................................................................39 
ENSAIO DO IODOFÓRMIO...........................................................................................................................39 
ENSAIO PARA ACETONA ............................................................................................................................40 
ALDEÍDOS...........................................................................................................................................................41 
ENSAIOS DE TOLLENS, FEHLING E BENEDICT......................................................................................41 
ENSAIOSDE SCHIFF .....................................................................................................................................42 
COMPOSTOS CARBOXÍLICOS ............................................................................................................................43 
ÁCIDO CARBOXÍLICO......................................................................................................................................43 
ENSAIO DO IODETO-IODATO (caráter ácido) .............................................................................................43 
ENSAIO DO HIDROXAMATO FÉRRICO.....................................................................................................44 
ÁCIDOS 1,2-DICARBOXÍLICOS.......................................................................................................................45 
ENSAIO DO RESORCINOL ...........................................................................................................................45 
ÉSTERES..............................................................................................................................................................45 
ENSAIO DO HIDROXAMATO FÉRRICO.....................................................................................................45 
FUNÇÕES NITROGENADAS ................................................................................................................................46 
AMINAS...............................................................................................................................................................46 
ENSAIO DO NÍQUEL DIMETILGLIOXIMA ................................................................................................46 
AMINAS PRIMÁRIAS ........................................................................................................................................46 
ENSAIO DE DUKE I .......................................................................................................................................46 
AMINAS PRIMÁRIAS AROMÁTICAS .............................................................................................................47 
ENSAIO DO ÁCIDO NITROSO .....................................................................................................................47 
AMINAS SECUNDÁRIAS ..................................................................................................................................48 
ENSAIO DE DUKE II ......................................................................................................................................48 
AMINAS TERCIÁRIAS ......................................................................................................................................48 
ENSAIO DE KALNIN-OHKUMA ..................................................................................................................48 
AMIDAS E NITRILAS ........................................................................................................................................49 
ENSAIO DO HIDROXAMATO FÉRRICO.....................................................................................................49 
NITROCOMPOSTOS ..............................................................................................................................................49 
ENSAIO DO HIDRÓXIDO FERROSO...........................................................................................................49 
ENSAIO COM ZINCO E CLORETO DE CÁLCIO (REDUÇÃO A FENIL HIDROXILAMINAS) .............49 
AMINOÁCIDOS ......................................................................................................................................................50 
ENSAIO COM NINHIDRINA .........................................................................................................................50 
COMPOSTOS HALOGENADOS............................................................................................................................50 
HALOGENETO ALIFÁTICO..............................................................................................................................51 
HALOGENETOS SECUNDÁRIOS, TERCIÁRIOS, ALÍLICOS E BENZÍLICOS................................................51 
ENSAIO DO NITRATO DE PRATA EM ETANOL.......................................................................................51 
HALOGENETOS PRIMÁRIOS, ALÍLICOS E BENZÍLICOS ...............................................................................52 
ENSAIO IODETO DE SÓDIO EM ACETONA..............................................................................................52 
REAGENTES DE ANÁLISE ORGÂNICA .....................................................................................................................54 
 
 
 
 
 
 
PARTE I – MARCHA DE SOLUBILIDADE 
 
 A marcha de solubilidade (figura 1) permite, por meio de ensaios relativamente simples, 
classificar um composto em um dos onze grupos de solubilidade (tabela 1). Esta classificação se 
dará de acordo com as seguintes características moleculares: polaridade, acidez/basicidade e 
reatividade. De posse destes resultados e dos obtidos na análise dos elementos, o universo de 
possibilidades para a identidade da amostra poderá ser significativamente reduzido. Esta redução se 
faz conveniente, uma vez que o número de ensaios funcionais a ser realizado será, também, menor. 
A importância deste corte é ainda maior, porquanto muitos destes ensaios (parte III) não são tão 
específicos quantos os descritos para os elementos organógenos (parte II). 
Procedimento: Colocam-se uma gota ou um volume de um grão de alpiste (no caso de sólido) do 
composto num microtubo de ensaio e adiciona-se 1 mL de solvente. Agita-se o sistema a 
temperatura ambiente. Anote como solúvel se o composto se dissolver completamente e insolúvel 
em caso contrário (mesmo no caso de dissolução parcial). Para aumentar a velocidade de 
solubilização, as amostras sólidas, cujos cristais sejam relativamente grandes, devem ser 
pulverizadas. 
 
Água
Sol.
Éter
Insol. S2
Sol.
Vermelho ao tornassol
Azul ao tornassol
Não altera o tornassol
SA
SB
S1
Insol.
NaOH 5%
NaHCO3 5%
Sol.
Insol.
Sol.
Insol.
A1
A2
HCl 5%
Sol. B
MN
Insol.
H2SO4 96%
Sol.
Sol.
Insol.
H3PO4 85%
N1
N2
Insol.
I
 
 
Figura 1: Fluxograma da marcha de solubilidade. 
Tabela 1: Grupos de solubilidade e as respectivas classes de compostos neles contidos.2 
 
S2 – Sais de ácidos orgânicos (RCO2Na, RSO3Na), cloridrato de aminas (RNH3Cl); aminoácidos; 
compostos polifuncionais como açucares, compostos poliidroxilados, ácidos polibásicos etc. 
 
SA – Ácidos mocarboxílicos, com cinco átomos de carbono ou menos; ácidos arenossulfônicos. 
 
SB – Aminas monofuncionais com seis átomos de carbono ou menos. 
 
S1 – Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, nitrilas e amidas com cinco átomos de carbono ou menos. 
 
A1 – Ácidos orgânicos fortes: ácidos carboxílicos com mais de seis átomos de carbono; fenóis com 
grupos eletrofílicos em posição orto e para, �-dicetonas. 
 
A2 – Ácidos orgânicos fracos: fenóis, enóis, oximas, imidas, sulfonamidas, tiofenóis, todos com 
mais de cinco átomos de carbono. As �-dicetonas, os nitrocompostos com hidrogênio em � 
e as sulfonamidas. 
 
B – Aminas alifáticas com oito ou mais carbonos, anilinas e alguns oxiéteres. 
 
MN – Diversos compostos neutros com nitrogênio ou enxofre e mais de cinco átomos de carbono 
(amidas, sulfetos etc). 
 
N1 – Álcoois, aldeídos, metilcetonas, cetonas cíclicas e ésteres com um só grupo funcional e mais 
de cinco átomos de carbono mas menos do que nove; éteres com menos de oito átomos de 
carbono, epóxidos.N2 – Alcenos, alcinos, éteres, alguns compostos aromáticos (especialmente os que têm grupos 
ativantes), cetonas (exceto as citadas na classe N1). 
 
I – Hidrocarbonetos saturados, alcanos halogenados, halogenetos de arila, éteres diarílicos, 
compostos aromáticos sem grupos ativantes. 
 
 
2
 Os halogenetos e os anidridos de ácidos carboxílicos não foram incluídos por suas elevadas reatividades em soluções 
aquosas. 
 
PARTE II - ANÁLISE ELEMENTAR QUALITATIVA 
 
 A análise elementar qualitativa tem por finalidade definir os elementos químicos que 
compõem um universo de matéria. À análise interessa identificar os elementos presentes no 
universo dos compostos orgânicos e que são, principalmente, carbono (necessariamente presente), 
hidrogênio (quase sempre presente), oxigênio, nitrogênio, enxofre, halogênio e fósforo. Com menor 
freqüência, pode ocorrer também a presença do arsênio, mercúrio e outros metais. 
 Os ensaios de caracterização dos elementos devem obedecer a dois requisitos fundamentais: 
1. Dar resposta positiva sempre que o dado elemento estiver presente, isto é, devem ser 
independentes do grupo funcional do qual o elemento faça parte. 
2. Dar resposta negativa sempre que o elemento estiver ausente, isto é, devem estar livres 
da interferência de outros elementos. 
Como os elementos nos compostos orgânicos se encontram nos mais variados graus de 
reatividade, os métodos de análise elementar tem que usar condições drásticas de operação para 
garantir que o primeiro requisito fundamental seja atendido. 
Dentre os processos de que a química dispõe, as pirólises reativas atendem bem a esses 
requisitos. Nesse grupo de reações, os elementos comuns às moléculas orgânicas são transformados 
com segurança em um reduzido grupo de compostos estruturalmente mais simples (HCN, H2S, 
NH3 etc), cuja identificação pode ser sempre feita especificamente e com grande sensibilidade. 
Assim, por exemplo, a copirólise de substâncias sulfuradas com formiato de sódio produz 
H2S, que pode ser identificado por métodos específicos, com sensibilidade de até 1 � (1 mg). Todos 
os ambientes do enxofre (sulfetos, mercaptan, tiofenas, ácidos sulfônicos etc) respondem 
positivamente ao ensaio. Nenhum outro elemento interfere nesta reação (esquema 1). 
 
3, 4
 
S Org + HCOONa H2S + op
pi
 
Esquema 1: Pirólise reativa empregada em análise elementar 
 
 Ele atende, portanto, aos dois requisitos citados e é utilizadda como um ensaio para a 
identificação de enxofre em substâncias orgânicas. 
Um exemplo interessante de ensaio encontrado frequentemente na literatura, mas que não 
atende aos preceitos enunciados é o da identificação de halogênio pelo ensaio de Beilstein (1872). 
nesse ensaio, a substância é levada a chama em uma alça de cobre. A presença de halogênio é 
indicada por uma coloração verde (fugaz) que a substância, ao se queimar, comunica à chama. Esta 
coloração é devida a formação de íons Cu2+ voláteis pelo ataque de halogeneto ao cobre elementar 
(esquema 2). 
 
 
3
 op = Outros produtos não interferentes formados. 
4
 O símbolo pi indica condições de pirólise. 
Halog Org + Cu Cu(halog)2 + opchama
 
Esquema 2: Reação que não obedece aos dois requisitos fundamentais à analise dos elementos. 
 
É conhecido, entretanto, que algumas substâncias orgânicas nitrogenadas (e não 
halogenadas), principalmente derivadas da piridina, também comunicam à chama uma cor verde; 
este resultado pode ser atribuído à formação de cianeto de cobre, que como os halogenetos, 
transporta íons cobre para a chama. Uma resposta positiva deste ensaio não garante, portanto, a 
presença de halogênio. Como nem todos os compostos nitrogenados dão reação, nem ao menos a 
presença de nitrogênio pode ser inferida. Por outro lado, compostos halogenados voláteis podem se 
evaporar da alça de cobre antes de se decompor com a chama e sem conferir a cor verde que seria 
esperada neste ensaio. O ensaio de Beilstein não atende, portanto, a nenhum dos requisitos 
fundamentais exigidos para um ensaio elementar, ou seja, ele pode dar resposta positiva na ausência 
de halogênio ou negativa na sua presença. 
A reação de derivados halogenados com nitrato de prata é um exemplo de ensaio em que a 
estrutura molecular pode influir significantemente na reatividade do grupo funcional a ponto de 
mudar os resultados observáveis do ensaio. Assim, os derivados halogenados alílicos e benzílicos 
levam a precipitação instantânea de cloreto de prata de uma solução de nitrato de prata alcoólica. A 
reatividade dos derivados halogenados alifáticos é, geralmente, menor e depende do grau de 
substituição dos mesmos, enquanto que os derivados aromáticos, vinílicos e poli-halogendos 
geminados (clorofórmio, por exemplo) não reagem. A reação com o nitrato de prata sereve como 
reagente funcional, mas não como reagente de análise elementar. 
Todo ensaio com uma amostra-problema deve ser precedido de um ensaio em branco 
(negativo) e de um ensaio positivo. Por ensaio em branco (negativo) denominamos o ensaio feito 
com todos os reagentes da reação, nas condições de ensaio, excluindo o substrato (amostra). Tem 
por finalidade verificar se o reagente contém impurezas do elemento que está sendo pesquisado. 
Esta verificação é, por exemplo, no ensaio de identificação de halogênio quando se usa dicromato, 
uma vez que é comum a impureza de cloretos neste reagente me quantidade suficiente para dar 
resultado positivo neste ensaio. 
Por ensaio positivo denominamos o ensaio realizado com todos os reagentes, nas condições 
de ensaio, em que se adiciona um substrato que contenha o elemento a ser pesquisado (padrão). Este 
ensaio tem por finalidade verificar se os regentes estão funcionando bem e se as condições 
empregadas estão adequadas. 
Perfazendo-se estes dois tipos de ensaio pode-se adquirir o aprendizado do método (técnico 
e químico) e o conhecimento do estado dos reagentes. Desta forma, é indispensável que os ensaio 
branco e positivo precedam qualquer ensaio realizado com a amostra-problema. 
A tabela 1 dos Métodos de Análise Elementar Qualitativa Orgânica resume os ensaios 
(processos, agentes, produtos e métodos de identificação dos produtos) recomendados para a 
identificação de elementos em substâncias orgânicas. Estes ensaios estão descritos a seguir. 
 
 
 
 
 
Tabela 1: Métodos de Análise Elementar Qualitativa Orgânica 
 
ELEMENTO PROCESSO AGENTE PRODUTO MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DO 
PRODUTO 
# 
proced. 
pag. 
C Oxidação 
(combustão) 
Nitrização 
CuO.O2 
 
HgNH2Cl 
CO2 
 
KCN 
-pp. BaCO3 
 
-cor azul com Cu+2 
- 
 
3 
 
 
H 
 
Sulfurização 
 
 
FeS2, S 
 
H2S 
-pp. castanho de PbS; 
-cor violeta com nitro-prussiato (alcalino) 
4 
 
O 
 
Complexação 
 
Fe(SCN)3 
 
I2 
=O:Fe(SCN)3 
 
=O:I2 
-Cor vermelha 
 
-Cor castanha 
 
5 
 
N Hidrogenólise 
 
 
 
Oxidação 
 
Cianetação 
 
Cal-sodada + Zn 
 
 
 
MnO2 
 
Na ou 
K2CO3 + Mg 
NH3 
 
 
 
HNO2 
 
CN- 
-pp. preto c/ Ag+-Mn++ 
-pp. castanho alaranjado com Nessler 
-azul com tornassol 
-violeta com Griess 
 
-azul com Cu2+-benzidina 
6 
 
 
 
7 
8 
 
S Hidrogenólise 
 
 
Carbonilólise 
Mineralização 
 
HCOONa 
 
 
(COO)2Ca 
Na ou 
K2CO3 – Mg 
H2S 
 
 
COS 
S- ou SCN- 
-pp. castanho de PbS 
-cor violeta com nitroprussiato (alcalino) 
-idem 
-pp. castanho de PbS ou vemelho sangue 
com Fe3+ 
9 
 
 
9 
10 
 
Halg Oxidação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mineralização 
 
(CrO3.H2SO4)Na 
K2CO3 – Mg 
(halg)2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Halg- 
 
inespecífico 
 iodeto-amido (cor azul) 
 fluoresceína-brometo (cor carmim) 
 tiocetona de Michler (cor azul) 
específico 
 cloro: reagente de Villier (cor azul) 
 bromo: fluoresceína (cor carmim) 
 reagente de Schiff (cor fuccia) 
 iodo: amido (cor azul) 
 
pp. com AgNO3 
oxidação a (halg)2 
 Fluor: alizarinato de Zr (amarelo) 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
13 
14 
 
 
P 
 
 
Mineralização 
 
Na 
CaO 
 
PO4= 
 
cor azul com molibdato e benzidina 
 
15 
 
 
 
 
ENSAIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS POR PIRÓLISE 
 
PROCEDIMENTO GERAL (no 1) 
O conjunto para pirólise é montado conforme figura abaixo. Ele consta de uma placa de 
amianto com 3 furos que deixem passar a mesma quantidade de microtubos, um deve conter a 
amostra e os reagentes de pirólise, no segundo apenas os reagentes, para o ensaio em branco e no 
último um padrão e os reagentes, necessários para o ensaio positivo. Os microtubos são suspensos 
na placa por meio de dois anéis de borracha (cortados de tubos de borracha de 1 cm de diâmetro 
externo, do tipo usado no laboratório para levar água aos condensadores). 
 A amostra, na quantidade de um grão de mostarda, é misturada intimamente com o reagente 
na proporção de 1:10 e colocado no fundo do microtubo. Esta mistura é coberta por uma camada de 
0,5-1,0 cm do reagente puro. Coloca-se na boca do microtubo o papel de filtro embebido do 
reagente que vai identificar, nos gases de pirólise, a substância indicadora do elemento. A seguir 
começa-se o aquecimento com o microcombustor, a partir da parte de cima da camada de reagente. 
Quando esta região estiver bem quente, encaminha-se a chama na direção da amostra. Este 
procedimento tem por finalidade garantir que a amostra encontre sempre o reagente na temperatura 
de pirólise por que, mesmo no caso da amostra ser volátil, os vapore, ao passarem pelo reagente 
aquecido, sofrerão a transformação desejada (figura 1). Outra recomendação importante é não 
deixar que o papel-reagente seque. Ele deverá ser mudado (é de boa técnica usar uma pinça para 
manipula-lo) e mantido úmido (também não deve estar encharcado pois o reagente pode escorrer 
para dentro do tubo de reação). 
 
SENTIDO DO AQUECIMENTO
MICROCOMBUSTOR
PLACA DE AMIANTO
ANEL DE BORRACHA
PAPEL DE FILTRO UMIDECIDO DO REAGENTE
AMOSTRA + REAGENTE
REAGENTE
AMOSTRA
 OU 
POSITIVO
BRANCO
 
 
Figura 1: Aparelhagem para os ensaios de pirólise. 
 
O procedimento experimental segundo a técnica de Feigl é geralmente muito simples. É 
importante, no entanto, que um certo número de regras e cuidados sejam observados na sua 
execução para que os resultados almejados sejam atingidos. Algumas observações sobre o 
comportamento do sistema no desenrolar da reação são também relevantes na condução do ensaio. 
Nos parágrafos que se seguem algumas destas regras e observações serão ressaltadas para a 
condução dos ensaios de pirólise. 
 
1. A pirólise de substâncias orgânicas produz alcatrão, que é uma mistura complexa de 
substâncias, geralmente de cor castanho-escura a negra; nas condições de operação 
usadas na análise elementar, o alcatrão destila do meio de reação e pode se condensar no 
papel-reagente. Se este contiver, por exemplo, acetato de chumbo, a formação de uma 
mancha castanha pode ser indicar condensação de alcatrão quanto a precipitação de 
sulfeto de chumbo. Uma maneira simples de se saber se a mancha é devida a um ou a 
outro é substituir, alternadamente, durante a reação, um papel úmido de acetato de 
chumbo e um outro só com água. No caso de ser alcatrão ambos os papéis ficam 
castanhos. No caso de ser H2S só o com o acetato de chumbo se colore. Feigl (1966a) 
recomenda o uso de uma pequena quantidade de MnO2 junto com os reagentes de 
pirólise para destruir este alcatrão. 
2. A quantidade de alcatrão que se forma diminui quando se diminui a quantidade de 
substância nos ensaios que envolvem pirólise, de forma que é sempre conveniente, 
nestes ensaios, usar-se a menor quantidade possível de amostra. Daí a recomendação 
para que se usem quantidades “do tamanho de um grão5 de mostarda” neste tipo de 
análise. Por outro lado, quanto maior a quantidade de reagente maior a probabilidade de 
se eliminar o alcatrão e daí a recomendação de que se use uma cobertura farta de 
reagente puro sobre a mistura amostra-reagente. 
3. O aquecimento do tubo deve ser feito sempre de cima para baixo, a partir do topo da 
camada do reagente puro; este procedimento tem por objetivo permitir que mesmo as 
substâncias mais voláteis entrem em contato com o reagente na temperatura de pirólise e 
que sejam, portanto, transformadas nos produtos desejados. 
4. A reação dos produtos de pirólise no papel-reagente se apresenta com um círculo 
homogêneo na direção e do diâmetro da boca do tubo de reação. Esta informação ajuda 
muitas vezes a se decidir se um dado ensaio é positivo para a amostra ou se a 
modificação da cor do reagente no papel foi devida à projeção de reagentes (quando se 
observam pontos de reação ao invés do circulo uniforme), se foi devida a partículas de 
reagentes nos bordos do tubo ou ainda se foi devida à oxidação do reagente pelo ar 
(muito comum com a �-naftilamina do reagente de Griess). 
5. O papel-reagente não deve ser deixado secar. Isto porque a maior parte das reações se 
passa melhor (ou só se passa) em solução, e muitas delas dependem de água como co-
reagentes (veja a hidrólise do sulfeto de carbonila na identificação da amostra por 
pirólise com oxalato de cálcio). 
 
Um outro grupo de ensaios que atende bem aos requisitos estabelecidos anteriormente para 
os ensaios dos elementos é a mineralização com sódio metálico, conhecido como ensaio de 
 
5
 A unidade de volume grão (adjetivado) para designar a quantidade (volume) de amostra ou de reagente a serem usados 
nos ensaios é a forma mais simples de comunicar ao aluno a quantidade que se deve tratar. Como os ensaios são todos 
muitos sensíveis, a quantidade de amostra a ser usada pode ser bem pequena. Pesar 1-10 mg de amostra para cada 
ensaio não é muito prático e nem necessário. Indicar uma “ponta de espátula” de amostra parece, por outro lado, ser 
uma indicação grosseira da quantidade de amostra a ser usada. O grão (de mostarda, de alpiste, de arroz, etc) parece ser 
uma unidade de volume imediatamente reconhecível por qualquer pessoa e compatível com a precisão desejável (veja 
também Middleton, 1935). 
Lassaigne (Lassaigne, 1843). Na pirólise com sódio metálico o nitrogênio orgânico é transformado 
em cianeto, o enxofre em sulfeto ou tiocianato (no caso da sustância conter simultaneamente 
enxofre e nitrogênio) e os halogênios em halogenetos. 
Embora os ensaios de Lassaigne sejam excelentes no que toca à confiança nos resultados 
obtidos, procura-se restringir seu uso em laboratório aos alunos, pelos perigos envolvidos na 
manipulação do sódio metálico nas condições do ensaio (veja procedimento no 2). 
Uma variante deste processo procura contornar os problemas do uso direto do sódio 
metálico utilizando a mistura carbonato de potássio-magnésio, em uma proporção de 2:1 
(Castellana, 1906 e Baker & Barkenbue, 1937). Esta mistura quando aquecida ao rubro, se 
comporta como um metal alcalino no estado elementar e, com isso, é capaz de realizar as mesmas 
transformações descritas no ensaio de Lassaigne. 
Middleton (1935) propôs o uso a mistura carbonato de sódio anidro-zinco (em pó) que diz 
apresentar vantagens sobre os ensaios de Lassaigne e de Castellana. Sendo o zinco menos reativo 
que o sódio e o magnésio, a reação é menos perigosa e transcorre mais tranqüilamente. No entanto, 
uma grande vantagem destemétodo com relação aos outros dois talvez seja a de evitar a 
interferência do nitrogênio atmosférico. Como nos ensaios anteriores, o nitrogênio é transformado 
em cianeto, o enxofre em sulfeto e os halogênios em halogenetos. 
 
ENSAIOS DE LASSAIGNE 
 
PROCEDIMENTO GERAL (no 2) 
(a) Com sódio metálico 
Em um microtubo coloca-se uma quantidade de amostra do tamanho de um grão de 
mostarda. Inclina-se o tubo, e coloca-se na parede, na altura do meio do tubo, um pedaço de sódio 
metálico do tamanho de um grão de arroz. Aquece-se sódio até que esteja fundido e inclina-se o 
tubo para que escorra para o fundo e entre em contato com a amostra. Neste ponto, o tubo é 
aquecido ao rubro e, ainda neste estado mergulhado em um becher de 50 mL com 10 mL de água 
(esta operação deve ser feita com muito cuidado em capela e com óculos de segurança). O tubo se 
estilhaça, o excesso de sódio é consumido pela água e os sais de sódio formados passam para a 
solução. O produto é então fervido por 3 minutos e filtrado. No filtrado, que deve se apresentar 
límpido e claro (se a solução se apresentar turva e/ou escura é indicação de que a mineralização não 
foi suficiente e deve, portanto, ser repetida com nova amostra) realizam-se os ensaios para 
nitrogênio (cianeto), enxofre (sulfeto ou tiocianato) e halogênios (halogenetos). 
 
(b) Com carbonato de potássio anidro-magnésio 
A amostra, na quantidade de um grão de mostarda, é misturada intimamente com o reagente 
carbonato de potássio anidro-magnásio na proporção de 1:10, e colocada no fundo do microtubo. 
Esta mistura é recoberta por uma camada de 1 cm do reagente. Aquece-se o tubo com um 
microcombustor, a começar pela parte de cima do reagente. até que o tubo fique rubro. O 
aquecimento é trazido então para o fundo do tubo até que toda a região que contém a amostra e o 
reagente fique rubra. Neste ponto o tubo é mergulhado em 10 mL de água contidos em um becher 
de 50 mL (esta operação deve ser feita com muito cuidado em capela e com óculos de segurança). 
O tubo se estilhaça, e a solução é então fervida por 3 minutos e filtrada. No filtrado são os ensaios 
para nitrogênio (cianeto), enxofre (sulfeto ou tiocianato) e halogênios (halogenetos). 
 
A literatura química registra também o uso de magnésio puro ou em liga com alumínio 
(magnálio) na identificação dos elementos das substâncias orgânicas (Pereira, 1915). Neste ensaio o 
nitrogênio é convertido em azida, que é posteriormente hidrolisada a amoníaco. O oxigênio é retido 
sob a forma de óxido de magnésio (básico). 
 
IDENTIFICAÇÃO DE CARBONO 
A necessidade de identificação de carbono só existe em casos especiais, quando se trata de 
determinar se uma substância é orgânica ou não, ou na detecção da presença de matéria orgânica 
como impureza. 
A produção de ácido cianídrico gasoso, obtido da nitrização do carbono da amostra em 
processo de pirólise, tende perfeitamente às necessidades de um processo específico de 
identificação de carbono. O reagente deve ser uma fonte capaz de fornecer nitrogênio a toda forma 
de carbono orgânico, para produção de ácido cianídrico. 
Esta nitrização é espontânea em processos de pirólise de muitas substâncias orgânicas 
nitrogenadas que contém a ligação carbono-nitrogênio tervalente; há formação de ácido cianídrico 
diretamente, detectável com facilidade nos gases de pirólise. 
Entre os reagentes de nitrização que tem sido recomendado na literatura figuram a azida de 
sódio (Mueller, 1971), amida de sódio (Mamose, 1958), sais de amônio e cloreto aminomercúrico 
(Caldas e Gentil, 1959); este último é o mais indicado para a utilização da técnica microquímica. 
Em qualquer dos casos, o verdadeiro agente nitrizante parede ser um radical imino, capaz de 
ocorrer na decomposição pirolítica de todos os compostos mencionados acima. Uma proposta das 
possíveis transformações que se passam estão descritas no esquema 3, abaixo6. 
pi
HgNH2Cl HgNH + HCl
pi
Hg + NH
(radical imino)
Hg + NH
 
Esquema 3: Reação de produção de radical imino 
 
A formação do ácido cianídrico resultaria da reação desse radical imino com o carbono da 
substância orgânica (esquema 4). 
C Org NH+ pi HCN + op
 
Esquema 4: Produção de HCN pela reação pirolítica de um composto orgânico com o radical imino. 
 
O ácido cianídrico formado pode ser reconhecido nos gases de pirólise por meio do reagente 
acetato de cobre-acetato de benzidina. 
 
6
 O símbolo pi, quando usado nestas equações químicas indicam que a reação se passa em condições de pirólise. 
Neste reagente, o potencial de oxidação do íon cobre II não é suficiente para oxidar a 
benzidina. O ácido cianídrico, em contato com a solução de cobre II, reage formando um cianeto 
cúprico intermediário, instável. Neste composto o potencial de oxidação do íon cobre é 
consideravelmente aumentado, e ele mesmo, ou o cianogênio que poderia se formar, é então capaz 
de promover a oxidação ao azul de benzidina (esquema 5). 
 
Cu+2 + 2 CN- (Cu(CN2)) 1/2 Cu2(CN)2 + 1/2 (CN)2 
NH22 H2N + Cu2(CN)2 (ou (CN)2 )
NHHN
NH2H2N
(azul)
+ op
 
Esquema 5: Reação de caracterização do HCN liberado na pirólise de compostos orgânicos. 
 
 A pirólise feita em meio oxidante (pirólise oxidativa) que usa como reeagente o óxido de 
cobre II, cromato de chumbo, etc., também atende às características exigidas para um processo de 
identificação de carbono. Forma-se ddióxido de carbono que é identificado pela precipitação de 
carbonato de bário de uma solução de hidóxido de bário. As seguintes reações representam o 
processo (esquema 6). 
CO2 + oppiC Org + CuO
CO2 + Ba(OH)2 BaCO3 + H2O
 
Esquema 6: Análise elementar de carbono por pirólise oxidativa. 
 
 Muito embora a reação com o óxido de cobre II seja a de uso na determinação quantitativa 
de carbono, um ensaio qualitativo para microquantides de CO2 é bastante delicado e isto restringe 
sua utilização. 
 
PROCEDIMENTO (no 3) 
 Em microtubo, mistura-se intimamente a amostra com o cloreto iminomercúrico ou com 
uma mistura de cloreto de amônio-óxido de mercúrio II (5 partes de cloreto de amônio para uma 
parte de óxido de mercúrio). Aquece-se fortemente a mistura e recebem-se os vapores em papel 
umidecido de uma solução recém-preparada de partes iguais do reagente acetato de benzidina com 
o reagente acetato de cobre II. O aparecimento de uma mancha azul indica a presença de HCN nos 
gases de pirólise. 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DE HIDROGÊNIO 
A identificação de hidrogênio em substâncias orgânicas é de caráter secundário porquanto a 
quase totalidade dos compostos orgânicos contém este elemento. 
Os ensaios específicos de identificação de hidrogênio baseiam-se na produção de água ou de 
gás sulfídrico, por pirólise reativa da substância orgânica. 
 A formação de água é obtida por aquecimento da substância orgânica com óxido de cobre, 
óxido de chumbo IV, etc. Conquanto seja um ensaio específico, a detecção microquímica dos 
vapores da água que se forma é um problema difícil. mais adaptável à técnica microquímica à a 
obtenção do gás sulfídrico. 
 É bem conhecido que a simples fusão de parafinas com enxofre elementar fornece gás 
sulfídrico em abundância para ser usado como uma ppequena fonte deste composto. Este efeito 
pode ser utilizado para a identificação de hidrogênio (Feigl & Jungreis, 1958). O processo de 
desidrogenação pirolítica pode ser obtiddo, também, aproveitando-se o efeito que apresentam 
alguns persulfetos naturais de cederem seu átomo de enxofre “lábil” quando aquecidos (Costa 
Neto, 1958). É o caso, por exemplo, da pirita (FeS2), que a 400oC libera seu enxofre “lábil” 
(esquema 7). Este enxofre elentar formado a temperatura elevada é altamente reativo (veja o 
conceito de piro-reações de Feigl (1966a)). 
FeS2 FeS + S
400oCEsquema 7: Liberação do hidrogênio “labil” da pirita 
 
 Embora a pirita mantenha-se estável ao aquecimento até temperaturas de 400oC, já a 
temperaturas de 300-400oC, quando começa a ocorrer o craqueamento e pirólise de substâncias 
orgânicas, o enxofre lábil da pirita possui elevado grau de reatividade, de tal forma que quando é 
aquecida em sistema com matéria orgânica que contenha hidrogênio, promove sua desidrogenação e 
forma com facilidade H2S (esquema 8) 
 
+ SH Org pi H2S + op
 
Esquema 8: Formação a partir de um composto orgânico e enxofre elementar 
 
 O gás sulfídrico formado pode ser reconhecido por um papel úmido de acetato de chumbo 
ou de nitroprussiato de sódio alcalino: no primeiro caso forma-se uma mancha castanhi-escura de 
sulfeto de chumbo e no segundo uma mancha violeta (esquema 9). 
 
(cast. escuro)
PbS + 2 AcOH(AcO)2Pb + H2S
H2S + [Fe(CN)5NO].Na2 + 2 NaOH [Fe(CN)5NOS].Na4 + 2 H2O
(violeta)
 
Esquema 9: Reações de caracterização de H2S proveniente de hidrogênio em composto orgânico e 
enxofre “labil” da pirita. 
 
PROCEDIMENTO (no 4) 
 Em microtubo, coloca-se uma mistura íntima de amostra com enxofre em pó ou com pirita 
granulada fina (a pirita deve ter sido moída recentemente, uma vez que sua exposição prolongada ao 
ar oxida sua superfície, inativando-a). A mistura é pirolizada e os vapores recebidos em papel 
umidecido com uma gota do reagente acetato de chumbo ou do reagente nitroprussiato de sódio, 
ao qual se acrescentou uma gota de hidróxido de sódio 5% p/v. O aparecimento de uma mancha 
castanha no primeiro caso ou violeta no segundo indica a presença de H2S nos gases de pirólise, e 
conseqüentemente de hidrogênio no composto em questão. Nota-se que a mancha violeta com 
nitroprussiato é muito fugaz e permanece pouco tempo no papel. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE OXIGÊNIO (para amostras líquidas): 
Conquanto o oxigênio seja um dos elementos presentes em maior freqüência nas moléculas 
orgânicas, não se dispões de nenhum ensaio específico direto para a sua identificação, que atenda as 
características essenciais a que um ensaio de análise elementar qualitativa formalmente deve 
obedecer. A identificação de oxigênio em moléculas orgânicas é normalmente feita através da 
identificação de grupos funcionais em que esteja presente (-OH, -NO2, -CO2H etc). Baseado, 
entretanto, na capacidade de coordenação dos pares de elétrons não ligantes presentes nestes 
grupos, é possível estabelecer um método que permite verificar a presença de oxigênio em líquidos 
orgânicos. 
O uso de iodo como sonda da presença de compostos oxigenados líquidos, é baseado no 
conhecimento de que, em solventes oxigenados, o iodo se dissolve com cor castanha (esquema 10), 
enquanto que hidrocarbonetos ou em derivados halogenados ele se dissolve com cor violeta (Picard, 
1922). Este ensaio só é realmente válido para líquidos puros, em que se incluem, obviamente, 
sólidos fundidos. 
 
O+
I I-
O+
I I-
+ I2O
cor castanha
 
 
Esquema 10: Caracterização de oxigênio por dissolução de iodo molecular. 
 
PROCEDIMENTO (no 5) 
Um microcristal de iodo é dissolvido em uma gota de amostra contida em um microtubo. 
Compostos oxigenados dissolvem o iodo com cor castanha enquanto os hidrocarbonetos saturados 
ou seus derivados halogenados o dissolvem com cor violeta. Alguns hidrocarbonetos aromáticos 
solvatam o iodo com cor intermediária entre o castanho e o violeta. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE NITROGÊNIO. 
Dos processos pirolíticos que conduzem à identificação de nitrogênio, o mais simples e de 
grande especificidade é o da liberação de amoníaco pela calcinação da amostra com óxido de cálcio 
(Faraday, 1843). 
A pirólise de muitas substâncias orgânicas que contém nitrogênio tervalente conduz à 
formação de ácido cianídrico. Se esta mesma pirólise for conduzida em presença de cal (ou cal-
sodada), forma-se amoníaco. Isto faz supor, em princípio, que a base conduza à formação do 
cianeto e que hidrólises sucessivas (piro-hidrólises) levem finalmente ao amoníaco (esquema 11). 
 
pipi NH3 + opCa(CN)2 + H2O + CaOOrgN
+ op
 
Esquema 11: Produção de amônia a partir de composto orgânico nitrogenado e CaO 
 
Algumas classes de composto, no entanto, podem não formar amoníaco como produto da 
pirólise descrita acima. Os nitro-compostos, por exemplo, podem levar a formação preferencial do 
dióxido de nitrogênio. Este inconveniente pode ser contornado se a pirólise for realizada em meio 
redutor, com o acréscimo de zinco em pó à cal-sodada (Bennet et al., 1947) (esquema 12) 
 
pi NH3 + op+ (CaO.3NaOH + Zn)NO2 Org
 
Esquema 12: Produção de amônio a partir de composto orgânico nitrogenado e cal sodada-Zn. 
 
 A identificação do amoníaco formado é feita de preferência com papel umidecido com uma 
solução de Nessler (K2(HgI4)). Em presença do amoníaco, forma-se um precipitado castanho de 
HgINH2HgI2. A reação é de grande sensibilidade e especificidade. O reconhecimento de NH3 pode 
ser feito também com o reagente Ag+-Mn++ que, como um indicador ácido-base, detecta o caráter 
básico da amônia pela precipitação de cor castanha a negra da mistura prata elementar-dióxido de 
manganês (esquema 13). 
 
Ag+ + Mn++ + 4OH- Ago + MnO2 + 2 H2O
(negro) (castanho)
 
Esquema 13: Caracterização de nitrogênio, sob a forma de amônia, pelo reagente prata-manganês. 
 
PROCEDIMENTO (no 6) 
Em microtubo, mistura-se intimamente a amostra com a mistura constituída de cal-sodada e 
zinco em pó (3:1). Recobre-se com mais uma camada de reagente e calcina-se. Recebem-se os 
vapores em papel de filtro embebido do reagente de Nessler, do ragente prata-manganês ou papel de 
tornassol vermelho umidecido com água destilada. O aparecimento de uma mancha castanha 
alaranjada no primeiro caso, negra no segundo ou vermelha no terceiro, indica a presença de 
amoníaco nos gases de pirólise. 
 Há casos em que a pirólise alcalina (redutora) libera produtos voláteis (formaldeído, por 
exemplo) que não sofrem decomposição nas condições de pirólise do método. Quando isto ocorre, o 
reagente de Nessler é reduzido a mercúrio elementar, negro, e o reagente prata-manganês a prata 
elementar, também negra. A presença de H2S nos gases de pirólise também produz um precippitado 
de sulfeto de prata, preto. Por estes motivos, é sempre conviniente preceder o uso do reagente prata-
manganês de um ensaio com o reagente nitrato de prata. No caso de resposta positiva (formação de 
mancha preta) outro ensaio para nitrogênio deve ser emppregado, seja a pirólise oxidante, seja o 
ensaio de Lassaigne (discutido mais adiante). 
 Substâncias nitrogenadas orgânicas copirolizadas com MnO2 produzem óxidos de 
nitrogênio, que em contato com a água produzem ácido nitroso (Gol’braikl, 1937). O HNO2 pode 
ser identificado especificamente, e com grande sensibilidade, pelo reagente de Griess, que é 
constituído por uma mistura de ácido sulfanílico e �-naftilamina. A presença de ácido nitroso é 
identificada por mancha carmim que se forma no papel-reagente. 
 �-naftilamina está hoje colocada entre os reagentes cujo uso deve ser evitado pelas 
propriedades carcinogênicas que apresenta. Sua substituição pela dimetilanilina em nada modifica a 
sensibilidade do método, apenas a cor muda um pouco mais para o vermelho. 
 
PROCEDIMENTO (no 7) 
Em microtubo, coloca-se uma quantidade de amostra do tamanho de um grão de mostarda 
em mistura íntima com 10 vezes seu volume de dióxido de manganês. Recobre-se a mistura com 
uma camada de 1 cm de reagente. Pirolisa-se a mistura com chama de um microcombustor, 
começando-se pela parte superior do reagente e na medida que o reagente atinge o rubro, a chama é 
deslocada na direção da amostra. Os vapores produzidos são recebidos em um papel embebido do 
reagente de Griess. O aparecimentode uma mancha violeta (com a �-naftilamina) ou vermelha 
(com a dimetilanilina) indica a presença de HNO2 nos gases de pirólise e, conseqüentemente, de 
nitrogênio na amostra. É muito impostante observar o branco deste ensaio, que muito 
freqüentemente dá reação positiva, às vezes forte. Isto pode ser devido à presença de nitrato no 
vidro ddo tubo de reação ou à presença de compostos nitrogenados adsorvidos no reagente. No 
segundo caso, um aquecimento do MnO2 em cadinho aberto, em mufla a 600oC por 3-4 horas 
geralmente “limpa” o reagente das impurezas. 
 No reconhecimento de nitrogênio pelo ensaio de Lassaigne a amostra é pirolisada com sódio 
metálico ou com a mistura carbonato de potássio-magnésio (esquema 14); o nitrogênio, 
transformado em cianeto, pode ser reconhecido com o reagente cobre II-benzidina. 
N Org CN- + oppi
Na
ou
K2CO3 + Mg
+
 
Esquema 14: Reconhecimento de nitrogênio pelo ensaio de Lassaigne. 
 
PROCEDIMENTO (no 8) 
A mineralização é feita segundo o Procedimento Geral no 2. Uma gota do filtrado é 
colocada em um microtubo e tratada com uma gota do reagente cloreto férrico e uma gota de ácido 
acético glacial. O aparecimento de uma cor vermelho sanguínea indica a presença simultânea de 
nitrogênio e enxofre (tiocianato férrico). Em caso negativo, uma gota é colocada em um outro 
microtubo, uma gota do ácido acético glacial é adicionada, cobre-se imediatamente a boca do tubo 
com um papel embebido do reagente cobre II-benzidina (veja o procedimento no 2) e aquece-se o 
tubo em banho-maria. Uma cor azul no papel indica a presença de HCN (Cuidado:extremamente 
tóxico) e conseqüentemente de nitrogênio na amostra original. No caso do ensaio ser negativo, 
concentra-se o filtrado inicial em um pequeno volume e repete-se o ensaio. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE ENXOFRE. 
A pirólise de grande parte das substâncias orgânicas sulfuradas produz gás sulfídrico. 
Sulfonas, entretanto, produzem dióxido de enxofre enquanto que sais de ácidos sulfônicos 
produzem sulfito, sulfato, dentre outros. 
Se, no entanto, a pirólise for feita em meio redutor, todas as modalidades de enxofre 
orgânico respondem positivamente à formação de gás sulfídrico (por hidrogenólise) ou sulfeto de 
carbonila (por carbonilólise), quais sejam sulfetos, tióis, sulfonas, ácidos e sais de ácidos sulfônicos, 
sulfonamidas, dentre outras. 
Formiato de sódio pode ser usado como agente de hidrogenação (Feigl & Costa Neto, 1966). 
A 300oC ele se decompõe com liberação de hidrogênio nascente capaz de promover a hidrogenólise 
dos compostos sulfuraddos a H2S (esquema 15). 
 
H2S + opS-Org + 2 H
2H + Na2CO3
100oC2 HCOONa
pi
 
Esquema 15: Hidrogenólise de compostos orgânicos sulfurados a H2S 
 
 A identificação do H2S formado é feita por meio de precipitação do sulfeto de chumbo, 
castanho-escuro (esquema 16). 
 
(cast. escuro)
PbS + 2 AcOH(AcO)2Pb + H2S
 
Esquema 16: Caracterização do H2S produzido após a hidrogenólise de compostos sulfurados. 
 
 O gás sulfídrico pode ser também caracterizado por nitroprussiato de sódio em meio 
alcalino, que fornece um produto de cor violeta e que desaparece rapidamente após a sua formação 
(esquema 17). 
 
[Fe(CN)5NO].Na2 + H2S [Fe(CN)5NOS)].Na4
(violeta)
 
Esquema 17: Caracterização de H2S por nitroprussiato de sódio. 
 
 A copirólise com oxalato de cálcio pode também ser usada (Goldstein & Libergott, 1962). 
Neste caso forma-se provavelmente oxissulfeto de carbono, que em contato com uma solução de 
acetato de chumbo forma sulfeto de chumbo (esquema 18). 
 
S Org + (COO)2Ca pi COS + op
(AcO)2Pb PbS + op
(cast. esc.)
 
Esquema 18: Caracterização de enxofre orgânico por carbonilólise. 
 
PROCEDIMENTO (no 9) 
A substância a analisar é misturada intimamente com formiato de sódio ou com oxalato de 
cálcio e colocada em um microtubo. Recobre-se a mistura com uma camada de reagente (1 cm 
aproximadamente) e aquece-se com microchama; o aquecimento deve ser levado até a carbonização 
dos reagentes e da amostra; os gases são recebidos em papel úmido do reagente acetato de chumbo 
ou do reagente nitroprussiato de sódio com hidróxido de sódio 5%(p/v). O aparecimento de mancha 
castanha no primeiro caso e violeta no segundo indica a presença de H2S nos gases de pirólise e de 
enxofre na amostra original. 
 Embora os ensaios para enxofre descritos anteriormente sejam excelentes, há ainda que 
discutir a identificação de enxofre pelo ensaio de Lassaigne. Nos compostos orgânicos sulfurados 
que também contenham nitrogênio, o enxofre mineralizado fica sob a forma de tiocianato, que pode 
ser identificado pela cor vermelha sanguínea que se forma pela combinação com sais férricos 
(tiocianato férrico). 
 No caso da amostra conter enxofre mas não nitrogênio, o produto de mineralização é o 
sulfeto, que pode ser identificado por meio da reação com sais de chumbo II (cor castanha-escura de 
sulfeto de chumbo). 
 
PROCEDIMENTO (no 10) 
Uma gota do filtrado do ensaio de Lassaigne (procedimento geral no 2) é colocada em um 
microtubo. Adiciona-se então, uma gota de ácido acético glacial e do reagente cloreto férrico. O 
aparecimento de uma cor vermelho sanguínea é indicação da presença simultânea de enxofre e 
nitrogênio na amostra. Em caso negativo, são adicionadas a outro microtubo, uma gota do filtrado 
de Lassaigne e uma gota do ácido acético glacial. O tubo é coberto com papel embebido com o 
reagente acetato de chumbo, e aquecido em banho-maria. O aparecimento de uma cor castanha 
escura no papel reagente (PbS) indica a presença de enxofre na amostra. Este ensaio é muito 
sensível. No caso do ensaio ser negativo, no entanto, pode concentrar o filtrado de mineralização a 
um volume mínimo e repetir o ensaio descrito acima. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE HALOGÊNIOS (Cl, Br e I) 
A reatividade química entre os halogenetos orgânicos varia consideravelmente de um 
halogênio para outro. Para um mesmo halogeneto orgânico esta reatividade também pode variar 
drasticamente com relação à sua estrutura. Desta forma, muitos compostos iodados se decompõem 
quase que expontaneamente para formar iodo elementar, enquanto que derivados fluorados, como o 
teflon, são inertes à maioria dos reagentes químicos; os compostos clorados e bromados cobrem 
toda a faixa de reatividade entre estes limites. Por outro lado, compostos clorados benzilicos ou 
alílicos reagem instantaneamente com uma solução de nitrato de prata, com precipitação de cloreto 
de prata, enquanto que derivados aromáticos (clorobenzeno, por exemplo) são totalmente inertes 
frente a este reagente. 
A mineralização dos halogenetos orgânicos através de pirólise reativa (alcalina ou com 
sódio metálico) é um dos caminhos que permite a sua identificação nos vários ambientes químicos 
em que são encontrados, e vem atender, portanto, aos requisitos fundamentais da análise elementar 
orgânica. 
A combustão úmida de substâncias orgânicas é outro processo adequado à identificação de 
halogênios (exceto flúor). Neste ensaio a matéria orgânica é transformada em CO2 e H2O e 
halogênio elementar, por combustão com mistura sulfocrômica (esquema 19). 
 
halg-Org + (H2SO4.CrO3) 100
oC halg2 + op
 
Esquema 19: Formação de halogênio molecular por combustão úmida de halogeneto orgânico. 
 
Os halogênios na fase gasosa podem ser identificados inespecificamente (como halogênios) 
ou especificamente como cloro, bromo ou iodo. 
 Se houver excesso de mistura sulfocrômica, os derivados iodados vão a ácido iódico, que 
não é volátil. Nestas condições de reação (excesso de oxidante) só se obtém halogênio elementar 
com derivados clorados e/ou bromados. 
 
I-Org + execesso de sulfocrômica HIO3 + op
 
Esquema 20: Reação de iodeto orgânico com excesso de agente oxidante. 
 
É muito importante portanto, que na busca de derivadosiodados haja uma maior 
preocupação com a proporção substrato-reagente (veja o procedimento no 11). 
Os reagentes utilizados para a identificação não-específica dos halogênios são: 
 
 (a) Reagente iodeto-amido 
 Este reagente é muito sensível a substâncias oxidantes; isto acarreta em uma desvantagem 
com relação a sua especificidade para os halogênios. O próprio oxigênio do ar pode oxida-lo, 
embora lentamente (esquema 21). 
 
halg2 + iodeto-amido iodo-amido + halg-
 
Esquema 21: Caracterização inespecífica para halogetos orgânicos pelo reagente iodeto-amido. 
 
(b) Reagente fluoresceína-brometo 
É um bom reagente para a identificação de cloro e bromo; baseia-se na formação de eosina 
(tetrabromofluoresceína), de cor carmim, pela reação de bromo elementar com a fluoresceína 
(amarela). Cloro não reage com fluoresceina, mas é capaz de oxidar o brometo do reagente a bromo 
molecular, que então reage com a fluoresceína (esquema 22). A tetraiodofluoresceína (eritrosina) é 
um produto carmim com um tom arroxeado que se forma mais dificilmente pelo contato direto dos 
vapores de iodo com o pael embido de uma solução de fluoresceína (ou fluoresceína-brometo) 
(esquema 23). 
 
Br2 + 2Cl-Cl2 + 2Br-
(fluoresceína: amarela) (eosina: carmim)
O
O
OHOH
+ 2 Br2
O
O
OHOH
Br Br
Br Br
+ 4 HBr
 
Esquema 22: Caracterização de halogênio pelo reagente fluoresceína-brometo. 
 
O
O
OHOH
+ 2 I2
O
O
OHOH
I I
I I
+ 4 HI
(eritrosina: carmim)
 
Esquema 23: Caracterização de iodo pelo reagente fluoresceína. 
 
(c) Reagente tiocetona de Michler 
 A tiocetona de Michler se oxida a um produto de cor azul na presença de cloro, bromo ou 
iodo (esquema 24) 
 
C
S
Me2N NMe2 + halg2 C
S
Me2N NMe2.2 halg- + op
++
 
Esquema 24: Reação de caracterização de halogênios pela tiocetona de Michler 
 
 A identificação específica dos halogênios pode ser feita pelos seguintes métodos: 
 
 Cloro pode ser identificado especificamente pelo Reagente de Villier (anilina + o-
toluídina); os outros halogênios não reagem (esquema 25). 
 
NH2
+
NH2
Cl2
NH2
NH2.Cl
azul arroxeado
+ op
 
Esquema 25: Identificação de cloro pela reação com o reagente de Villier. 
 
 Bromo pode ser específicamente identificado através de dois reagentes: 
a) Reagente fluoresceína, que como já foi mencionado anteriormente, conduz à eosina 
pela ação do bromo molecular. O cloro não reage e o iodo muito lentamente (não reage 
nas condições especificadas no procedimento experimental). 
b) Reagente de Schiff (fuccina descorada), de uso na identificação de aldeídos, pode ser 
usado como especificamente para caracterização de bromo, pois este elemento, e só ele 
produz uma cor azul. A estrutura do produto é desconhecida. 
 
 
C
SO3H
NH2 NHSO2H
NH2
(fuccina descorada - Reagente de Schiff )
CX-.H2N+
(fuccina: cor fucsia)
(incolor)
 
 Iodo reage especificamente com amido com formação de um produto azul, cuja estrutura 
Schlenk J. (1969) atribui a um aduto entre o iodo e a cadeia espiralada de unidades de glicose, 
constituintes do amido. 
 
PROCEDIMENTO (no 11) 
Em um micro tubo coloca-se uma quantidade de amostra do volume de um grão de alpiste e 
sobre ele, uma ponta de espátula de dicromato de sódio (p/ cloro e/ou bromo) ou uma gota do 
reagente dicromato de potássio (para iodo). Colocam-se em seguida 5 gotas de ácido sulfúrico 98 
p%v e aquece-se o tubo em banho-maria. Os vapores do halogênio formado são recebidos em papel 
umedecido com o reagente escolhido conforme a tabela 2 abaixo. 
 
Tabela 2: Reagentes usados na caracterização elementar de halogênios 
 
Halogênio 
 
 
Reativo 
 
Cor 
 
Geral 
Iodeto-amido 
Fluoresceína-brometo 
Tiocetona de Michler 
Azul 
Carmim7 
Azul 
Cloro Villier Azul arroxeado 
Bromo Fluoresceína 
Schiff 
Carmim 
Azul 
Iodo Amido Azul 
 
 A experiência mostra que o cloro molecular se forma depois da combustão da matéria 
orgânica a CO2 e H2O, de forma que deve se esperar uns 3-5 minutos depois de todos os reagentes 
 
7
 A reação com iodo é mais difícil de ocorrer nas condições do ensaio. Entretanto os vapores de iodo podem condensar 
no papel-reagente conferindo-lhe uma cor castanho-escura. Se isto correr pode-se tratar a mancha com uma gota de uma 
solução de tiossulfato de sódio 0,01 M. A cor castanha desaparece e deixa aparecer no papel uma mancha fraca, 
carmim, da eritrosina. 
terem sido adicionados e aquecidos, além de se usar um grande excesso de dicromato para se 
verificar o aparecimento do halogênio. Já o iodo, ao contrário, é o primeiro a se oxidar. Como ele 
não resiste ao excesso de oxidante, é importante usar uma pequena quantidade de dicromato. Daí se 
usar, para a identificação de iodo, uma gota de uma solução saturada de dicromato de potássio. Este 
sendo pouco solúvel em água (4,9 p%v), limita automaticamente o teor do oxidante. Para a 
identificação de cloro e bromo pode se usar o dicromato de sódio na forma de solução concentrada 
(100p%v) ou mesmo puro. Uma vez que o halogênio começa a se formar, a sua produção se 
prolonga por alguns minutos, o que permite que tanto a identificação inespecífica quanto a 
específica possam ser feitas no mesmo ensaio, bastando para isso que se substituam, 
sucessivamente, os papéis-reagentes. 
 
 Note-se que a verificação do branco neste ensaio é de particular importância porque muitas 
vezes o dicromato, mesmo no grau “puro para análise”, tem impurezas de cloreto em quantidade 
suficiente para dar resposta positiva. Se este for o caso, ele deve ser recristalizado. 
 Os halogênios resultantes da mineralização pelo ensaio de Lassaigne podem ser 
identificados no filtrado pela precipitação de halogenetos de prata (solução ácida). A presença de 
sulfeto ou de cianeto pode interferir no ensaio, no entanto. Melhor é oxidar o halogeneto a 
halogênio e proceder à identificação conforme descrito anteriormente. 
 
PROCEDIMENTO (no 12) 
Uma gota do filtrado da mineralização do ensaio de Lassaigne (Procedimento geral no 2) é 
neutralizada com ácido nítrico e tratada com uma gota do reagente nitrato de prata. O 
aparecimento de um precipitado amarelo indica a presença de bromo ou iodo. Um precipitado 
branco pode ser indicativo de cloreto ou de cianeto. 
 
PROCEDIMENTO (no 13) 
Uma gota do filtrado da mineralização do ensaio de Lassaigne (Procedimento geral no 2) é 
tratada em microtubo com uma gota do reagente dicromato de potássio e 5 gotas de ácido sulfúrico 
98 p%v. Opera-se como no procedimento no 10. No caso do ensaio der muito fraco ou inexistente é 
conveniente concentrar o filtrado a um pequeno volume e voltar a repeti-lo. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE FLUOR 
Fluor é identificado nas substâncias orgânicas através de sua mineralização a fluoreto, seja 
pelo ensaio de Lassaigne ou por pirólise com óxido de cálcio. Em qualquer dos casos a 
identificação pode ser feita pela decomposição do complexo de alizarina com zircônio que o 
fluoreto é capaz de promover; o reagente de cor violeta passa a amarelo, uma vez que o fluoreto 
complexa mais fortemente os íons de zircônio do que a alizarina (esquema 26). 
O
O
Zr
O
OH
+ 6 F-
O
OHO
OH
+ (ZrF6)-2
violeta amarelo
 
Esquema 26: Reação de identificação elementar de fluor. 
 
PROCEDIMENTO (no 14) 
A amostra é mineralizada segundo o Procedimento Geral no 2 (Ensaios de Lassaigne) ou 
misturada, em um microtubo, com 10 vezes o seu volume com óxido de cálcio e pirolizada ao 
rubro. Após esfriar, o produto de reação é dissolvido por HCl concentrado e tratado uma gota do 
reagente alizarinato de zircônio. A passagem da cor violeta do reagente para o amarelo é indicação 
da presença de flúorna amostra. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE FÓSFORO 
A identificação de fósforo em substâncias orgânicas é feita através de sua mineralização a 
fosfato, seja por via de sódio metálico (ensaio de Lassaigne) seja por pirólise com cal (Feigl 1966a). 
Em qualquer dos casos o fosfato formado é identificado através da formação de fosfomolibidato que 
é capaz de oxidar a benzidina ao azul de benzidina. 
 
PROCEDIMENTO (no 15) 
A amostra é mineralizada segundo o Procedimento Geral no 2 (Ensaios de Lassaigne) ou 
misturada, em um microtubo, com 10 vezes o seu volume com óxido de cálcio e pirolizada ao 
rubro. O produto da reação é transferido para uma placa de toque e dissolvido com ácido nítrico 2 N 
e a seguir tratado com uma gota do reagente molibdato de amônio. Após 2 minutos adiciona-se ao 
meio, uma gota do reagente acetato de benzidina e neutraliza-se com amônia. O aparecimento de 
uma cor azul indica a presença de fósforo na amostra. 
 
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PARTE III - ENSAIOS DE ANÁLISE FUNCIONAL 
 
 
HIDROCARBONETOS 
 
ALCENOS E ALCINOS 
 
ENSAIO DE BROMO EM TETRACLORETO DE CARBONO 
 
A caracterização do grupo funcional alqueno (ligação dupla) e alquino (ligação tripla) pode ser feita 
através de dois ensaios principais: 
 
1. Absorção de Bromo: 
- solução aquosa (Água de Bromo), para compostos solúveis em água. 
- solução em Tetracloreto de Carbono, para compostos insolúveis em água. 
 
2. Redução de Permanganato em solução neutra. 
 
A reação de Bromo com a dupla ligação é uma reação de adição e o que se observa é o 
descoramento do reagente, inicialmente avermelhado. 
 
A reação que representa o processo é a seguinte: 
 
Br Br
Br2 +
(vermelho) (incolor)
 
 
A indicação do desaparecimento do bromo não deve, entretanto, ser tomada como indício exclusivo 
de insaturação, uma vez que muitos outros grupos funcionais orgânicos podem absorver Bromo. 
Assim, absorção de Bromo por substituição é característica de enóis, fenóis e aminas aromáticas. 
 
OH
+ 3 Br2
OH
Br Br
Br
 + 3 HBr
 
 
Metilcetonas e outros compostos carbonilados também podem absorver bromo por substituição: 
CH3 C
O
+ Br2 CH2Br C
O
+ HBr
 
 
Apesar de existir uma gama de grupos funcionais que descoram uma solução de Bromo, seu uso 
para caracterização de dupla (ou tripla) ligação é ainda muito difundido. 
A literatura sugere uma distinção prática e simples entre as reações de adição e de substituição com 
o Bromo: ela se baseia no fato de que as reações de substituição liberam HBr, que é insolúvel em 
solventes não aquosos, como o CCl4. Se a reação for conduzida, portanto, com o Reagente Bromo-
Tetracloreto, as reações de adição conduzem a um simples descoramento, enquanto que nas de 
substituição, observa-se também a formação de bolhas (HBr), capazes de mudar o papel de 
tornassol umedecido de azul para vermelho. 
 
PROCEDIMENTO 1: A amostra é tratada pelo Reagente Água de Bromo ou Bromo-Tetracloreto. 
O descoramento da solução em ambos os casos indica a presença de insaturação. 
 
Observação: Amostras sólidas devem ser previamente dissolvidas em Água ou Tetracloreto de 
Carbono, dependendodo caso. 
 
ENSAIOS DE BAYER 
Uma solução de Permanganato de Potássio neutra (Reagente de Bayer, violeta) reage com alquenos 
com descoramento (e formação eventual de um precipitado marrom), conforme a equação abaixo: a 
reação do Permanganato com a dupla ligação conduz a formação de glicóis através da formação de 
um éster mangânico cíclico, intemediário. 
 
OH OH
+ MnO2 (marrom)
KMnO4
O O
Mn
K+O- O
+
O O
Mn
K+O- O
H2O
 
 
Conquanto o ensaio seja bastante útil na caracterização de duplas ligações, também não é 
específico, uma vez que sendo o Permanganato um oxidante forte, ele pode reagir com grupos 
redutores e, conseqüentemente ser descorado por estes. Uma medida usada para garantir a 
seletividade da reação é se certificar de que o meio esteja neutro. Isto pode ser feito misturando-se à 
solução de Permanganato, um pouco de sulfato de magnésio; na medida em que a reação se passa e 
se fomam íons hidroxila, estes são retirados do meio por precipitação de hidróxido de magnésio. 
 
PROCEDIMENTO 2: A amostra, dissolvida em uma gota d’água, é tratada com o reagente de 
Bayer (solução aquosa de Permanganato de Potássio e Sulfato de Magnésio). O descoramento do 
reagente indica que o ensaio foi positivo. Nas condições do procedimento experimental 
recomendado, muitas vezes não se verifica visualmente a formação do precipitado marrom de 
MnO2. Se o composto for insolúvel em água, ele poderá ser dissolvido em Etanol ou Acetona. Neste 
caso, é da maior importância a comparação com o ensaio em branco, uma vez que o Etanol, num 
período de cinco minutos, aproximadamente, também reduz o Permanganato. 
 
 
 
 
AROMÁTICOS (BENZENÓIDES)ENSAIO DE LE ROSEN 
Muitos compostos que contém o núcleo benzênico, reagem com o Aldeído Fórmico e Ácido 
Sulfúrico concentrado com formação de produtos de cor intensa (Reação de Le Rosen). A cor dos 
produtos é muito dependente da natureza química do composto (ver quadro abaixo). 
É importante lembrar que muitos compostos se dissolvem em Ácido Sulfúrico com 
produção de cor; o ensaio de Le Rosen deve ser precedido, portanto, de uma dissolução em Ácido 
Sulfúrico Concentrado apenas e anotada a cor desenvolvida. 
Segundo Feigl (1966), a seqüência de reações que provavelmente se passam é a seguinte 
(exemplificando para o benzeno): 
 
CH O + 3 H2O + SO2
+ 2 H2SO4 + 3(O)
+ H2O+ CH2O2
 
 
Alguns exemplos de compostos aromáticos (várias classes) com as respectivas colorações no ensaio 
de Le Rosen (FEIGL, 1966). 
 
 
COMPOSTOS COLORAÇÃO 
Ácido Cinâmico telha 
Ácido Gálico amarelo-esverdeado 
Ácido Mandélico violeta-avermelhado 
Ácido Salicílico vermelho 
Álcool Benzílico vermelho 
Anisol vermelho-violeta 
Antraceno amarelo-esverdeado 
Benzaldeído vermelho 
Benzeno vermelho 
Benzil-Mercaptan laranja 
Estilbeno castanho 
Difenil-metano vermelho 
Fenantreno verde 
Fenol vermelho-violeta 
Hidroquinona preto 
Mesitileno castanho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPOSTOS COLORAÇÃO 
Naftaleno verde 
�-Naftol castanho 
Pirogalol vermelho 
Resorcinol vermelho 
Bifenila azul-esverdeado 
Catecol violeta-avermelhado 
Cloro-Benzeno vermelho 
Cumeno vermelho 
Etil-Benzeno castanho-avermelhado 
Tetralina 
Tiofena vermelho-violeta 
Tolueno vermelho 
Trifenilmetano vermelho 
o, m, p-xileno vermelho 
Feigl observou ainda que alguns compostos, apesar de aromáticos, não dão ensaio 
de Le Rosen. Neste caso estão incluidos especialmente os compostos aromáticos com 
substituinte elétron afins, como nitro, carbonila, carboxila etc, além de outros como 
Anilina, Difenil-amina e 8-Hidroxi-quinolina. 
Apesar destas limitações, a importância do Ensaio de Le Rosen reside no fato de 
que compostos alifáticos não dão ensaio positivo. Ou seja, se o ensaio de Le Rosen der 
positivo, o composto, com certeza, é aromático; se, entretanto, der negativo, ele poderá ser 
alifático ou aromático. 
 
PROCEDIMENTO 3: Em vidro de relógio, tratar a amostra inicialmente com o Ácido 
Sulfúrico Concentrado. Anota-se a cor desenvolvida. Uma outra porção da amostra é então 
tratada com o Reagente de Le Rosen (1 gota de formol + 5 gotas de H2SO4 conc.). O 
aparecimento ou modificação de cor (em relação à cor desenvolvida com o Ácido 
Sulfúrico) é indicativo da presença de núcleo aromático. O ensaio em branco deve ser 
conduzido paralelamente. É importante observar que a condensação (desidratação) só se 
passa em meio de Ácido Sulfúrico concentrado e que, portanto, o meio (incluindo os 
reagentes) deve conter o mínimo de água. 
 
 
FUNÇÕES OXIGENADAS 
 
ÁLCOOIS 
 
ÁLCOOIS PRIMÁRIOS, SECUNDÁRIOS E TERCIÁRIOS 
 
ENSAIO DO NITROCERATO DE AMÔNIO 
Hexanitrato de cério e amônio, (NH4)2Ce(NO3)6, passa de amarelo a vermelho na 
presença de álcoois primários, secundários e terciários, que possuam até 10 átomos de 
carbono. 
Este complexo se forma como intermediário, pouco estável, na oxidação do álcool 
pelo Ce(IV). O complexo se desfaz pela oxidação do álcool a aldeído ou cetona, o que leva 
a produtos resultantes incolores. 
 
amarelo
(NH4)2.[Ce(NO3)6] + R-OH (NH4)2.[Ce(NO3)5(OR)]
vermelho
+ HNO3
 
 
A estabilidade do complexo varia de alguns segundos/minutos a algumas horas. 
Esta estabilidade é maior na presença de álcoois terciários, seguida dos secundários e 
finalmente dos primários (não conjugados). SHRINER et al. (1998) apresentam uma lista 
de álcoois e os períodos de tempo em que o complexo se mantém estável. 
Como a solvatação é geralmente feita via coordenação com os pares de elétrons não 
compartilhados, tanto compostos nitrogenados quanto sulfurados interferem nesta reação. 
Esta preocupação é a mesma que esteve presente na identificação de compostos oxigenados 
por solvatação do tiocianato férrico ou do iodo elementar. 
 
PROCEDIMENTO 4: A amostra é dissolvida em uma gota de água ou dioxana e tratada 
com uma gota do Reagente Nitrocerato. A mudança de cor de amarelo para vermelho 
indica a presença do grupo álcool na amostra. 
 
ÁLCOOIS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS 
 
ENSAIO DO XANTATO 
Xantatos formam complexos com o íon molibidato com coloração violeta intensa e 
solúveis em solventes apolares. A formação de xantatos é uma reação rápida e completa 
entre um alcóxido e Dissulfeto de Carbono.; a etapa crítica deste ensaio está na formação e 
estabilidade dos alcóxidos. Álcoois terciários, para fins práticos, não formam xantatos. 
No procedimento experimental, prepara-se o alcóxido pela reação do álcool com 
Hidróxido de Sódio sólido. Neste caso, forma-se no equilíbrio em quantidade suficiente de 
alcóxido para promover a reação abaixo: 
 
ROH + CS2 + NaOH + H2O
+ (NH4)2MoO4 H
+
(COR VIOLETA)
S C
OR
S- Na+
S C
OR
S- Na+
incolor incolor
[MoO3.2 SC(OR)SH]
 
 
PROCEDIMENTO 5: Trata-se em microtubo iguais quantidades de amostra e Hidróxido 
de Sódio, ambos isentos de água (em hipótese alguma quebre as pastilhas de NaOH sem 
óculos de segurança). 
O microtubo é aquecido rapidamente em chama até que o Hidróxido de Sódio se 
dissolva. Após o resfriamento, trata-se com uma gota de Dissulfeto de Carbono, seguido de 
uma gota do Reagente Molibidato de Amôneo e acidulado com Ácido Clorídrico 5% até pH 
ácido. O aparecimento de uma cor violeta indica a presença de álcool. O complexo violeta 
pode ser extraído por Clorofórmio ou Tetracloreto de Carbono se na molécula do álcool não 
houver outros grupos hidrofílicos. 
 
ENSAIO DO ANIDRIDO CRÓMICO (OXIDAÇÃO DE JONES) 
 Este ensaio se baseia mudança de cor promovida pela mudança do estado de 
oxidação do Cr+6 (laranja avermelhado) para Cr+3 (azul esverdeado). Desta forma, pode-se 
distinguir os álcoois 1os e 2os, facilmente oxidados pelo anidrido crômico (CrO3), dos 3os. 
Este ensaio pode ser empregado para a distinção entre aldeídos, que também são oxidados 
nas condições de ensaio, e cetonas (ensaio negativo). 
 
ROH + Cr+3 H2SO4 RCHO + Cr+6
azul esverdeado
R2CHOH + Cr+3 H2SO4 R2CO + Cr
+6
azul esverdeado
(-H2O)
(-H2O)
 
 
PROCEDIMENTO 6: Adicionar uma gota de um líquido ou 10 mg de um sólido em um 
tubo contendo 1 mL de acetona em um microtubo. Adicionar a este tubo 1 gota do reagente 
de Jones e anotar o resultado observado nos primeiros dois segundos de reação. 
 
Reagente de Jones: Uma suspensão de 25 g de anidrido crômica (CrO3) em 25 mL de 
ácido sulfúrica concentrado é colocada lentamente e com agitação em 75 mL de água. A 
solução deve ser resfriada a temperatura ambiente antes do uso. 
 
ÁLCOOIS SECUNDÁRIOS E TERCIÁRIOS 
 
ENSAIO DE LUCAS 
 
R2CHClR2CHOH + HCl ZnCl2 + H2O
R3CClR3OH + HCl
ZnCl2 + H2O
álcool sec.
álcool terc.
 
 
PROCEDIMENTO 7: Adicionar a um microtubo, contendo 0,2 mL ou 0,2 g da amostra, 
2 mL do reagente de Lucas 26-27oC. Fechar o tubo, agitar e deixar em repouso. Anotar o 
tempo necessário para a formação de uma segunda camada ou emulsão. 
 
Reagente de Lucas: Dissolver 13,6 g (0,1 mol) de cloreto de zinco anidrido em 10,5 g (0,1 
mol) de ácido clorídrico, com resfriamento. 
 
GLICÓIS VICINAIS 
 
ENSAIO DE MALAPADRE 
Grupos hidroxila vicinais apresentam propriedades diferentes de dois grupos 
hidroxila isolados. Por exemplo: a ligação entre os átomos de carbono ligados às hidroxilas 
de 1,2-diol é facilmente quebrada pela ação de um agente oxidante como o ácido periódico, 
com a formação do ácido iódico e de aldeídos. 
 
R CHOH
CHOHR + HIO4 2 RCHO + H2O + HIO3