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AP1- Linguistica I

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Universidade Federal Fluminense 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
 
 
Disciplina: Linguística I 
 
Coordenadora: Profª Silvia Maria de Sousa 
 
Avaliação PRESENCIAL 1 - 2014/ 2 
 
 
Aluno(a): ___________________________________________________________ 
 
Polo: ______________________________________ Matrícula ________________ 
 
Nota: _______________ 
 
Instruções: 
Escreva à tinta (azul ou preta) e com a maior legibilidade possível. Não escreva em 
tópicos. Escreva um texto coerente e coeso, em registro linguístico compatível com o 
trabalho acadêmico formal. A folha de perguntas deve ser devolvida junto com as 
respostas. Boa prova! 
 
 
1. No quadro “A traição das imagens”, de 1928-1929, o pintor belga René Magritte 
escreve embaixo da representação de um cachimbo: “Isto não é um cachimbo”. 
 
 
 
Explique, a partir do exemplo, a concepção saussuriana de signo linguístico. Em sua 
resposta apresente e explique as principais características do signo. (2,5) 
Saussure define o signo linguístico como uma entidade de dupla face, 
composta de significado e significante. Ainda de acordo com Saussure, o 
signo não une uma palavra a uma coisa, mas sim um conceito (uma ideia) a 
uma imagem acústica. Isso quer dizer que o significado não é a coisa no 
2 
 
mundo, mas é da ordem do psíquico. Pode-se, desta maneira, estabelecer uma 
ligação com o quadro “A traição das imagens”, de René Magritte à medida que 
o cachimbo não é um cachimbo real, mas uma representação daquele objeto. 
 Retomando a noção de signo linguístico em Saussure, podemos afirmar 
que suas principais características são a arbitrariedade e a linearidade do 
significante. Dizer que um signo é arbitrário implica em compreender que não 
há uma motivação natural que una um significado a um determinado 
significante. Trata-se de uma ligação meramente convencional. Por fim, dizer 
que o significante é linear implica na compreensão de que se desenvolve no 
tempo. A realização do significante depende do tempo para se realizar 
unicamente em uma extensão. No caso do uso da língua falada, não se pode 
pronunciar dois fonemas ao mesmo tempo, por exemplo. Na língua escrita, 
pode-se exemplificar esta característica, a da linearidade do significante, 
considerando que ela ocorre à medida que uma sequência é formada e na qual 
cada elemento ocupa uma posição. 
 
 
2. Relacione cada uma das explicações a seguir aos conceitos de sincronia ou de 
diacronia. Justifique a sua escolha. (2,5) 
 
a) Só se encontram no português atual orações substantivas reduzidas de 
infinitivo, nunca de gerúndio ou de particípio. (Kury, 1985, p. 74) 
A explicação apresentada pode ser relacionada ao conceito de sincronia, afinal 
está em jogo a descrição de um determinado fenômeno linguístico em um 
dado momento da língua. 
 
b) “A palavra [comer], vinda do latim comedere, teria em com um prefixo acrescido à 
base edere (já incluída a marca do infinitivo). Na evolução do latim para o português, 
o -d- intervocálico cai e fundem-se os dois -ee- que se tornam contíguos.” (BASÍLIO, 
1987, p. 16) 
 
Pode-se afirmar que a explicação acima está relacionada ao conceito de 
diacronia, já que apresenta a mudança de uma determinada expressão 
linguística ao longo do tempo. 
 
 
3. Diferencie sintagma e paradigma, a partir do trava-língua: (2,5) 
 
Fato e Fita 
Não sei se é fato ou se é fita. 
Não sei se é fita ou se é fato. 
O fato é que ela me fita mesmo de fato. 
 
Disponível em: http://www.artes.com/sys/sections.php?op=view&artid=42&npage=3 
Acessado em 25 Jul 2014. 
 
O eixo sintagmático diz respeito às relações de combinação dos elementos 
postos em cadeia, em que os termos se combinam de forma linear. Segundo 
Saussure, a relação sintagmática existe in praesentia, enquanto a relação 
paradigmática existe em in absentia. Acerca desta, pode-se afirmar que diz 
respeito às relações associativas, pois os termos se relacionam aos outros 
3 
 
com os quais têm algo em comum, aqueles que podem substituí-los. Sendo 
assim, enquanto do paradigma fazem parte as escolhas possíveis, do sintagma 
fazem parte as escolhas realizadas. Como exemplo, podemos citar a sequência 
do trava língua “Não sei se é fato ou se é fita”. No eixo sintagmático, temos 
uma combinação que forma uma oração subordinada substantiva de dúvida e 
interrogação indireta através do uso do advérbio “não” e a conjunção “se” 
com os complementos “fato” ou “fita”. No eixo paradigmático, podemos 
destacar as possibilidades de associação entre os termos “fato”, “fita” com, 
respectivamente, “quente”, “frio”, ou ainda “[eu] Não sei se” com “[eu] Só sei 
que”. 
 
 
4. Escolha UMA das afirmações de Saussure para explicar: (2,5) 
 
a) “Quanto à Filologia, já nos definimos: ela se distingue nitidamente da 
Linguística” (p. 14) 
 
Saussure distingue Linguística e Filologia de modo que a primeira considera 
em seu estudo a modalidade oral, a fala, enquanto a segunda se debruça em 
textos escritos, com o objetivo de analisa-los, fixá-los, interpretá-los. Se a fase 
da filologia consistiu em uma fecunda fase dos estudos linguísticos, é preciso 
considerar que Saussure procurou estabelecer um projeto de ciência através, 
inclusive, da escolha de um objeto de estudo. 
 
 
b) “Pode-se, então, conceber uma ciência que estude a vida dos signos no seio 
da vida social (...) chamá-la-emos de Semiologia”. (p. 24) 
 
No momento inaugural da Linguística como ciência, Saussure estabelece seu 
objeto: a língua como um sistema de signos linguísticos. Ao mesmo tempo, o 
autor reconhece que há outros signos além dos linguísticos. Para o estudo 
desses outros signos foi preciso criar uma outra ciência: a Semiologia. A 
Semiologia torna-se responsável por estudar a “vida” social do signo. 
 
 
c) “O símbolo tem como característica não ser jamais completamente arbitrário; 
ele não está vazio, existe um rudimento de vínculo natural entre o significante 
e o significado” (p. 82) 
 
Ao definir que um signo linguístico é arbitrário, Saussure o distingue dos 
símbolos, não totalmente arbitrários, mas que mantêm um vínculo entre sua 
representação e seu significado, como, por exemplo, os desenhos estilizados 
de um homem e de uma mulher nas portas dos banheiros públicos: tais 
representações têm um vínculo “natural” com os significados que exprimem, 
quais sejam, banheiro masculino e banheiro feminino, respectivamente. 
 
 
 (Fonte: SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. São Paulo: 
 Cultrix,s.d.)

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