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ROTEIRO FC I – Gastroenterologia 1. Como pode ser dividido o abdome do ponto de vista topográfico? -Quadrantes: superior direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo. -Regiões: hipocôndrio direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo, flanco direito, mesogástrio, flanco esquerdo, fossa ilíaca direita, hipogástrio, fossa ilíaca esquerda. 2. Qual a sequência de realização do exame físico do abdome? -Inspeção ausculta percussão palpação. 3. O que se deve observar durante a inspeção do abdome? -Presença de abaulamentos, retrações ou cicatrizes, distribuição de pelos, estrias, lesões de pele e aspecto da pele, aspecto da cicatriz umbilical, existência de circulação colateral abdominal, presença de movimentos peristálticos e herniações. 4. Como o abdome pode ser classificado de acordo com a sua forma e volume? - Plano, globoso, ventre de batráquio, avental, escavado. 5. O que é Sinal de Cullen e de Grey Turner? -Sinal de Cullen coloração azulada em região periumbilical, que pode surgir em pacientes com hemorragias peritoniais. -Sinal de Grey Turner Coloração azulada em pacientes com pancreatite hemorrágica e sangramento retroperitoneal. 6. O que pode ser auscultado no abdome? -Ruídos hidroaéreos: em condições normais, são ouvidos no abdome pelo deslocamento de líquidos e gases no lúmen intestinal. Sua frequência está em torno de 5-34 ruídos/min. São mais audíveis na fossa ilíaca direita. Geralmente ausculta-se o abdome de 2-5 minutos. -Nos casos de diarreia e oclusão intestinal mecânica, os ruídos tornam-se mais intensos. No íleo paralítico, os ruídos desaparecem por completo (silêncio abdominal). -A ausculta abdominal é particularmente útil no pós-operatório de intervenções cirúrgicas intraperitoneais, quando ocorre o chamado íleo funcional ou paralítico. -Sopros: pode-se detectar sopros sistólicos em casos de aneurisma, fístulas arteriovenosas ou compressões arteriais. 7. Quais as técnicas e sequência de realização da percussão do abdome? -Técnicas? Dígito-digital com dois golpes por vez. -Sequência: percutir todos os quadrantes percutir fígado percutir espaço de Traube fazer as manobras para ascite. -As vísceras maciças (fígado e baço) produzem som maciço, enquanto as que tem ar produzem som timpânico. 8. Como é realizada a hepatimetria e o que valores maiores ou menores que a referência podem indicar? -É feita percutindo-se o hemitórax direito anterior, de cima para baixo, na linha hemiclavicular. Determina o limite superior e inferior do fígado, medindo-se a maior distância entre esses limites. Geralmente o limite superior do fígado está situado no 4º ou 5º espaço intercostal. Sendo o valor normal entre 6-12 cm de comprimento. -A hepatimetria maior que 12 cm indica hepatomegalia. -O limite superior do fígado abaixo do 6º espaço intercostal indica ptose hepática (enfisema pulmonar) ou atrofia hepática (cirrose hepática). 9. O que os seguintes achados podem indicar? (A) ausência de macicez hepática atrofia hepática grave, interposição de alça intestinal entre fígado e parede abdominal, pneumotórax e pneumoperitônio. (B) som timpânico no hipocôndrio direito pneumoperitônio ou interposição do cólon entre a parede abdominal e o fígado. (C) som maciço estômago e cólon conteúdo líquido ou sólido nessas vísceras. (D) macicez circunscrita massas de natureza inflamatória ou neoplásica. (E) macicez em flancos em presença de ascite, estando o paciente em decúbito dorsal, obtém-se som timpânico, na região mesogástrica, e maciço nas demais regiões. Com a mudança de posição, alteram-se os limites das zonas de timpanismo e macicez. (F) sinal de piparote também para ascite. Consiste na percepção da transmissão de uma onda de líquido no lado oposto do abdome quando se percute um dos flancos. (G) percussão do espaço de Traube zona de percussão de timbre timpânico de formato semilunar. Esse espaço tem largura de 12 cm e altura de 9 cm. Normal: traube livre. Pode ser alterado por esplenomegalias, cardiomegalias, aumentos de volume do lobo hepático esquerdo e derrames pleurais (traube preenchido –maciço). (H) sinal de Giordano golpeia-se a região lombar com a borda ulnar da mão. É visto quando a punho-percussão lombar é positiva, ou seja, quando existe dor. Sugere processo inflamatório renal. (I) sinal de Jobert presença de timpanismo em toda a região hepática durante a percussão. Provável pneumoperitônio. 10. Quais são os objetivos da palpação do abdome? Quais estruturas palpáveis e não palpáveis? -Superficial: sensibilidade abdominal e resistência abdominal. Profunda: caracterização das vísceras. -Estruturas palpáveis: fígado, baço, sigmoide, ceco, cólon, ascendente, parte do transverso e do descendente, aorta, polo inferior do rim direito, bexigoma, útero gravídico. -Estruturas não palpáveis: intestino delgado, pâncreas, vesícula biliar, apêndice, vias biliares, ovários, trompas, bexiga normal. 11. Quais métodos para palpação de fígado? (A) Método de Mathieu – Palpação em garra: O fígado sem patologia pode ou não ser palpável, se palpável, é macio, tem superfície lisa, borda fina e usualmente é pouco doloroso. (B) Método de Lemos-Torres – Técnica da mão estendida: Faz-se uma tração anterior do fígado. 12. Como é feita a palpação do baço? -Baço pode ser palpado quando atinge 2x ou 3x seu tamanho habitual; em crianças menores saudáveis é possível palpar em 5% a 10% dos casos. Pode ser feito em decúbito dorsal ou na posição de Schuster. -Classificação em pequeno, médio e grande (Boyd I-IV): Palpável – Boyd I (sob a reborda costal esquerda); II (entre reborda costal e cicatriz umbilical), III (ao nível da cicatriz) ou IV (abaixo da cicatriz). -Consistência e sensibilidade mole e doloroso – estados infecciosos agudos; duro e pouco doloroso – esplenomegalias esclerocongestivas, como na esquistossomose e cirrose hepática; duro e irregular – leucemias crônicas e linfomas. 13. Como é feita a palpação da vesícula biliar? -Normalmente não é palpável. (A) Pesquisa do ponto cístico ou vesicular: para pacientes normolíneos e com abdome plano, o ponto cístico pode ser encontrado na região de intersecção da borda lateral do músculo reto abdominal direito com o rebordo costal direito. (B) Sinal de Murphy: inspiração interrompida à palpação do ponto cístico (sugestivo de colecistite). (C) Sinal de Courvoisier-Terrier: vesícula grande e palpável, não dolorosa (sugestivo de câncer de cabeça de pâncreas). (D) Ponto de Mc Burney: Situado a dois terços da distância entre a cicatriz umbilical e a espinha ilíaca ântero-superior. Quando há apendicite, pode ser percebida uma sensibilidade no quadrante inferior direito, no ponto de Mc Burney. 14. Quais são os sinais de irritação peritoneal? -Rigidez abdominal ou abdome em tábua; descompressão brusca dolorosa positiva, sinal de Blumberg (descompressão dolorosa no ponto de Mc Burney), formação de plastrão abdominal ( palpa-se massa na FID – sinal de apendicite aguda); sinal de rovsing (dor em região hipogástrica quando se faz extensão forçada da coxa em decúbito lateral); sinal do obturador ( dor região hipogástrica quando se faz a rotação interna da coxa, previamente fletida). 15. Quais as características do EIE? Seu tônus é modulado por ação adrenégica e colinérgica. Relaxa-se por ação do oxido nítrico e por ação vagal. Contrai-se (volta ao tônus) por ação adrenérgica.16. O que é refluxo gastroesofágico? É o deslocamento, sem esforço, do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago. Pode ser considerada um processo fisiológico. 17. O que é DRGE? Condição na qual o refluxo do conteúdo gástrico causa sintomas que afetam o bem-estar do paciente e/ou complicações. 18. Qual a fisiopatologia do DRGE? É uma doença multifatorial. Os sintomas podem ser decorrentes de falha em uma ou mais das seguintes defesas do esôfago: barreira antirefluxo, mecanismos de depuração intraluminal e resistência intrínseca do epitélio. -A barreira antirrefluxo – o relaxamento transitório do EIE é considerado o principal mecanismo fisiopatológico associado à DRGE, responsável por 63- 74% dos episódios de RGE. -Resistência intrínseca do epitélio: defesas pré-epitelial e epitelial. O aumento mais comum da resistência epitelial é o aumento da permeabilidade paracelular. 19. Quais sintomas típicos e atípicos da DRGE? Os sintomas clássicos são pirose e regurgitação, de fácil reconhecimento. Devem estar presentes mais de 2 vezes por semana com duração mínima de 4-8 semanas. Os pacientes podem relatar alívio dos sintomas com uso de medicamentos antiácidos. -Os sintomas atípicos são: dor precordial, erosão do esmalte dentário, irritação da garganta, globus, rouquidão, sinusite, otite, tosse crônica, broncoespasmo e pneumonia aspirativa. 20. Quais são os sinais de alarme? Odinofagia, disfagia, sangramento gastrointestinal, anemia, idade avançada, história familiar de neoplasia do TGI e emagrecimento. 21. Como se dá o diagnóstico de DRGE? –Clínico: a identificação dos sintomas cardinais da DRGE permite um diagnóstico presuntivo, sem necessidade da realização de outros exames complementares. É seguro a instituição de tratamento clínico empírico. -Outros: pHmetria esofágica prolongada; EDA, estudos radiológicos (cintilografia e esofagograma), manometria esofágica. 22. Quais as indicações da EDA nesse caso? Excluir outras doenças ou complicações da DRGE, principalmente em pacientes com sintomas de alarme, pesquisar EB, pacientes com sintomas de longa duração, avaliar gravidade, orientar tto e fornecer informações sobre a tendência de cronicidade do processo. 23. Quais as complicações da DRGE? Úlceras e sangramentos, estenose pilórica, adenocarcinoma de esôfago. 24. Qual tratamento da DRGE? –Medidas higienodietéticas – refeições pouco volumosas, ingerir alimentos nas três horas precedentes ao horário de deitar, evitar a ingestão de chocolate, evitar a ingestão de suco de laranja e pimenta, evitar a ingestão de bebidas alcoolicas, estimular perda de peso, evitar uso de tabaco, elevar cabeceira da cama. -TTO medicamentoso: inibidor da bomba de prótons e antagonistas de H+. 25. Fale um pouco sobre os distúrbios motores do esôfago e seus representantes. –Tem a disfagia como principal representante. Divididos em distúrbios da musculatura estriada (alterações faringe/ESE), e distúrbios da musculatura lisa (corpo esofágico/ EIE). Pode ser orofarígea, quando a dificuldade está em iniciar a deglutição ou esofágica, quando há a sensação de que os alimentos estão retidos de algum modo na passagem da boca para o estômago. Podem ainda, ser primários ou secundários. Disfagia orofaríngea – Disfagia “alta”. Pacientes tem dificuldade de iniciar a deglutição e geralmente identificam a área cervical como a com problemas. Sintomas frequentemente associados: dificuldade em iniciar deglutição, regurgitação nasal, tosse, fala anasalada, redução no reflexo da tosse; engasgamento, disartria e diplopia. Diagnóstico é dado por videofluoroscopia da deglutição, manometria ou EDA. Disfagia esofágica – “baixa”. Pacientes podem descrever disfagia na região cervical. É dividida em três tipos: doenças da mucosa (intrínsecas); doenças mediastinais (extrínsecas); doenças neuromusculares(afetam musculatura lisa e sua inervação). -Acalasia – Falha no relaxamento do EIE aliada a dismotilidade do corpo esofágico. Dificuldade de passagem do alimento pela transição esofagogástrica sem que haja verdadeira estenose orgânica ou compressão extrínseca. Reação inflamatória nos plexos mioentéricos do esôfago resulta em perda seletiva de neurônios inibitórios pós ganglionares contendo óxido nítrico e VIP, acarretando relaxamento incompletos, ou mesmo a ausência de relaxamentos do esfíncter inferior do esôfago. Há tb aumento do tônus basal do EIE. Sintomas mais frequentes são disfagia para sólidos e líquidos, seguida pela regurgitação, dor torácia e pirose. -Primeiro exame a ser feito: esofagograma (imagem bico de papagaio); EDA (excluir outras condições patológicas); exame manométrico. -Espasmo difuso do esôfago – Descrita também como espasmo difuso, esôfago em quebra nozes, hipertensão. Sintomas mais frequentes é dor torácica e disfagia. Disfagia é do tipo intermitente e não progressiva para sólidos e líquidos. Diagnóstico: radiografia contrastada do esôfago. Se não resultar alteração motora manometria. -Esofagite eosinofílica – doença inflamatória primária crônica na qual ocorre infiltração de eosinófilos na mucosa esofágica. Sintomas principais são disfagia e impactação de bolo alimentar, mas pode haver também pirose. Diagnóstico é estabelecido através de endoscopia e análise histológica da mucosa esofágica. -Esclerodermia – se apresenta com graves distúrbios de motilidade esofagiana, com associação de um esfíncter esofagiano inferior incompetente e contrações aperistálticas fracas. Lesão básica é atrofia e fibrose. 26. O que é dispepsia? É definida como dor e/ou desconforto (sensação subjetiva não dolorosa que se caracteriza por peso epigástrico pós-prandial, e/ou saciedade precoce, e/ou náuseas, e/ou vômitos, e/ou plenitude gástrica, e/ou distensão abdominal) persistente ou recorrente, localizado no epigástrio. Pode ser orgânica ou funcional. -Os pacientes com dispepsia orgânica apresentam alterações estruturais ou metabólicas que justificam a sintomatologia clínica. Em uma parcela de pacientes com sintomas dispépticos crônicos que se submetem a investigação, nenhuma doença orgânica, localizada ou sistêmica pode ser identificada. Esses pacientes são considerados portadores de dispepsia funcional. 27. Quais são os critérios para dispepsia funcional? Critérios de Roma III – Apresentação dos sintomas por pelo menos três meses, contínuos ou intermitentes, com um mínimo de seis meses de duração: Um ou mais dos seguintes sintomas – empachamento pós-pradial, saciedade precoce, dor epigástrica, queimação epigástrica e nenhuma evidência de doença orgânica. 28. Quais sinais de alarme para dispepsia? Idade> 50 anos, emagrecimento, anemia, sangramento, mudança do calibre das fezes, disfagia, icterícia, vômitos, cirurgias prévias, sintomas sistêmicos, visceromegalias. 29. O que é gastrite? Quais os tipos? O termo indica presença de lesão epitelial gástrica associada a regeneração da mucosa, obrigatoriamente na presença de inflamação. -O sistema Sydney é a classificação mais utilizada e recomendada das gastrites, envolvendo aspectos histológicos e endoscópicos. A divisão histológica determina a forma topografia, característica e associação etiológica. A divisão endoscópica determina a topografia, descrição morfológica e intensidade das alterações morfológicas. -Gastrite crônica HP é o principal agente etiológico, raramente é eliminada espontaneamente. É tipicamente antral, as vezes pode haver pangastrite. Indivíduos com gastrite predominantemente antral terão secreçãogástrica normal ou elevada graças à manutenção da mucosa oxíntica integra e poderão ter um risco aumentado para úlcera duodenal. Indivíduos com gastrite acometendo de forma predominante o corpo do estômago terão secreção ácida reduzida (esse tipo tem relação com atrofia e carcinoma gástrico tipo intestinal). -A gastrite crônica antral é habitualmente assintomática. (Relação UD – antro; e carcinoma e linfoma gástrico – pangastrite). 30. Disserte sobre a Ulcera péptica gastroduodenal. -A produção de Hcl está aumentada nos portadores de UD e normal ou baixa nos portadores de UG. O aumento da secreção ácida pode ser explicado por três mecanismos: aumento da população de células parietais, maior sensibilidade da célula parietal ao estímulo da gastrina e maior sensibilidade da célula G, que produz gastrina e mecanismos inibitórios. -Quadro clínico: dor epigástrica tipo queimação, com ritimicidade, guardando relação com ritmo alimentar, ocorrendo duas a três horas após alimentação ou à noite e cedendo com uso de alimentos alcalinos. Dor noturna geralmente acorda o paciente a noite. Dor tem caráter periódico, durando vários dias ou semanas, desaparecendo a seguir por meses ou semanas, para reaparecer depois. -Úlcera Duodenal – Ocorre por aumento da produção de hcl e consequentemente carga ácida ofertada ao duodeno. 95% associada ao HP. Dor localizada em epigástrio, relatada como dor de fome, queimadura ou desconforto. A ritmicidade é relação íntima da dor com a alimentação: dor em três tempos – dói-come-passa. -Úlcera Gástrica – Ocorre por alteração no mecanismo de proteção da mucosa. 60-70% estão associadas ao HP. Ingestão de alimentos as vezes piora o sintoma: dor em quatro tempos – dói-come-passa-dói. É menos responsiva a antiácidos, apresenta mais sintomas de anorexia e perda ponderal. -Outras causas: Aines, Sd de Zollinger-Ellison, Dça de Crohn e Adenocarcinoma gástrico. 31. Quais fatores de risco para pcts usuários de AINES? Antecedentes de úlcera, >60 anos, comorbidades, uso de altas doses de AINEs, associação com corticoides ou anticoagulantes, presença de Hp. 32. Quais as complicações da UPGD? Sangramento é a complicação mais frequente, em sua maioria associadas as UDs. A doença ulcerosa péptica é a causa mais comum de HDA. Perfurações são complicações ainda mais graves. 33. Como é feito o tratamento? Tem como objetivo alívio dos sintomas, cicatrização das lesões, prevenção das recidivas e complicações. TTO – análogos das Pgs (misoprostol); bloqueadores H2; inibidores bomba protônica; erradicação HP. 34. O que é má-absorção intestinal? Disserte a respeito. Considera-se a má digestão como resultante dos problemas concernentes à hidrólise do conteúdo luminal e má absorção ou disabsorção o impedimento ao transporte através da mucosa, entretanto na prática clínica má-absorção é usada para o resultado final de ambos os processos. -Do ponto de vista fisiopatológico, as causas de má absorção podem ser divididas em condições associadas a: impedimento da hidrólise luminal ou solubilização; impedimento da função da mucosa, impedimento à remoção dos nutrientes da mucosa. 35. Quais as causas e como elas são classificadas? Pré enterais (gastrectomia, anemia perniciosa, sd de Zollinger-Ellinson, enterectomias em geral, pancreatopatias, deficiência de lactase, causas hepáticas, fibrose cística). -Causas enterais (enterectomias, doença celíaca, enteropatia por intolerância a proteínas alimentares e doença de Crohn). -Causas pós enterais (linfangiectasias, linfomas, colagenoses, linfadenites). 36. Quais sintomas e manifestações extra intestinais? Sintomas clássicos – diarreia, esteatorreia, emagrecimento e desnutrição. Discretos – distensão abdominal e flatulência. -Manifestações extra intestinais – anemia ferropriva, perda óssea, hipodesenvolvimento pôndero-estatural, distúrbios da menstruação. 37. O que é diarreia? Quais seus mecanismos e como se classifica? -Evacuação de fezes consistentes 1-3 vezes ao dia ou até cada 2-3 dias é normal. Diarreia consiste na diminuição da consistência das fezes e aumento da frequência e volume das evacuações. É também possível caracterizá-la como três ou mais evacuações pastosas e/ou líquidas ao dia, com peso fecal diário superior a 200g. -Classificação: Aguda – até 15 dias; Persistente – 15-30 dias; Crônica – mais de 30 dias. Alta –intestino delgado; Baixa – intestino grosso. -Secretora – resulta da hipersecreção de água e eletrólitos pelo enterócito, como ocorre pela ação das enterotoxinas bacterianas. -Osmótica – ocorre por distúrbios da digestão presentes nas deficiências de dissacaridases, que mantêm um conteúdo hiperosmolar, determinam a passagem de líquidos parietais para o lúmen intestinal e consequentemente, diarreia. -Diarreia motora – resulta de alterações motoras com transito intestinal acelerado, como ocorre nas enterocolopatias funcionais ou doenças metabólicas e endócrinas. -Exudativa/ inflamatória – decorre de enfermidades causadas por lesões da mucosa resultantes de processos inflamatórios ou infiltrativos, que podem levar a perdas de sangue, muco e pus, com aumento do volume e da fluidez das fezes. -Secretora – causada por transporte anormal de íons pelas células do epitélio intestinal. Pode ocorrer por secreção ativa ou absorção diminuída de ions e agua. 38. O que é importante saber sobre dor abdominal? -Semiologia localização, irradiação, intensidade, modo de início, variações cronológicas, fatores de melhora e piora e manifestações associadas. -Pode ser: somática ou parietal, visceral, referida. 39. Disserte sobre constipação intestinal. -Defecação insatisfatória caracterizada por reduzido número de evacuações e dificuldade para evacuar, pelo menos nos últimos 3 meses. “dificuldade” inclui fezes endurecidas ou em cíbalos, necessidade de esforço para evacuar, sensação de evacuação incompleta, sensação de obstrução anorretal, ou necessidade de usar manobras manuais para facilitar a evacuação. -Causas: fatores ligados ao estilo de vida, psicológicos, distúrbios endócrinos ou metabólicos, lesões estruturais, causas neurológicas, causas miopáticas, medicamentos.
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