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INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO GAE 136 Aula 4 – Abordagem Sistêmica Professor: Paulo Henrique Leme paulo.leme@dae.ufla.br DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA - DAE ABORDAGEM SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO Teoria de Sistemas (Ampliando as Fronteiras da Empresa) • As Origens da Teoria de Sistemas. • O Conceito de Sistemas. • O Sistema Aberto. • A Organização como um Sistema Aberto. • Características da Organização como um Sistema Aberto. • Os Modelos de Organização. • Apreciação Crítica da Teoria de Sistemas. 2 MODELOS DE INTERPRETAÇÃO SOCIAL ▪ Modelo mecânico ▪ Surgimento da ciência, física, mecânica, etc ▪ Sociedade entendida como máquinas complexas ▪ Inter-relacionados e previsíveis. ▪ Modelo orgânico ▪ Progresso da biologia ▪ Estado de equilíbrio ▪ Alterações promovem reações para novo equilíbrio ▪ Mútua dependência das partes 3 MODERNO ENFOQUE DOS SISTEMAS EMPRESARIAIS Modelo sistêmico ▪ Procura desenvolver: ▪ Uma técnica para lidar com a complexidade; ▪ Um enfoque sintético do todo: ▪ Não permite a análise separada das partes devido as complexas inter-relações; ▪ Um estudo das relações entre os elementos: ▪ Processos e probabilidades de transição; ▪ Arranjos estruturais e dinâmica; ▪ Estudos dos elementos em separado não atende este conceito. 4 Abordagem Sistêmica Pressupostos Básicos ▪ Fundamentação a partir dos trabalhos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy ▪ Existe uma tendência para a integração das ciências naturais e sociais ▪ Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas ▪ A teoria dos sistemas constitui o modo mais abrangente de estudar os campos não-físicos do conhecimento científico, como as ciências sociais 5 Abordagem Sistêmica ▪ Três Premissas ▪ Os sistemas existem dentro de sistemas ▪ Os sistemas são abertos ▪ As funções de um sistema dependem de sua estrutura (finalidades) ▪ Razões para o uso da Teoria dos Sistemas na Administração ▪ Necessidade de uma síntese das teorias que a precederam, cuja crítica aponta uma tendência a microabordagem ▪ A cibernética permitiu o desenvolvimento e a operacionalização das ideias que convergiam para uma teoria de sistemas aplicada a administração ▪ Os resultados bem sucedidos da TS nas demais ciências 6 SISTEMA – CONCEITO E COMPONENTES – CONJUNTO DE PARTES INTERAGENTES E INTERDEPENDENTES QUE, CONJUNTAMENTE, FORMAM UM TODO UNITÁRIO COM DETERMINADO OBJETIVO E EFETUAM FUNÇÃO ESPECÍFICA. 7 Componentes do Sistema ▪ entradas (ou inputs): são as energias recebidas do ambiente externo pelas empresas. São as matérias-primas adquiridas dos fornecedores; a mão-de-obra contratada; os recursos financeiros. Oliveira, 2002 Objetivos 8 Componentes do Sistema ▪ processo de transformação: é a própria organização onde há toda a transformação dos insumos em produtos ou serviços. ▪ saídas (ou outputs): são os produtos ou serviços resultados do processo de transformação. Devem ser coerentes com os objetivos da organização e guardar proporção com as entradas. Oliveira, 2002 Objetivos 9 Componentes do Sistema ▪ controle e avaliação: são os mecanismos de avaliação dos produtos ou serviços sob o ponto de vista da qualidade e da proporcionalidade com relação aos objetivos da empresa. ▪ Um produto pode estar de acordo com os requisitos de qualidade, mas não viável; ▪ pode também ser um ótimo produto ou serviço, mas não representar o desejo do cliente. Oliveira, 2002 Objetivos 10 Componentes do Sistema ▪ retroalimentação (ou realimentação ou feedback): é a reintrodução das informações ou energias que correspondem aos objetivos organizacionais. ▪ O controle e a avaliação representam o link que vai permitir a condução do sistema, da realimentação do processo de transformação. ▪ Um controle e a avaliação junto com uma retroalimentação dinâmica permitirão a correção do rumo do processo de transformação. Oliveira, 2002 Objetivos 11 Ambiente do Sistema ▪ “Ambiente de um sistema é o conjunto de todos os fatores que, dentro de um limite específico, se possa conceber como tendo alguma influência sobre a operação do sistema considerado” (OLIVEIRA, 2006: 8). ▪ Na conceituação de sistema é importante se destacar os sistemas abertos e os sistemas fechados. ▪ Os sistemas abertos são empresas que estão em permanente intercâmbio com seu ambiente. ▪ Os sistemas fechados se isolam do seu ambiente externo. ▪ Naturalmente, é muito difícil se encontrar uma empresa que se enquadre totalmente no conceito de sistema aberto ou no conceito de sistema fechado 12 Ambiente do Sistema ▪ “Ambiente de um sistema é o conjunto de fatores que não pertencem ao sistema, mas: ▪ qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar esses fatores externos; e ▪ qualquer alteração nos fatores externos pode mudar ou alterar o sistema (OLIVEIRA, 2006: 8). 13 Ambiente do Sistema ▪ Na figura acima estão os componentes básicos que devem ser obrigatoriamente considerados pela administração de uma organização. ▪ Estes elementos têm importância variável dependendo do setor onde a empresa atua. 14 Detalhamento dos sistemas ▪ O analista de Organização, Sistemas e Métodos deve considerar três níveis de hierarquia de sistemas: ▪ Sistema; ▪ Subsistema: partes estruturadas identificadas; ▪ Supersistema ou ecossistema: é o todo. ▪ Empresas são sistema planejados ▪ Mantêm a integridade de sua estrutura interna por laços psicológicos ▪ Integridade se mantêm por: ▪ Padrões formais de comportamento obtidos por regras e normas; ▪ que são justificadas pelos valores. ▪ Ou seja: ▪ Funções, normas, processos e valores fornecem bases inter-relacionadas para a integração 15 NÍVEIS DO SISTEMA 16 Subsistemas ▪ Principais: ▪ Mercadológico; ▪ Técnico de Produção; ▪ Complementares: ▪ Contábil; ▪ Financeiro; ▪ Recursos Humanos; ▪ Apoio: ▪ Informática; ▪ O&M; ▪ Jurídico, e outras assessorias. 17 Sistemas em movimento ▪ Oliveira (2013) destaca dois conceitos que facilitam o entendimento da empresa como sistema aberto e sua integração com o ambiente: ▪ Equifinalidade: um mesmo estado final pode ser alcançado, partindo de diferentes condições iniciais e por maneiras diferentes ▪ Entropia negativa: mostra o desempenho dos sistemas em se organizarem para a sobrevivência, por meio de maior ordenação. ▪ Os sistemas abertos podem gerar entropia negativa, maximizando a energia importada, maximizando a eficiência do sistema, a entropia positiva leva para a desorganização e a morte ▪ Agora, a realidade das empresas é extremamente dinâmica, e micro alterações ocorrem a cada instante nos elementos condicionantes e componentes da estrutura organizacional 18 Entropia – grau de desordem 19 Desordem e planejamento ▪ Micro alterações são normalmente imperceptíveis aos executivos, e causam grande estrago na organização do sistema ▪ São difíceis de perceber e causam ineficiência e entropia (desordem) ▪ O planejamento organizacional é um instrumento de fundamental importância ▪ Antecipar as alterações da realidade e planejar a mudança decorrente da evolução dos sistemas 20 Evitando o processo entrópico (desordem) ▪ a empresa deve planejar a trajetória dos sistemas e subsistemas pela aplicação da análise e previsão da evolução das variáveis ambientais ou incontroláveis, e da análise e planejamento da evolução das variáveis controláveis e semi-controláveis, adaptando as últimas às primeiras, por meio de um processo interativo. ▪ A equifinalidade e a entropia negativa podem facilitar o entendimento de uma das características dos sistemas abertos:a tendência à diferenciação, em que as configurações globais são substituídas por funções mais especializadas, hierarquizadas e altamente diferenciadas. 21 A organização como um sistema aberto • Nascem, herdam seus traços estruturais. • Morrem, seu tempo de vida é limitado. • Têm um ciclo de vida predeterminado. • São concretos – o sistema é descrito em termos físicos e químicos. • São completos. O parasitismo e a simbiose são excepcionais. • A doença é definida como um distúrbio no processo vital. • São organizados, adquirem sua estrutura em estágios. • Podem ser reorganizados, têm uma vida ilimitada e podem ser reconstruídos. • Não tem ciclo de vida definido. • São abstratos – o sistema é descrito em termos psicológicos e sociológicos. • São incompletos: dependem de cooperação com outras organizações. Suas partes são intercambiáveis. • O problema é definido como um desvio nas normas sociais. Sistemas Vivos Sistemas Organizados (Organismos) (Organizações) 22 Sistema em adaptação ▪ O conceito de adaptação é definido como a resposta a uma mudança (estímulo) que reduz, de fato ou potencialmente, a eficiência do comportamento de um sistema. ▪ uma resposta pode ser interna (dentro do sistema) ou externa (em seu ambiente). ▪ É a habilidade do sistema para se modificar ou modificar seu ambiente quando algum, deles sofreu mudança. 23 Sistemas Adaptáveis ▪ Os sistemas adaptáveis tem um comportamento intencional, visando a certas finalidades, entre as quais podem estar a manutenção dos valores de determinadas variáveis do sistema ou seu encaminhamento a objetivos almejados. ▪ Esse comportamento pode estar baseado: ▪ na preservação do caráter do sistema; ▪ na natureza das transformações ;ou ▪ na tendência para sistemas mais complexos e diferenciados. ▪ A preservação do caráter do sistema estabelece que o ciclo de eventos de um sistema pode conduzi-lo a um estado firme ou a um processo entrópico. 24 O sistema busca equilíbrio, de forma dinâmica ▪ O estado firme caracteriza a constância na relação saída x entrada, isto é, caracteriza a constância no intercâmbio de energia com o ambiente. ▪ Apesar da tendência de um estado firme seja homeostática (equilíbrio), o princípio básico é o da preservação do caráter do sistema, com intenção de fazer com que o mesmo continue a ser coerente com os objetivos a serem alcançados. ▪ Entretanto, é desejável que tanto o estado homeostático, como a preservação do caráter do sistema sejam levados a efeito de forma dinâmica, de modo que hajam contínuos ganhos de eficiência. 25 Dinamismo e velocidade das transformações ▪ Pela natureza das transformações, o processador de um sistema (conjunto de elementos inter-relacionados que transformam as entradas em saídas) pode apresentar-se de forma bastante clara ou substancialmente obscura. ▪ Através da “entrada”, podemos prever a “saída” ▪ A tendência para sistemas mais complexos e diferenciados estabelece que os sistemas abertos são dinâmicos ▪ Porém a velocidade e as maneiras pelas quais os mesmos vão tornando-se complexos ao longo do tempo variam. ▪ O avanço tecnológico, o crescimento dos mercados, aumento da concorrência, etc., levam os sistemas mais simples a se transformarem em complexos. 26 Retroalimentação ▪ A homeostase, que é obtida pela realimentação, procura manter os valores de variáveis dentro de uma faixa estabelecida, mesmo na ocorrência de estímulos para que ultrapassem os limites desejados. ▪ Entretanto, um sistema pode sair de uma homeostase para outra. ▪ Esse processo denomina-se heterostase, que pode explicar, para os sistemas organizacionais os processos de crescimento, diversificação, entropia negativa e outros. ▪ Nesse caso, o sistema passará a ter novos objetivos. 27 Figura - Empresa como um sistema adaptativo 28 A Importância da Informação ▪ Outro aspecto importante é o da informação, a qual está relacionada à redução de incerteza que existe do ambiente do sistema. ▪ O intercâmbio de um sistema aberto com seu ambiente se processa por matéria, energias e informação. ▪ O fluxo desses componentes entre dois sistemas processa-se por meio de seus canais de comunicação, que correspondem às interfaces do sistema. 29 Sistemas e Subsistemas ▪ Quando se considera a empresa como um sistema, pode-se visualizá-lo como composta de vários subsistemas: ▪ a de coordenação das atividades para que os resultados sejam alcançados; ▪ o decisório sobre as informações existentes, para que as ações sejam desencadeadas visando aos resultados a serem alcançados; e ▪ o de realização das atividades operacionais, que vão tocar a empresa em seu dia-a-dia. 30 1. Confronto entre teorias de sistema aberto e de sistema fechado. 2. Características básicas da análise sistêmica. 1. Ponto de vista sistêmico. 2. Abordagem dinâmica. 3. Multidimensional e multinivelada. 4. Multimotivacional. 5. Probabilística. 6. Multidisciplinar. 7. Descritiva. 8. Multivariável. 9. Adaptativa. 3. Caráter integrativo e abstrato da Teoria de Sistemas. 4. O efeito sinérgico das organizações como sistemas abertos. 5. O “homem funcional”. 6. Uma nova abordagem organizacional. 7. Ordem e desordem. Apreciação Crítica da Teoria de Sistemas 31 32
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